Beatriz Góis Dantas

Beatriz Góis Dantas (Lagarto, 21 de setembro de 1941)[1] é uma antropóloga, escritora brasileira, professora emérita da Universidade Federal do Sergipe.[2]

Beatriz Góis Dantas
Nascimento 1 de dezembro de 1941
Lagarto
Cidadania Brasil
Ocupação antropóloga, escritora, socióloga
Empregador(a) Universidade Federal de Sergipe

Vida editar

Durante a infância, Dantas morou em Boquim e Itabaianinha, onde cursou seus estudos iniciais, completando-os em Aracaju, no Colégio Nossa Senhora de Lourdes. [3] Na capital sergipana, formou-se em Geografia e História pela Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe.

Obteve o título de Mestre em Antropologia em 1982, pela Universidade Estadual de Campinas, tornando-se a primeira antropóloga com formação específica em Sergipe.[1] A dissertação, orientada por Manuela Carneiro da Cunha (com co-orientação de Peter Fry), baseou-se em um trabalho de campo junto ao terreiro de Santa Bárbara Virgem, em Laranjeiras, liderado por Mãe Bilina. Publicada sob a forma de livro em 1988, com o título Vovó Nagô e Papai branco: usos e abusos da África no Brasil, a pesquisa tornou-se um clássico dos estudos sobre as religiões afro-brasileiras.

Beatriz Góis Dantas é casada com Ibarê Dantas e mãe de Sílvia Dantas.[4]

Realizações editar

Concentrou suas pesquisas em duas grandes áreas temáticas: a etnologia indígena, contribuindo com os estudos sobre os Xocós, e a antropologia da religião, com foco nas religiões afro-brasileiras. Dantas também se destaca pelos estudos sobre folclore, cultura popular, artesanato, patrimônio cultural imaterial e festas populares.

Realizou trabalho de campo em 13 municípios sergipanos: Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Santana do São Francisco, Pacatuba, Divina Pastora, Laranjeiras, Aracaju, São Cristóvão, Lagarto, Riachão do Dantas, Itabaianinha e Tomar de Geru. Sobretudo em Laranjeiras estudou diversas manifestações culturais, como as Taieiras, o Lambe-Sujo, a Chegança e a Dança de São Gonçalo.[1]

Foi responsável pela reorganização do Arquivo Público do Estado de Sergipe e integrou o projeto de organização do Museu de Antropologia da Universidade Federal de Sergipe. Participou da elaboração do Plano de Restauração, Preservação e Valorização do Patrimônio Histórico e Cultural de Laranjeiras, do Levantamento de Fontes Primárias da História de Sergipe, do Guia Brasileiro de Fontes para a História Indígena e do Indigenismo em Arquivos Brasileiros, do Inventário de Documentos sobre o Índio em Sergipe. [3]

Recebeu diversas homenagens por sua atuação, incluindo a publicação do livro Os caminhos da Pesquisa Antropológica: Homenagem a Beatriz Góis Dantas, debates sobre sua obra no 47º Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras[5] e o lançamento do documentário Uma lufada de ar fresco: a antropologia de Beatriz Góis Dantas, dirigido por Maria Laura Cavalcanti e editado por José Luiz Jr.[6]

Ocupa a cadeira 14 da Academia Lagartense de Letras.[3]

Escritos editar

Livros editar

  • Divina Pastora: caminhos da renda irlandesa. 2013. ISBN 9788573342390
  • Destinatário: Felte Bezerra; cartas a um antropólogo sergipano (1947-59 e 1973-85). Aracaju: UFS, 2009. ISBN 9788578221089
  • Rendas e rendeiras no São Francisco - estudos e documentos sobre a renda de bilro de Poço Redondo. Editora Fonte, 2006.
  • Documentos para a história indígena no Nordeste. Ceará, Rio Grande do Norte e Sergipe. 1994.
  • Repertório de Documentos para a História Indígena. Aracaju: Arquivo Público do Estado de Sergipe. 1993.
  • Vovó nagô e papai branco: usos e abusos da África no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
  • Missão indígena no Geru. Aracaju: UFS, 1984
  • Terra dos índios Xocó: estudos e documentos, com Dalmo de Abreu Dallari, 1980.
  • Boi de mamão catarinense. MEC, 1976.
  • Dança de São Gonçalo. MEC, 1976.
  • Taiera. MEC, 1976.
  • Chegança. MEC, 1976.
  • A Taieira de Sergipe: uma dança folclórica. 1ª ed. - Petrópolis: Vozes, 1972. 2ª ed. Editora da UFS, 2013. ISBN 9788578223199.

Artigos editar

  • De feiticeiros a comunistas: acusações contra o Candomblé. Comunicação à Reunião Anual da SPBC, 1982.
  • A organização econômica de um terreiro de Xangô. Religião e sociedade, Rio de Janeiro, n. , out. 1979.
  • Repensando a pureza nagô. Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, n.8, 1982.

Referências

  1. a b c Santos, Eufrázia (21 de setembro de 2021). «Os oitenta anos de Beatriz Góis Dantas». Portal UFS. Consultado em 5 de fevereiro de 2022 
  2. mikelle Smith Omari-Tunkara. 2005. Manipulating the sacred: Yoruba art, ritual, and resistance in Brazilian Candomblé. African American life series. Edição ilustrada Wayne State University Press. 173 pp. ISBN 0814328520 on line
  3. a b c Academia Lagartense de Letras. «Cadeiras e Patronos». Consultado em 5 de fevereiro de 2022 
  4. «Beatriz Góis Dantas e os caminhos da pesquisa antropológica - AJN1». ajn1.com.br. Consultado em 5 de fevereiro de 2022 
  5. «Reconhecimento, homenagens e valorização marcaram o 47º Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras». Governo de Sergipe. 10 de janeiro de 2022. Consultado em 5 de fevereiro de 2022 
  6. Encontros de S & A: “Uma lufada de ar fresco: a antropologia de Beatriz Góis Dantas”., consultado em 5 de fevereiro de 2022 
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Ligações externas editar