Klaus Kinski
Klaus Kinski | |
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Klaus Kinski no Festival de Cannes na década de 1980 | |
Nome completo | Nikolaus Günter Karl Nakszynski |
Nascimento | 18 de outubro de 1926 Sopot, ![]() |
Nacionalidade | ![]() |
Morte | 23 de novembro de 1991 (65 anos) Califórnia, Estados Unidos |
Ocupação | ator |
Outros prêmios | |
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Página oficial IMDb: (inglês) |
Klaus Kinski (nascido Klaus Günter Karl Nakszynski; Zoppot, 18 de outubro de 1926 – Lagunitas-Forest Knolls, 23 de novembro de 1991)[1] foi um ator alemão. Apareceu em mais de 130 filmes, e celebrizou-se por protagonizar filmes do diretor Werner Herzog.
Índice
BiografiaEditar
Klaus Kinski nasceu como quarto filho do farmacêutico Bruno Nakszyński e sua mulher, a enfermeira Susanne Nakszyński, em Zoppot, que na época fazia parte da Cidade Livre de Danzig. Em 1930/31, devido à Grande Depressão, a família mudou-se para Berlim, onde Kinski frequentou o Prinz-Heinrich-Gymnasium em Berlim-Schöneberg e sua família naturalizou-se alemã. Teve uma infância e juventude atribuladas. Desde cedo se mostrou empreendedor e desembaraçado.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o jovem Kinski foi convocado para a Wehrmacht e serviu na Frente Occidental nos Países Baixos. Kinski deserta e rende-se às tropas britânicas, passando a maior parte da guerra como prisioneiro de guerra. Foi no campo de prisioneiros que descobriu seu talento de ator, representando para os outros prisioneiros.[2] Após a guerra, decide retornar à Alemanha Ocidental em vez da Polônia devido ao regime comunista lá instalado. Ao retornar, descobre que seu pai morrera durante a guerra e que sua mãe fora morta em um bombardeio na cidade de Berlim.
Na Alemanha, Kinski estudou teatro sob vários mestres, mas era sobretudo um autodidata. Tornou-se famoso como recitador de textos de Shakespeare, Oscar Wilde, Arthur Rimbaud, Charles Baudelaire ou François Villon. Trabalhou no teatro e em 1948 estreou no cinema, desempenhando um pequeno papel no filme Morituri. Tornou-se ator do emergente cinema alemão do pós-guerra e no início dos anos 60 a sua carreira internacionalizou-se, tendo participado no filme Doutor Jivago, de David Lean, em Western spaghettis e em inúmeros filmes B.
Durante a sua carreira, Kinski teve propostas de realizadores como Federico Fellini, Pier Paolo Pasolini, Luchino Visconti ou Steven Spielberg, mas, segundo ele, recusava quase sempre a favor de papéis em filmes de realizadores menores ou medíocres, que lhe pagassem melhor e lhe dessem menos incómodo. No entanto, essas recusas deviam-se, provavelmente, ao fato de Kinski não querer trabalhar com realizadores com personalidades tão fortes quanto a sua, que o pudessem ofuscar ou, de alguma forma, subjugar.[carece de fontes] Porém Kinski trabalhou com nomes grandes e com personalidades tão fortes quanto a sua como Werner Herzog e David Lean.
A sua reputação internacional foi obtida depois de cinco colaborações com o cineasta Werner Herzog nos filmes Aguirre, der Zorn Gottes (1972), Woyzeck (baseado na peça de Georg Büchner) (1979), Nosferatu: Phantom der Nacht (1979), Fitzcarraldo (1982) e finalmente Cobra Verde (1987). Em 1989 Kinski foi também realizador do filme Kinski Paganini.
A personalidade Kinski era bastante pitoresca e controversa. Era uma vedeta caprichosa e difícil e as suas violentas explosões coléricas, por motivos insignificantes, tornaram-se lendárias. Era o terror dos realizadores e produtores. Por outro lado, era um Don Juan insaciável e chegava a querer participar num filme só para ter oportunidade de seduzir determinada atriz[carece de fontes]. Não era um ator camaleónico ou minimalista ou que pudesse representar vários tipos de personagens. A sua personalidade forte sobressaía e representava quase sempre personagens do tipo dostoievskiano: atormentados, fanáticos, violentos, obcecados, intensos, criminosos, apaixonados ou loucos.
