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As guerras romano-persas foram uma série de conflitos militares entre o Estado romano e os sucessivos impérios iranianos: a Pártia e a Sassânia. A Pérsia, como um grande desenvolvimento cultural e militar, tornou-se um inimigo de Roma e manteve-se como tal por vários séculos. Os romanos viram nos persas uma potência semelhante a si, e os grandes reis de Ctesifonte viam-os da mesma forma. Os persas já há muito tempo denominam seus soberanos como "grande rei", o que lhes atribui uma grandeza similar à de augusto no Império Romano.

As hostilidades entre estas potências iniciaram-se em 92 a.C. e prolongaram-se por séculos até serem concluídas com as invasões árabes muçulmanas, que atingiram os impérios Sassânida e Bizantino com efeito devastador logo após o fim do último conflito entre eles. Embora a guerra entre os romanos e partas/sassânidas tenha durado sete séculos, a fronteira permaneceu aproximadamente estável. Um jogo de cabo de guerra se seguiu: cidades, fortificações e províncias foram continuamente saqueadas, capturadas, destruídas e trocadas. Nenhum dos lados tinha força logística ou mão de obra para manter longas campanhas longe de suas fronteiras e, portando, nem poderiam avançar muito longe sem arriscar esticá-las muito tenuemente. Ambos os lados fizeram conquistas além da fronteira, mas com o tempo o equilíbrio foi quase sempre restaurado. A linha do impasse deslocou-se no século II: originalmente percorrendo a norte do Eufrates, neste período foi deslocada para leste e mais tarde para nordeste através da Mesopotâmia para o norte do Tigre. Houve também várias mudanças substanciais mais a norte, na Armênia e Cáucaso.




O cerco da embaixada do Irão em Londres, também conhecido por Operação Nimrod, teve lugar entre os dias 30 de Abril e 5 de Maio de 1980, depois de um grupo de seis homens armados terem invadido a embaixada iraniana em South Kensington, Londres. Os seis homens fizeram 26 pessoas como reféns - na sua maioria funcionários da embaixada -, incluindo vários visitantes e um polícia que guardava a embaixada. Os invasores, membros de um grupo árabe iraniano que defendia a soberania nacional árabe na região sul do Cuzistão, exigiam a libertação de prisioneiros árabes das prisões do Cuzistão, e a sua própria saída em segurança do Reino Unido. O governo britânico informou que a sua saída em segurança não podia ser garantida, e deu início a um cerco. Nos dias que se seguirão à tomada dos reféns, as negociações da polícia resultaram na libertação de cinco deles em troca de pequenas concessões, tais como a transmissão das exigências dos terroristas na televisão britânica.

No sexto dia do cerco, os seis invasores foram ficando cada vez mais frustrados pela falta de progresso em dar resposta às suas exigências. Nessa noite, executaram um dos reféns e atiraram o seu corpo da embaixada. A reacção do governo britânico não se fez esperar, dando ordens ao Special Air Service (SAS), um regimento de forças especiais do Exército Britânico, para conduzir um assalto para o resgate dos restantes reféns. Pouco depois, os soldados desceram pelo telhado do edifício e entraram à força pelas janelas. Durante o ataque de 17 minutos, o SAS conseguiu salvar todos os reféns, à excepção de um, e mataram cinco dos seis terroristas.




O xadrez na Pérsia refere-se ao período em que o Império Sassânida teve um importante papel na história do xadrez desde a assimilação do Chaturanga por volta do século VI, à adaptação do jogo na cultura local, passando pela conquista da Pérsia pelos árabes em 651, quando a história do jogo atingiu uma nova fase ao chegar à Europa.

Deste período são as primeiras evidências arqueológicas de peças de xadrez e literaturas citando o jogo. O poema Karnamak-i-Artakhshatr-i-Papakan escrito na língua pálavi por volta do século VI contém a primeira referência na Pérsia do chaturanga, e a partir de então outras literaturas como o Chatrang nâmag já descrevem a variante persa Chatrangue, o movimento das peças e regras utilizadas. Na obra literária Épica dos Reis escrito em pálavi por volta do século X são contados os primeiros mitos a respeito da chegada do chaturanga à Pérsia, vindo de um reino ao leste, e sua criação.

Os persas também introduziram expressões no jogo como o xeque e xeque-mate além de terem desenvolvido variantes como o xadrez circular e o de Tamerlão, criado durante o Império Timúrida, que empregavam tabuleiros diferentes do formato convencional do período e uma grande variedade de peças não-ortodoxas do xadrez.

Devido a ausência de evidências arqueológicas e literárias indianas anteriores ao século VI, uma das teorias alternativas da origem do xadrez indica sua criação na Pérsia, de onde foi disseminado para o oriente também pelos árabes após o século VII.

