1964: O Brasil entre Armas e Livros: diferenças entre revisões
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Revisão das 21h04min de 6 de julho de 2021
1964: O Brasil entre Armas e Livros é um documentário brasileiro de 2019 dirigido e produzido pela Brasil Paralelo.
1964: O Brasil entre Armas e Livros | |
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Brasil 2019 • cor • | |
Gênero | documentário |
Companhia(s) produtora(s) | Brasil Paralelo |
Distribuição | Brasil Paralelo |
Lançamento | 31 de abril de 2019 |
Idioma | português |
Sinopse e produção
1964 foi produzido e idealizado por Filipe Valerim, Lucas Ferrugem e Henrique Viana,[1] fundadores da Brasil Paralelo, uma empresa e produtora de Porto Alegre, Brasil. O documentário oferece uma perspectiva diferente sobre a ditadura militar brasileira, que ocorreu entre 1964 e 1985. Sociólogos, historiadores e jornalistas aparecem no mesmo, debatendo sobre o assunto. O filme tem como base uma coletânea de documentos retirados do serviço de inteligência da extinta Tchecoslováquia.[2] O filme é uma produção independente, que teve apoio de conservadores e do presidente Jair Bolsonaro. Nele, aparecem pessoas como Olavo de Carvalho, William Waack e Luiz Felipe Pondé.[3]
Por volta de 2018, Henrique Zingano, que também trabalha na empresa, deu a ideia de produzir um filme sobre a ditadura militar brasileira, como parte de uma série de filmes sobre a história do Brasil que estavam sendo produzidos pela mesma. Segundo Filipe, até aquele momento eles não comentariam sobre o tema pois, além de polêmico, aquele era um período de "muita polarização", com "contaminação de narrativas", sendo, portanto, um tema "espinhoso". Assim, eles rejeitaram a proposta, mas Zingano disse que trabalharia no projeto, em paralelo. Quando o mesmo mostrou o projeto para os produtores, eles aceitaram a ideia e produziram o filme.[4]
Lançamento
1964 foi anunciado pela Brasil Paralelo em fevereiro de 2019[5] e teve sua pré-estreia em 31 de abril, no aniversário de 55 anos do golpe de 1964, na rede de cinemas Cinemark. Foi exibido em Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo, Recife e Brasília. No entanto, pouco após a exibição, a rede informou que o filme foi exibido por "um erro de procedimento em função do desconhecimento prévio do tema", e que ficou sabendo que as salas haviam sido alugadas para sua exibição apenas um dia antes; tarde demais para cancelar o evento. Em nota, eles afirmaram que "não se envolve com questões político-partidárias".[6][7][8][9] Nas redes sociais, haviam aqueles que criticaram a exibição, mas também aqueles que criticaram que uma sessão no Rio de Janeiro foi cancelada, alegadamente por motivos técnicos,[6] como Eduardo Bolsonaro.[6][10]
1964 estreou no YouTube em 2 de abril. Em 8 de abril, houve uma sessão na Assembleia Legislativa de São Paulo. Vinte dias depois, o filme contava com 5,6 milhões de visualizações na plataforma supracitada.[5] Eduardo Bolsonaro divulgou um local de exibição gratuita do filme, que ocorreu em 7 de novembro no Distrito Federal. Sem necessidade de alvará, houveram manifestantes que tentaram proibir a transmissão.[11][12] O fotógrafo Sebastião Salgado declarou que uma de suas fotos foi utilizada sem sua autorização no filme. Um advogado da Brasil Paralelo respondeu: "[A empresa] tem enorme respeito com a questão relacionada aos direitos autorais – até porque também sofre muito com isso".[13]
Recepção e análise da crítica
Críticas profissionais | |
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Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
Cinema com Rapadura | 8/10[14] |
Cineplayers | 1/10[15] |
