Tonna galea
Tonna galea (denominada, em inglês, tun shell[3], giant tun[4][5][6], giant Pacific tun[3] ou giant tun shell[7]; este termo, "tun", traduzido para o português, significando "tonel"[8]; também denominada caracola tonel ou caracol tonel, em castelhano; cargol bóta, em catalão; elmo, em italiano; tonne cannelée ou dólium geant, em francês; große fassschnecke ou Pazifische riesenfassschnecke, em alemão; kërmilli gaviç, em albanês; velika bačvara, em servo-croata[3][9]; puž bačvaš, em croata[10]; Μπουχόνα, Μπουρού ou Κοχύλα, em grego moderno; スジウズラガイ, em japonês[3]; na região sul do Brasil, no Paraná, denominada búzio)[11] é uma espécie de molusco gastrópode, marinha e predadora, pertencente à família Tonnidae da ordem Littorinimorpha, na subclasse Caenogastropoda; classificada por Carolus Linnaeus, em 1758, e nomeada Buccinum galea; descrita em sua obra Systema Naturae[2] e sendo a espécie-tipo do gênero Tonna.[1] No mesmo ano Linnaeus também descrevera Tonna olearium, do Pacífico Ocidental[2][5], agora considerada um sinônimo de Tonna galea.[2]
Tonna galea | |||||||||||||||||
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Ilustração de T. galea, proveniente da obra de Niccolò Gualtieri e datada do ano de 1742.
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Estado de conservação | |||||||||||||||||
Pouco preocupante | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Tonna galea (Linnaeus, 1758)[2] | |||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||
Buccinum galea Linnaeus, 1758 Cadium galea (Linnaeus, 1758) Cadus galea (Linnaeus, 1758) Dolium galea (Linnaeus, 1758) Buccinum olearium Linnaeus, 1758 Tonna olearium (Linnaeus, 1758) Dolium tenue Menke, 1830 Dolium antillarum Mörch, 1877 Dolium epidermata de Gregorio, 1884 Dolium tardina de Gregorio, 1884 Dolium galeatum Locard, 1886 (WoRMS)[2] |
Descrição da concha e hábitos
editarConcha inflada, globosa-ovalada, leve e um tanto frágil, com espiral baixa e normalmente de dimensões médias a grandes, podendo atingir tamanho superior a 30 centímetros de comprimento, com grande volta terminal e abertura ampla, além de apresentar tonalidade geralmente castanha a amarelada, coberta por um perióstraco, e com suturas (junções entre as voltas de sua espiral) profundas; dotada de um relevo muito esculpido de chanfraduras, ou cordões, em espiral, mas não possuindo varizes. Columela sem pregas e geralmente indistinta do restante do relevo da concha. Abertura de tonalidade branca e com lábio externo fino ou apenas levemente expandido e dentado, por conta do relevo da superfície da concha. Canal sifonal curto, resumindo-se a uma ondulação, umbilicado. Opérculo apenas na fase jovem. Protoconcha bastante grande e de tonalidade purpureada.[4][5][9][12][13][14][15][16]
É encontrada em águas profundas da zona nerítica[7][13] (Rios cita entre 5 e 80 metros de profundidade), em recifes de coral ao largo da costa, baías e enseadas, particularmente em habitats rochosos, com areia e conchas, onde possam se alimentar de pepinos-do-mar, moluscos Bivalvia e outros animais.[6][14]
Descrição do animal
editarO animal de Tonna galea tem um pé muito grande[16], mosqueado[17], curto e largo. A cabeça, distinta, tem dois tentáculos curtos, que contêm os seus olhos. A sua probóscide é altamente desenvolvida e flexível.[16]
Distribuição geográfica
editarDevido à distribuição de suas larvas planctônicas, de longo período de desenvolvimento[13][14], Tonna galea ocorre de maneira quase cosmopolita nos oceanos Atlântico, Índico (onde é quase ausente) e Pacífico; da Carolina do Norte ao Texas, nos Estados Unidos; México, Costa Rica, Belize, Grandes Antilhas, Pequenas Antilhas, leste da Colômbia e Venezuela, entre o golfo do México e o mar do Caribe; Suriname e Brasil (do Pará até o Rio Grande do Sul); ilha de Ascensão até África do Sul, Angola, Gabão, África Ocidental, norte de África; até oeste do mar Mediterrâneo, em Portugal, Espanha, Grécia, Tunísia; Cabo Verde, Canárias, Açores, Madeira; e na região do Indo-Pacífico, no sudeste da África e do Japão e Taiwan até Filipinas e Indonésia, no Pacífico Ocidental, onde recebera a denominação de Tonna olearium.[7][9][14][18][19] Esta espécie pode ser encontrada nos sambaquis brasileiros, tendo sua importância arqueológica estudada como um objeto usado em acompanhamentos funerários, quando suas conchas estão inteiras.[20] Também está listada como espécie pouco preocupante (LC) no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, publicado em 2018 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, com a conclusão desta avaliação feita em 2012.[21]
Uso humano
editarAo longo da costa da Grécia foi verificado, no passado, o armazenamento de azeite em grandes conchas de Tonna galea.[22]
Ligações externas
editar- Duas vistas da concha de Tonna galea (Tonna olearium) (Taiwan), no Flickr, por Pei-Jan Wang.
