Gregos

grupo étnico nativo da Grécia, Chipre, Albânia, Itália, Turquia, Egito e, em menor escala, de outros países ao redor do Mar Mediterrâneo
(Redirecionado de Helenos)
 Nota: Para outros significados, veja Gregos (desambiguação).

Os gregos ou helenos (em grego: Έλληνες, transl.: Éllines, "helenos") são uma nação e um grupo étnico que tem habitado a Grécia desde o século XVII a.C.. Atualmente eles são principalmente encontrados na península grega do sudeste da Europa, nas ilhas gregas e em Chipre.

Gregos

(Έλληνες)

Bandeira da Grécia
Mapa da diáspora grega ao redor do mundo.
População total

 14 – 17 milhões (est.)

Regiões com população significativa
 Grécia 10 964 020 (2001)
Estados Unidos Estados Unidos 1 213 807 (2001) - cerca de 3 000 000 afirmam ter ascendência grega [1][2]
 Chipre 689 471 (2001, na região controlada pelo governo)
 Austrália 375 703 (2001) [3]
 Alemanha 370 000 (est. 2006) [4]
 Reino Unido 300 000 (est.) [5]
 Canadá 215 105 (2001)
 Rússia 97827 (2002) [6]
 Chile 90 000 - 120 000 (est. 2008) [7]
 Ucrânia 81 500 (2001) [8]
 Albânia 58 785 (1989) [9]
 Brasil 50 000 (2001)
Línguas
Grego (Ελληνικά, Elliniká)
Religiões
Predominantemente a Ortodoxia Grega. Há também minorias de católicos romanos, protestantes, muçulmanos e ateus.

Colônias e comunidades gregas foram historicamente estabelecidas em vários pontos do Mediterrâneo, mas o povo grego esteve sempre centralizado em torno do mar Egeu, onde a língua grega tem sido falada desde a antiguidade. Até o começo do século XX, estavam uniformemente distribuídos entre a península grega, a costa ocidental da Ásia Menor, Ponto e Constantinopla, regiões coincidentes com a grande extensão das fronteiras do Império Bizantino no final do século XI e as áreas de colonização grega no mundo antigo. Como consequência da Guerra Greco-Turca (1919-1922) em 1923, uma troca populacional em larga escala aconteceu entre a Grécia e a Turquia transferiu e confinou os gregos étnicos quase inteiramente dentro das fronteiras do moderno estado grego, isto é, nas regiões onde grupos de indo-europeus falantes de grego primeiro se estabeleceram por volta de 1 500 a.C., assim como em Chipre. Outras populações de gregos étnicos podem ser encontradas do sul da Itália ao Cáucaso e comunidades dispersas em vários países. Hoje, a grande maioria de gregos pertence, pelo menos nominalmente, à Ortodoxia Grega.[10]

Identidade do povo grego

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A língua grega tem sido falada na península balcânica por cerca de 3500 anos (e no oeste da Ásia Menor por um pouco menos),[11] e possui uma história literária contínua que faz dela uma dos mais antigos ramos sobreviventes da família de línguas indo-europeias. Dos antigos gregos, os gregos modernos herdaram uma cultura sofisticada e uma língua documentada por quase três milênios.[12] O grego moderno é de forma reconhecível a mesma língua de Atenas sob Péricles no século V a.C. Poucas línguas podem demonstrar tal continuidade.

Os termos usados para definir o que é ser grego tem variado através da história. Pelos padrões ocidentais, o termo "gregos" refere-se tradicionalmente a qualquer falante nativo da língua grega (micênico, bizantino ou grego moderno). Os gregos bizantinos valorizaram a tradição clássica, considerando a si mesmos os herdeiros políticos de Roma e herdeiros étnicos, culturais e literários da antiga Grécia. O uso do antigo termo étnico auto-descritivo "helenos" foi revivido durante a era seguinte aos embates greco-latinos entre o Império Bizantino e os cruzados ocidentais no século XII. O termo ganhou popularidade através de seu uso pelos últimos imperadores bizantinos e por acadêmicos tais como Gemistus Pletho e Ciriaco Pizzicolli. O termo tornou-se claramente comum com o florescimento, no final do século XVIII, da nação-estado e de sua gradual consolidação, mas apenas no começo do século XX o uso popular foi firmemente restabelecido.

