Mogi Guaçu

município brasileiro do estado de São Paulo
 Nota: Se procura pelo rio, veja Rio Mojiguaçu.

Mogi Guaçu é um município do estado de São Paulo, no Brasil. Localiza-se a uma latitude 22º22'15" sul e a uma longitude 46º56'38" oeste, estando a uma altitude de 617 metros. Sua população é de 153.658 habitantes segundo a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2022. Possui uma área de 812,75 quilômetros quadrados. O município é formado pela sede e pelo distrito de Martinho Prado Júnior[4][5].

Mogi Guaçu
Município do Brasil
Ponte Metálica vermelha sobre Rio Mojiguaçu, ao fundo; vista do centro da cidade International Paper
Ponte Metálica vermelha sobre Rio Mojiguaçu, ao fundo; vista do centro da cidade International Paper
Ponte Metálica vermelha sobre Rio Mojiguaçu, ao fundo; vista do centro da cidade International Paper
Hino
Lema Honor et gloria
"Honra e glória"
Gentílico guaçuano
Localização
Localização de Mogi Guaçu em São Paulo
Localização de Mogi Guaçu em São Paulo
Localização de Mogi Guaçu em São Paulo
Mogi Guaçu está localizado em: Brasil
Mogi Guaçu
Localização de Mogi Guaçu no Brasil
Mapa
Mapa de Mogi Guaçu
Coordenadas 22° 22′ 19″ S, 46° 56′ 31″ O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Municípios limítrofes Aguaí, Mogi Mirim, Itapira, Conchal, Estiva Gerbi,Espírito Santo do Pinhal, Araras, Pirassununga, Leme.
Distância até a capital 166 km
História
Fundação 9 de abril de 1877 (148 anos)
Administração
Prefeito(a) Rodrigo Falsetti (Cidadania, 2025–2028)
Características geográficas
Área total 812,75 km²
População total (Censo 2022 (IBGE)[1]) 153 658 hab.
Densidade 189,1 hab./km²
Clima Tropical de Altitude (Cwa)
Altitude 617 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 13840-000 até 13856-999
Indicadores
IDH (PNUD/2010[2]) 0,774 alto
PIB (IBGE/2021[3]) R$ 6 865 386,20
PIB per capita (IBGE/2021[3]) R$ 44 538,21

Topônimo

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Do tupi: mboîa, cobra, e 'y, rio. Guaçu é um sufixo que forma o grau aumentativo. Os dois primeiros termos estão em relação genitiva, o que dá a ideia de origem, pertencimento, e enseja a inversão dos termos (conforme indicam as setas). A composição resultante seria mboîy. A semivogal î pode ter som de "gê" em início de sílaba; daí a origem desse som no topônimo.[6]

O nome vem do tupi antigo moî'ygûasu, que significa "grande rio das cobras" (moîa, "cobra + 'y, "rio" + ûasu, "grande"),[6] referindo-se ao Rio Mojiguaçu.

História

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Até o século XVII, os índios caiapós habitavam a região.

"Desbravadores do território brasileiro, entre 1650-1655 e que viajavam rumo ao oeste de Minas Gerais e a Goiás em busca de ouro, pedras preciosas e escravos índios, às margens do rio Moji Guaçu, formaram um vilarejo no lugar denominado Cachoeira de Cima, para dar pouso à outros mineradores de ouro, vindos da Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Jundiahi, os quais se embrenhavam pelos sertões do Brasil em busca desse metal precioso e encontraram naquele local maior facilidade para a travessia do rio.

Entre os anos de 1720 e 1722, foi fundado um novo povoado, distante cerca de cinco a seis quilometros da Cachoeira de Cima, rio abaixo, à sua margem direita.

Esse novo núcleo teve como seus fundadores os irmãos Salvador e José Franco de Godoy, Joaquim José de Campos e Silva e outros.

Entre 1720 e 1722 se constituiu em povoado, recebendo o nome de Nossa Senhora da Conceição do Campo. Em 1740 foi elevada a Primeiro Distrito de Nossa Senhora do Desterro do Mato Grosso de Jundiahy".

Em 1728, o vilarejo foi elevado ao título de "freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo". Suas divisas eram o rio Atibaia ao sul e o rio Grande ao norte de seu território.

 
Paróquia Imaculada Conceição, inaugurada em 1740.

