Nuno Alexandre Valente Robalo Jorge

futebolista brasileiro
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Nuno Alexandre Valente Robato Jorge (Lourenço Marques, posteriormente denominado de Maputo, 7 de janeiro de 1974 - Belém, 9 de setembro de 2019), mais conhecido como Nuno, foi um futebolista luso-moçambicano [carece de fontes?] radicado no Brasil, no Estado do Pará, e que jogava como atacante. É o único natural de Moçambique a jogar o Campeonato Brasileiro de Futebol,[1] embora desde jovem morasse no Pará.[2]

Nuno
Informações pessoais
Nome completo Nuno Alexandre Valente Robato Jorge
Data de nascimento 7 de janeiro de 1974
Local de nascimento Lourenço Marques, África Oriental Portuguesa
Data da morte 9 de setembro de 2019 (45 anos)
Local da morte Belém, Brasil
Informações profissionais
Posição Atacante
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
1995
1995-2000
Pedreira
Paysandu
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Nuno jogou o Campeonato Paraense de Futebol de 1995 pelo Pedreira, do distrito belenense de Mosqueiro.[3] O clube terminou o segundo turno na vice-liderança, um ponto à frente do Paysandu, chegando a derrota-lo por 2-1, partida em que Nuno encobriu o goleiro alviazul de fora da área, em plena Curuzu.[4] Também foi vencido outro grande, a Tuna Luso, por 1-0, além de perder por apenas 2-0 para o Remo, campeão dos dois turnos.[carece de fontes?] O atacante foi em seguida contratado pelo Paysandu, jogando em 3 de agosto daquele ano seu primeiro Re-Pa. O jogo, um 0-0, foi amistoso a valer a Taça Yamada, e Nuno foi expulso.[5]

No mês seguinte, porém, Nuno destacou-se como autor de um dos gols em vitória por 2-0 sobre o Flamengo, já pelo Brasileirão de 1995, a despeito do adversário visitar Belém do Pará com um ataque então renomado, apelidado de "melhor do mundo", formado por Sávio, Romário e Edmundo.[6][7][8]

A partida registrou um público recorde no torneio, de 45.164 pessoas, além de cerca de cinco mil que não puderem entrar apesar de portarem ingressos. Após ter duas oportunidades, Nuno abriu o placar aos 12 minutos do segundo tempo, aproveitando em liberdade um bate-rebate na grande área flamenguista.[9] Em 2018, ele assim relembrou a partida, em depoimento à revista oficial do Paysandu:[10]

"Naquele dia, jogamos com muita garra e eu tive a felicidade de abrir o placar para a nossa grande vitória por 2 a 0. Lembro que cheguei do Pedreira de Mosqueiro para o Paysandu em meados de 1995, onde logo de cara foi disputar uma Série A. Tínhamos um bom elenco, com grandes atacantes, mas com boas atuações aos poucos ganhei a vaga de titular. Posso afirmar que o Paysandu foi o clube mais importante que joguei. Este clube significa tudo para mim, foi onde consegui ser reconhecido e isso me abriu muitas portas em times de dentro e fora do Estado".[10]

Nuno jogou outras quatorze vences naquele campeonato, em dupla ofensiva com Catanha,[11] brasileiro que defenderia em 2000 a seleção espanhola. Marcou outros três gols, em vitória por 2-0 sobre o Juventude, o terceiro alviceleste em empate em 3-3 com Corinthians (que empatou aos 42 do segundo tempo, em pênalti convertido por Marcelinho Carioca) e o do empate aos 37 minutos do segundo tempo em 2-2 com o Guarani de Djalminha.[11] O Paysandu não manteve o desempenho daquela noite contra o Flamengo e terminou rebaixado, o que não afastou a lembrança daquela vitória na memória da torcida do Paysandu.[6][7] O clube também fez-se presente em famoso jogo pirata do Brasileirão para Super Nintendo, com Nuno sendo uma das opções de jogador.[12]