Os gregos hoje são uma nação no sentido de um grupo étnico (έθνος, em grego), definido pelo senso de compartilhamento da cultura grega e tendo uma língua materna grega. Todavia, os gregos também são definidos como um geno (γένος, em grego), no sentido de que eles também dividem um ancestral comum. A palavra "grego" também se referia aos habitantes cristãos ortodoxos orientais de Mileto do Império Otomano.

A Grécia se tornou o primeiro país dos Bálcãs a existir como nação-estado independente do Império Otomano. O movimento revolucionário grego formou sua própria definição de ser grego independente da herança cultural bizantina e grega antiga e junto com as influências do nacionalismo ocidental. Isto atraiu a ajuda estrangeira dos amantes da cultura grega.

Gregos micênicos

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Os proto-gregos micênicos foram o primeiro povo histórico a chegar à região agora conhecida como Grécia (o extremo sul da península Balcânica), e os primeiros que podem ser considerados gregos etnicamente. Há claros elementos de continuidade cultural durante a Idade das Trevas da Grécia (1 200 - 800 a.C.) até o advento da Idade Clássica (de 800 a.C. em diante) e o surgimento da pólis e em particular Atenas. Por exemplo, nos poemas épicos de Homero, a Ilíada e a Odisseia - que descreve a épica batalha de Troia - está completamente claro que ele observa os gregos da pré-história como os antepassados da civilização clássica a qual ele pertencia, e Aquiles e Ulisses eram vistos pelos atenienses, da mesma forma que outros, como exemplos básicos do cidadão ideal de uma pólis, da mesma forma que Eneias se tornaria o cidadão ideal de Roma na Eneida de Virgílio.

Estes elementos de auto-identificação por si só constituem claramente continuidade cultural, mas há outros elementos também que solidificam esta ideia: primeiro, a arquitetura micênica mostra influências de outras civilizações do vale, assim como o próprio estilo particular micênico (devido às limitações da geografia da região (ver: geografia da Grécia) que levaria eventualmente à formação da arquitetura clássica grega e da arquitetura helenística, como, por exemplo, as ruínas das colunas de Cnossos que mostram uma versão muito arcaica do estilo dórico de arquitetura tão amplamente usado no período clássico.

A religião é outro fator, com o panteão de deuses micênico refletindo de muitas formas no panteão dos gregos clássicos. Esta influência definiu não apenas a cultura, mas também parte do sistema de valores dos gregos clássicos assim como sua arte. Há também nítida continuidade linguística entre o idioma falado pelos proto-gregos e os vários dialetos da Grécia Clássica. Particularmente, a escrita linear B é nitidamente uma forma arcaica da escrita koiné posterior.

Estes elementos combinados juntos não equivalem a dizer que sejam o mesmo emissor cultural e continuador que os gregos modernos percebem dos períodos clássico, helenístico e bizantino da história grega, mas que todavia constituem o princípio da identidade grega, e a fundação da religião pagã grega, língua, arquitetura e arte.

Gregos clássicos e helenísticos

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Kouros do período arcaico, Museu Arqueológico de Tebas

Heródoto afirma que os atenienses declararam, antes da batalha de Plateias, que eles não atacariam Mardônio, porque em primeiro lugar estavam obrigados a vingar o incêndio da Acrópole, e ainda porque não trairiam seus companheiros gregos, a quem eles estavam ligados por uma língua comum (ὁμόγλωσσον - homoglosson: o uso de um dos dialetos da língua grega), o mesmo sangue (ὅμαιμον - homaimon: descendentes de Heleno, filho de Deucalião), santuários, estátuas e sacrifícios comuns (prática da religião grega antiga - comparada ao termo grego cristão e demótico ὁμόθρησκον - omothriskon) e hábitos e costumes comuns.