Em geral, 1964 foi criticado por diversas fontes devido à sua versão da ditadura militar,[3][15] com quase todas afirmando que o mesmo é pró-ditadura.[6][7][8][10][11][16] Em sua crítica ao Cineplayers, Ted Rafael Araujo Nogueira deu uma nota de 1/10 começou sua análise descrevendo o filme: "Documentário revisionista que busca impor uma narrativa histórica própria que deslegitime a vasta bibliografia sobre o tema, considerada como marxismo cultural por esta turma da nova direita. A galera do Brasil Paralelo."[15] O UOL declarou que o filme "ameniza" a ditadura e listou cinco pontos polêmicos ou falsos do filme: "Havia ameaça comunista em 1964", "Militares não queriam assumir o Brasil", "Relativização da repressão e tortura", "Censura era tímida" e "Diretas Já não foi movimento orgânico".[3] No entanto, João Victor Barros, ao Cinema com Rapadura, deu uma nota de 8/10 e disse que o filme "se equilibra em uma linha tênue, e é visível que tende para um lado. Lado esse que precisa consertar seus erros e ser visto de outro modo, afinal, somos todos passíveis de erro."[14]
A Brasil Paralelo negou que o filme é uma propaganda da ditadura militar. Lucas Ferrugem declarou que 1964 conta com uma "extensa lista de críticas" à mesma, e descreve o evento daquele ano como golpe. Segundo o mesmo, houve apenas uma tentativa de equilibrar opiniões, para "buscar a verdade".[17] O jornalista e conservador Rodrigo Constantino declarou: "O documentário faz críticas de ambos os lados. E os entrevistados repetem ostensivamente que 1964 foi um golpe – como, aliás, não poderia deixar de ser. Minha impressão é que há uma nítida tentativa de imparcialidade, que, por óbvio, não é absoluta".[18]
Referências
- ↑ The Noite 2019, 0:00—1:00
- ↑ AdoroCinema. «1964: O Brasil entre Armas e Livros». Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ a b c «"1964: O Brasil Entre Armas e Livros": o que o filme que ameniza ditadura tenta mudar». Entretenimento UOL. Consultado em 3 de julho de 2021
- ↑ The Noite 2019, 1:04—2:42
- ↑ a b «A direita na tela». revista piauí. Consultado em 3 de julho de 2021
- ↑ a b c d «Filme pró-golpe militar foi exibido por erro, informa Cinemark». Folha de S.Paulo. 2 de abril de 2019. Consultado em 3 de julho de 2021
- ↑ a b «Cinemark diz que exibição de filme pró-ditadura militar foi um erro». Exame. 3 de abril de 2019. Consultado em 3 de julho de 2021
- ↑ a b «Cinemark diz que exibição de filme pró-ditadura militar foi um erro». Estadão. Consultado em 3 de julho de 2021
- ↑ «Cinemark emite nota de esclarecimento após exibição de filme sobre 1964». Correio Braziliense. 2 de abril de 2019. Consultado em 3 de julho de 2021
- ↑ a b «Rede Cinemark veta filme pró-golpe de 64 e é atacada por Eduardo Bolsonaro». Poder360. 2 de abril de 2019. Consultado em 5 de julho de 2021
- ↑ a b «Filme da ditadura apoiado por Eduardo Bolsonaro não requer alvará». Metrópoles. 7 de novembro de 2019. Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ «Veja fotos da exibição do filme sobre 1964 convocada por Eduardo». Metrópoles. 8 de novembro de 2019. Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ «Filme "1964 - O Brasil entre Armas e Livros" faz uso indevido de foto de Sebastião Salgado». GZH. 7 de maio de 2019. Consultado em 3 de julho de 2021
- ↑ a b «Crítica | 1964 - O Brasil entre Armas e Livros (YouTube, 2019): o que é a verdade?». Cinema com Rapadura. 10 de abril de 2019. Consultado em 5 de julho de 2021
- ↑ a b c «Crítica de 1964: O Brasil Entre Armas e Livros (2019)». Cineplayers. 12 de fevereiro de 2021. Consultado em 3 de julho de 2021
- ↑ «Entrevistados em filme pró-ditadura reconhecem que houve golpe em 64». O Globo. 3 de abril de 2019. Consultado em 3 de julho de 2021
- ↑ The Noite 2019, 5:18—5:52
- ↑ Constantino, Rodrigo. «Minha visão sobre o documentário "1964 – Brasil entre armas e livros"». Gazeta do Povo. Consultado em 3 de julho de 2021
Bibliografia
- Entrevista com produtores de "1964: o Brasil entre armas e livros". The Noite com Danilo Gentili. 6 de abril de 2019. Consultado em 5 de julho de 2021 – via YouTube
Leitura adicional
- «Análise: Como um filme pró-golpe de 1964 viralizou nas redes sociais». Exame. 9 de abril de 2019. Consultado em 5 de julho de 2021
- «Retórica de guerra». Veja. Consultado em 3 de julho de 2021
Ligações externas
- 1964 no website da Brasil Paralelo