Fidesz - União Cívica Húngara
O Fidesz - União Cívica Húngara (em húngaro: Fidesz - Magyar Polgári Szövetség) é um partido político nacional-conservador[5][6] e populista[7] da Hungria. Atualmente, é o maior partido húngaro.[8]
Fidesz - União Cívica Húngara Fidesz - Magyar Polgári Szövetség
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---|---|
Presidente | Viktor Orbán |
Fundação | 30 de março de 1988 (35 anos) |
Sede | Budapeste, ![]() |
Ideologia | |
Espectro político | 1994-Atual: Direita a extrema-direita 1988-1994: Centro |
Ala de juventude | Fidelitas |
Afiliação internacional | 2000-Atual: • Internacional Democrata Centrista • União Democrata Internacional 1992-2000: • Internacional Liberal |
Afiliação europeia | 2004-2021: Partido Popular Europeu |
Grupo no Parlamento Europeu | 2004-2021: Grupo do Partido Popular Europeu |
Assembleia Nacional | 120 / 199 |
Parlamento Europeu | 12 / 21 |
Cores | Laranja |
Página oficial | |
fidesz.hu | |
O Fidesz foi fundado em 1988 com o nome de União dos Jovens Democratas (em húngaro: Fiatal Demokraták Szövetsége) por jovens estudantes, sendo nos seus primeiros anos de existência, um partido liberal que fazia oposição ao governo Marxista-Leninista da época. Foi registrado em 1990, tendo Viktor Orbán como seu líder. Em 1992, foi aceito na Internacional Liberal. Até 1993, só podiam filiar-se pessoas com menos de 35 anos. Apesar de ter conseguido entrar para Assembleia Nacional em 1990, o Fidesz perdeu dois assentos nas eleições legislativas de 1994. Depois das eleições, passou a adotar o conservadorismo liberal, levando seus membros liberais clássicos a o deixarem. Posteriormente, procurou criar uma conexão com outros partidos conservadores e, nas eleições de 1998, formou um governo de centro-direita. No início dos anos 2000, passou a adotar o nacionalismo mas sua popularidade caiu devido escândalos de corrupção. Entre 2002 e 2010 serviu como oposição, tendo, nesse período, formado uma coalizão com o Partido Popular Democrata-Cristão.
No pleito de 2010, com a impopularidade do então primeiro-ministro Ferenc Gyurcsány, o Fidesz foi reeleito depois de 8 anos. De volta como governo, adotou políticas de caráter nacional-conservador e crítico da UE. Em 2011, com a reforma da Constituição Húngara feita pelo governo Orbán, se consolidou no poder e estabeleceu, segundo muitos analistas internacionais, um regime de "democracia controlada" no país.[9][10] Sua maioria na Assembleia permaneceu mesmo após as eleições de 2014 e, seguindo a crise migratória na Europa, o Fidesz passou a usar uma retórica contrária à imigração.
Atualmente, é uma sigla socialmente conservadora,[6][11] populista[12][13][14] e democrata-cristã em termos de economia, chegando a ser descrita como economicamente nacionalista,[15] ainda que alvo de críticas e protestos por permitir a abertura da Hungria para projetos de países como a China,[16][17][18] os quais são acusados de beneficiar os interesses estrangeiros em vez dos próprios húngaros.
É membro da Internacional Democrata Centrista e da União Democrata Internacional.