Tucídides observa que o nome Hélade se difundiu a partir de um vale na Tessália para os povos falantes de grego após os textos de Homero, não muito tempo antes de sua própria época. Isto coloca a opinião no Período Arcaico, quando os gregos descobriram que o mundo era mais amplo, mais rico e mais culto do que eles imaginavam. A guerra de Troia de Homero é, sem dúvida, um conflito entre gregos: os troianos falam grego (apesar de a maioria dos historiadores modernos acreditar que eles eram muito provavelmente um povo da Anatólia, baseados principalmente nas últimas traduções realizadas), têm nomes gregos e adoram os deuses gregos; e Príamo é descendente de Zeus. Os cários são o único povo que Homero considera barbarófonos (barbarophonoi).

Heleno, filho de Deucalião, uniu em um grupo as pequenas tribos que participaram da Liga Anfictiônica, como os eólios, os aqueus e os dóricos.

Por volta do século V a.C., Isócrates, após falar de origens e cultos comuns, disse: "o nome helenos sugere não qualquer raça mas uma sabedoria, e o título helenos é empregado preferencialmente àqueles que compartilham nossa cultura mais do que àqueles que compartilham nosso sangue".[13]

Após o século IV a.C. e a conquista de Alexandre o Grande do leste, o grego se tornou uma lingua franca de toda a região do Mediterrâneo oriental e era amplamente falada por não-gregos instruídos.

Gregos bizantinos

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Após a criação do Império Bizantino, a cultura grega se transformou de helênica (paganismo grego) em romana oriental (cultura grega cristã), e a palavra "heleno" passou a ser associada ao passado pagão. Diferenças de nacionalidade ainda existiam no império, mas se tornaram secundárias em referência às considerações religiosas, porque o renovado império usava o cristianismo para manter sua coesão. No entanto, o Império Bizantino foi dominado pelo elemento grego tanto que o imperador Heráclio (r. 610–641) decidiu fazer do grego a língua oficial. A partir de então, as culturas grega e romana foram virtualmente fundidas no oriente. Naquela época, os latinos ocidentais começaram a se referir a Bizâncio como "Império dos Gregos" (Imperium Graecorum).

O nacionalismo grego ressurgiu no século XI dentro de círculos específicos e se tornou mais poderoso após a queda de Constantinopla ante os cruzados da Quarta Cruzada em 1204, e o estabelecimento de vários reinos gregos (como o Império de Niceia e o Despotado de Epiro). Quando o império foi restaurado em 1261, tornou-se essencialmente um estado nacional grego. A adesão aos ritos da ortodoxia grega e à língua grega tornou-se nas características definitivas do povo grego.

Gregos no Império Otomano

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Sob o Império Otomano, a religião era a característica determinante dos grupos "nacionais" (milletler), e então os "gregos" (Rumlar) eram definidos pelos otomanos como os membros da Igreja Ortodoxa Grega, sem levar em consideração sua língua ou origem étnica. Reciprocamente, aqueles que adotaram o Islã neste período, eram considerados "turcos", também sem se levar em consideração língua ou origem étnica. Mesmo assim, os gregos sustentavam o conceito autocéfalo segundo o qual eles mantinham sua unidade étnico-religiosa e consistentemente se distinguiam das outras populações cristãs ortodoxas não-gregas. Todavia, alguns gregos como Alexandros Ypsilantis, supunha que populações não-gregas como os moldávios e os valáquios lutassem pela independência grega por pertenceram à Igreja Ortodoxa Grega. Porém, tanto modávios quanto valáquios eram conhecedores de suas identidades não-gregas e se recusaram a contribuir com a causa.

