Camarões na Copa do Mundo FIFA de 1998

Camarões
22º lugar (eliminado na primeira fase)
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Oficial
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Alternativo
Associação FECAFOOT
Confederação CAF
Participação
Melhor resultado 7º lugar (1990)
Treinador França Claude Le Roy

A Seleção Camaronesa de Futebol participou pela quarta vez da Copa do Mundo FIFA (a terceira consecutiva) depois de se classificar em primeiro lugar no Grupo 4 da fase final das eliminatórias africanas, que teve ainda Angola (10 pontos), Togo e Zimbábue (ambos empatados com 4 pontos). A vaga foi confirmada após a vitória por 2 a 1 sobre o Zimbábue, em Harare, com Patrick Mboma fazendo os 2 gols dos Leões Indomáveis, enquanto Edelbert Dinha foi o autor do gol de honra da seleção mandante.

A seleção venceu 4 partidas nas eliminatórias e empatou 2, marcando 10 gols e sofrendo 4. Mboma foi o artilheiro da seleção nas eliminatórias, com 4 gols.

Jogadores convocados editar

Depois da má campanha na Copa de 1994, Camarões teve 3 treinadores diferentes entre 1994 e 1998 (Jules Nyongha, Henri Depireux e Jean Manga-Onguéné) após a curta passagem de Henri Michel no comando técnico. No período, os Leões Indomáveis caíram na primeira fase da Copa Africana de Nações de 1996 e foram eliminados pela República Democrática do Congo nas oitavas-de-final da edição seguinte.

Para a Copa de 1998, foi contratado outro francês, Claude Le Roy, que havia comandado Camarões entre 1985 e 1988, ano em que venceu a Copa Africana.

O atacante François Omam-Biyik, que defendia a Sampdoria, foi um dos 2 remanescentes da Copa de 1990 convocador por Le Roy, juntamente com o goleiro Jacques Songo'o, que também disputou a Copa de 1994 com outros 3 jogadores (Rigobert Song, Raymond Kalla e Alphonse Tchami). O francês convocou 8 jogadores com 20 anos ou menos: Joseph Elanga, Pierre Womé, Patrice Abanda, Augustine Simo, Salomon Olembé, Joseph-Désiré Job e Samuel Eto'o, o mais jovem jogador da competição, com apenas 17 anos. Tendo apenas Omam-Biyik e Songo'o como jogadores com mais de 30 anos (o atacante com 32 e o goleiro, 34), a seleção camaronesa foi a que teve a menor média de idade da Copa, com 24,14 anos, contrastando com a Áustria, sua rival na estreia (29,78 anos)[1].

10 jogadores que disputaram a Copa Africana foram preteridos na convocação final - entre eles, Marc-Vivien Foé, cortado devido a uma lesão. Geremi Njitap, que também disputaria as Copas de 2002 e 2010, foi outro jogador não-lembrado por Le Roy, além de Lucien Mettomo e Patrick Suffo, outros 2 atletas que defenderam Camarões em 2002.

Número Jogador Posição Clube
1 Jacques Songo'o Goleiro Deportivo
16 Bassey William Andem Goleiro Boavista
22 Alioum Boukar Goleiro Samsunspor
3 Pierre Womé Defensor Lucchese
4 Rigobert Song Defensor Metz
5 Raymond Kalla Defensor Panachaiki
6 Pierre Njanka Defensor Olympic Mvolyé
12 Lauren Defensor Levante
13 Patrice Abanda Defensor Tonnerre Yaoundé
17 Michel Pensée Defensor Cheonan Ilhwa Chunma
2 Joseph Elanga Meio-campista Tonnerre Yaoundé
8 Didier Angibeaud Meio-campista Nice
14 Augustine Simo Meio-campista Saint-Étienne
15 Joseph Ndo Meio-campista Cotonsport Garoua
19 Marcel Mahouvé Meio-campista Montpellier
20 Salomon Olembé Meio-campista Nantes
7 François Omam-Biyik   Atacante Sampdoria
9 Alphonse Tchami Atacante Hertha Berlim
10 Patrick Mboma Atacante Gamba Osaka
11 Samuel Eto'o Atacante Leganés
18 Samuel Ipoua Atacante Rapid Viena
21 Joseph-Désiré Job Atacante Lyon

Desempenho editar

Empate contra a Áustria editar

Sorteada no grupo B, com Áustria, Chile e Itália, a Seleção Camaronesa iniciou sua campanha empatando por 1 a 1 com os austríacos[2]; o primeiro gol foi de Pierre Njanka, que ganhou de Wolfgang Feiersinger na corrida e deu um corte em Peter Schöttel antes de chutar forte, sem dar chances a Michael Konsel. Didier Angibeaud foi eleito o melhor em campo.