Em 1751 com a elevação de Mogy Mirim a Segundo Distrito de Jundiaí, desmembrando-se de Conceição do Campo, a localidade passou a chamar-se Mogy Guassú. Em 1769 a freguesia de Mogy Mirim é elevada a condição de vila, e com isso Mogy Guassú passou a pertencer ao novo município.[7]

Em 9 de abril de 1877, a Lei nº 16 do Governador da Província, Sebastião José Pereira, elevou a freguesia de Mogy Guassú a município, emancipando-se de Mogy Mirim.[8]

 
Estado de São Paulo (1889).

No dia 8 de janeiro de 1881, houve a primeira sessão da Câmara Municipal, sendo seu presidente João Franco da Silveira Bueno e demais vereadores José Franco de Godoy, João Batista de Toledo Silva, Joaquim da Rocha Franco, Joaquim Gonçalves A. de Oliveira e Yvo da Cunha, tendo secretariado a sessão o vereador Arthur Grillet.

Na segunda sessão, realizada no dia 10 do mesmo mês, foram escolhidos os dirigentes do novo município: Presidente:João Franco da Silveira Bueno; Secretário: Arthur Grillet; Vereadores: João Franco de Godoy, João Baptista de Toledo e Silva, Joaquim Rocha Franco, Joaquim Gonçalves de Oliveira, João José da Cunha e Pedro de Arruda". (O texto entre aspas foi transcrito do livro Mogi Guaçu - Três Séculos de História, de Ricardo Artigiani).

O desenvolvimento econômico começou com a produção de café e a instalação do ramal ferroviário da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (1875).

Com a abolição da escravatura em 1888, deu-se início à fase industrial através de imigrantes italianos que instalaram as primeiras cerâmicas - o pioneiro foi o padre José Armani, com sua fábrica de telhas. Isso se deveu à grande quantidade de um tipo de argila encontrado no município, chamado taguá.

Em 1909, foi instalada a iluminação elétrica na cidade, substituindo os lampiões de querosene.[7]

 
Centro de Mogi Guaçu em 1925.

Nas décadas de 1940 à 1970, proliferaram inúmeras indústrias cerâmicas na cidade, produzindo nas duas primeiras décadas pisos cerâmicos e tubos de barro para redes de esgoto, cuja produção chegava a ser exportada para países da América do Sul. Nos anos 70, essa produção foi modernizada, passando as cerâmicas a produzirem pisos esmaltados de alta qualidade, suprindo o mercado nacional.

Passou a ser comarca somente em 30 de dezembro de 1966, quando o Desembargador Márcio Martins Ferreira, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a declarou instalada.

Hoje Mogi Guaçu tem um perfil econômico diversificado, abrigando empresas do ramo de papel e celulose, de alimentação, de metalurgia e de cosméticos, entre outras espalhadas nos cinco distritos industriais.

Além da diversificação industrial, uma características de poucos municípios, Mogi Guaçu também se destaca pela sua produção agrícola da laranja (que ocupa o terceiro lugar na produção estadual) e do tomate (terceiro lugar na produção do estado). O comércio também alcançou expressão, atraindo consumidores de cidades vizinhas.

O comércio cresceu em torno da igreja matriz Nossa Senhora da Imaculada Conceição, que se tornou a padroeira do município, localizada na praça Rui Barbosa, conhecida como Recanto. A cidade também conta com dois modernos centros comerciais (shopings).

Geografia

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  • Área total: 812,75 km²
  • Área Urbana: 47,63 km²
  • Bairros: 225
  • Marco zero - Na Praça dos Expedicionários, no Centro.

Rodovias

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Trecho da SP-340 sobre o Rio Mogi Guaçu.
  • SP-340, que interliga Campinas ao sul de Minas Gerais
  • SP-342

Ferrovias

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Hidrografia

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Rio Mogi Guaçu cortando a cidade.

Além do Rio Mogi Guaçu, que corta a cidade,[10] a hidrografia do município assinala os rios Oriçanga e das Pedras, e, na zona urbana conta com os córregos Canta-Galo, do Centenário, dos Macacos, do Areião e dos Ipês.

Relevo

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  • Topografia: suavemente ondulado, porém plano em alguns bairros da zona Norte, como o Parque Cidade Nova e Ipês.
  • Altitude média: 640 metros
  • Altitude da sede Paço Municipal da Prefeitura: 617 metros
  • Altitude de maior elevação: 838 metros (Fazenda Bela Vista)[11]
  • Textura superficial: Predomínio da Terra roxa e argila, principal matéria-prima das cerâmicas da cidade.