Independência moderna

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Heroína grega Laskarina Bouboulina

A forte relação entre a identidade nacional grega e a religião ortodoxa grega continuou após a criação do moderno estado grego em 1830, e quando o Tratado de Lausanne foi assinado entre Grécia e Turquia em 1923, os dois países concordaram em usar a religião como o determinante da identidade étnica. Todavia, em muitas considerações importantes, o estado grego se uniu a partir de sua fundação em torno dos princípios seculares. Por exemplo, aos judeus foram garantidos plenos direitos civis em 1830, ano no qual a independência grega foi plenamente reconhecida, assim fazendo da Grécia o segundo estado da Europa (após a França) com uma comunidade judaica emancipada.

Hoje, a profunda integração da Grécia no sistema estratégico ocidental e os efeitos das migrações (tanto a emigração da Grécia nas décadas de 1950 e 1960, como a imigração para a Grécia nos últimos anos) têm levado ao sentimento de multiculturalismo similar àqueles das nações europeias ocidentais.

Nomes usados pelo povo grego

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Através dos séculos, os gregos foram conhecidos por vários nomes, dentre eles:

  • Helenos (Έλληνες) - na mitologia, Heleno, filho de Deucalião e Pirra, recebeu da ninfa Orseide três filhos: Éolo, Doro e Xuto. Éolo e Doro, e dois filhos de Xuto, Aqueu e Íon, foram os fundadores lendários, respectivamente, das quatro principais tribos gregas: os eólios, os dórios, os aqueus e os jônios. Originalmente, apenas uma pequena tribo na Tessália era chamada de helenos, mas a palavra logo se estendeu ao resto da península e passou a representar todo o povo grego. No começo da Era Cristã era às vezes usada com o significado de "pagãos". Permanece na Grécia atual como o principal nome nacional.
  • Gregos (Γραικοί) - na mitologia, Graco era o irmão de Latino e sobrinho de Heleno. Era o nome de uma tribo beócia que migrou para a península Itálica no século VIII a.C. e, provavelmente, através do contato com os nativos, para lá levaram o termo que representa todos os helenos, o qual eles estabeleceram para si mesmos na Itália e no Ocidente em geral. Aristóteles e Apolodoro de Atenas mencionam que este era o nome usado pelos gregos antes de adotarem o termo helenos.
  • Romanos (Ρωμιοί) - romanos era o nome político pelo qual os gregos bizantinos chamavam a eles mesmos durante a Antiguidade Tardia e a Idade Média. Em regiões da Grécia continental e Ásia Menor, o uso desse nome sobreviveu até o século XX. O nome na antiguidade anunciava os habitantes da cidade de Roma na Itália, mas com a ascensão dos gregos no Império Romano, o termo perdeu sua conexão com os latinos e adquiriu uma definição completamente diferente. O imperador romano Caracala com sua Constituição Antonina em 212 concedeu a cidadania a toda pessoa livre no Império Romano. O termo romano (Romaios) representava para os gregos sua cidadania romana e sua ancestralidade helênica. A palavra Romaioi passou a representar os habitantes gregos do Império Bizantino. O termo ainda permanece em uso hoje na Grécia, sendo o nome nacional mais popular após helenos e na Turquia representa a minoria grega ortodoxa. É encontrado também no Alcorão; uma surah é intitulada Ar-Rum significando os romanos orientais, bizantinos e gregos.
  • Aqueus (Ἀχαιοί) - usado por Homero, junto com outros nomes para indicar as forças aliadas gregas.
  • Yavan ou Javan (יָוָן) - tradicionalmente em hebraico, Javan era o nome da tribo (e assim da nação) que, de acordo com o Torá, migrou no começo dos tempos bíblicos para se estabelecer na península Balcânica.
  • Yunan (Ίωνες) - o nome usado pelos indianos que encontraram Alexandre o Grande e seus sucessores que governaram regiões da Ásia Central. Tem origem na palavra persa Yauna, sendo esta uma transliteração da palavra grega Ionia (Ιωνία). É o nome pelo qual os gregos são conhecidos no Oriente atualmente. O termo começou a se estabelecer na Ásia com os persas, que entraram em contato com as tribos jônias na parte ocidental da Ásia Menor no século VI a.C., sendo depois estendido a todos os helenos.

