Festival de música SWU

O SWU Music & Arts Festival (acrônimo de Starts With You) foi um festival de música e sustentabilidade realizado no interior de São Paulo e idealizado pelo publicitário Eduardo Fischer. Reuniu artistas de diversos gêneros e estilos nas suas duas edições, realizadas em 2010 e 2011.

SWU Music & Arts Festival
Festival de música SWU
Começa com você
Período de atividade 2010–2011
Fundador(es) Eduardo Fischer
Local(is) Brasil Itu, São Paulo (2010)
Brasil Paulínia, São Paulo (2011)
Data(s) 09, 10 e 11 de outubro de 2010
12, 13 e 14 de novembro de 2011
Página oficial SWU - Site Oficial

História editar

Desde junho de 2009, surgiram especulações sobre uma possível edição do Woodstock em Nova York, em comemoração dos 40 anos do festival original, pelo co-fundador Michael Lang. No entanto, em agosto do mesmo ano, a ideia foi abandonada e o festival cancelado.

Porém, no início de 2010, começaram os boatos de que seria realizado um "Woodstock Brasil",[1] com especulações de quais seriam as bandas e o local. Após vários rumores, em julho do mesmo ano foi confirmado o festival, mas com nenhuma ligação ao Woodstock, e sim com nome de SWU Festival.[2] Ao longo dos meses, foram se confirmando as atrações.

Organização editar

O evento visava abordar vários assuntos. Além da música e da arte, a sustentabilidade foi um dos assuntos principais a ser tratado no SWU. Toneladas de lixo produzidos no festival foram coletados e reciclados, em vários latões, além das campanhas de preservação do meio ambiente. Além dos palcos musicais, existia o Fórum da Sustentabilidade, em que artistas apoiadores da causa, e pessoas de importância do meio, discutiam sobre o tema com o público.

A edição de 2011 teve uma novidade: uma amostra de curtas e animações ao ar livre, patrocinada pela EcoVision, uma instituição italiana que promove um festival de cinema sobre sustentabilidade. As sessões eram exibidas das 20h às 03h.[3]

Lineup editar

SWU 2010 editar

Entre os dias 9, 10 e 11 de outubro, em Itu, ocorreu a primeira edição do festival, com mais de 70 atrações passaram pelos 2 palcos principais, Água/Ar e palco OI Novo Som, que contou com bandas do cenário independente e nomes da música brasileira e internacional, além dos astros da música eletrônica que se apresentaram no Heineken Greenspace. Estima-se que o público superou a marca de 150 mil pessoas.[carece de fontes?]

Palcos
Ar Água Oi Novo Som Heineken Greenspace
Dia 9
Dia 10
Dia 11

SWU 2011 editar

A segunda edição do festival aconteceu nos dias 12, 13 e 14 de novembro em Paulínia, no "Distrito de Sustentabilidade", São Paulo, e contou, ainda, com mais de 70 atrações de diversos gêneros do Rock, Pop, Hip Hop e muito mais, numa área de 1.700.000 metros quadrados; numa versão atualizada do Woodstock 1969 (em Nova York). Segundo a organização do evento, cerca de 180 mil pessoas passaram pelo festival.[4]

Line-up e Palcos
Energia Consciência New Stage Heineken Greenspace
Dia 12
Dia 13
Dia 14
  • Ricardo Bellini
  • Dubshape
  • M.A.N.D.Y
  • Joris Voorn e Nic Fanciulli.
  • Gui Boratto
  • Layo & Bushwacka
  • Loco Dice
  • Sven Väth

