Antônio Nicolau Falcão da Frota

militar brasileiro, ex ministro da Guerra

Antônio Nicolau Falcão da Frota (Florianópolis, 10 de setembro de 1834Pelotas, 21 de março de 1900) foi um militar brasileiro e ministro da Guerra durante o governo do marechal Deodoro da Fonseca.

Antônio Nicolau Falcão da Frota
Antônio Nicolau Falcão da Frota
Dados pessoais
Nome completo Antônio Nicolau Falcão da Frota
Nascimento 10 de setembro de 1834
Florianópolis, Santa Catarina
Morte 21 de março de 1900 (66 anos)
Pelotas, Rio Grande do Sul
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Ana do Vale e Almeida
Progenitores Mãe: Tomásia Vemos
Pai: Antônio José Falcão da Frota
Vida militar
País  Brasil
Força Exército Brasileiro
Anos de serviço 1850-1900
Hierarquia Marechal
Comandos
Batalhas Guerra do Prata
Campanha do Uruguai
Guerra do Uruguai
Guerra do Paraguai
Honrarias Imperial Ordem de São Bento de Avis
Imperial Ordem do Cruzeiro
Imperial Ordem da Rosa
Imperial Ordem de Cristo

Biografia

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Era filho do Capitão de Mar e Guerra Antônio José Falcão da Frota e de Tomásia Vemos. Seu irmão Júlio Anacleto Falcão da Frota foi governador do Rio Grande do Sul de 9 de fevereiro a 6 de maio de 1890, constituinte de 1891 e senador pelo Rio Grande do Sul de 1891 a 1909. Foi Casado com Ana do Vale e Almeida, teve duas filhas.[1]

Carreira militar

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Participou da Guerra do Prata (1851-1852), da Campanha do Uruguai (1851), da Guerra do Uruguai(1864-1865) e da Guerra da Tríplice Aliança (1865-1870).[2]

Falcão da Frota ingressou no Exército Brasileiro como praça voluntário em 18 de outubro de 1850, requerendo matrícula na Escola Militar de Porto Alegre e ficando adido ao 7.º Batalhão de Caçadores. Em 14 de junho de 1851, foi reconhecido cadete. Depois, passou para a Escola Militar do Rio de Janeiro e aí concluiu o curso de cavalaria. Em 14 de abril de 1855 Falcão da Frota foi promovido a alferes-aluno do 3º Regimento do Corpo de Artilharia, localizado na cidade de São Gabriel (RS), e em 2 de dezembro de 1856, a alferes, passando a pertencer ao 3º Regimento de Cavalaria Ligeira, em Porto Alegre. Em 8 de junho de 1861 seguiu para a capital do Império, para habilitar-se na Escola de Tiro de Campo Grande. Naquele mesmo ano, em 2 de dezembro, foi promovido a tenente, e em 7 de março do ano seguinte Falcão da Frota apresentou-se, de regresso, ao seu regimento.[1]

Durante a Guerra do Paraguai, Falcão da Frota, ao ser promovido a capitão em 1º de junho de 1867, marchou com o 3º Corpo do Exército do passo da pátria para o acampamento aliado de Tuiu Cuê, que estava sendo ameaçado por colunas paraguaias. Chegou no dia 31 e tomou parte nos combates travados em frente à vila, que terminaram com a vitória aliada. Também participou dos combates do dia 31 de agosto no arroio Hondo, e de 3 e 21 de outubro em frente a San Solano, próximo à fortaleza de Humaitá, cujo objetivo era surpreender as forças paraguaias que diariamente deixavam a fortificação para hostilizar as posições brasileiras. Depois, marchou com a força expedicionária que em 29 de outubro atacou o inimigo no Potreiro Obella, e em 2 de novembro participou da tomada de Tayi, importante conquista que, assim como a de San Solano, visava ao cercamento e posterior conquista da fortaleza de Humaitá.[1]

Ainda durante o período em que esteve no teatro de guerra, Falcão da Frota foi, em 28 de janeiro de 1868, nomeado fiscal do 14º Corpo Provisório de Cavalaria da Guarda Nacional, e em 7 de maio de 1868, major em comissão, permanecendo como fiscal do 14º Corpo. Também em 1868, participou nos combates de 6 de setembro na ponte de Itororó e de 11 de setembro no arroio Ivaí. A seguir foi classificado no 3º Regimento, no comando da 3ª Divisão de Cavalaria, e em 11 de dezembro de 1868 lutou na batalha de Avaí, que fez parte da sequência de vitórias das tropas brasileiras em embates na região do Chaco conhecida como a “dezembrada”.[1]