História dos gregos

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A história do povo grego é associada diretamente à história da Grécia, de Constantinopla e da Ásia Menor. Durante o domínio otomano da Grécia, vários enclaves gregos em torno do Mediterrâneo foram isolados da nação, notavelmente no sul da Itália, no Cáucaso, na Síria e no Egito. No começo do século XX, cerca da metade de toda população greco-falante estava estabelecida onde hoje é a Turquia.

Durante o século XX, uma grande onda de migração para os Estados Unidos, Austrália, Canadá e vários outros lugares criaram a diáspora grega.

Gregos modernos e antigos

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A ligação mais óbvia entre os gregos modernos e antigos é a língua, que tem apreciado uma tradição contínua e documentada de pelo menos desde o século XIV a.C. até os dias atuais, ou seja, cerca de 3400 anos. Não houve uma interrupção como a que ocorreu entre o latim e as modernas línguas românicas e a única língua que também compartilha a mesma continuidade é a chinesa.

Muitos cientistas e acadêmicos modernos (por exemplo, antropólogos como C. Coon e geneticistas como Luigi Luca Cavalli-Sforza) têm apoiado a noção de que há uma conexão racial dominante com os gregos antigos.

Língua

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Os gregos falam o grego (em grego: ελληνικά, elliniká), uma língua indo-europeia que forma por si mesma um ramo único, embora pareça estar mais proximamente relacionada com o armênio e com as línguas indo-iranianas.[14] A literatura grega tem uma história contínua de aproximadamente 3000 anos, e tem sido escrita com o alfabeto grego desde o século IX a.C.

O grego demonstra várias características linguísticas que são compartilhadas com o romeno, o albanês e o búlgaro, e absorveu várias palavras estrangeiras (principalmente de origem europeia ocidental e turca. Devido ao movimento dos defensores da cultura grega no século XIX na Europa, que enfatizava a herança dos gregos modernos da Grécia Clássica, estas influências estrangeiras foram excluídas do uso oficial através do uso da Katharévussa, uma forma artificial do grego purificado de todas influências e palavras estrangeiras, como a língua oficial do estado grego. Em 1976, no entanto, o parlamento grego aprovou tornar o Dhimotiki, o dialeto moderno de Atenas, a língua oficial, tornando o Katharévussa obsoleto.

Alguns membros da diáspora não conseguem falar a língua grega, mas ainda se consideram gregos por origem étnica ou descendência.

O grego tem uma ampla variedade de dialetos e de níveis variados de inteligibilidade, que adicionados a variante oficial (grego moderno padrão - Κοινή Νεοελληνική), que inclui as variações cipriota, pôntico, capadócio, grico (dialeto grego-calabrês) e tsaconiano (o único representante sobrevivente do antigo grego dórico. O ievânico, também conhecido como romaniota ou judeu-grego, é a língua dos judeus gregos (romaniotas), e sobrevive em pequenas comunidades na Grécia, Estados Unidos (em Nova York) e Israel.

Junto com o grego, muitos gregos na Grécia falam outras línguas. Tais línguas incluem o arvanita, o arromeno (também conhecido como vlach e macedo-romeno), o eslávico (também conhecido como dópia), o russo, o italiano e o turco. Na diáspora, a maioria dos gregos também fala a língua da região onde vivem.

Religião

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A vasta maioria dos gregos são cristãos ortodoxos orientais, pertencendo à Igreja Ortodoxa Grega. Há também pequenos grupos pertencentes a outras religiões , como a Ellinais que é a religião principal do país. A principal denominação cristã não ortodoxa é a católica romana, e mais recentemente evangélicos e outros grupos protestantes. Desde a época do Império Otomano tem havido uma minoria muçulmana dentro da sociedade grega, e na maior parte de sua história a Grécia tem possuído uma substancial comunidade judaica.