Em 1975, publicou sua rabelaisiana autobiografia Ich bin so wild nach deinem Erdbeermund [3], onde relata a sua vida intensa e atormentada, as suas ardentes e inúmeras paixões e aventuras eróticas, e onde também revela a sua personalidade excessiva e algo fantasiosa.
Foi casado quatro vezes e pai de três filhos, Pola, Natassja e Nikolai Kinski. O ator morreu em 23 de Novembro 1991, com a idade de 65 anos em sua propriedade em Lagunitas, Califórnia de um problema de coração. Acordo com seus desejos, seu corpo foi cremado e suas cinzas espalhadas em San Francisco, no Pacífico.[4]
Em Janeiro de 2013, a filha mais velha, a atriz Pola Kinski, afirma em um livro de memórias que seu pai abusou sexualmente dela frequentemente durante sua infância e adolescência.[5]
CarreiraEditar
CinemaEditar
- Morituri (1947)
- Ludwig II (1955)
- Der Rächer (1960)
- Die toten Augen von London (1961)
- Das Geheimnis der gelben Narzissen (1961)
- Die seltsame Gräfin (1961)
- Das Rätsel der roten Orchidee (1961/62)
- Scotland Yard jagt Dr. Mabuse (1962)
- Die Tür mit den sieben Schlössern (1962)
- Das Gasthaus an der Themse (1962)
- Der Zinker (1963)
- Der schwarze Abt (1963)
- Das indische Tuch (1963)
- Die Gruft mit dem Rätselschloß (1964)
- Winnetou 2. Teil (1964)
- Das Verrätertor (1964)
- Neues vom Hexer (1965)
- Doctor Zhivago (1965)
- For a Few Dollars More (1965)
- Gern hab’ ich die Frauen gekillt (1966)
- Il Grande Silenzio (1968)
- E dio disse a caino (1970)
- Aguirre, der Zorn Gottes (1972)
- O retorno de Clint o estranho (1975)
- Un Genio, Due Compari, Un Pollo (1975)
- Nosferatu: Phantom der Nacht (1978)
- Woyzeck (1979)
- Fitzcarraldo (1981)
- Cobra Verde (1987)
- Kinski Paganini (1989)
- Mein liebster Feind (1999)
Prêmios e indicaçõesEditar
PrêmiosEditar
- Melhor ator: 1979
Festival Internacional de Cinema de Cartagena
- Melhor ator: 1980
- Melhor ator: 1980
Livros publicadosEditar
- Klaus Kinski (1975): Ich bin so wild nach deinem Erdbeermund (Autobiographie). München, Rogner & Bernhard. ISBN 3807700501
- Klaus Kinski (1991): Ich brauche Liebe (Autobiographie). München, Heyne. ISBN 3-453-04579-3
- Klaus Kinski (1992): Paganini. (Autobiographie). München, Heyne. ISBN 2-453-05637-X
- Hilmar Hoffmann, Walter Schobert (Hrsg.) (2001): Ich, Kinski. Frankfurt am Main. ISBN 3-88799-063-3
- Peter Reichelt, Ina Brockmann (Hrsg.) (2001): Klaus Kinski: Ich bin so wie ich bin. München, Deutscher Taschenbuch Verlag. ISBN 3-423-30840-0
- Christian David (2006): Kinski. Die Biografie. Berlin, Aufbau-Verlag. ISBN 3-351-02647-1
- Klaus Kinski, Peter Geyer (2006): Jesus Christus Erlöser und Fieber - Tagebuch eines Aussätzigen. Frankfurt, Suhrkamp. ISBN 3518458132
- Peter Geyer (2006): Klaus Kinski - Leben, Werk, Wirkung Frankfurt, Suhrkamp. ISBN 351818220X
Referências
- ↑ Atestado de nascimento - Klaus-Kinski.de
- ↑ Wise & Baron 2002, pg. 106
- ↑ Literalmente, "Sou louco pela tua boca de morango", verso de um poema de François Villon, recitado frequentemente por Kinski. O livro foi retirado do mercado por motivos legais e só voltaria a ser reeditado (revisto e aumentado) em 1991, sob o título Ich brauche Liebe [Eu Preciso de Amor] (há tradução inglesa e espanhola desta obra: Kinski Uncut, Bloomsbury, 1997, e Yo Necesito Amor, Tusquets, Barcelona, 1995, respectivamente).
- ↑ http://www.nytimes.com/1991/11/27/movies/klaus-kinski-65-actor-known-for-his-portraits-of-the-obsessed.html
- ↑ http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/filha-do-ator-klaus-kinski-o-acusa-de-abuso-sexual