Terremoto de 1922

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Mogi Guaçu teve o segundo maior terremoto registrado no estado de São Paulo (5,1 graus na escala de Richter) em 27 de janeiro de 1922. O sismo provocou rachaduras em diversos imóveis e quedas de objetos dentro das casas. Uma morte por ataque cardíaco foi atribuída ao abalo sísmico.[12][13]

 
Mapa mostrando os efeitos do terremoto em Mogi Guaçu em 1922.

O clima é tropical de altitude ou subtropical com inverno seco (Köppen: Cwa), com temperatura média mínima de 15,05 °C e máxima de 27,87 °C. O verão é quente e úmido, com temperaturas entre 18 e 28 °C, com picos de máxima de 35 °C e mínimas podendo chegar a 14 °C. A primavera começa seca e termina úmida, sendo essa a estação mais oscilatória em questões de temperatura, sendo que podemos registrar mínimas em torno de 5 °C e máximas que podem chegar em raros casos a 36 °C. No outono, começa ligeiramente úmido e fica seco com o passar das semanas. Março e abril podem registrar ainda picos de 30 °C e mínimas superiores a 15 °C, algo que fica mais raro com a proximidade de maio, onde as máximas raramente superam os 26 °C e as mínimas poucas vezes atingem os 13 °C. No outono, podemos ter mínimas que chegam a 5 °C em maio e 2 °C em junho e máximas baixas, que, às vezes, são menores que 12 °C, ou altas, principalmente no início da estação.

O inverno é seco, mas a entrada de frentes frias não são raras. As temperaturas máximas ficam em torno de 20-25 °C em junho e julho, e as tardes salvo raros casos não descem abaixo de 10 °C, como nos anos de: 2000, 9,6 °C; 1996, 7,0 °C; e 1994, 7,5 °C; e chegam ao patamar de 25-28 °C em agosto e no início de setembro, onde são comuns dias muito secos com grandes oscilações térmicas maiores até de 22 °C, quando a temperatura é de 7 °C ao amanhecer e chega a 29 °C durante a tarde. Mínimas chegam raramente a 1 °C, mas acontecem e máximas podem chegar a mais de 30 °C, principalmente no mês de setembro. A menor temperatura já registrada em Mogi Guaçu foi de -4 °C, em junho de 1918 e a maior foi de 40,2 °C, em 7 de outubro de 2020.

  • Clima: Tropical de Altitude cwa ou cwb [14]
  • Temperatura Média anual: 21,44 °C
  • Temperatura Média Mínima anual: 15,05 °C
  • Temperatura Média Máxima anual: 27,87 °C
  • Temperatura mais baixa: -4 °C em Julho de 1918
  • Temperatura mais alta: 40,2 em Outubro de 2020
  • Chuvas anuais: de 1 100 mm a 1 700 mm
  • Dias de geada média anual: 1


Dados climatológicos para Mogi Guaçu
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 36,7 37,2 35,2 36,2 34,9 31,7 32,0 35,2 39,6 40,2 38,5 36,8 40,2
Temperatura máxima média (°C) 29,6 29,7 29,4 27,8 25,9 24,8 25,0 27,2 28,3 28,7 29,1 29,0 27,87
Temperatura mínima média (°C) 18,4 18,6 17,9 15,3 12,6 11,1 10,6 12,0 14,0 15,7 16,6 17,8 15,05
Temperatura mínima recorde (°C) 10,2 10,8 5,8 0,3 −1,2 −4,0 −2,7 −1,8 −0,4 2,8 6,6 9,2 −4,0
Precipitação (mm) 258,5 184,3 145,9 65,3 63,9 32,2 25,1 30,5 71,8 110,7 167,7 218,3 1 374,2

Demografia

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Crescimento populacional
Ano População Total
18908 650
190010 12917,1%
191011 72015,7%
192012 90210,1%
192513 6135,5%
192914 3485,4%
193414 9814,4%
193716 0166,9%
194014 110−11,9%
194612 400−12,1%
195014 08213,6%
195817 11121,5%
196024 64344,0%
197042 71073,3%
198073 57072,3%
1991107 45446,1%
2000124 22815,6%
2010137 24510,5%
2022153 65812,0%
Est. 2024159 735[15]4,0%
Fontes:[16][17][18]
Censos Demográficos IBGE e Estimativas SEADE

Dados demográficos

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Vista Panorâmica.
Dados do Censo de 2010
  • População
    • Urbana: 130 366
    • Rural: 6 950
    • Homens: 68 115
    • Mulheres: 69 171
    • Total: 137 286
  • Densidade demográfica Urbana: 2.737 hab/km²
  • Densidade demográfica Rural: 8 hab/ hab/km²
  • Taxa de fecundidade (filhos por mulher): 1,99;
Classe Social
  • Classe Média, A,B e C:84,7%
  • Classe Pobre, D e E:15,3%
Etnias
Cor/Raça Porcentagem
Branca 84,6%
Negra 2,8%
Parda 12,0%
Amarela 0,2%
Indigena 0,1%

Fonte: Censo 2000

Política e administração

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Vista da cidade com o prédio da prefeitura em primeiro plano.