Símbolos

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O símbolo mais amplamente usado pelos gregos é a bandeira da Grécia, que exibe nove faixas horizontais da mesma largura alternadamente azuis e brancas representando as nove sílabas do lema nacional grego "Ελευθερία ή θάνατος" (Eleftheria i thanatos - "Liberdade ou morte"), que também era o lema da Guerra da Independência Grega. O quadrado azul no lado superior de hasteamento tem sobre ele uma cruz branca, que representa a Cristandade ortodoxa grega. A bandeira grega também é muito usada pela comunidade grega em Chipre (que tem oficialmente adotado uma bandeira neutra de forma que minimize as tensões étnicas com a minoria turca - ver bandeira de Chipre) e pela minoria grega na Albânia, o que tem levado a confrontos étnicos com a maioria albanesa.

A bandeira pré-1978 (e primeira) da Grécia, que exibe uma cruz branca sobre um fundo azul, é amplamente usada como uma alternativa à bandeira oficial, e elas são muitas vezes hasteadas juntas. O emblema nacional da Grécia exibe um brasão azul com uma cruz branca totalmente cercado por dois ramos de loureiro. Um desenho comum envolve a atual bandeira da Grécia e a bandeira grega pré-1978 com os mastros cruzados e o emblema nacional colocado na frente.

Outro símbolo grego altamente reconhecível e popular é a águia de duas cabeças, o emblema imperial do Império Bizantino e um símbolo comum na Europa oriental. Este símbolo não faz parte da atual bandeira ou do brasão de armas, embora ele esteja oficialmente na insígnia do Exército Grego e na bandeira da Igreja Ortodoxa Grega. Esteve incorporado ao brasão de armas grego entre 1925 e 1926.

Os sobrenomes gregos são em sua maioria patronímicos. Sobrenomes referentes à profissão, características e localização/origem também ocorrem.

Geralmente, os sobrenomes gregos masculinos terminam em -s, que é a terminação grega masculina comum dos substantivos próprios no caso nominativo. Excepcionalmente, alguns terminam em -ou, indicando o caso genitivo desse substantivo próprio por razões patronímicas. Embora os sobrenomes sejam fixos hoje, patronímicos dinâmicos e modificados sobrevivem nos nomes do meio na Grécia onde o genitivo do primeiro nome do pai é geralmente o nome do meio.

Os sobrenomes femininos são na maioria do caso genitivo de um nome masculino. No passado, as mulheres trocavam seus sobrenomes quando casavam para o de seus maridos (novamente no caso genitivo), o que significava a transferência da "dependência" do pai para o marido. Atualmente, as mulheres são obrigadas a manter seu sobrenome paterno por lei (ou em casos muito raros, quando isso é combinado pelos pais antes do casamento, o materno); todavia, e totalmente de forma paradoxal, o caso genitivo ainda é mantido, significando (na maioria das vezes despropositadamente devido à tradição) aquela dependência. O sobrenome do marido pode apenas ser usado de modo não oficial, principalmente por razões sociais.

Alguns sobrenomes são prefixados com papa-, indicando descendência de um padre ou sacerdote. Archi- e mastro- significam "chefe" e "comerciante", respectivamente. Prefixos como konto-, makro- e chondro- descrevem características corporais como "pequeno", "alto/comprido" e "gordo". Gero- e palaio- significam "velho" e "sábio". Outros prefixos incluem hadji-, que era um uma derivação honorífica do árabe Hajj (حج) (peregrinação), e indica que a realizou uma peregrinação (no caso dos cristãos a Jerusalém) e kara-, palavra turca para "negro", com origem no período de dominação otomana.

Os sufixos patronímicos mais comuns são -poulos/-poulou (Peloponeso), -idis-ides/-idou e -iadis/-iadou (uma antiga forma de nome de família ou clã usada nas regiões do mar Negro e da Ásia Menor), -akis/-aki (Creta. Um sufixo diminutivo significando "pequeno". Acredita-se que derive da ocupação turca), -atos/-atou (Cefalônia), -ellis/-elli (Lesbos), -akos/-akou (península Mani - região da Lacônia), -e as/-ea (península Mani - região de Messênia), -oglou (ambos os gêneros) (terminação de raíz turca observada nos imigrantes da Ásia Menor), -anis/-ani (Arcádia). O sufixo -idis é o mais antigo em uso e sobrevive desde a Antiguidade (com frequência transliterado -ides) para epítetos patronímicos. Zeus, por exemplo, era também conhecido como Cronides ("filho de Cronos") e as filhas de Atlas e Pleione como Plêiades.

