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Izidor Kürschner
Izidor Kürschner
Em reportagem do jornal A Noite, 1937.
Informações pessoais
Nome completo Adenor Leonardo Bachi
Data de nasc. 29 de junho de 1885
Local de nasc. Budapeste, Hungria
Nacionalidade húngaro
Morto em 8 de dezembro de 1941 (56 anos)
Local da morte Rio de Janeiro, Brasil
Apelido Dori Kruschner
Informações profissionais
Posição zagueiro
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1904–1913 MTK Budapest
Seleção nacional
1907–1911 Hungria 0005 000(0)
Times/clubes que treinou
1920–1921
1921–1922
1922–1924
1924

1925–1934
1934–1935
1937–1938
Nürnberg
Eintracht Frankfurt
Nordstern Basel
Seleção Suíça
Schwarz-Weiß Essen
Grasshopper
Young Boys
Flamengo
Botafogo

Izidor "Dori" Kürschner, conhecido no Brasil principalmente como Dori Kruschner (Budapeste, 29 de junho de 1885Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 1941), foi um futebolista e treinador de futebol húngaro. Como jogador, teve sucesso no MTK Budapest (Magyar Testgyakorlók Köre, de Budapeste) e também jogou pela Seleção Húngara. Como treinador, teve sucesso na Alemanha, vencendo o Campeonato Nacional com o Nürnberg. Seus maiores triunfos aconteceram na Suíça, com o Grasshopper, onde conquistou sete títulos. A sua chegada ao futebol brasileiro trouxe inovações táticas que ajudaram a consolidar o país como um dos líderes mundiais do esporte.

Biografia

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Nasceu em Budapeste, na Hungria e era judeu.[1][2][3][4]

Carreira

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Jogador

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Era um zagueiro pelo lado esquerdo do campo que também era usado como zagueiro central. Impressionou menos com seu físico e técnica do que com seu posicionamento astuto e sua propensão para cabeceios. Seu jogo era marcado pela simplicidade e determinação.

Jogou pelo MTK em sua cidade natal, Budapeste, e contribuiu para os campeonatos de 1904 e 1908, bem como para as três vitórias consecutivas da Magyar Kupa entre 1910 e 1912. Entre 1907 e 1911, foi convocado cinco vezes para jogar pela Seleção Húngara.

Em 1911, para complementar sua renda, junto com seu colega jogador de MTK, Gyula Kertész, montou um estúdio fotográfico.[5]

Treinador

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Começos em Budapeste e Stuttgart

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Começou sua carreira de treinador, em 1918, no MTK, em Budapeste, substituindo o treinador anterior Jimmy Hogan, mas saiu no ano seguinte, indo para o Stuttgarter Kickers no sudoeste da Alemanha.[6] Permaneceu por dois anos e venceu, em 1921, o Campeonato de Württemberg, que classificou o clube para o Campeonato do Sul da Alemanha.

Campeonato com Nürnberg

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O Stuttgart foi eliminado logo em seguida, então ficou disponível para treinar os defensores do título, 1. FC Nürnberg, avança para os play-offs do título nacional alemão. Lá, os Nürnbergers derrotaram na final o Vorwärts 90, de Berlim, (um clube precursor do atual SpVgg Blau-Weiß 1890 Berlin) por 5-0.

Após esse curto compromisso, o FC Bayern de Munique o contratou para a temporada seguinte como sucessor do grande treinador inglês William Townley. O Bayern só conseguiu o segundo lugar no Campeonato do Sul da Baviera, atrás do rival local FC Wacker Munich, e assim não conseguiu se classificar para o torneio nacional. Isso deu liberdade para Kürschner treinar o Nürnberg na campanha dos play-offs mais uma vez.

Levou o time à sua terceira final consecutiva do Campeonato Alemão, onde o ascendente Hamburger SV foi o adversário. Duas partidas épicas com duração total de mais de cinco horas, no que é conhecido no folclore do futebol alemão como a "final eterna", não resultaram em um vencedor e, consequentemente, nenhum título foi concedido naquela temporada.

Na temporada seguinte, foi o primeiro treinador em tempo integral do Eintracht Frankfurt. Com apenas uma derrota, o Frankfurt vence o Grupo I da Liga Norte de Meno (→ Rio Meno), que era então uma das muitas divisões que constituíam o futebol de primeiro nível na Alemanha. Entretanto, nas partidas pelo campeonato geral da Liga Norte de Meno, o adversário local Germania 94 Frankfurt venceu.

Grande sucesso na Suíça

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Depois disso, trabalhou por muitos anos na Suíça. Sua primeira atuação foi em 1923-24 com o FC Nordstern Basel,[7] onde também foi o primeiro treinador em tempo integral na história do clube. Levá-los à promoção para a primeira divisão lançou as bases para o maior período da história do Nordstern.

Medalha de prata Olímpica para a Seleção nacional
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Em 1924, se juntou a Teddy Duckworth e Jimmy Hogan para preparar os jogadores da Seleção Suíça em grupos regionais para os Jogos Olímpicos de Paris. Destes treinadores, Hogan merece atenção especial, pois é considerado um dos grandes pioneiros do futebol inglês no continente. Seu nome permanecerá para sempre associado ao Time Milagroso da Áustria da década de 1930 e, indiretamente, também à ascensão do futebol húngaro, que levou aos grandes triunfos dos Mágicos Magiares na década de 1950.