O moçambicano seguiu no Paysandu em 1996, jogando naquele três vezes o clássico Re-Pa, incluindo pela segunda divisão brasileira, sem marcar gols e vencer; o rival Remo foi o campeão estadual.[13] O Paysandu também não avançou da fase de grupos nacional.[carece de fontes?] Nuno manteve contrato com o Paysandu até 2000, mas até lá foi emprestado sucessivamente,[10] dentre eles o Mogi Mirim e o Iraty.[4] Em um de seus retornos, esteve em vitória por 2-1 no Re-Pa válido por vaga na Copa Norte de Futebol de 2000, em vitória obtida nos acréscimos do segundo tempo.[14] Precisou parar de jogar aos 31 anos, por lesão no joelho.[4]

Em 2006, a Portaria 612 da secretaria executiva do Ministério da Justiça do Brasil reconheceu que Nuno, como cidadão português residente no Estado do Pará, passaria a ter direitos e deveres políticos no Brasil.[15] Em 2012, mantinha uma escolinha de futebol em Mosqueiro,[4] dando aulas para jovens de 9 a 17 anos de idade. Nesse distrito, onde era bastante querido, faleceu em 9 de setembro de 2019.[16] Chegara a ser hospitalizado após passar mal ao almoçar, sendo liberado e voltando a passar mal ao banhar-se à noite. Embora novamente hospitalizado, não resistiu a um infarto,[2] recebendo imediata nota de pesar do antigo clube,[17] que na véspera sofrera uma controversa eliminação na Série C de 2019.[18]

Referências

  1. Erratas (novembro de 2002). Placar n. 1250. São Paulo: Editora Abril, p. 97
  2. a b «Ex-Paysandu, Nuno morre após infarto aos 45 anos». O Liberal. 9 de setembro de 2019. Consultado em 19 de setembro de 2019 
  3. DA COSTA, Ferreira (2013). 1995 - Remos traz Luis Muller que desequilibra e conquista o tricampeonato paraense. Parazão Centenário. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 276-278
  4. a b c d Diário Online (12 de julho de 2012). «Ex-jogador do Paysandu inspira adolescentes em Mosqueiro». YouTube. Consultado em 30 de março de 2018 
  5. DA COSTA, Ferreira (2015). 1995. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 174-176
  6. a b PÊNA, Gustavo (1 de janeiro de 2015). «De Nuno a Robgol: relembre as campanhas do Paysandu na Série A». Consultado em 29 de março de 2018 
  7. a b «Há 19 anos, Papão derrotava o "ataque dos sonhos"». Diário Online. 6 de setembro de 2014. Consultado em 29 de março de 2018 
  8. FILHO, Vincenzo Procópio (2015). «Malina Lobo». Campeão dos Campeões - Revista Oficial do Paysandu Sport Club n. 27. Consultado em 29 de março de 2018 
  9. «Flamengo perde para o Paysandu em Belém; público bate recorde». Folha de S.Paulo. 7 de setembro de 1995. Consultado em 29 de março de 2018 
  10. a b c «Qual foi o jogo inesquecível do Paysandu para você? Nuno». Campeão dos Campeões - Revista Oficial do Paysandu Sport Club n. 33. 2018. Consultado em 29 de março de 2018 
  11. a b Placar - CD-ROM "História Do Brasileirão de 1971 A 2001"
  12. COSTA, Lucas (2 de outubro de 2017). «Paysandu x Sport Campeonato Brasileiro 95 Super Nintendo». YouTube. Consultado em 29 de março de 2018 
  13. DA COSTA, Ferreira (2015). 1996. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 176-178
  14. «Re-Pa guarda grandes jogos e personagens». Diário Online. 24 de março de 2017. Consultado em 29 de março de 2018 
  15. «Página 26 da Seção 1 do Diário Oficial da União (DOU) de 6 de junho de 2006». Diário Oficial da União. 6 de junho de 2006. Consultado em 29 de março de 2018 
  16. «Ex-atacante do Paysandu, Nuno morre aos 45 anos em Mosqueiro». Roma News. 9 de setembro de 2019. Consultado em 19 de setembro de 2019 
  17. «Nota de pesar: descanse em paz, Nuno». Paysandu. 9 de setembro de 2019. Consultado em 19 de setembro de 2019 
  18. STEIN, Leandro (8 de setembro de 2019). «"Aflitos" não foi só o estádio, foi um estado de espírito no aflitivo Náutico x Paysandu que colocou o Timbu na Série B». Trivela. Consultado em 19 de setembro de 2019