Poder Executivo

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O atual prefeito de Mogi Guaçu é Rodrigo Falsetti (Cidadania), guaçuano, eleito em 2020 pela primeira vez prefeito do município. O atual vice-prefeito é Major Tuckumantel, Militar Reformado, natural de Pirassununga.

Subdivisões

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O município é subdividido em 152 bairros, além do distrito de Martinho Prado Júnior.

Cidades-irmãs

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Economia

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Ponte de pedestres sobre o Rio Mogi Guaçu.

O município de Mogi Guaçu foi considerado em 2007, por mais um ano, um dos "300 municípios mais dinâmicos do Brasil" segundo a revista Atlas do Mercado Brasileiro, da Gazeta Mercantil (edição de maio de 2007). Mogi Guaçu ocupa o 65º lugar entre os municípios que obtiveram resultado acima da média nacional (120% em relação a média). Na classificação pela Divisão dos Mercados de Consumo, o município tem um Índice de Potencial de Consumo de 0,109%, comparando com a população de 141.559.

Indústria

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International Paper.

Por volta do ano 1908, iniciou-se a produção de cerâmicas e telhas no município. A pioneira foi a Cerâmica Martini. Com o passar da primeira metade do século XX, surgiram empresas ceramistas como: Cerâmica São José, Cerâmica Mogi Guaçu, Cerâmica Gerbi e Indústria Chiarelli. No ano de 1957, Mogi Guaçu ganhou título de "capital da cerâmica".

Em todo o Brasil, o nome da cidade lembrava tijolos de qualidade, telhas tubos, manilhas e pisos. Era o auge da atividade ceramista na região, no momento em que as velhas olarias adiantavam-se na mecanização e assumiam perfil industrial. Na década de 1960 surgiu a Indústria de Papel Celulose Champion (a atual International Paper), que fez com que a cidade tivesse um aumento populacional bem significativo, ultrapassando a cidade de Mogi Mirim tanto populacionalmente como economicamente. Na década de 1980, a recessão na construção civil no Brasil causou dificuldades para o segmento ceramista guaçuano. Hoje apenas a Cerâmica Lanzi em recuperação judicial continua ativa no segmento cerâmico de Mogi Guaçu.

Mogi Guaçu, hoje, tem indústrias de diversas modalidades, contando com 5 parques industriais, próximos à Rodovia SP-340 e à SP-342. Há diversas pequenas e médias empresas, que empregam milhares de pessoas da região. Em 2000 o produto interno bruto das indústrias de Mogi Guaçu era de 370 milhões de reais, e em 2010 de 802 milhões de reais: um crescimento de 207 por cento em 10 anos segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As maiores empresas instaladas na cidade são: Mahle, International Paper,[22] Ingredion- Unilever,Sandvik e diversas outras.

Comércio

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Comércio no centro da cidade.

O comércio de Mogi Guaçu é independente e um polo comercial e fluente da região da Baixada Mogiana são mais de 7 mil lojas de comércio e serviços, contando com diversas redes de franquias nacionais e internacionais e várias redes de varejistas concentrada na região central da cidade. Na cidade há um shopping center na região central, o Buriti Shopping.[23]

Na década de 1970, o comércio de Mogi Guaçu foi se desenvolvendo com o crescimento populacional, por conta das novas indústrias e investimentos, que fez da cidade ser independente até hoje. Outro crescimento foi no segmento noturno que se desenvolve na cidade os barzinhos, lanchonetes, choperias e outros, trazendo mais lazer e happy hour local. Mogi Guaçu possui diversas lojas e franquias.

Agricultura

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Plantação de Jiló.

Com a ocupação, a vegetação original composta quase que na totalidade por mata atlântica e com algumas manchas de cerrado ao norte e nordeste do município, foi sendo derrubada para a instalação de engenhos e a plantação de cana-de-açúcar, uma vez que a então Província de São Paulo passava por um novo ciclo da cana. Em 1830 a cultura canavieira tomou vulto: nos arredores de Mogi Guaçu, havia 20 engenhos, e também as primeiras plantações de café na região começaram nessa época.

