António de Sousa Horta Sarmento Osório: diferenças entre revisões

advogado, jornalista, desportista, escritor e político português (1882-1960)
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António de Sousa Horta Sarmento Osório (Lousã, Lousã, 14 de Agosto de 1882 - Lisboa, 7 de Junho de 1960) foi um advogado, professor universitário, ferroviário, jornalista, desportista, atleta olímpico, escritor e político português.[1]

António de Sousa Horta Sarmento Osório
Deputado do Reino de Portugal
Período 1905
Dados pessoais
Nascimento 14 de agosto de 1882
Lousã, Lousã, Reino de Portugal Portugal
Morte 7 de junho de 1960
Portugal Portugal
Nacionalidade português
Progenitores Mãe: Maria Ludovina de Sousa Horta
Pai: António Osório Sarmento de Figueiredo, Jr.
Religião Catolicismo
Profissão Advogado, Professor Universitário, Desportista, Publicista

Biografia

Filiação

Filho de António Osório Sarmento de Figueiredo, Jr. e de sua mulher Maria Ludovina de Sousa Horta, filha unigénita do primeiro casamento do 2.º Barão de Santa Comba Dão com sua prima-irmã, filha do 1.º Barão de Alvaiázere.[1]

Formação

Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra a 27 de Junho de 1903.[1]

Política

Na política, pertenceu ao Partido Progressista, e chegou ao Parlamento eleito Deputado pelo Círculo Eleitoral Plurinominal de Vila Real em 1905, de que prestou juramento a 10 de Abril de 1905. Em 1910, voltou a ser sufragado neste Círculo Eleitoral e, também, no Círculo Eleitoral Plurinominal da Horta, mas nunca chegou a tomar posse, em virtude da Revolução Republicana de 5 de Outubro de 1910. Apesar de ser um estreante, exerceu o cargo de Vice-Presidente da Câmara dos Deputados durante as sessões parlamentares preparatórias, mas aí se esgotou o seu protagonismo parlamentar, já que, depois, não integrou nenhuma Comissão Parlamentar, nem chegou a usar da palavra no hemiciclo.[2]

Após a Implantação da República Portuguesa manteve as suas convicções Monárquicas. Foi um dos Advogados de José Luciano de Castro Pereira Corte-Real e de António Cândido de Figueiredo no Processo do Crédito Predial Português, em 1910-1911, o último escândalo que assolou a Monarquia.[2]

Em 1918, durante o Sidonismo, chegou a ser eleito Deputado.[2]

Carreira

Fez carreira na Advocacia, foi Professor Universitário de Economia Política na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Vogal do Conselho Fiscal da Companhia de Carris de Ferro de Lisboa de 1912 a 1918 e colaborador dos jornais "O Século", de 1919 a 1925, e "O Sol", de 1946 a 1947.[1]

Desporto

Era um atleta de mérito na disciplina de Esgrima, chegando a integrar uma equipa olímpica de Portugal e a vencer, em Paris, o Prémio dos Estrangeiros na Grande Semana de Armas; também apaixonado dos automóveis, foi dos primeiros a cumprir o percurso Lisboa-Paris.[1]

Obra publicada

Publicou três obras e diversos opúsculos sobre temas jurídicos, sendo uma delas respeitante à insubordinação no navio Vasco da Gama, ocorrida a 13 de Abril de 1906, em que defendeu os marinheiros insurrectos, e cuja receita de venda se destinou às famílias dos condenados. Mas são as suas obras que merecem o grande destaque. A primeira, A matemática na economia pura: a troca, correspondia à dissertação apresentada a concurso para Lente na Escola Politécnica de Lisboa, mas foi suplantada pela de Afonso Augusto da Costa, que obteve o lugar. O Prof. Teixeira Ribeiro considerou a reprovação um erro histórico, e justificou-o, não por questões políticas, mas devido ao atraso dos estudos científicos em Portugal, onde predominava um ensino literário, que não se compaginava com os elementos de cálculo diferencial e de cálculo integral apresentados por António de Sousa Horta Sarmento Osório, uma verdadeira heresia. A obra apresentava influências de Marie-Ésprit-Léon Walras e de Vilfredo Pareto, e este último fez-lhe um prefácio muito elogioso na edição Francesa de 1913. Ainda hoje a obra é objecto de interesse dos Economistas, tendo mesmo sido recentemente, em relação aos inícios da década de 2010, editada. Ainda na linha de Vilfredo Pareto e do seu Tratado de Sociologia, publicou a obra Psychologie de l'art, editada em 1946 em Francês, um estudo de referência na matéria. Entre a edição destas duas obras, deu à estampa, em 1928, A história do crime do Angola e Metrópole, um tema a que esteve intimamente ligado, já que foi um dos Advogados do Caso Artur Virgílio Alves dos Reis.[3]

Bibliografia

  • A insubordinação do Vasco da Gama, Lisboa, 1906
  • A matemática na economia pura: a trova, Lisboa, 1911
  • A história do crime do Angola e Metrópole, Lisboa, 1928
  • Psychologie de l'art, Lisboa, 1946
  • «Cartas a José Luciano de Castro», in Fernando Moreira (organização), José Luciano de Castro - Correspondência Política (1858-1911), Lisboa, 1998

Referências

  1. a b c d e Maria Filomena Mónica (coordenadora) (Lisboa, 2006). Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910). [S.l.]: Assembleia da República (ISBN 972-671-167-3). pp. Vol. II. 128  Verifique data em: |ano= (ajuda)
  2. a b c Maria Filomena Mónica (coordenadora) (Lisboa, 2006). Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910). [S.l.]: Assembleia da República (ISBN 972-671-167-3). pp. Vol. II. 129  Verifique data em: |ano= (ajuda)
  3. Maria Filomena Mónica (coordenadora) (Lisboa, 2006). Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910). [S.l.]: Assembleia da República (ISBN 972-671-167-3). pp. Vol. II. 128-9  Verifique data em: |ano= (ajuda)
  • José Luís Cardoso e António Almodôvar, "António Horta Osório e a teoria do equilíbrio geral", in Actas da Economia Ibérica sobre História do Pensamento Económico, Lisboa, 1992
  • Maria Eugénia Mata, "António Horta Osório", Working Papers, N.º 274, Lisboa, Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, Março 1996