Resultados EleitoraisEditar
Eleições legislativasEditar
Data | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | Status |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1990 | 5.º | 439,481 | 8,95 / 100 |
22 / 386 |
Oposição | ||
1994 | 6.º | 379,295 | 7,0 / 100 |
1,93 | 20 / 386 |
2 | Oposição |
1998 | 1.º | 1,263,522 | 28,18 / 100 |
21,18 | 148 / 386 |
128 | Governo |
2002 | 2.º | 2,306,763 | 41,07 / 100 |
13,89 | 164 / 386 |
16 | Oposição |
2006 | 2.º | 2,272,979 | 42,03 / 100 |
0,96 | 141 / 386 |
23 | Oposição |
2010 | 1.º | 2,706,292 | 52,73 / 100 |
10,7 | 227 / 386 |
86 | Governo |
2014 | 1.º | 2,264,486 | 44,87 / 100 |
7,86 | 117 / 199 |
110 | Governo |
2018 | 1.º | 2,824,206 | 49,27 / 100 |
4,40 | 117 / 199 |
0 | Governo |
2022 | 1.° | 2,794,052 | 53,59 / 100 |
4,32 | 119 / 199 |
2 | Governo |
Eleições europeiasEditar
Data | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
2004 | 1.º | 1,457,750 | 47,4 / 100 |
12 / 24 |
||
2009 | 1.º | 1,632,309 | 56,36 / 100 |
9 | 14 / 22 |
2 |
2014 | 1.º | 1,193,991 | 51,48 / 100 |
4,8 | 12 / 21 |
2 |
2019 | 1.º | 1,824,220 | 52,56 / 100 |
1,1 | 13 / 21 |
1 |
Notas
- ↑ Tratando-se de economia, o Fidesz é adepto de um modelo de economia mista descrito como democrata-cristão. Contudo, o uso do termo é contestado por, por exemplo, o Partido Popular Europeu, que acusa o Fidesz de ter se distanciado dos valores liberais da democracia cristã.[4]
Referências
- ↑
- Barber, Tony (9 de outubro de 2018). «Trust in Europe's illiberal governments grows» (em inglês). Financial Times. Consultado em 21 de janeiro de 2022
- Foster, Peter (29 de maio de 2019). «A 'climate of fear': Hungary, inside a dying democracy propped up by the EU» (em inglês). Consultado em 21 de janeiro de 2022
- ↑ «Euroszkepticizmus Magyarországon» (PDF) (em húngaro). Policy Solutions. Consultado em 21 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 6 de setembro de 2015
- ↑
- «Euroszkepticizmus Magyarországon» (PDF) (em húngaro). Policy Solutions. Consultado em 21 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 6 de setembro de 2015
- «Fidesz» (em húngaro). Vokskabin. Consultado em 21 de janeiro de 2022
- ↑
- «Our Mission». fidesz.hu (em inglês). Consultado em 21 de janeiro de 2022
- Bakke, Elisabeth (18 de fevereiro de 2010). Central and Southeast European Politics since 1989 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press
- Vieira, Maria Clara (28 de novembro de 2021). «Hungria: conservadora nos costumes, estatista na economia e amiga da Russia: A Hungria de Orban». Gazeta do Povo. Consultado em 4 de agosto de 2022
- «Stars and soggy bottoms». Europe.view (em inglês). Consultado em 4 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 20 de setembro de 2020
- «Így kormányozták a magyar gazdaságot» (em húngaro). 12 de fevereiro de 2012. Consultado em 4 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 13 de fevereiro de 2012
- «Kétéves költségvetés készül a PM-ben». Origo (em húngaro). 31 de julho de 2001. Consultado em 4 de agosto de 2022
- ↑ Nordsieck, Wolfram (2018). «Hungary». Parties and Elections in Europe (em inglês)
- ↑ a b Hloušek, Vít; Kopeček, Lubomír (2010), Origin, Ideology and Transformation of Political Parties: East-Central and Western Europe Compared (em inglês), Ashgate
- ↑ Bakke, Elisabeth (2010), «Central and East European party systems since 1989», ISBN 9781139487504, Cambridge University Press, Central and Southeast European Politics Since 1989 (em inglês), p. 79
- ↑ Bayer, Lili (10 de abril de 2018). «Orbán poised to tighten grip on power». Politico (em inglês)
- ↑ Krugman, Paul. «Hungary's Constitutional Revolution». The New York Times (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2015
- ↑ «Documents by opinions and studies». venice.coe.int (em inglês). Comissão de Veneza. Consultado em 26 de agosto de 2015
- ↑ Ramet, Sabrina P. (18 de fevereiro de 2010). Central and Southeast European Politics since 1989 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9781139487504
- ↑ «Orban leads Fidesz to third election win as far-right party makes gains». The Japan Times Online (em inglês). 7 de abril de 2014. ISSN 0447-5763
- ↑ Hockenos, Paul (1 de abril de 2022). «The Secrets to Viktor Orban's Success». Foreign Policy (em inglês). Consultado em 11 de agosto de 2022
- ↑ «Hungary: Populism or politics?». CIDOB (em inglês). Consultado em 11 de agosto de 2022
- ↑ Bakke, Elisabeth (18 de fevereiro de 2010). Central and Southeast European Politics since 1989 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press
- ↑ «Milhares protestam na Hungria contra abertura de campus de universidade chinesa». CNN Brasil. 6 de junho de 2021. Consultado em 21 de janeiro de 2022
- ↑ «Milhares protestam na Hungria contra universidade chinesa». DW. 6 de junho de 2021. Consultado em 21 de janeiro de 2022
- ↑ «Hungria estreita ligações comerciais com a China». Euronews. 5 de maio de 2021. Consultado em 21 de janeiro de 2022