Economia da República Democrática do Congo

A República Democrática do Congo é uma nação que possui uma vasta riqueza potencial que declinou drasticamente desde os meados da década de 1980. Os dois recentes conflitos, que se iniciaram em 1996, reduziram dramaticamente a produção nacional e as receitas do governo, aumentaram a dívida externa e resultaram em talvez uns 3,8 milhões de vítimas, entre as vítimas diretas, as causadas pela fome e as devidas as doenças.

Economia da República Democrática do Congo
Economia da República Democrática do Congo
Cidadã da Republica Democratica do Congo
Moeda Franco congolês
Ano fiscal ano calendário
Blocos comerciais União Africana, OMC, SADC
Estatísticas
PIB 27,53 mil milhões (2012)
Variação do PIB 7,1% (2012)
PIB per capita 400 (2012)
PIB por setor agricultura 38.4%, indústria 25.9%, serviços 35.7% (2012)
Inflação (IPC) 16.7% (2007 est.)
População
abaixo da linha de pobreza
71% (2006)
Força de trabalho total 35,92 milhões (2012)
Força de trabalho
por ocupação
N/A
Desemprego N/A (2012)
Principais indústrias mineração (diamantes, ouro, cobre, cobalto, coltan, zinco), processamento de minérios, bens de consumo (incluindo têxteis, calçados, cigarros, alimentos industrializados e bebidas, cimento, reparos de navios comerciais
Exterior
Exportações 11 280 milhões (2012)
Produtos exportados diamantes, ouro, cobre, cobalto, produtos de madeira, petróleo bruto, café
Principais parceiros de exportação China 47.3%, Bélgica 15.4%, Finlândia 9.6%, Estados Unidos 8.1%, Zâmbia 4.4% (2008)
Importações 9 237 milhões (2012)
Produtos importados alimentoss, equipamentos de mineração e outras máquinas, equipamentos de transporte, combustíveis
Principais parceiros de importação África do Sul 28.4%, Bélgica 9.9%, Zâmbia 7.1%, Zimbabwe 6%, China 5.9%, Quênia 5%, França 4.6% (2008)
Dívida externa bruta 7 644 milhões (2012)
Finanças públicas
Receitas 3 383 milhões (2012)
Despesas 4 057 milhões (2012)
Fonte principal: [[1] The World Factbook]
Salvo indicação contrária, os valores estão em US$
Quinxassa vista de Brazavile, duas capitais separadas pelo rio Congo.

As empresas estrangeiras retraíram-se devido à incerteza quanto ao resultado dos conflitos, à falta de infraestruturas e ao difícil ambiente empresarial. A guerra intensificou o impacto de problemas básicos como uma moldura legal incerta, corrupção, inflação e falta de abertura nas políticas económicas e operações financeiras do governo. As condições melhoraram no fim de 2002 com a retirada de uma grande percentagem das tropas estrangeiras presentes no país. Algumas missões do FMI e do Banco Mundial reuniram-se com o governo para ajudá-lo a desenvolver um plano econômico coerente, e o presidente Joseph Kabila começou a implementar reformas. Muita da atividade econômica fica de fora dos dados do PIB. A região congolesa de Catanga possui alguns dos melhores depósitos mundiais de cobre e cobalto. Outras áreas do país possuem fontes ricas de minerais diversos, incluindo diamantes, ouro, ferro e urânio. Após anos de guerras, ditaduras e tumultos, porém, a infraestrutura do Congo ou está em ruínas ou é inexistente, e as operações de extração estão produzindo apenas uma fração de seu potencial.

Comércio exterior editar

Em 2020, o país foi o 94º maior exportador do mundo (US $ 7,5 bilhões). Na soma de bens e serviços exportados, chega a US $ 15,1 bilhões, ficando em 87º lugar mundial.[2][3] Já nas importações, em 2019, foi o 110º maior importador do mundo: US $ 6,6 bilhões.[4] Os Estados Unidos tem investido fortemente na economia do país, mais especificamente na mineração.[5]

Setor primário editar

Agricultura editar

 
Cultivo de mandioca.

A economia congolesa baseia-se na exploração de recursos minerais, sobretudo cobalto, cobre e diamantes, apesar do declínio experimentado pelo setor com os conflitos internos recentes. O país tem grande potencial hidrelétrico, além de abundância de recursos madeireiros e agrícolas (café, cacau, dendê). Entre 1991 e 2001, a situação econômica deteriorou-se progressivamente, com índice negativo de crescimento anual médio do PIB – menos 6,7 %. Em 2002, registrou-se crescimento de 3%, muito embora a desagregação experimentada pela economia nos últimos anos tenda a comprometer a confiabilidade dos dados macroeconômicos. Dessa forma, os dados numéricos apresentados a seguir são meramente indicativos.

A agricultura representava, em 2000, 55% do PIB, contrastando com uma participação de 25% em 1985. Antes dominado por grandes multinacionais, dedicadas aos cultivos de cacau, café e dendê, o setor baseia-se cada vez mais na agricultura de subsistência. O setor industrial encontra-se decadente, havendo-se reduzido sua participação no PIB de 33%, em 1980, para 11% em 2000. Como resultado da falta de investimentos, escassez de divisas e baixa demanda, o que restou do parque industrial congolês opera com mais de 60% de capacidade ociosa.

Estima-se que aproximadamente 70% da força de trabalho estão desempregados, sobrevivendo graças ao setor informal da economia que, além da agricultura de subsistência, inclui toda uma gama de atividades nas áreas de comércio, transportes e serviços em geral. Em 2000, o setor de serviços teria respondido por 34% do PIB.[6]

A República Democrática do Congo produziu, em 2018[7]:

Além de produções menores de outros produtos agrícolas, como café (29 mil toneladas), cacau (3,6 mil toneladas) e borracha natural (14 mil toneladas).[7]

Pecuária editar

Na pecuária, a República Democrática do Congo produziu, em 2019: 89 mil toneladas de carne de caça; 26 mil toneladas de carne suína; 20 mil toneladas de carne bovina; 16 mil toneladas de carne de cabra; 10 mil toneladas de carne de frango; 7,9 milhões de litros de leite de vaca, entre outros.[8]

Setor secundário editar

Indústria editar

O Banco Mundial lista os principais países produtores a cada ano, com base no valor total da produção. Pela lista de 2019, a República Democrática do Congo tinha a 69ª indústria mais valiosa do mundo (US $ 10,0 bilhões).[9]

Mineração editar

Em 2019, o país era o maior produtor mundial de cobalto,[10] o maior produtor mundial de tântalo,[11] o 4º maior produtor mundial de cobre[12] e o 7º maior produtor mundial de estanho.[13]

Na produção de ouro, entre 2015 e 2017, o país produziu 37 toneladas por ano.[14]

Energia editar

Nas energias não-renováveis, em 2020, o país era o 63º maior produtor de petróleo do mundo, extraindo 23 mil barris/dia.[15] Em 2011, o país consumia 10 mil barris/dia (152º maior consumidor do mundo) [16][17][15] Em 2015, a República Democrática do Congo era o 94º maior produtor mundial de gás natural, com uma produção quase nula.[18]

Nas energias renováveis, em 2020, a República Democrática do Congo não tinha energia eólica nem energia solar.[19]

Ver também editar

Referências

Ligações externas editar