Casa de Baião

família

Baião é um sobrenome com raízes toponímicas, que é usado por uma das mais antigas famílias da Nobreza de Portugal.[1][2]

Baião

Brasão de armas da família Baião
Origem
Palavra/nome toponímica
Outros nomes
Derivação(ões) em outras línguas Bayan / Bayã / Bayão

Origem editar

O nome Baião provem de um cavaleiro chamado D. Arnaldo de Baião. Crê-se que D. Arnaldo desembarcou no agora Porto no ano de 963. Veio com os seus familiares para as Espanhas para combater os mouros e como prova da sua bravura o Rei do Reino de Castela concedeu-lhe as terras que ainda hoje se chamam Baião, um concelho no Distrito do Porto.[2]

Alguns historiadores pensam que D. Arnaldo seria um guerreiro alemão que perdeu o seu ducado numa guerra; outros, que seria um cavaleiro de Bayonne, filho de um rei de Itália e neto de um rei de França, e que seria essa a origem do nome de Baião.

D. Arnaldo de Baião foi casado com Dª. Ufa, descendente dos reis godos, um povo germânico originário das regiões meridionais da Escandinávia. Trisavô de Egas Moniz, o Aio, dito «o Aio» do primeiro Rei de Portugal (Dom Afonso Henriques), sendo que “Baião” deriva do superlativo de “Aio”, em reconhecimento à educação passada ao então Conde de Portucale.

O seu filho D. Gozendo Arnaldo (ou Arnaldes) de Bayão deu o seu nome à povoação de Gove, Baião. Cavaleiro que serviu os reis de Castela, Dom Fernando I de Leão e Dom Garcia II da Galiza, nas guerras contra os mouros.

Dom Gosendo sucedeu a seu pai no senhorio de Baião e em muitas fazendas nas margens do Cávado, tendo sido senhor de Penaguião e governador da justiça, no ano de 1030. De seu casamento, Dom Gosendo teve Egas Gosendes de Baião, rico-homem de Dom Afonso VI de Castela, rei de Castela, figurando como confirmante nos anos de 1111 e 1112.

Em 1124, deu foral à vila de Sernancelhe. O costume das pessoas adotarem como sobrenome próprio a indicação do seu local de origem ficou comum, e como o lugar era conhecido como “Resende”, por ser uma corruptela de Gozende, foi Dom Martim Afonso de Baião - o "de Resende", reconhecidamente o primeiro cidadão a utilizar a forma "Resende" como apelido, tomando-o do lugar onde era senhor e possuidor. Dai o brasão Baião e Resende serem o mesmo.[3]

 

Brasão editar

São duas cabras de negro em campo de ouro. Os Resendes são descendentes destes, e herdaram o Senhorio de Baião, e usaram o mesmo brasão de armas durante tempos, que ainda hoje existe em Portugal.[2]

Num escudo, em campo douro; Duas cabras ajuntadas, De gotas douro malhadas; Da cor que é um negro mouro; Desta mesma cor pintadas! Quem bem em nobreza entende; Achará que a de Resende; Foi grande, por sua lança; Há muitos tempos em França; Donde acha que descende. João Rodrigues de Sá | Alcaide-mor do Porto 1383-85[2]

Senhores da Casa de Baião editar

Senhor da Casa de Baião
 
Casa de Baião
Criação
Século X
Ordem Fidalguia
Tipo Juro e herdade
1.º Titular Arualdo Gondesendes
Linhagem Baião

Casa de Baião editar

Genealogia dos primeiros Senhores de Baião[4][5] editar

Linhagem Baião-Resende editar

Linhagem Baião-Azevedo editar

 
Brasão do ramo de Baião-Azevedo

Linhagem Baião-Velho editar

Linhagem Baião-Velho-Barreto editar

 
Brasão do ramo de Baião-Velho-Barreto

Linhagem Baião-Velho-Mourão editar

Linhagem Baião-Velho-Gato editar

Linhagem Baião-Velho-Redondo editar

Linhagem Baião-Velho-Zote editar

Linhagem Baião-Velho-Bravo editar

Linhagem Baião-Velho-Cerveira editar

Linhagem Baião-Paiva editar

 
Brasão do ramo de Baião-Paiva

Linhagem Baião-Paiva-Taveira editar

Linhagem Baião-Paiva-Taveira-Rebotim editar

Ver também editar

Referências

  1. Nobiliário das Famílias de Portugal ,Felgueiras Gayo, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, vol. X-pg. 373 e 666 (Sousas)
  2. a b c d Armorial Lusitano, edic. Zairol, Lad. 4ª edc. 2000, pág. 75. Dep. Legal nº 149062/00. ISBN 972-9362-24-6
  3. Dicionário das Famílias Portuguesas, D. Luiz de Lancastre e Távora, Quetzal Editores, 2ª Edição, Lisboa, pág. 92
  4. Mattoso 1994.
  5. Sottomayor-Pizarro 1997.
  6. a b Ventura 1992, p. 599.
  7. Sottomayor-Pizarro 1997, p. 294.

Bibliografia editar

  • José Augusto de Sotto Mayor Pizarro, Linhagens Medievais Portuguesas - 3 vols, Universidade Moderna, 1ª Edição, Porto, 1999. vol. 1-pg. 257.
  • José [João da Conceição Gonçalves] Mattoso, A Nobreza Medieval Portuguesa, Imprensa Universitária-Editorial Estampa, 2ª Edição, Lisboa, 1987, pág. 219.
  • Nobiliário de famílias de Portugal / Felgueiras Gaio. - [Braga] http://purl.pt/12151
  • Francisco Antônio Dória, A Semente, ISBN 9781257948109, Edições Jardim da Casa.

Ligações externas editar