Em 1854, houve grande expansão da cultura cafeeira, devastando florestas e pastos de gados. O ciclo do café trouxe muita riqueza tanto para Mogi Guaçu quanto para todo o resto do estado de São Paulo. Em 1918, no entanto, ocorreu a quase total destruição da cultura cafeeira local, quando os cafezais ficaram totalmente brancos por causa de forte geada, quando as temperaturas chegaram a -4 graus Celsius em junho. A cultura recuperou-se até que ocorreu a crise de 1929. Na década de 1930, quase acabaram as plantações de café por conta de muita geadas e frio e do baixo valor do saco de café decorrente da crise de 1929. Só algumas permaneceram até hoje, na região de Nova Louzã.

O tomate veio na década de 1970, tendo sido escolhido o local por causa proximidade dos grandes centros urbanos e por causa do clima ideal para o tomate. Teve seu auge nos anos 1980 e 1990, quando Mogi Guaçu se tornou, por várias vezes, líder na produção de tomate no Brasil para exportação e para as indústrias. Com o aumento da população mudando para o centro urbano de Mogi Guaçu, muitas pessoas vieram de outras regiões, principalmente de norte de Minas Gerais e do nordeste brasileiro, para trabalhar no cultivo do tomate.

Mas, com o passar dos anos, a produção no município foi diminuindo: alguns dos fatores foram as terras sobrecarregadas, pragas, doenças e o crescimento de outras culturas mais rentáveis e mais lucrativas.[24] Hoje, a agricultura e a pecuária de Mogi Guaçu é moderna e diversificada, com plantações de cana-de-açúcar, laranja, tomate, limão, milho, tangerina e diversas outras. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2000 o seu produto interno bruto agrícola era de 35 milhões de reais; em 2010, passou para 210 milhões de reais, num crescimento de 602 por cento. O município se tornou, então, o 4º mais rico em produção agrícola do estado de São Paulo.

Infraestrutura

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Educação

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E.E. Padre Armani.

Mogi Guaçu conta com três instituições de ensino superior, UNIMOGI, Faculdade Municipal Prof° Franco Montoro, Faculdades Integrada Maria Imaculada.[25] Quanto ao ensino técnico, há as instituições estaduais: Senai, ETEC "Euro Albino de Souza", e o CEGEP "Governador Mário Covas"

Já o prédio da E.E. Padre Armani é um bem tombado pelo CONDEPHAAT.

Transportes

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Terminal Urbano.

A frota municipal em Agosto de 2020 era de 120.227 veículos, sendo 65.427 de automóveis, 27.515 de motocicletas, 2.602 de caminhões, 600 de ônibus e 519 de micro-ônibus, fazendo com que Mogi Guaçu possua a 128ª maior frota de veículos do Brasil e a 41ª maior frota de veículos do estado, segundo dados de maio de 2019 do Departamento Estadual de Trânsito.[26]

Comunicações

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O sistema de telefones automáticos foi inaugurado na cidade pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB) em 1970.[27] Já o sistema de discagem direta à distância (DDD) foi implantado em 1979 pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP) com o código de área (0192).[28]

Na década de 90 o código DDD da cidade foi alterado para (019), para padronização do sistema telefônico com a telefonia celular que estava sendo implantada em todo o estado.[29]

Cultura e lazer

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Os movimentos culturais também formam a história do município. Há 29 anos, é realizado o Feteg (Festival de Teatro do Estudante Guaçuano); e, há 28, o Encontro de Coros. Destaca-se o Centro Cultural José Fantinato, local que se abre a eventos culturais variados e que abriga o Teatro Tupec - Tudo pela Cultura, sala com grande capacidade de público.

Buriti Shopping

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Buriti Shopping.

Inaugurado em 22 de novembro de 2012, o Buriti Shopping Mogi Guaçu foi projetado para ser o mais importante centro de compras e de lazer da região. Ele está localizado na antiga área da unidade da Cerâmica Martini, no centro da cidade, em um terreno de 201 mil m², suficiente para abrigar no futuro novos projetos de expansão. Sua localização é excelente tanto para lojistas como para a população da cidade e de municípios vizinhos, na rota já tradicional das compras locais.[23]

Possui uma área total construída de 34.590 m², 1.400 vagas de estacionamento, 5 salas de cinema, praça de alimentação com 18 estabelecimentos, e conta com um total de 94 lojas (sendo 6 lojas âncoras).[23]

ExpoGuaçu

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Apresentação na ExpoGuaçu.

