Igarapava

município do estado de São Paulo, no Brasil

Igarapava (pronúncia em português:[iɡɐɾɐpˈavɐ]) é um município brasileiro no interior do estado de São Paulo. Faz parte da Aglomeração Urbana de Franca, localizando-se a norte da capital do estado, distando desta cerca de 447 km. Localiza-se a uma latitude 20º02'18" sul e a uma longitude 47º44'49" oeste, estando a uma altitude de 576 metros. Sua população estimada em 2022 era de 26.212 habitantes.[2] A cidade possui o título de "Município de Interesse Turístico".

Igarapava
  Município do Brasil  
Vista da região central de Igarapava
Vista da região central de Igarapava
Vista da região central de Igarapava
Símbolos
Bandeira de Igarapava
Bandeira
Brasão de armas de Igarapava
Brasão de armas
Hino
Gentílico igarapavense
Localização
Localização de Igarapava em São Paulo
Localização de Igarapava em São Paulo
Localização de Igarapava em São Paulo
Igarapava está localizado em: Brasil
Igarapava
Localização de Igarapava no Brasil
Mapa
Mapa de Igarapava
Coordenadas 20° 02' 16" S 47° 44' 49" O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Região metropolitana Franca
Municípios limítrofes Aramina, Buritizal, Pedregulho e Rifaina (SP); Uberaba, Delta e Conquista (MG)
Distância até a capital 447 km
História
Fundação 22 de maio de 1842 (181 anos)
Administração
Prefeito(a) José Ricardo Rodrigues Mattar (MDB, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 468,355 km²
População total (Est. IBGE/2022[2]) 26,212 hab.
Densidade 0,1 hab./km²
Clima tropical (Aw)
Altitude 580 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2022[3]) 0,768 alto
PIB (IBGE/2022[4]) R$ 496 417,848 mil
PIB per capita (IBGE/2022[4]) R$ 44 240,73

Topônimo editar

"Igarapava" é um termo de origem tupi que significa "Porto de canoas", através da junção dos termos ygara (canoa) e upaba (Porto). Numa tradução mais objetiva e a qual foi realmente chamada, Igarapava quer dizer: "Porto das Canoas".[5].

História editar

 
Praça Sinhá Junqueira

As terras onde hoje se localiza o município de Igarapava foram local de passagem e descanso dos bandeirantes paulistas rumo às minas dos índios goiazes. Essas terras foram doadas pela Coroa Portuguesa, por volta de 1720, aos bandeirantes Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera) e João Leite da Silva Ortiz. Em 1842, o capitão Anselmo Ferreira de Barcelos, que nestas terras já residia na Fazenda Vargem Alegre (foragido que veio de Franca, onde era acusado de matar uma pessoa, e de atentar contra a vida do juiz de paz daquela localidade), juntamente com o padre Zeferino Baptista do Carmo, erigiram a Capela de Santa Rita do Paraíso. O citado capitão doou parte de suas terras ao patrimônio da santa.

Em 7 de fevereiro de 1851, a Lei Sete elevou o povoado à categoria de distrito. Em 25 de agosto de 1892, pela Lei Estadual Oitenta, foi criada a Comarca de Santa Rita do Paraíso. Em 19 de dezembro de 1906, Santa Rita do Paraíso foi elevada à categoria de município pela Lei Estadual 1 038. Em 4 de novembro de 1907, pela Lei Estadual 1 097, o município e comarca de Santa Rita do Paraíso teve seu nome mudado para Igarapava[6].

A escolha do nome Igarapava para substituir Santa Rita do Paraíso, era justificada pelo fato do Porto de Ponte Alta ser chamado Porto das Canoas onde várias canoas auxiliavam a barca na travessia do Rio Grande. Na língua dos nativos “igara” significa canoa pequena, feita de um único tronco, enquanto “pava” significa porto ou lugar onde se para.

Por isso a Lei nº 1097 de 4 de novembro de 1907 muda o nome do município e Comarca de Santa Rita do Paraíso, para Igarapava.

Durante sua trajetória até os dias atuais vários fatos históricos tiveram como cenário o município de Igarapava, sendo o mais importante, a Revolução de Trinta, onde a ponte de ferro construída em 1913, foi palco de grandes confrontos entre as Forças Legalista ( Paulistas ) e as Forças Rebeldes ( mineiros ) dos estados de Minas Gerais e São Paulo

Possui um dos solos mais férteis do mundo, solo de “terra roxa”, e relevo levemente ondulado, o que favoreceu o desenvolvimento da agroindústria com forte expressão na produção e exportação de açúcar, álcool, cereais e pecuária de leite, bem como a produção artesanal da pinga de engenho e fabricação caseira de doces e queijos.

Usina Hidrelétrica de Igarapava editar

 
Usina Hidrelétrica de Igarapava

Localizada no Rio Grande, a 575 km de Belo Horizonte e 450 km de São Paulo, está a Usina Hidrelétrica de Igarapava, com capacidade instalada de 210 megawatts, formada por cinco unidades geradoras tipo bulbo, é considerado um grande marco para a geração de energia no Brasil, devido ao seu pioneirismo. Este modelo tipo bulbo demanda menor represamento d'água e menor queda d'água (desnível), causando menor impacto ambiental, com maior viabilidade técnica e econômica[7].