Principais atrações editar

2010 editar

  • Rage Against the Machine: Um dos shows mais esperados do festival foi o do RATM, que tocou pela primeira vez na America Latina. Após a música "Know Your Enemy", o show foi paralisado, pois várias pessoas invadiram a pista Premium do local o que causou um tumulto, com grades voando para todo lado. A equipe da segurança e o vocalista do grupo pediram que todos dessem 3 passos para trás. Depois de 5 minutos o show continuou. O show parou novamente após "Township Rebellion", dessa vez por que pessoas estavam espremidas nas divisorias entre a plateia e o palco. Após outra música, o show foi parado pela 3ª vez, agora devido a problemas técnicos com o som. Logo após tudo correu bem, e a banda encerrou o show com o sucesso "Killing in the Name".
  • Avenged Sevenfold: A banda californiana apresentou um grande show tendo como convidado o baterista Mike Portnoy que participou de um curto período da banda após a morte do antigo baterista The Rev. Foram tocadas sucessos como Almost Easy, Nightmare e Afterlife, porém o ponto alto do show e mais emocionante foi a música Critical Acclaim no qual o baterista The Rev fazia o backvocal, e em sua homenagem era colocado um playback com sua voz enquanto emocionado o vocalista M. Shadows olhava para cima.
  • Joss Stone: Joss interagiu com o público, chegando até a sentar no palco. A cantora foi bem recebida e muito ovacionada pelo público. O ponto alto do show foi quando a cantora subiu nas caixas de som da beirada do palco para cantar com todos o single "Feel in Love with a Boy" e logo após quando encerrou o show com o hit "Right to be Wrong".
  • Dave Matthews Band: Com apenas 12 músicas fizeram um show de 2 horas e ainda voltaram para um 'bis' com um cover de Jimi Hendrix tocando "All Along the Watchtower".
  • Kings of Leon: Tocou hits como "Sex on Fire" e "Use Somebody". O vocalista Caleb Followill disse estar feliz em saber, que a maioria do público do dia, foi ao SWU especialmente para ver sua banda.
  • Queens of the Stone Age: Com atraso de 50 minutos, a banda animou o público por cerca de 1 hora e meia com hits como "Go With the Flow, "No One Knows", "Little Sister", "Sick,Sick,Sick" e "Feel Good Hit of the Summer", e encerrou o show com a caótica "Song for the Dead".
  • Pixies: A Banda, que assumidamente voltou aos palcos por questões financeiras, levantou até os mais novos com o hit "Here Comes Your Man" e logo após com "Monkey Gone to Heaven". A baixista Kim Deal agradeceu o carinho do público diversas vezes. Após 22 músicas a banda saiu do palco, mas logo voltou e tocaram mais 3 músicas; entre elas "Where's My Mind?", para depois fechar o show com "Gigantic"
  • Linkin Park: A banda mais esperada do festival fez o chão tremer durante quase 2 horas com seus hits "Numb", "Crawling", "Faint" ,"Breaking the Habit" e "The Catalyst".

2011 editar

  • Faith No More: A banda fez um histórico show no encerramento da segunda edição do festival. Após ter sido apresentada pelo criador da Livroteca Guardiã de Pernambuco, Ricardo Gomes, a banda tocou sucesso como "Epic", "Easy", "From Out of Nowhere" e "King for a Day". No meio do show, o vocalista Mike Patton se aventurou como câmera e tentou filmar a banda, mas acabou caindo. Depois, o cantor desceu do palco e subiu nas grades que separavam o público e quase pulou, sendo impedido por alguns seguranças. Mike ainda cantou "Evidence" em português, e chamou as crianças do Coral da Gente, de Heliópolis, para fazer os backing vocals em "Just a Man".
  • Black Eyed Peas: Em um de seus últimos shows antes de uma longa pausa, o quarteto americano não decepcionou os fãs esbanjando energia nos hits "Imma Be", "My Humps", "Big Girls Don't", "Pump it" e "Where is the Love?". Fergie agradeceu diversas vezes o público e disse que amava o Brasil. Após o bis a banda continuou com "Boom, Boom Pow" e "The Time". A banda encerrou o show com o mega hit "I Gotta Feeling" onde Taboo pulou no meio do público para dançar. Ao final da música Fergie e will.i.am fizeram uma jam cantando "With or Without You" do U2 e "Taj Mahal" de Jorge Ben Jor.
  • Alice in Chains: Outro show bastante esperado da segunda edição do festival, foi o da banda americana Alice in Chains. Mesmo debaixo de muita chuva e com William DuVall nos vocais, os fãs cantaram do início ao fim sucesso como "Them Bones", "Angry Chair", "Would?", "Nutshell" e "Man In the Box", além de músicas do mais recente disco da banda Black Gives Way to Blue de 2009.
  • Lynyrd Skynyrd: Considerada a melhor banda de Southern Rock ao lado da The Allman Brothers Band, e uma das melhores do rock clássico, o Lynyrd Skynyrd tocou pela primeira vez na América do Sul, e emocionou a todos com os hits "Sweet Home Alabama", "Simple Man" e "Free Bird", no encerramento da segunda noite do festival.
  • Peter Gabriel & The New Blood Orchestra: Após a confusão entre sua equipe e a banda Ultraje a Rigor, Peter e sua orquestra subiram ao palco para apresentar um reportório de canções refinadas e quase teatrais. No meio do show, a apresentadora Didi Wagner, foi ao palco explicar que a filha de Peter, Anna, tem um projeto chamado "The Voice Project" que se comunica com crianças recrutadas por exércitos africanos via rádio, e pediu para que todo o público gritasse "voltem pra casa" no dialeto do Congo, e que isso seria gravado e transmitido nas rádios do país nos dias seguintes. O público atendeu ao pedido e protagonizou um dos momentos mais bonitos do festival.
  • Primus: Mesmo com um show curto, encantou muitos que não conheciam suas músicas e matou a sede de seus fãs, tocando clássicos como "My Name is Mud" e "John The Fisherman". Foi a primeira passagem do Primus no Brasil.

