Júlio de Brito
Júlio José de Brito (Paris, 30 de Março de 1896 - Porto, 26 de Março de 1965) foi um arquiteto, engenheiro e professor português. Destacou-se principalmente como arquitecto, tendo sido o autor de vários edifícios emblemáticos na cidade do Porto, como o Teatro Rivoli e o Coliseu.[1]
Júlio de Brito | |
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Nome completo | Júlio José de Brito |
Nascimento | 30 de Março de 1896 Paris |
Morte | 26 de Março de 1965 Porto |
Nacionalidade | Portuguesa |
Progenitores | Mãe: Isabelle Ruffier Poupelloz de Brito Pai: José de Brito |
Alma mater | Escola de Belas Artes do Porto Universidade do Porto |
Ocupação | Arquitecto |
Biografia
editarNasceu na cidade de Paris, em 30 de Março de 1896.[2] Os seus pais foram o pintor José de Brito (1855-1946) e a cidadã francesa Isabelle Ruffier Poupelloz de Brito (1874-1954).[2] Frequentou o Curso Geral dos Liceus, e em 1910 entrou no Curso de Arquitectura da Escola de Belas Artes do Porto, e ao mesmo tempo foi aluno no Curso Complementar dos Liceus e no Curso de Engenharia da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.[2] Terminou este último em 1924, e dois anos depois foi diplomado como arquitecto.[2]
Começou a sua carreira como professor em 1922, ainda durante o seu período como estudante, ensinando no nono grupo do Liceu Rodrigues de Freitas.[2] Em 1926 passou a professor interino na Escola de Belas Artes do Porto, onde cerca de dois anos depois ascendeu a professor efectivo, posição que manteve até à sua reforma.[2] Naquela escola ensinou principalmente cálculo, resistência de materiais, estruturas e topografia.[2]
Além de ser professor, também exerceu igualmente como engenheiro e arquitecto, tendo sido responsável pela construção de inúmeros edifícios na cidade do Porto,[2] destacando-se o Teatro Rivoli, inaugurado em 1932,[3] e o Cinema Coliseu, este último em conjunto com Cassiano Branco, José Porto, Yan Wils e Charles Siclis e Mário de Abreu.[4] Outra obra de grande importância foi a Casa Domingos Fernandes, situada na Praça Mouzinho de Albuquerque, e concluída em 1927, que é considerada como uma das primeiras construções no Porto a mostrar a influência da Exposição Internacional de Artes Decorativas de Paris, em 1925.[2] Desenhou igualmente os edifícios da Companhia de Fiação e Tecidos de Fafe,[5] da Companhia de Seguros Garantia, na Avenida dos Aliados, da Confeitaria Ateneia, na Praça da Liberdade, da Livraria Figueirinhas, entre a Rua de Ceuta e a Rua José Falcão, da Companhia Industrial de Fibras Artificiais, na Rua de Ceuta, de um prédio no gaveto entre as Ruas Duque de Loulé e Alexandre Herculano e outro na Praça Pedro Nunes, e do Preventório da Assistência aos Tuberculosos do Norte de Portugal, na Rua de S. Roque da Lameira.[2] Colabrou também nos imóveis da Faculdade de Engenharia, na Rua dos Bragas, da Fábrica das Sedas Aviz, do Edifício e o Café Aviz, na Rua de Aviz, e do Edifício da Junta de Freguesia de Cedofeita, em 1934.[2]
Além da cidade do Porto também deixou trabalhos noutros pontos do país, como o Sanatório de Valongo, em Gondomar,[1] o Santuário do Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo[6] o Hotel Garantia e o Mercado de Famalicão, o Teatro Jordão em Guimarães, o Cine Teatro São Pedro em Espinho, o Edifício A Nacional em Braga, o Liceu de Vila Real, os conventos das Carmelitas em Marco de Canaveses e no Monte Estoril, o Mosteiro de Singeverga em Santo Tirso, e a Agência do Banco Pinto de Magalhães, na Rua do Ouro, em Lisboa.[2]
Reformou-se em 1964, e faleceu no Porto, em 26 de Março de 1965.[2]
Referências
- ↑ a b BARREIRO, Pedro; GODINHO, Rafael (17 de Julho de 2018). «A história de um Sanatório que chegou fora de horas». Jornalismo Porto Net. Universidade do Porto. Consultado em 21 de Setembro de 2021
- ↑ a b c d e f g h i j k l m «Júlio de Brito». Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto. Universidade do Porto. Consultado em 21 de Setembro de 2023
- ↑ «Teatro Municipal do Porto». Teatro Municipal do Porto. Consultado em 21 de Setembro de 2023
- ↑ «Edifício e Arquitetura». Coliseu do Porto. Consultado em 21 de Setembro de 2023
- ↑ FILIPE, Ana (2011). «Edifício na Avenida dos Aliados, n.º 276 / Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos de Fafe». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 21 de Setembro de 2021
- ↑ AMARAL, Paulo (2004). «Santuário do Monte de Santa Luzia / Santuário de Santa Luzia e do Sagrado Coração de Jesus». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 21 de Setembro de 2021