A Expoguaçu é realizada no mês de abril, com rodeio, espetáculos, praça de alimentação, parque diversões e pavilhão de exposições.[30]

Fazendas e sítios históricos

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  • Fazenda Campininha [31]
  • Fazenda Cataguá

Esportes

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No esporte, um dos eventos mais tradicionais é a Maratona Esportiva Guaçuana, que é realizada há 40 anos. Mogi Guaçu também tem um estádio de futebol, o Estádio Municipal Alexandre Augusto Camacho,[32] também conhecido como “Arena Mandi”, com capacidade para 5 mil pessoas. Fica no centro da cidade.

Feriados municipais

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Filhos ilustres

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Religião

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Religião em Mogi Guaçu (2010)[34]

  Catolicismo (64.11%)
  Protestantismo (25.04%)
  Espiritismo (1.68%)
  Outras religiões (1.18%)
  Sem religião (5.43%)
  Ateísmo (0.21%)

O Cristianismo se faz presente na cidade da seguinte forma:[35]

Igreja Católica

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O município pertence à Diocese de São João da Boa Vista,[36][37] sendo que a Matriz da Imaculada Conceição é a mais antiga do território diocesano, datada de 1740. Foi a segunda igreja do Brasil a ser dedicada à Imaculada Conceição.[38] Há atualmente em Mogi Guaçu 18 paróquias.[37]

A padroeira de Mogi Guaçu é a Imaculada Conceição,[38] cuja comemoração, no dia 8 de dezembro, é feriado municipal.[33]

Igrejas Protestantes

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O município possui os mais diversos credos protestantes, pentecostais e neopentecostais como:

Ver também

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Referências

  1. «Panorama do Censo 2022». Panorama do Censo 2022. Consultado em 8 de janeiro de 2024 
  2. http://www.pnud.org.br/arquivos/ranking-idhm-2011.pdf
  3. a b https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-nacionais/9088-produto-interno-bruto-dos-municipios.html?t=pib-por-municipio&c=3530706  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  4. «Municípios e Distritos do Estado de São Paulo» (PDF). IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico 
  5. «Divisão Territorial do Brasil». IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
  6. a b NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 588.
  7. a b Genealogia-Mogi Guaçu-SP. Disponível em http://www.imigrantesitalianos.com.br/MOGI_GUACU.html. Acesso em 15 de junho de 2015.
  8. «Lei nº 16, de 09/04/1877». www.al.sp.gov.br. Consultado em 8 de abril de 2025 
  9. «Mogi-Guaçu-nova -- Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 5 de outubro de 2020 
  10. «Rios e Córregos do município em Mogi Guaçu». CEPAM.org. Consultado em 3 de setembro de 2014 
  11. Cepam. «Altitude mais elevada de 838 metros de altitude». CEPAM.org. Consultado em 3 de setembro de 2014 
  12. «Terremotos em São Paulo»  UFPR
  13. «Uol - Últimas notícias»  23 de abril de 2008
  14. «Clima na cidade de Mogi Guaçu verão quente úmido e inverno frio e seco». cepagri Unicamp 
  15. «Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação (2024) | IBGE». www.ibge.gov.br 
  16. «Censos Demográficos (1991-2022) | IBGE». www.ibge.gov.br 
  17. «Censos Demográficos (1872-1980) | IBGE». biblioteca.ibge.gov.br 
  18. «Biblioteca Digital Seade | Fundação Seade». bibliotecadigital.seade.gov.br 
  19. Marco Prates. «Mogi Guaçu 86º ranking de 2012 melhor cidade brasileira para se viver». EXAME.COM. Consultado em 9 de Dezembro de 2012 
  20. PNUD. «cidade de Mogi Guaçu é 185º colocado no ranking de IDH municipal no Brasil em 2010 dentre 5565 cidade brasileiras». PNUD.org. Consultado em 2 de setembro de 2014 
  21. «Mogi Guaçu e Mogi Mirim, cidades-irmãs cortadas pelo rio que serpenteia». Governo do Estado de São Paulo. 17 de maio de 2013. Consultado em 27 de agosto de 2018 
  22. International paper
  23. a b c «Buriti Shopping Mogi Guaçu». www.buritishoppingmogiguacu.com.br. Consultado em 12 de abril de 2025 
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Ligações externas

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