Amílcar Ramada Curto

político português

Amílcar da Silva Ramada Curto (Lisboa, 6 de abril de 1886 — Lisboa, 18 de outubro de 1961) foi um advogado, escritor e político. Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, foi advogado, jornalista e escritor.[1][2]

Amílcar Ramada Curto
Amílcar Ramada Curto
Nascimento 6 de abril de 1886
Lisboa
Morte 18 de outubro de 1961
Lisboa
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação advogado, escritor, jornalista, político

Biografia editar

Nasceu em Lisboa, filho de João Rodrigues Ramada Curto e de sua mulher Delfina Guiomar da Silva. Era sobrinho paterno do médico militar e político António Duarte Ramada Curto. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, iniciando enquanto estudante a sua militância no Partido Republicano Português.

Terminado o curso instalou-se em Lisboa como advogado, mantendo intensa actividade forense. Envolvido na propaganda republicana, também se dedicou ao jornalismo e à escrita. Com o derrube da Monarquia, e a implantação da República Portuguesa a 5 de outubro de 1910, Ramada Curto foi eleito deputado à Assembleia Constituinte de 1911, destinada e elaborar a constituição do novo regime. Com a aprovação da Constituição Portuguesa de 1911 foi um dos deputados que manteve assento na Câmara dos Deputados do Congresso da República, além de funções no Governo, como a de Ministro das Finanças a 30 de Março de 1919.[2]

Enquanto escritor, Ramada Curto teve na sua intensa actividade forense o fermento das personagens que criou, de onde salta a sua riqueza psicológica. Foi acima de tudo dramaturgo, com mais de 30 peças escritas. Destaca-se a sua obra Recompensa, tendo sido quase sempre fiel a um realismo naturalista, por vezes extremo. Há em Ramada Curto certa preocupação de fundo moralizante e de critica social e de costumes, ainda hoje com momentos de interesse estético e ideológico.

Tem colaboração em A Farça[3] (1909-1910) e também na II série da revista Alma nova[4] (1915-1918) começada a publicar em Faro no ano de 1914, bem como na revista Atlântida[5] (1915-1920) e na edição mensal do Diário de Lisboa[6] (1933).

Foi Juiz Conselheiro e 11.° Presidente do Tribunal de Contas de 15 de Maio de 1926 a 27 de Julho de 1927, depois da Implantação da Diradura Militar.[7]

Entre 1931 e 1932 foi o 32.º Presidente do Conselho da Ordem do Grande Oriente Lusitano.[8]

Nunca aceitou condecorações por ser membro da Maçonaria.

Bibliografia editar

Entre muitas outras obras, é autor das seguintes obras:

Teatro

  • Segundas Núpcias - 1913
  • Sombra - 1913
  • A Boneca e os Fantoches
  • O Sapo e a Doninha
  • A Noite do Casino
  • Sua Alteza
  • O Caso do Dia - 1931
  • Justiça!
  • O Homem que se arranjou - 1931
  • Três Gerações - 1931
  • O caso doméstico do Dr. Medeiros - 1932
  • O diabo em casa
  • A Fera
  • Cadeira da Verdade
  • Mascarada
  • Sol Poente - 1935
  • O Perfume do Pecado - 1936
  • Os redentores da Ilyra
  • O Gonzaga
  • O tio rico
  • Recompensa
  • O Diabo em casa
  • Do "Diário de José e Maria" - 1941

Dedicou-se ainda à produção de argumentos para cinema, entre os quais co-autorou com Chianca de Garcia e José Gomes Ferreira o argumento de Aldeia da Roupa Branca.

Referências

Links editar