Em 20 de fevereiro de 1869 foi promovido a major por atos de bravura, com antiguidade de 11 de dezembro do ano anterior, e em 5 de março foi nomeado para comandar o 6º Corpo Provisório da Guarda Nacional. Continuou na campanha contra o Paraguai até o fim do conflito e, por sua atuação nas lutas no Sul do país, o governo imperial o agraciou com os graus de cavaleiro da Imperial Ordem de São Bento de Avis, Imperial Ordem de Cristo, Imperial Ordem da Rosa e Imperial Ordem do Cruzeiro. Falcão da Frota foi condecorado também, com as medalhas do Mérito Militar, das campanhas do Uruguai e do Paraguai, e com a medalha da República Argentina referente à campanha do Paraguai. Finalizadas as operações militares, em 5 de julho de 1871 foi promovido a tenente-coronel por merecimento, com antiguidade de 13 de maio do mesmo ano.[1]

Em 29 de março de 1873, foi nomeado comandante do 2º Corpo de Cavalaria e transferido para o 2º Regimento de Cavalaria Ligeira. Já em 22 de junho de 1875 foi promovido a coronel por merecimento, e no dia 7 de julho do mesmo ano foi classificado no 3º Regimento. Posteriormente, entre 16 de janeiro e 21 de abril de 1878, exerceu o comando da fronteira e da guarnição de Bagé (RS). Pouco depois, no dia 5 de junho, passou a comandar a fronteira e a guarnição da cidade de Jaguarão (RS), desempenhando a função até 18 de setembro do mesmo ano. Por decreto de 26 de abril de 1879, foi transferido para a segunda classe do Exército, revertendo à primeira classe em 13 de setembro de 1880, data em que foi nomeado comandante do 1º Regimento de Cavalaria Ligeira.[1]

Em 19 de dezembro de 1883 foi designado para inspecionar o 5º Regimento de Cavalaria e em 3 de outubro de 1885 foi escolhido comandante da guarnição e fronteira de São Borja (RS). Exerceu o comando do então 3º Regimento de Cavalaria Ligeira entre 1885 e setembro de 1888, sendo graduado como brigadeiro em 15 de maio de 1886 e efetivado em 18 de agosto de 1888. No dia 18 de setembro foi nomeado comandante da guarnição e fronteira de Santana do Livramento (RS) e em 22 de junho de 1889, da de Uruguaiana (RS). Em 29 de novembro de 1889, poucos dias após a proclamação da República, foi escolhido pelo presidente do Rio Grande do Sul, o marechal José Antônio Correia da Câmara, para exercer interinamente o comando da guarnição daquele estado, ato aprovado pelo governo em 25 de janeiro de 1890. Cinco dias depois foi promovido a marechal de campo, e em 19 de abril passou a tenente-general. [1]

Em 22 de janeiro de 1891 tornou-se o quarto ministro da Guerra da República do Brasil, substituindo o marechal Floriano Peixoto. Permaneceu no cargo até 23 de novembro do mesmo ano, quando o presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, renunciou, passando o governo a Floriano Peixoto (1891-1894). Desse modo, foi o último ministro da Guerra do governo provisório e o primeiro do governo constitucional da República. Seu sucessor no ministério foi o tenente-general José Simeão de Oliveira. Durante a sua gestão, foi editado o Decreto n.º 1.351, de 7 de fevereiro de 1891, regulando o acesso aos postos de oficiais das diferentes armas e corpos do Exército brasileiro. A partir de então, firmaram-se os princípios de merecimento e antiguidade para preenchimento das vagas nos quadros de oficiais.[1]

A exceção ficou por conta da promoção a tenente-general, para a qual foi mantido o princípio da escolha pelo chefe do governo. Além dessas alterações, ainda no tempo de sua administração, através do Decreto n.º 431, de 2 de julho de 1891, extinguiram-se os antigos comandos das armas, e o território da República foi dividido em sete distritos militares. Falcão da Frota reformou-se como marechal em 30 de novembro de 1891, indo residir no Rio Grande do Sul. Faleceu em 21 de março de 1900, na cidade de Pelotas (RS).[1]

Durante o governo do Marechal Deodoro da Fonseca, foi Ministro da Guerra, de 22 de janeiro a 23 de novembro de 1891.[2]


Referências

  1. a b c d e f g h i «Antônio Nicolau Falcão da Frota» (PDF) 
  2. a b «Comandantes do Exército Brasileiro». Consultado em 16 de fevereiro de 2021 


Precedido por
Floriano Vieira Peixoto
 
3º Ministro da Guerra (República)

1891
Sucedido por
José Simeão de Oliveira


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