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A Guerra Irã-Iraque (português brasileiro) ou Guerra Irão-Iraque (português europeu) foi um conflito militar entre o Irã e o Iraque entre 1980 e 1988, resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países. O Iraque esperava uma guerra rápida, pois contava com um moderno exército equipado pela ex-URSS. Outros países muçulmanos, como o Kuwait e a Arábia Saudita, também lhe davam apoio financeiro, na esperança de enfraquecer o regime de Teerã. O Irã estava isolado internacionalmente, pois considerava os EUA e a ex-URSS igualmente como inimigos. Como vantagem, o Irã contava apenas com uma população bem superior. O exército iraquiano engajou-se em uma escaramuça de fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irã recapturou o território.

Graças ao contrabando de armas (escândalo Irã-Contras), o Irã conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. O conflito começou a efetivamente preocupar as potências quando atingiu o fluxo regular de petróleo, na medida em que os beligerantes passaram a afundar navios e instalações petrolíferas, prejudicando grandes fornecedores como o Kuwait. A partir disso, começaram as pressões mundiais pela paz. No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irã, não. Em Agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar, e a economia caótica do Irã levaram a que o país aceitasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.




O Cilindro de Ciro é um cilindro de argila, atualmente dividido em vários fragmentos, no qual está escrita uma declaração em grafia cuneiforme acadiana, em nome do rei Aquemênida da Pérsia, Ciro, o Grande. Ele data do século VI a.C. (539 a.C.), e foi descoberto nas ruínas da Babilônia na Mesopotâmia (atual Iraque) em 1879. É possessão do Museu Britânico (British Museum), que patrocinou a expedição responsável pela descoberta do cilindro. O artefato foi criado após a conquista persa da Babilônia em 539 a.C., quando o exército persa, sob Ciro, o Grande, invadiu e conquistou o império caldeu, trazendo-o sob o controle do Império Persa.

O texto do Cilindro foi relacionado por alguns estudiosos como evidência da política de Ciro de repatriação dos hebreus após o cativeiro na Babilônia - um ato que o livro de Esdras atribui a Ciro -, uma vez que o texto menciona a restauração de santuários religiosos e a repatriação dos povos deportados. Alguns acadêmicos, contudo, contestam essa interpretação, notando que o Cilindro de Ciro identifica apenas santuários mesopotâmicos, e não menciona os judeus, Jerusalém ou Judeia. O Cilindro também foi interpretado por alguns estudiosos como um “precursor da carta de direitos humanos”, embora o Museu Britânico e outros estudiosos rejeitem tal interpretação como sendo anacrônica e equivocada. O cilindro foi adotado pelo Irã, anteriormente a 1979, como um símbolo nacional, tendo sido exposto ao público em Teerã, em 1971, para comemorar os dois mil e quinhentos anos da monarquia iraniana.




A batalha de Solacão (Solachon) foi travada em 586 no norte da Mesopotâmia entre as forças bizantinas, lideradas por Filípico, e as forças sassânidas sob Cardarigano. O combate foi parte da longa e inconclusiva guerra bizantino-sassânida de 572-591. A batalha de Solacão terminou em uma grande vitória bizantina que melhorou a posição bizantina na Mesopotâmia, mas não foi, no final, decisiva. A guerra se arrastou até 591, quando foi concluída com um acordo negociado entre Maurício (r. 582–602) e o Cosroes II (r. 590–628). Nos dias que antecederam a batalha, Filípico, recém-designado para o fronte persa, moveu-se para interceptar uma invasão persa. Ele escolheu dispor seu exército em Solacão, controlando as várias rotas da planície mesopotâmica, e especialmente o acesso à principal fonte de água local, o rio Arzamo. Cardarigano, confiante da vitória, avançou contra os bizantinos, mas eles tinha sido avisados e foram dispostos em posição de batalha quando Cardarigano chegou. Os persas se prepararam e atacaram, ganhando vantagem no centro, mas a direita bizantina rompeu o flanco esquerdo persa.

A ala bizantina bem-sucedida foi jogada em desordem e seus homens dirigiram-se para saquear o acampamento persa, mas Filípico foi capaz de restaurar a ordem. Então, enquanto o centro bizantino foi forçado a formar uma parede de escudos para suportar a pressão persa, o flanco esquerdo bizantino também conseguiu superar o direito persa. Sob a ameaça de um duplo confronto, o exército persa colapsou e fugiu, com muitos morrendo no deserto de sede ou água envenenada. O próprio Cardarigano sobreviveu e, com uma parte de seu exército, resistiu contra os ataques bizantinos sobre uma colina por vários dias antes dos bizantinos se retirarem.