Aparência física

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Um estudo de 2012 realizado com alunos de odontologia da Universidade de Atenas catalogou como preto a cor dos cabelos de 21% dos indivíduos participantes; 32% possuía cabelos castanhos escuros, 36% cabelos castanhos claros ou intermediários e 11% cabelos louros ou castanhos muito claros. O mesmo estudo mostrou também que 57,4% dos participantes possuía olhos castanhos, 28% intermediários (castanhos claros ou cor de avelã) e 14,6% azuis ou verdes.[15]

Outro estudo, este de caráter genético e datado de 2013, buscava mapear a previsibilidade de características fenotípicas (traços físicos como cor dos olhos e cabelos) de indivíduos de etnia grega com base em seu DNA. 9,25% possuía cabelos pretos, 41% castanhos intermediários ou escuros, 38% castanhos claros ou louros escuros, 9,25% cabelos louros e 2,5% cabelos ruivos. A cor dos olhos dividia-se em 76,4% castanhos, 12,6% intermediários e 11% azuis ou verdes.[16]

Linha do tempo das migrações gregas

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Distribuição das raças helênicas

Alguns eventos históricos chave foram incluídos pelo contexto, mas esta linha do tempo não é destinada a cobrir a história não relacionada às migrações. Há mais informações sobre o contexto destas migrações no artigo História da Grécia.

  • Antes do século XXIX a.C. - Tribos gregas migram para os Bálcãs.
  • século XX a.C. - Assentamento na Macedônia, estabelecimento de alguns assentamentos na Grécia peninsular.
  • século XVII a.C. - Declínio da Civilização Minoica, possivelmente devido à erupção do Thera. Assentamento de aqueus e jônios na península grega (Civilização Micênica).
  • século XIII a.C. - Primeiras colônias são estabelecidas na Ásia Menor.
  • século XI a.C. - Tribos dóricas se deslocam para a Grécia peninsular.
  • século IX a.C. - Grande colonização da Ásia Menor.
  • século VIII a.C. - Primeiras grandes colônias são estabelecidas na Sicília e no sul da Itália.
  • século VI a.C. - Colônias são estabelecidas por todo o Mediterrâneo e no mar Negro.
  • século IV a.C. - Campanha de Alexandre o Grande; colônias gregas estabelecidas em cidades recém fundadas no Egito ptolemaico e na Ásia.
  • século II a.C. - Conquista da Grécia pela República Romana. Migrações de gregos para Roma.
  • século IV - Estabelecimento do Império Romano Oriental (Bizantino). Migrações de gregos por todo o império, principalmente na direção de Constantinopla.
  • século VII - Conquista eslava de várias partes da Grécia. Ocorrem migrações gregas para o sul da Itália. Os imperadores bizantinos capturam os grupos eslavos principais e os transferem para a Capadócia. O Bósforo é repovoado por macedônios e gregos cipriotas.
  • século VIII - Dissolução bizantina dos sobreviventes esclavenos e recuperação completa da península Grega.
  • século IX - Gregos migram de todas as partes do império (principalmente do sul da Itália e da Sicília) para partes da Grécia que foram despovoadas com a expulsão dos esclavenos (principalmente o Peloponeso ocidental e a Tessália).
  • século XIII - O Império Bizantino se desfaz, Constantinopla é tomada pela Quarta Cruzada e se torna a capital do Reino Latino de Constantinopla. Reconquistada após uma longa luta pelo Império de Niceia, mas partes permanecem separadas. Ocorrem migrações entre a Ásia Menor, Constantinopla e a Grécia peninsular.
  • século XV - Conquista de Bizâncio pelo Império Otomano. Inicia-se a diáspora grega para a Europa. Assentamentos otomanos na Grécia.
  • Década de 1830 - Criação do Estado Grego moderno. Começo da imigração para o Novo Mundo. Ocorrem migrações em larga escala de Constantinopla e da Ásia Menor para a Grécia.
  • Década de 1910 - Aproximadamente 350 000 gregos pônticos são mortos.