Polêmicas editar

  • A transmissão do show da banda Rage Against the Machine foi realizado pelo canal Multishow. Após a 8ª música, o vocalista da banda vestiu um boné do MST e foi feito um corte; o apresentador Beto Lee apareceu anunciando o fim da transmissão. No dia seguinte, um comunicado oficial[5] dizia que pessoas, na hora do tumulto da pista VIP, invadiram o espaço da transmissão e acabaram quebrando algumas câmeras e botando em risco a segurança dos profissionais ali presentes e, por isso, a transmissão foi encerrada;
  • Forte chuva na noite de 29 de outubro de 2011, levou ao chão parte da estrutura do evento em Paulínia há duas semanas antes do início do festival.[6] Foi necessário o aumento do número de trabalhadores para levantar toda a estrutura e a organização do evento descartou a possibilidade de alteração nas datas do Festival SWU 2011;
  • A maior polêmica da segunda edição do festival, foi a briga entre os produtores de Peter Gabriel e os roadies do Ultraje a Rigor durante o show da banda. Tudo começou porque a forte chuva e os ventos atrapalharam o show da banda Tedeschi Trucks Band, atrasando em uma hora o show do Ultraje a Rigor. A produção de Peter Gabriel irritada, pressionou a banda a encurtar o show em meia hora, e ameaçou cancelar o show. Uma discussão começou e depois da primeira música do show, o produtor de Peter foi para cima de Trovão, irmão de Roger, e uma confusão começou na lateral do palco. Depois de algumas trocas de socos tudo se acalmou, mas o vocalista da banda continuou a fazer provocações e reclamações, e a equipe de Peter tentou desligar os amplificadores da banda. O público, confuso, passou a xingar o cantor Chris Cornell que se apresentaria no mesmo palco. Depois de 13 músicas, a equipe do SWU foi logo retirando os equipamentos do Ultraje a Rigor. Roger ainda tentou emendar o sucesso "Marilou" mas foi impedida pela organização do evento que literalmente expulsou a banda do palco;[7]
  • Outro fato que marcou a edição 2011 do festival foi o truculento e confuso show da banda Hole no palco New Stage. Primeiro ao ver uma fã com uma camiseta que a citava, Courtney Love pediu para vestir a mesma. Na troca de roupa, a vocalista deixou seus seios à amostra propositalmente. Depois começou a errar algumas músicas, e começou a falar de seu relacionamento com Billy Corgan, vocalista do Smashing Pumpkins. O estopim foi quando a cantora viu um cartaz com a foto de seu falecido marido Kurt Cobain, do Nirvana. Ela começou a xingar o dono do cartaz e o vocalista do Foo Fighters e ex-Nirvana, Dave Grohl. Logo após o fato, Courtney e a banda saíram do palco ameaçando ir embora. Depois, o guitarrista Micko Larkin disse que a banda só voltaria se o público gritasse "Os Foo Fighters são gays". O pedido foi atendido, a banda voltou e terminou o show.[8]

Futuro editar

Não foram divulgadas datas de futuras edições do festival, nem ações atreladas do mesmo. A concorrência direta com os maiores festivais de musica do Brasil, Planeta Atlântida (RS, verão), Festival de Verão de Salvador (BA, verão), Lollapalooza (SP, outono), Festival de Inverno Bahia (BA, inverno) e Rock in Rio (RJ, primavera), contribuíram para dificultar uma nova edição.

Referências

  1. «Brasil terá Woodstock em 2010». UOL. Consultado em 17 de abril de 2019 
  2. «Woodstock não será realizado no Brasil». UOL. Consultado em 17 de abril de 2019 
  3. «Cópia arquivada». Consultado em 17 de abril de 2019. Arquivado do original em 25 de outubro de 2011 
  4. «Cópia arquivada». Consultado em 17 de abril de 2019. Arquivado do original em 17 de novembro de 2011 
  5. «Cópia arquivada». Consultado em 17 de abril de 2019. Arquivado do original em 13 de outubro de 2010 
  6. «Estrutura para Festival SWU é danificada por causa da chuva». G1. Consultado em 17 de abril de 2019 
  7. «Ultraje x Peter Gabriel». Estadão. Consultado em 17 de abril de 2019 
  8. «Courtney Love causa em show do Hole no SWU». R7. Consultado em 17 de abril de 2019 

Ligações externas editar