Terceira Travessia do Tejo

A Terceira Travessia do Tejo (vulgarmente abreviada como TTT) é uma ponte projetada para a foz deste rio, na Grande Lisboa, em Portugal. Trata-se de uma nova travessia rodoferroviária, a intercalar entras as preexistentes Ponte 25 de Abril e Ponte Vasco da Gama, ligando Chelas, em Lisboa, ao Lavradio, no Barreiro.[1]

Terceira Travessia do Tejo
Terceira Travessia do Tejo
Data de abertura 2034 (previsão)
Comprimento total 15 km
Altura Torres: 198 m
Geografia
Via 4 vias ferroviárias, 3 ou 4 vias rodoviárias
Cruza Rio Tejo
Localização Portugal Portugal
Coordenadas 38° 41′ 44,49″ N, 9° 05′ 03,55″ O

Caracterização

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Esta obra ligaria as localidades de Chelas, na margem Norte, e do Barreiro, na margem Sul do Tejo,[2][3] e teria um comprimento aproximado de 15 quilómetros. As suas torres teriam uma altura de 198 metros, passando a ser uma das estruturas mais altas em Portugal. Quando concluída, seria a ponte atirantada com a maior distância entre pilares do mundo (540 m), superando assim a Öresund (490 m), que liga a Dinamarca à Suécia.[4]

A ponte seria rodoviária e ferroviária. Na parte rodoviária teria três a quatro vias de trânsito em cada sentido, e na ferroviária teria quatro linhas para comboios, duas para norte e duas para sul, onde uma será utilizada por serviços de alta velocidade e a outra, a integrar na Linha do Alentejo, da rede da Refer.

História

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Discussão e planeamento

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A localização da travessia foi tornada pública em 2008, tendo a opção escolhida (Chelas-Barreiro) em detrimento da alternativa anteriormente ventilada (Beato-Montijo), sido alvo de críticas.[5]

Em julho de 2009 a Fertagus, transportadora ferroviária de passageiros que opera na Margem Sul, apresentou uma proposta de concessão do tráfego ferroviário na TTT, justificando esta decisão com o facto de, com esta interface, ser possível ligar a capital ao Barreiro em apenas 30 minutos, e permitir aos passageiros escolher melhor o trajeto. Esta moção foi entregue pouco depois da apresentação da proposta da empresa Comboios de Portugal.[6]

Em novembro de 2009, a TTT foi, entre outros projetos públicos, aprovada por um programa do governo apresentado na Assembleia da República.[7]

Em janeiro de 2010, a Rede Ferroviária de Alta Velocidade anunciou que os consórcios TAVE Tejo e Altavia Tejo transitaram para a fase de negociação do concurso público internacional, para a concessão das infraestruturas ferroviárias de alta velocidade no troço entre Poceirão e Lisboa; neste troço estava incluída a construção da Terceira Travessia do Tejo, com o objetivo de ligar o Barreiro à capital.[8] Neste mês, também foi divulgada a vontade da Câmara Municipal do Barreiro, de acompanhar o desenvolvimento deste projeto, de modo a salvaguardar os interesses do concelho e reduzir os impactos da sua construção.[8]

Entre abril e maio do mesmo ano, o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, pronunciou-se sobre o projeto da Terceira Travessia do Tejo, tendo declarado que, por opção do governo, poderia ser primeiro construída a secção ferroviária, deixando a ligação rodoviária para uma fase posterior; este desenvolvimento deveu-se a um pedido do líder do Partido Social Democrata, Pedro Passos Coelho, para que o governo preponderasse as suas posições em relação às grandes obras públicas.[9]

Em grande parte devido à crise econômico-financeira pela qual Portugal passou a atravessar desde 2010, o projeto foi "congelado".

Confirmação e construção

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A 14 de maio de 2024, foi confirmado pelo governo de Luís Montenegro o novo Aeroporto Luís de Camões e a Terceira Travessia do Tejo,[10] como ponte rodoferroviária.[11]

Em março de 2025, foi também integrado no projeto Parque Cidades do Tejo, um ambicioso projeto urbanístico que abrangerá uma área de 4.500 hectares com o objetivo de transformar o arco ribeirinho numa grande metrópole integrada, “em que o rio funciona como elo de ligação dos territórios em vez de os separar”.[12]

Impacto

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O Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho, previu, em Janeiro de 2010, que este projeto irá contribuir para o desenvolvimento de Lisboa para Sul, formando uma Cidade-Região, o que irá consolidar a sua capacidade de internacionalização e atratividade perante outras capitais europeias;[8] no mês seguinte, o autarca acrescentou que o projeto da Terceira Travessia do Tejo irá trazer várias alterações à cidade, especialmente na freguesia do Alto do Seixalinho.[13]

Galeria de fotografias dos trabalhos de construção

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Ver também

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Referências

  1. «Cópia arquivada». Consultado em 16 de julho de 2010. Arquivado do original em 22 de julho de 2010 
  2. «Cópia arquivada». Consultado em 16 de julho de 2010. Arquivado do original em 22 de julho de 2010 
  3. http://diario.iol.pt/noticia.html?id=935305&div_id=4072
  4. http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/279008
  5. Adfer / LNEC: Corredor da Terceira Travessia do Tejo (TTT): Lisboa, 2008
  6. Roque, Telma (30 de Julho de 2009). «Chegar ao Barreiro em meia hora». Jornal de Notícias. Consultado em 7 de Novembro de 2009 
  7. «Programa do Governo dá Luz Verde à Terceira Travessia do Tejo». Rostos On-line. 2 de Novembro de 2009. Consultado em 7 de novembro de 2009 
  8. a b c «Apurados dois consórcios para construção da Terceira Travessia». Rostos On-line. 20 de janeiro de 2010. Consultado em 4 de abril de 2010 
  9. Noronha, Alexandra (3 de Maio de 2010). «Palavra de ordem é atrasar os grandes projectos». Jornal de Negócios Online. Consultado em 3 de maio de 2010 
  10. ECO. «Governo aprova aeroporto em Alcochete» 
  11. gov.pt. «Terceira Travessia do Tejo entre Chelas e Barreiro» 
  12. «Governo anuncia projeto 55 vezes maior que a Expo com 25 mil casas». Idealista. 31 de março de 2025. Consultado em 1 de abril de 2025 
  13. «Desactivação da linha do comboio na zona da Escavadeira». Rostos On-line. 25 de Fevereiro de 2010. Consultado em 4 de Abril de 2010 

Ligações externas

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