Demografia editar

Dados do Censo - 2010:

População total: 26.212

  • Rural: 1 000
  • Urbana: 25 212
  • Homens: 12,362
  • Mulheres: 13,850

Densidade demográfica (hab./km²): 59,70

Mortalidade infantil até 1 ano (por mil): 6,27

Expectativa de vida (anos): 70,89

Taxa de fecundidade (filhos por mulher): 2,07

Taxa de alfabetização: 97,8%

Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM): 0,768

  • IDH-M Renda: 0,809
  • IDH-M Longevidade: 0,835
  • IDH-M Educação: 0,671

[8]

Curiosamente, a população do município vem decrescendo ano após ano, fruto do êxodo da população em busca de melhores oportunidades de estudo e carreira

Geografia editar

Hidrografia editar

Igarapava situa-se à margem esquerda do Rio Grande, que faz a divisa entre os estados de Minas Gerais e São Paulo.

Clima editar

Segundo dados do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO/SP), desde fevereiro de 2014 a menor temperatura registrada em Igarapava foi de 1,8 °C em 7 de julho de 2019 e a maior alcançou 43,1 °C em 8 de outubro de 2020. O maior acumulado de chuva em 24 horas atingiu 168,7 mm em 8 de abril de 2009.[9]

Dados climatológicos para Igarapava
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 38,9 38,8 37,6 36,9 35,3 34,5 34,8 37,3 41,6 43,1 39,7 38 43,1
Temperatura mínima recorde (°C) 17,1 16,6 15 11,1 6 5,6 1,8 5,4 9 11,6 11,9 16 1,8
Fonte: CIIAGRO/SP – Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (recordes de temperatura: 01/02/2014-presente)[9]

Economia editar

O Produto Interno Bruto (PIB) de Igarapava era de 1.029.145,58 (em mil reais) e o PIB per capita de 35.782,68 (em reais), em 2015, segundo dados da Fundação SEADE. Na composição da participação no total do Valor Adicionado do município, os Serviços tinham 79,77%, a Indústria 15,13%, e a Agropecuária 5,10%.

Rodovias editar

Igarapava é servida por uma boa malha rodoviária, dentre as quais destaca-se a Rodovia Anhanguera, uma das melhores rodovias do Brasil.

Comunicações editar

A cidade era atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP)[12], que construiu a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica[13], sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo[14] para suas operações de telefonia fixa.

Atualmente a cidade é servida por uma infraestrutura de Internet banda larga através de fibra óptica e rádio.

Educação editar

Ensino Médio editar

O município sedia a ETEC - "Antônio Junqueira da Veiga", onde são oferecidos diversos cursos técnicos integrados ao ensino médio.

Ensino Fundamental editar

O município conta com diversas instituições municipais e estaduais de ensino fundamental, além de colégios particulares.

Administração editar

  • Prefeito: José Ricardo Rodrigues Mattar (2017-2024)
  • Vice-prefeito: Wagner Marques dos Santos
  • Presidente da Câmara: José Carlos de Oliveira (2019); Wagner José dos Santos (2018); Germano Balthazar Barboza (2017)

Turismo editar

Festa da Cana: O município faz aniversário no dia 22 de maio. Nessa data, é realizada a tradicional Festa da Cana (tem esse nome, pois a economia do município é baseada no setor sucroalcooleiro, estando a cidade cercada por canaviais).

Usina Junqueira: A colônia, hoje intitulada de Usina Junqueira, foi construída na década de 1940 por Francisco Maximiano Junqueira, o Coronel Quito Junqueira, para abrigar os trabalhadores de sua propriedade sucroalcooleira. Após sua morte, a vila passou a ser administrada por uma fundação que leva o nome da mulher do coronel, Theolina Zemilla de Andrade Junqueira, a Sinhá Junqueira. Atualmente, a vila pertencente ao município mantém as características e arquitetura da época e também possuí um museu sobre a história da vila e da Fundação. Visitas: Museu, Maria Fumaça, praça Quito Junqueira, Igreja, usina administrada pela Raízen, e Fundação Sinhá Junqueira.

Rio Grande: A cidade recebe diversos turistas nos finais de semana. O Rio Grande é a grande atração, e a pesca e os esportes náuticos estão entre os preferidos, inclusive centenas de pessoas utilizam as margens do rio como praia, a fim de desfrutar das belezas da natureza da região.

Novas atrações: Em fevereiro de 2019 Igarapava foi formalmente reconhecida pelo governo do Estado de São Paulo como "Município de Interesse Turístico (MIT)", sendo que graças a esta iniciativa, a prefeitura dará início à construção do "Parque Ecoturístico Porto das Canoas", bem como a "Praia da Revolução de 1932", atrações que irão explorar ainda mais o potencial turístico da região, incentivando novos investimentos por parte da iniciativa privada.


 
Rio Grande em Igarapava-SP

Igarapavenses ilustres editar

Referências

  1. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. a b «Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 14 de agosto de 2017» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 13 de setembro de 2017 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 21 de setembro de 2013 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2010-2014». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 5 de dezembro de 2014 [ligação inativa]
  5. NAVARRO, E. A. Método Moderno de Tupi Antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. 3ª edição. São Paulo. Global. 2005. p.79
  6. Museu José Chiachiri, em Franca
  7. «Cópia arquivada». Consultado em 22 de abril de 2019. Arquivado do original em 4 de dezembro de 2017 
  8. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
  9. a b Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO/SP). «Consulta por período». Consultado em 20 de junho de 2021 
  10. Associação Brasileira de Preservação Ferroviária
  11. Rede Ferroviária Federal
  12. «Área de atuação da Telesp em São Paulo». Página Oficial da Telesp (arquivada) 
  13. «Nossa História». Telefônica / VIVO 
  14. GASPARIN, Gabriela (12 de abril de 2012). «Telefônica conclui troca da marca por Vivo». G1 

Ligações externas editar