Vitorino de Brito Freire

Político Maranhense
 Nota: Para o município brasileiro, veja Vitorino Freire.

Vitorino de Brito Freire[nota 1] (Pedra, 28 de novembro de 1908Rio de Janeiro, 27 de agosto de 1977) foi um servidor público, jornalista e político brasileiro que representou o Maranhão no Congresso Nacional.[1][2]

Vitorino Freire
Vitorino de Brito Freire
Vitorino Freire
Deputado federal pelo Maranhão
Período 1946-1947
Senador pelo Maranhão
Período 1947-1971
Dados pessoais
Nascimento 28 de novembro de 1908
Pedra, PE
Morte 27 de agosto de 1977 (68 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Cônjuge Maria Helena Freire
Partido PSD, PPB, PST, ARENA
Profissão servidor público, jornalista

Dados biográficos

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Filho de Vitorino José Freire e Ana de Brito Freire. Estudou em Arcoverde antes de mudar para o Rio de Janeiro onde conheceu militares como Eurico Gaspar Dutra. Após concluir o ensino médio foi morar no Recife a fim de cursar a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, curso que não concluiu devido à sua participação na Revolução de 1930, quando tornou-se primeiro tenente do Exército Brasileiro. Antes servira à Secretaria de Agricultura do estado como oficial de gabinete.[3]

De volta à cidade do Rio de Janeiro, integrou a equipe do ministro de Viação e Obras Públicas, José Américo de Almeida e dirigiu o Departamento de Meteorologia sob a gestão do ministro da Agricultura, Juarez Távora, cargo do qual se afastou para combater a Revolução Constitucionalista de 1932. Diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública por força do ministro da Educação, Gustavo Capanema, foi escolhido secretário-geral do Maranhão em 1933 e nessa condição serviu ao interventor Antônio Martins de Almeida.[1][4] Oficial de gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, afastou-se da política maranhense durante o Estado Novo por recomendação do presidente Getúlio Vargas e foi contemplado com uma vaga no gabinete de João de Mendonça Lima, ministro de Viação e Obras Públicas.[nota 2][nota 3][5]

Na capital maranhense foi diretor dos jornais A Tarde e Diário de São Luís.

Carreira política

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Após o ingresso no PSD foi eleito deputado federal em 1945 e assim ajudou a elaborar a Constituição de 1946.[6] Contudo, em questão de poucos meses, migrou para o Partido Proletário do Brasil (PPB) e elegeu-se senador em 1947, ano que seu correligionário, Sebastião Archer, elegeu-se governador do Maranhão.[7] Mudar de partido foi a saída que a corrente "vitorinista" encontrou para conquistar o Palácio dos Leões após a vitória de Genésio Rego à convenção do PSD.[nota 4][nota 5][nota 6]

Em 1950 discordou da escolha de Altino Arantes como candidato a vice-presidente da República via PSD e disputou o cargo de forma avulsa pelo PST e nesse ínterim foi o mais votado em todo o Maranhão, o que permitiu ao seu aliado, Eugênio de Barros, eleger-se governador do estado.[nota 7] Reintegrado ao PSD, foi reeleito senador em 1954 e 1962, escolhendo filiar-se à ARENA após a outorga do bipartidarismo pelo Regime Militar de 1964.[2][7][5]

A hegemonia do "vitorinismo" terminou em 1965 quando o deputado federal José Sarney venceu as eleições para o governo do Maranhão pela UDN com o auxílio do presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, embora o novo governador, curiosamente, tenha iniciado a carreira política no PSD.[7] Estabelecida a rivalidade, cada um passou a liderar sua própria facção da ARENA.[5][nota 8] Graças à amizade de seu líder com o presidente Ernesto Geisel, o "vitorinismo" foi agraciado com a escolha de Osvaldo da Costa Nunes Freire como titular do Palácio dos Leões em 1974.

Herdeiros políticos

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Pai do compositor Luís Fernando de Oliveira Freire, viu seu filho eleger-se deputado federal pelo Maranhão em 1962 e primeiro suplente do senador Henrique de La Rocque em 1974, sendo efetivado em 1980, quando o titular assumiu uma cadeira no Tribunal de Contas da União.[8]

Em sua homenagem o povoado Centro dos Boas (também denominado Água Branca) foi renomado para Vitorino Freire e emancipado em 1952.[9][nota 9]

Notas e referências

Notas

  1. Essa grafia ficou corrente em razão do Formulário Ortográfico de 1943, revogado pelo Acordo Ortográfico de 1990 em 2015 no Brasil. No entanto, ainda se encontram registros com a grafia original Victorino de Britto Freire, adotada na página do Senado Federal por exemplo.
  2. Embora de modo informal, na época o cargo de secretário-geral do estado equivalia ao de vice-governador, pois o mesmo respondia pelo governo na ausência do titular.
  3. Até 06/08/1953, o Ministério da Educação era responsável, também, pelos assuntos relacionados à saúde, dai a subordinação de Vitorino Freire a Gustavo Capanema.
  4. O Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas aponta que o Partido Proletário do Brasil (PPB) surgiu em 1946 a partir de uma dissidência no PTB.
  5. A cadeira de senador conquistada por Vitorino Freire pertencia a Antônio José Pereira Júnior e com a morte deste, a Cata Magna exigia que a vaga fosse preenchida em eleição direta.
  6. Complementando a informação acima, a segunda vaga de senador coube a José Neiva de Sousa, que teria quatro anos de mandato.
  7. À época a eleição para presidente e vice-presidente da República acontecia em separado, daí a candidatura "desgarrada" de Vitorino Freire, que figurou em penúltimo lugar na contagem dos votos apurados em todo o país.
  8. Conforme o banco de dados do TSE, José Sarney foi eleito quarto suplente de deputado federal pelo PSD com 3.271 votos e chegou a exercer o mandato por meio de convocação.
  9. O referido município foi criado no governo Eugênio de Barros por força da Lei Estadual nº 763 de 25 de setembro de 1952 e instalado em 1º de janeiro de 1953.

Referências

  1. a b BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Vitorino Freire». Consultado em 9 de abril de 2016 
  2. a b BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Vitorino Freire». Consultado em 9 de abril de 2016 
  3. Um cacique dedicado à política (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 28/08/1977. Primeiro caderno, p. 04. Página visitada em 9 de abril de 2016.
  4. No Rio, o enterro de Vitorino Freire (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 28/08/1977. Primeiro caderno, p. 05. Página visitada em 9 de abril de 2016.
  5. a b c Vitorino, o comando à distância (online). O Estado de S. Paulo, São Paulo (SP), 23/01/1977. Primeiro caderno, p. 04. Página visitada em 10 de abril de 2016.
  6. BRASIL. Presidência da República. «Constituição de 1946». Consultado em 9 de abril de 2016 
  7. a b c BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 10 de abril de 2016 
  8. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Luís Fernando Freire». Consultado em 30 de julho de 2019 
  9. «IBGE Cidades: Vitorino Freire (MA)». Consultado em 10 de abril de 2016