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Raul Seixas
Informação geral
Nome completo Raul Santos Seixas
Também conhecido(a) como Raulzito
Nascimento 28 de junho de 1945
Origem Salvador, Bahia
País  Brasil
Gênero(s) MPB, Rock n' roll, Country, Blues rock, Forró, Baião
Instrumento(s) Vocal, Guitarra e Violão
Período em atividade 1968 - 1989
Gravadora(s) EMI, Discos CBS, Philips/Phonogram, Som Livre e Warner Musics
Afiliação(ões) Os Panteras, Paulo Coelho, Zé Ramalho e Marcelo Nova
Página oficial www.raulseixas.com.br

Raul Santos Seixas (28 de junho, 194521 de agosto, 1989) foi um famoso cantor e compositor brasileiro, frequentemente considerado o pioneiro do BRock e conhecido por suas canções que abrangem o misticismo e o oculto. Raul Seixas também foi produtor musical da CBS durante sua estadia no Rio de Janeiro. Ele às vezes é chamado de "Pai do Rock Nacional" e "Maluco Beleza".

Sua obra musical é composta de 21 discos lançados em seus 20 anos de carreira—seu estilo musical é tradicionalmente classificado como rock and roll e baião, e de fato conseguiu unir ambos os gêneros em músicas como "Let Me Sing, Let Me Sing " e "As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor". Seu álbum de estreia foi Raulzito e os Panteras (1968), produzido quando ele integrava o grupo de Salvador Os Panteras, mas só ganhou notoriedade crítica e de público com as músicas de Krig-Ha, Bandolo! (1973), como "Ouro de Tolo", "Mosca na Sopa", "Metamorfose Ambulante". Raul Seixas adquiriu um estilo musical que o creditou de "contestador e místico", e isso se deve fundamentalmente aos objetivos que ele visava atingir através de alguns ideais como a Sociedade Alternativa apresentada em Gita (1974).

Raul se interessava por filosofia (principalmente metafísica e ontologia), psicologia, história, literatura e latim e algumas crenças dessas correntes foram muito aproveitadas em sua obra, que possuía uma recepção boa ou de curiosidade por conta disso.[1] Ele conseguiu gozar de uma audiência relativamente alta durante sua vida, e mesmo nos anos 80 continuou produzindo álbuns que venderam bem, como Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! (1987) e A Panela do Diabo (1989), esse último em parceria com Marcelo Nova, e sua obra musical tem aumentado continuamente de tamanho, na medida que seus discos (principalmente álbuns póstumos) continuam a ser vendidos, tornando-o um símbolo do rock do país e um dos artistas mais cultuados e queridos entre os fãs nos últimos quarenta anos.

Em Outubro de 2008, a revista Rolling Stone Brasil promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Raul Seixas figurando a posição 19ª, encabeçando nomes como Milton Nascimento, Maria Bethânia, Heitor Villa-Lobos e outros.[2] No ano anterior, a mesma revista promoveu a Lista dos Cem Maiores Discos da Música Brasileira, onde seu Krig-Ha, Bandolo! de 1973 atingiu a 12ª posição,[3] demonstrando que o vigor musical de Raul Seixas continua a ser considerado importante hoje em dia.

Biografia editar

Primeiros anos editar

Infância editar

“Quando eu era guri, lá na Bahia, música para mim era uma coisa secundária. O que me preocupava mesmo eram os problemas da vida e da morte, o problema do homem, de onde vim, para onde vou (...)”

— Raul Seixas[5]

Raul Santos Seixas nasceu às 8 horas da manhã em 28 de Junho de 1945 numa família de classe média baiana que vivia na Avenida Sete de Setembro, Salvador.[6] Seu pai, Raul Varella Seixas, era engenheiro da estrada de ferro e sua mãe, Maria Eugênia Santos Seixas, se dedicava às atividades domésticas.[6] No próximo mês ele foi registrado no Cartório de Registro Civil de Salvador com o nome do pai e do avô paterno. Em 16 de setembro do mesmo ano, batizaram-no na Igreja Matriz da Boa Viagem.[6]