- Duas vistas da concha de Tonna galea (Canárias), no Flickr, por Pei-Jan Wang.
- Duas vistas da concha de Tonna galea (Brasil), no Flickr, por Pei-Jan Wang.
Referências
- ↑ a b «Tonna Brünnich, 1771» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 3 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c d e f «Tonna galea (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 3 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c d «Tonna galea (Linnaeus, 1758) vernaculars» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 8 de novembro de 2021
- ↑ a b ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 118. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
- ↑ a b c WYE, Kenneth R. (1989). The Mitchell Beazley Pocket Guide to Shells of the World (em inglês). London: Mitchell Beazley Publishers. p. 77. 192 páginas. ISBN 0-85533-738-9
- ↑ a b «Tonna galea (Linnaeus, 1758) giant tun» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 3 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c CAMPBELL, Andrew C.; NICHOLLS, James (1980). The Hamlyn Guide to the Seashore and Shallow Seas of Britain and Europe (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 156. 320 páginas. ISBN 0-600-34019-8
- ↑ «tun» (em inglês). Google Tradutor. 1 páginas. Consultado em 3 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 158. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3
- ↑ Tomić, Hrvoje (24 de julho de 2006). «Tonna galea - Puž Bačvaš - Giant Tun» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 28 de dezembro de 2022
- ↑ ABSHER, Theresinha Monteiro; FERREIRA JUNIOR, Augusto Luiz; CHRISTO, Susete Wambier (2015). Conchas de Moluscos Marinhos do Paraná (PDF). Curitiba - PR: Museu de Ciências Naturais - MCN - SCB - UFPR. p. 14. 20 páginas. ISBN 978-85-66631-18-0. Consultado em 22 de março de 2021. Arquivado do original (PDF) em 9 de junho de 2021
- ↑ FERRARIO, Marco (1992). Guía del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 104. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X
- ↑ a b c DANCE, S. Peter (2002). Smithsonian Handbooks: Shells. The Photographic Recognition Guide to Seashells of the World (em inglês) 2ª ed. London, England: Dorling Kindersley. p. 88. 256 páginas. ISBN 0-7894-8987-2
- ↑ a b c d RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 83-84. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2
- ↑ «Tonna (Galea complex) galea» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 2 de fevereiro de 2021. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021.
Size 100 - 315 mm.
- ↑ a b c SABELLI, Bruno; FEINBERG, Harold S. (1980). Simon & Schuster's Guide to Shells. An Easy-to-Use Field Guide, With More Than 1230 Illustrations (em inglês). New York: Simon & Schuster. p. 192. 512 páginas. ISBN 0-671-25320-4
- ↑ Mantadakis, Stelios (9 de setembro de 2017). «Tonna galea» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 3 de fevereiro de 2021
- ↑ «Tonna galea (Linnaeus, 1758) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 3 de fevereiro de 2021
- ↑ «Tonna galea brasiliana (Mörch, 1877)». Conquiliologistas do Brasil. 1 páginas. Consultado em 3 de fevereiro de 2021
- ↑ SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 185. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3
- ↑ Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (PDF). Volume 1. Brasília: ICMBio/MMA. p. 467. 492 páginas. ISBN 978-85-61842-79-6. Consultado em 8 de novembro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 11 de julho de 2019
- ↑ COX, James A. (1979). Les Coquillages. dans la nature et dans l'art (em francês). Paris: Librairie Larousse. p. 120. 252 páginas. ISBN 2-03-517101-6