[ligação inativa]

  • 1913 - A Macedônia é dividida; migrações desorganizadas de gregos, búlgaros e turcos para seus respectivos estados.
  • 1919 - Tratado de Neuilly; Grécia e Bulgária trocam populações, com algumas exceções.
  • 1923 - Tratado de Lausanne; Grécia e Turquia concordam em trocar populações com limitadas exceções aos gregos de Constantinopla, Imbros, Tenedos e a minoria muçulmana (principalmente gregos, pomacos, romanis e turcos) da Trácia Ocidental. 1,5 milhão de pessoas da Ásia Menor e de gregos pônticos são assentados na Grécia, e cerca de 450 mil muçulmanos são assentados na Turquia.
  • 1947 - O regime comunista na Romênia começa a expulsar a comunidade grega. Aproximadamente 75 mil pessoas migram para a Grécia.
  • 1948 - Guerra Civil Grega. Dezenas de milhares de gregos comunistas e suas famílias fogem para as nações do Bloco do Leste. Milhares se estabelecem em Tashkent.
  • Década de 1950 - Emigração maciça de gregos para Alemanha Ocidental, Estados Unidos, Austrália, Canadá e outros países.
  • 1955 - Massacre de Istambul contra os gregos. Êxodo de gregos da cidade é acelerado; menos de 2 mil permanecem hoje em Istambul.
  • 1958 - A grande comunidade grega de Alexandria foge do regime de Nasser no Egito.
  • Década de 1960 - A República de Chipre é criada, como um estado independente grego sob proteção grega, turca e britânica. A emigração econômica continua.
  • 1974 - Invasão turca de Chipre. Quase todos os gregos que vivam no norte de Chipre fogem para o sul e para o Reino Unido.
  • Década de 1980 - Permite-se que muitos refugiados civis de guerra retornem à Grécia. Migração reversa a partir da Alemanha também começa.
  • Década de 1990 - Colapso da União Soviética. Aproximadamente 100 mil gregos étnicos migram a partir da Geórgia, Armênia, sul da Rússia e Albânia para a Grécia.
  • 2000 - A Grécia implementa completamente o Acordo de Schengen.
  • Década de 2000 - Algumas estatísticas indicam o começo de uma tendência de migração reversa de gregos a partir dos Estados Unidos e da Austrália.

Referências

  1. Estados Unidos da América: 2000 census
  2. Departamento de Estado dos Estados Unidos: Background Note: Greece
  3. Comissão de Relação de Comunidades: 2002 census Arquivado em 2 de fevereiro de 2006, no Wayback Machine.
  4. Alemanha: População grega na Alemanha, by the República Federal da Alemanha (Relações entre Grécia e Alemanha)
  5. Reino Unido: População grega no Reino Unido Não há um número exato disponível, este é o número apenas de Londres.
  6. Instituto Norueguês de Assuntos Internacionais: Centro de Estudos Russos: 2002 census Arquivado em 29 de outubro de 2005, no Wayback Machine.
  7. «Griegos de Chile.». Arquivado do original em 16 de outubro de 2015 
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  11. World Book 2005, "Greece"
  12. Encyclopædia Britannica 2006, "History of Greece"
  13. «Panegyric discurso 4 seção 50» 
  14. BBC: Languages across Europe: Greek
  15. Inter-relações entre cor de pele, cabelos, olhos e dentição em jovens adultos gregos. (em inglês) Panagiotis E. Lagouvardos, Ioana Tsamali, Christine Papadopoulou, Gregory Polyzois. ResearchGate, 2012.
  16. Forensic Science International: Genetics (em inglês)

Ver também

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Ligações externas

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