Em 4 de dezembro de 1948, Raul Seixas ganhou um irmão, o único, Plínio Santos Seixas, com quem teria um bom relacionamento durante sua infância.[6] Os estudos de Raul Seixas começaram em 1952, onde frequentou o curso primário estudando com a professora Sônia Bahia.[6] Concluído o curso em 1956, fundou o Club dos Cigarros com alguns amigos.[6] O trágico percurso escolar de Raul Seixas se iniciaria em 1957, quando ele ingressou no ginásio Colégio São Bento, onde foi reprovado na 2ª série por três anos.[7] Um dos motivos da reprovação, segundo alguns biógrafos, é que ele, em vez de ir assistir as aulas, ouvia rock and roll — em seus primórdios — na loja Cantinho da Música.[7] No mesmo ano, em 13 de Julho, Raul Seixas fundou o Elvis Rock Club com o amigo Waldir Serrão.[7] Segundo a jornalista Ana Maria Bahiana, é através de Serrão que Raul Seixas começou a sair de casa e a manter uma vida social mais ampla.[8] Segundo Raul, o encontro com Waldir foi fantástico: "me preparei todo, botei a gola pra cima, botei o topete, engomei o cabelo, e fiquei esperando ele, masclando chiclete".[9] O Elvis Rock Club era como uma gangue, que procurava brigas na rua, fazia arruaça, roubava bugigangas e quebrava vidraças.[8] Embora Raul não gostasse muito disso, "ia na onda, pois o rock (pelo menos ao meu ver) tinha toda uma maneira de ser".[8]

“Eu já passei por todas as religiões, filosofias, políticas e lutas, e aos onze anos de idade eu já desconfiava da verdade absoluta.”

— Raul Seixas[11]

Então, a família resolveu matricular Raul num colégio de padres, o Colégio Interno Marista, onde ele alcançou a 3ª série em 1960, mas acabou repetindo o estágio em 1961.[7] Ao que tudo indica, nessa época Raul Seixas começou a se interessar pela leitura.[7] O pai de Raul Seixas amava os livros e possuía uma biblioteca em casa.[12] Tão logo decifrou o mistério das letras, o garoto pôs-se a ler os volumes que encontrava na biblioteca do pai Raul.[12] Sendo assim, as histórias que lia na biblioteca fermentavam sua imaginação e, com os cadernos do colégio, fazia desenhos, criava personagens, enredos, para depois vender ao irmão quatro anos mais novo, que acabava ficando interessado e comprava os esboços.[13] Segundo Raul, um dos personagens principais dessas histórias era um cientista maluco chamado "Mêlo" (algo como "amalucado"), que viajava para diversos lugares imáginarios como o Nada, o Tudo, Vírgula Xis Ao Cubo, Oceanos de Cores.[14] Segundo Raul, Melô era sua "outra parte, a que buscava as respostas, o eu fantástico, viajando fora da lógica em uma maquinazinha em que só cabia um só passageiro... Melô-eu."[14] Plínio ficava horas ouvindo o irmão contar suas histórias, dentro do quarto dos dois, e Raul frequentemente encenava os personagens como um ator.[14]

Ambos os irmãos tinham algo em comum: adoravam literatura, mas odiavam a escola.[13] Mais tarde, já maduro, Raul Seixas diria: "Eu era um fracasso na escola. A escola não me dizia nada do que eu queria saber. Tudo o que aprendia era nos livros, em casa ou na rua. Repeti cinco vezes a segunda série do ginásio. Nunca aprendi nada na escola. Minto. Aprendi a odiá-la."[15] De um modo ou de outro, Raul Seixas precisava frequentar a escola vez ou outra. Em uma determinada ocasião, o pai perguntou a Raul como ele ia na escola e pediu seu boletim. Raul mostrou um boletim falsificado, com todas as matérias resultando em um 10.[16] O pai questionava se ele havia estudado, mas Maria Eugênia interrompia, dizendo algo como "Estudou nada, ficou aí ouvindo rock o tempo inteiro, essa porcaria desse béngue-béngue, de élvis préji, de líri ríchi e gritando essas maluquices."[17] Os pais de Raul, como toda a geração da época, estranhavam o rock e ele não era muito bem-vindo entre as famílias.[17]

Os Panteras editar

Embora Raul mantivesse um gosto muito sincero pela música, seu sonho maior era ser escritor como Jorge Amado. Na sua cidade, escutavam Luís Gonzaga todos os dias, nas praças, nas casas, em todos os estabelecimentos. Fundido com o sonho de viver da literatura, ele tinha um interesse por ser cantor também. Perto da casa de Raul, havia