O empate da Áustria veio no final do jogo, quando Toni Polster recebeu na área e finalizou contra o gol de Songo'o.

Derrota para a Itália editar

Tentando apagar a má impressão após sofrer o empate no final da partida anterior[3], Le Roy fez apenas uma mudança no time, substituindo Simo e colocando Salomon Olembé, então com 19 anos, em seu lugar.

Luigi Di Biagio abriu o placar para a Itália aos 7 minutos do primeiro tempo, cabeceando sem marcação. Aos 42, Kalla recebeu cartão vermelho devido a uma solada em Di Biagio. Com um a menos, os Leões seguravam a Squadra Azzurra e chegaram a ameaçar o gol de Gianluca Pagliuca em vários momentos da segunda etapa, quando Le Roy colocou 3 atacantes em campo (Tchami, Job e Eto'o). Porém, a Itália definiria o jogo após a entrada de Alessandro Del Piero, e Christian Vieri ampliaria a vantagem ao encobrir Songo'o, depois de receber um passe de Francesco Moriero. O terceiro gol italiano viria aos 44 minutos, novamente com Vieri, após rebatida na área - antes de finalizar, dividiu com Womé. Depois do jogo, Le Roy fez críticas ao árbitro australiano Eddie Lennie, mas reconheceu que Camarões não jogou bem[4].

O jogo da eliminação editar

Com 1 ponto na classificação, Camarões ainda tinha chances de classificação, precisando vencer o Chile e torcer para uma derrota austríaca. Para esta partida, Claude Le Roy colocou Pensée (no lugar de Kalla, suspenso), Mahouvé, Job e Olembé na escalação inicial.

José Luis Sierra abriu o placar para La Roja aos 20 minutos da primeira etapa, cobrando falta no ângulo de Songo'o, que tentou alcançar a bola, mas não teve êxito. Aos 6 minutos do segundo tempo, Song deixou o cotovelo no rosto de Marcelo Salas e recebeu cartão vermelho, tornando-se o primeiro jogador a ser expulso em duas Copas seguidas. Mesmo sem o zagueiro, Camarões empatou 5 minutos depois, após cabeceio certeiro de Mboma.

Precisando virar o jogo para conseguir a vaga nas oitavas-de-final, Le Roy colocou Angibeaud e Tchami nos lugares de Olembé e Job, além de Lauren na vaga de Ndo. O lateral-direito, no entanto, ficou apenas 6 minutos em campo, recebendo o segundo cartão vermelho da partida e o terceiro de Camarões na Copa. Assim como fizera no jogo contra a Itália, o treinador francês criticou o árbitro húngaro László Vágner e até o então presidente da FIFA, Joseph Blatter, e Omam-Biyik, que fazia sua despedida da seleção e teve 2 gols anulados, ironizou:

"O árbitro não teve coragem de validar os gols. Pelo menos, adiantou as nossas férias."

Pós-campanha editar

Após a campanha na Copa de 1998, Omam-Biyik e Tchami encerraram suas carreiras na Seleção Camaronesa, enquanto outros 12 jogadores disputariam a Copa de 2002, no Japão e na Coreia do Sul. William, Elanga, Abanda (não utilizados, assim como o terceiro goleiro Alioum Boukar), Pensée, Angibeaud, Simo, Mahouvé e Ipoua não seriam lembrados para a competição.

Ver também editar

Referências

  1. «Camarões e Áustria opõem gerações». Folha Online. 11 de junho de 1998. Consultado em 16 de junho de 2021 
  2. «Camarões e Áustria embolam grupo». Folha Online. 12 de junho de 1998. Consultado em 16 de junho de 2021 
  3. Humberto Saccomandi (17 de junho de 1998). «Desatenção preocupa Camarões». Folha Online. Consultado em 16 de junho de 2021 
  4. Humberto Saccomandi (18 de junho de 1998). «Camaroneses jogam culpa no árbitro pela derrota». Folha Online. Consultado em 16 de junho de 2021