Sivuca
Severino Dias de Oliveira, mais conhecido como Sivuca (Itabaiana, 26 de maio de 1930[1] – João Pessoa, 14 de dezembro de 2006[2]), foi um multi-instrumentista, maestro, arranjador, compositor, orquestrador e cantor brasileiro. Suas composições e trabalhos incluem, dentre outros ritmos, choros, frevos, forrós, jazz, baião, música clássica, blues, entre muitos outros.[3]
Sivuca | |
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Sivuca em 1972 | |
Informação geral | |
Nome completo | Severino Dias de Oliveira |
Nascimento | 26 de maio de 1930 |
Local de nascimento | Itabaiana, PB Brasil |
Morte | 14 de dezembro de 2006 (76 anos) |
Local de morte | João Pessoa, PB Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Gênero(s) | Forró, frevo, choro, baião |
Ocupação(ões) | Multi-instrumentista, maestro, arranjador, compositor, orquestrador e cantor |
Instrumento(s) | Sanfona, Violão |
Afiliação(ões) | Hermeto Paschoal, Clara Nunes, Miriam Makeba, Harry Belafonte, Julie Andrews, Chico Buarque, Caetano Veloso, Luiz Gonzaga, Oswaldinho. |
Biografia Editar
Ganhou uma sanfona de presente do seu avô Pablo Juacir em 13 de junho de 1939, em um dia de São João quando tinha 9 anos. Aos 34 anos, ingressou na Rádio Clube de Pernambuco, no Recife. E em 1948, fez parte do elenco da Rádio Jornal do Comercio.
Em 1951, gravou o primeiro disco em 78 rotações, pela Continental, com "Carioquinha do Flamengo" (Waldir Azevedo, Bonfiglio de Oliveira) e "Tico-Tico no Fubá" (Zequinha de Abreu). Nesse mesmo ano, lançou o primeiro sucesso nacional, em parceria com Humberto Teixeira, "Adeus, Maria Fulô" (que foi regravado numa versão psicodélica pelos Mutantes, nos anos 1960).
A partir de 1955, foi morar no Rio de Janeiro. Após apresentações na Europa como acordeonista de um grupo chamado Os Brasileiros, chegou a morar em Lisboa e Paris, a partir de 1959. Foi considerado o melhor instrumentista de 1962 pela imprensa parisiense. Gravou o disco "Samba Nouvelle Vague" (Barclay), com vários sucessos de bossa-nova.
Morou em Nova Iorque de 1964 a 1976, onde, entre outros trabalhos, foi autor do arranjo do grande sucesso "Pata Pata", de Miriam Makeba, com quem então viajou pelo mundo até o fim da década de 1960. Em 1971, Harry Belafonte o convidou para arranjar e tocar no especial dele e de Julie Andrews, na TV NBC, na cidade de Los Angeles. Fez uso de violão e sanfona, arranjou para orquestra de cordas, a quatro mãos, com o compositor e arranjador Nelson Riddle, inclusive o arranjo de uma canção escrita para Julie Andrews homenagear Vincent van Gogh.
Compôs trilhas para os filmes Os Trapalhões na Serra Pelada (1982) e Os Vagabundos Trapalhões (1982). Um dos discos mais emblemáticos da carreira do artista é o Sivuca Sinfônico (Biscoito Fino, 2006), em que toca ao lado da Orquestra Sinfônica do Recife sete arranjos orquestrais de sua autoria, um registro inédito e completo de sua obra erudita.
Em 2006 o músico lançou o DVD Sivuca – O Poeta do Som, que contou com a participação de 160 músicos convidados. Foram gravadas 13 faixas, além de duas reproduzidas em parceria com a Orquestra Sinfônica da Paraíba.
Morte Editar
Faleceu em 14 de dezembro de 2006, depois de dois dias internado para tratamento de um câncer, que já o acometia desde 2004. Sivuca deixou a esposa, cantora e compositora Glorinha Gadelha, uma filha, Flávia, que atualmente está organizando o acervo do seu pai, e mais três netos, Lirah, Lívia e Pedro.
Acervo musical Editar
Muitas partituras de Sivuca foram doadas por sua viúva, Glória Gadelha ao acervo da Fundação Joaquim Nabuco, do Recife. A doação a uma instituição pernambucana deveu-se a uma dívida de gratidão que o próprio Sivuca dizia ter com o Recife em sua formação musical. O legado de Sivuca permanece vivo para as próximas gerações.
Discografia Editar
- Motivo para Dançar (Copacabana, 1956)
- Motivo para Dançar Nº 2 - Sivuca e Seu Conjunto (Copacabana, 1957)
- Rendez-vous a Rio (1965)
- Golden Bossa Nova Guitar (1968)
- Sivuca (1968)
- Putte Wickman & Sivuca (1969)
- Sivuca (1969)
- Joy - Trilha Sonora do Musical - Oscar Brown Jr. / Jean Pace / Sivuca (RCA, 1970)
- Sivuca (Vanguard/Copacabana, 1973)
- Live at the Village Gate (Vanguard/Copacabana, 1975)
- Sivuca e Rosinha de Valença Ao Vivo (RCA, 1977)
- Sivuca (Copacabana, 1978)
- Forró e Frevo (Copacabana, 1980)
- Cabelo de Milho (Copacabana, 1980)
- Forró e Frevo Vol. 2 (Copacabana, 1982)
- Vou Vida Afora (Copacabana, 1982)
- Onça Caetana (Copacabana, 1983)
- Forró e Frevo Vol. 3 (Copacabana, 1983)
- Forró e Frevo Vol. 4 (Copacabana, 1984)
- Sivuca & Chiquinho Do Acordeon (Barclay, 1984)
- Som Brasil (1985)
- Chiko's Bar - Toots Thielemans & Sivuca (1986)
- Rendez-Vous in Rio - Sivuca / Toots Thielemans / Silvia (1986)
- Sanfona e Realejo (3M, 1987)
- Let's Vamos - Sivuca & Guitars Unlimited (1987)
- Um Pé No Asfalto, Um Pé Na Buraqueira (Copacabana/CBS, 1990)
- Pau Doido (1993)
- Enfim Solo (1997)
- Cada um Belisca um Pouco - Sivuca / Dominguinhos / Oswaldinho (Biscoito Fino, 2004)
- Sivuca Sinfônico - Sivuca / Orquestra Sinfônica do Recife (Biscoito Fino, 2006)
- Sivuca e Quinteto Uirapuru - Sivuca / Quinteto Uirapuru (Kuarup, 2004)
- Sivuca - O Poeta do Som (DVD Kuarup, 2006)
- Terra Esperança (Kuarup, 2007)
Referências
- ↑ «Músico Sivuca morre em João Pessoa». O Estado de S. Paulo. 15 de dezembro de 2006. Consultado em 21 de junho de 2020
- ↑ «Sivuca». Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural. 2019. ISBN 978-85-7979-060-7. Consultado em 21 de junho 2020
- ↑ Dicionário Cravo Albin