Rumo ao sudeste editar

Novamente Rio de Janeiro editar

Sociedade da Grã-Ordem Kavernista e demissão editar

Paulo Coelho e Krig-Ha, Bandolo! editar

"Sociedade Alternativa" editar

Exílio e retorno editar

Gibis-manifestos editar

Encontro com Lennon e Lewis editar

Gita e outros álbuns editar

Últimos anos editar

Plunct Plact Zummm e A Panela do Diabo editar

Morte editar

Pontos de vista editar

Religião editar

Política editar

Televisão editar

Reputação editar

Gênero editar

Legado editar

Discografia editar

Álbuns de estúdio editar

Álbuns póstumos editar

Álbuns ao vivo editar

Caixas editar

  • 1995 - Série Grandes Nomes: Raul (Caixa com 4 CDs e livreto ilustrado)
  • 2002 - Maluco Beleza (Caixa com 6 CDs e livro ilustrado)

Notas editar

  1. Pereira (?), p. 36
  2. Da Redação. "Five Revista Rolling Stone Brasil elege os nomes mais importantes da MPB". Abril. Acesso: 1 de Janeiro, 2009.
  3. Rolling Stone, "Os 100 maiores discos da Música Brasileira", Outubro de 2007, edição nº 13, p. 109. Segundo a revista, os critérios eram: "valor artístico intrínseco e importância histórica, ou seja, quanto o álbum influenciou outros artistas".
  4. Bahiana (1975), p.13
  5. Bahiana (1975), p.13
  6. a b c d e f Passos (2007), p.63
  7. a b c d e Passos (2007), p. 64
  8. a b c Bahiana (1975), p.18
  9. Bahiana (1975), p.17-18
  10. Frase da canção As aventuras de Raul Seixas na cidade de Thor, citado em Reys (1976), p.107
  11. Frase da canção As aventuras de Raul Seixas na cidade de Thor, citado em Reys (1976), p.107
  12. a b Pereira (?), p.19
  13. a b Pereira (?), p.20
  14. a b c Bahiana (1975), p.13
  15. Celso Fernandes Araújo, "Trívia". Acesso: 2 de Janeiro, 2009
  16. Bahiana (1975), p.15
  17. a b Bahiana (1975), p.16

Referências editar

Fontes primárias editar

  • Pereira, Fabiana Santos (?). Subjetividade Alternativa: O Discurso na Obra de Raul Seixas e Sua Representação pelo Jornalismo, Universidade Católica de Brasília.
  • Vaquer, Gray (1972). Eu Sou Eu, Sem mais informações.
  • Sem nome (1973). O Grito de Guerra, O Pasquim.
  • Bahiana, Ana Maria (1975). Eu em Noites de Sol, "20 Anos de Rock", Release.
  • Bahiana, Ana Maria (1975). O Aprendiz de Feiticeiro, o Demolidor, "A Glória", Revista Rock.
  • Caramey, Carlos (1975). Eu sou o meu país, Pop Hit Pop.
  • Reys, Aloysio (1976). Eu sou um artista, Jornal de Música.
  • Almeida, Ricardo Porto de (1980). Aluga-se o Brasil: Tratar com Raul Seixas, Jornal Canja.
  • Sardenberg, Walterson (1982). Não pertenco a grupo nenhum, Revista Amiga.
  • Bahiana, Ana Maria (1983). Dez Mil Fãs Exaltados, O Globo.
  • Sem nome (1987). Uah-bap-lu-bap-hab-béin-bum, Bizz.
  • Frans, Elton; Moura, Roberto Murcia (2000). Raul Seixas: a história que não foi contada, Irmãos Vitale. ISBN 8574070874 9788574070872
  • Passos, Sylvio (organização e pesquisa; 2007). Raul Seixas por ele mesmo, Martin Claret. ISBN 85-7232-101-2
  • Passos, Sylvio (2007). O tempo de Raul Seixas, Martin Claret.
  • Passos, Sylvio (2007). Raul Seixas: os últimos anos, Martin Claret.
  • Mauro, André (2007). O Último Anarquista, Martin Claret.

Fontes secundárias editar

Ligações externas editar

 
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