Em Paris, a equipe, sob a liderança de Duckworth, chegou até a final. Somente o gigante daquela época, o Uruguai, conseguiu deter o gigante suíço ao derrotá-lo por 3-0 em um estádio superlotado e, assim, manter o ouro do torneio anterior. Até hoje, este continua sendo o maior sucesso da história do futebol suíço. Aliás, nas semifinais, o Urus superou a equipe dos Países Baixos liderado pelo já citado William Townley, que naquela época também estava ligado ao clube suíço FC St. Gallen.

Mais tarde naquele ano, se tornou, brevemente, o primeiro treinador em tempo integral do Schwarz-Weiss Essen, no oeste da Alemanha. Em um amistoso, eles derrotaram o time da casa de Kürschner, o MTK, por 2-1.

Década de triunfos com Grasshoppers
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De 1925 a 1934, trabalhou para o Grasshopper Club Zürich. Os três campeonatos nacionais em 1927, 1928 e 1931, além de quatro vitórias na final da Copa da Suíça, fizeram dele o segundo treinador mais bem-sucedido na história do clube.

A edição em alemão da Wikipédia observa em seu artigo sobre os Grasshoppers que, em 1931, o clube foi eleito o "quarto time europeu mais forte por especialistas em futebol de toda a Europa".

Após a sua saída da Suíça, o lendário austríaco Karl Rappan sucedeu o húngaro no banco e expandiu o sucesso do clube até 1948. Rappan também foi um dos fundadores das copas europeias.

Inovador no Rio de Janeiro

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Chegou ao Rio de Janeiro, em março de 1937, fugindo da perseguição nazista e, em um mês, já estava no comando do Flamengo, então time do lendário atacante Leônidas da Silva, de Domingos da Guia e de Fausto dos Santos.[8]

Flamengo
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Cartão do filme "Alma e Corpo de uma Raça" (1938) com a bandeira do Flamengo

No Rubro-Negro, sucedeu Flávio Costa, que havia sido jogador-treinador de setembro de 1934 a janeiro de 1937. Costa se tornou assistente de Kürschner e, eventualmente, seu sucessor. Além disso, Costa deve ser considerado provavelmente o maior treinador do Brasil no início do século XX. Acumulou títulos não apenas com o Flamengo e o rival local Vasco da Gama, mas também levou a Seleção Brasileira ao seu então terceiro título da Copa América e até mesmo ao, embora anticlimático para o público local, segundo lugar na final da Copa do Mundo de 1950.

Kürschner promoveu um estilo de jogo mais controlado e defensivo no Brasil. Ele introduziu não apenas coisas como o treinamento sem bola, mas, mais importante, também o sistema WM, que estava em uso na Inglaterra desde a década de 1920. Durante os preparativos para a Copa do Mundo de 1938, na França – onde o Brasil estrearia entre os quatro primeiros – familiarizou a comissão técnica da associação com o que havia de mais moderno no futebol europeu e na metodologia de treinamento.

Sua passagem pelo Flamengo chegou ao fim na primeira rodada do Campeonato Carioca de 1938, em 4 de setembro – partida que também serviu para a inauguração do novo Estádio da Gávea do clube. O Flamengo perdeu por 0-2 para o Vasco da Gama. Isso desencadeou uma crise e levou à sua demissão quase instantânea.

Botafogo
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Mais tarde, em 1939, foi contratado pelo Botafogo, então sediado em um bairro próximo ao Flamengo, onde conquistou o terceiro segundo lugar consecutivo no Campeonato Carioca . No entanto, foi dispensado, em agosto de 1940.

Em abril de 1941, foi um dos candidatos à posição de técnico do Canto do Rio, de Niterói, do outro lado da Baía de Guanabara, quando o clube se preparava para disputar o Campeonato Carioca.

Na noite de 8 de dezembro de 1941, morreu de ataque cardíaco no Rio de Janeiro . Foi sepultado no Cemitério São João de Batista, em Botafogo.

Pode ser visto no filme brasileiro Alma e Corpo de uma Raça[9], de 1938, do diretor Milton Rodrigues (1905–1972). Em uma cena que descreve a vida real no jovem país, ele aparece no contexto do famoso dérbi Fla-Flu do Flamengo contra o Fluminense .

Referências

  1. The Greatest Comeback: From Genocide to Football Glory: The Story of Béla Guttman. [S.l.]: Biteback. 2017. ISBN 978-1-78-590264-2 
  2. Encyclopedia of Jews in Sports. [S.l.]: Bloch Publishing Company. 1965 
  3. From the Ghetto to the Games: Jewish Athletes in Hungary. [S.l.]: East European Monographs. 1985. ISBN 9780880330855 
  4. Anthony Clavane (14 June 2018). «These Jewish stars changed football». The Jewish Chronicle  Verifique data em: |data= (ajuda)
  5. Jonathan Wilson (2019).
  6. Wilson, Jonathan (2008). Inverting the Pyramid: The history of Football Tactics. [S.l.]: Orion. 131 páginas 
  7. «Switzerland - Trainers of First and Second Division Clubs». RSSSF. Consultado em 28 May 2011  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  8. Dieguez, Consuelo (novembro de 2021). «Abrigo de cérebros». Revista Piauí. Consultado em 29 de agosto de 2024 
  9. «Alma e Corpo de uma Raça». IMDB. Consultado em 28 May 2011  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)

Ligações externas

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