Mário de Oliveira

político brasileiro
 Nota: Se procura o arquiteto, pintor e crítico de arte português (1914 — 2013), veja Mário de Oliveira (arquiteto).

Mário de Oliveira (Júlio Mesquita, 3 de novembro de 1945) é um político e teólogo, ministro evangélico[1] e político brasileiro que exerceu sete mandatos de deputado federal por Minas Gerais.[2] É também o presidente nacional da Igreja do Evangelho Quadrangular.[3]

Mário de Oliveira
Deputado federal por Minas Gerais
Período 1° de fevereiro de 1983 até 1° de fevereiro de 2003
Período 1° de fevereiro de 2007 até 15 de julho de 2013
Dados pessoais
Nascimento 3 de novembro de 1945 (78 anos)
Júlio Mesquita, SP
Alma mater Instituto Brasileiro do Evangelho Quadrangular
Partido PP, PMDB, PRN, PTR, PP, PPB, PST, PSC, PODE
Profissão pastor

Dados biográficos editar

Filho de Antenor de Oliveira e Margarida Genaro de Oliveira, converteu-se à Igreja do Evangelho Quadrangular em seguida à mãe chegando a auxiliar de pastor em Adamantina aos 19 anos após passar a infância em Bauru. Em 1986 formou-se em Teologia pelo Instituto Brasileiro do Evangelho Quadrangular em São Paulo e no correr de sua vida missionária pregou em Assis e no estado do Rio Grande do Sul até fixar moradia em Belo Horizonte em 1971[2] onde fundou um templo de sua igreja e apresentou programas na Rádio Inconfidência e na Rádio Itatiaia após o retorno de Juiz de Fora. Em virtude de suas atribuições profissionais foi secretário-executivo da Assessoria Administrativa Estadual da Igreja do Evangelho Quadrangular, membro do Conselho Nacional de Diretores da Igreja do Evangelho Quadrangular, fundador das Casas de Recuperação de Mulheres e Jovens Viciados da Igreja do Evangelho Quadrangular e diretor-redator da Revista Quadrangular. Em 2008 foi eleito presidente do Conselho Nacional de Diretores da Igreja do Evangelho Quadrangular no Brasil e reeleito em 2012.[2]

Carreira política editar

Com o fim do bipartidarismo no governo João Figueiredo filiou-se ao PP e seguiu Tancredo Neves quando o partido foi incorporado ao PMDB[4] sendo eleito deputado federal em 1982[5] e votou pela Emenda Dante de Oliveira em 1984 e em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985. Reeleito em 1986, participou da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1988. Por ocasião das eleições presidenciais de 1989 mudou para o PRN e apoiou Fernando Collor sendo reeleito deputado federal em 1990. Voto favorável ao impeachment do presidente em 1992, foi reeleito em 1994 e 1998 transitando por PTR, PP e PPB antes de reingressar no PMDB, legenda que trocaria pelo PST.[5]

Sem disputar um novo mandato foi nomeado assessor especial do governo de Minas Gerais por Aécio Neves em 2003 quando já estava no PSC reelegendo-se deputado federal em 2006 e 2010.[5]

Polêmicas e renúncia editar

Em 2007 foi acusado de contratar um pistoleiro para assassinar o pastor e então deputado Carlos William num processo arquivado pelo Supremo Tribunal Federal por falta de provas.[6] Renunciou ao mandato em 15 de julho de 2013 alegando razões de saúde[7] embora estivesse sob inquérito conduzido pela Polícia Federal e sob análise do STF onde respondia a diferentes ilícitos penais[8] sendo efetivado o seu sobrinho, o pastor Stefano Aguiar.

Segundo o Jornal Estado de Minas[9] um inquérito foi instaurado em abril 2013 por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux para apurar possíveis crimes de ameaça, desvio de recursos públicos, corrupção de testemunhas, sonegação fiscal e tentativa de homicídio está por trás da decisão do pastor e presidente nacional da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), Mário de Oliveira (PSC), de deixar o cargo de deputado federal. É que com a renúncia o inquérito passa a ser conduzido pela Polícia Civil e não mais por agentes da Polícia Federal sob a supervisão do STF, voltando as investigações à estaca zero.O ex-deputado foi acusado por Osvaldeci Nunes, pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular, de mandar matar a ex-cunhada, M.M.L, que teria ficado com parte da venda de uma fazenda de Mário de Oliveira, em Miranda, no Mato Grosso do Sul, mas registrada em nome do irmão do presidente da Quadrangular, Luiz Carlos de Oliveira, com quem era casada. A propriedade, segundo o depoimento, teria sido vendida por R$ 2 milhões.No depoimento, que serviu de base para abertura do Inquérito 3.647, em tramitação no STF desde abril, o pastor também elenca outras propriedades que seriam de Mário de Oliveira, mas estariam em nome de seus irmãos, entre eles Antônio Genaro (PSC), o deputado estadual mais rico de Minas Gerais, com patrimônio declarado em 2010 à Justiça Eleitoral de R$ 88 milhões, e Maria Aparecida de Oliveira, mãe do deputado federal Stefano Aguiar (PSC), que assumiu a vaga de Mário de Oliveira. Em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral em 2010 Mário de Oliveira informa ter um patrimônio no valor de R$ 687,4 mil. A reportagem procurou o ex-deputado, seu irmão, Antônio Genaro, e seu sobrinho Stefano Aguiar, mas eles não retornaram os pedidos de entrevista.Entre os bens estariam fazendas em Felixlândia, Região Central de Minas Gerais, em Andiroba, distrito de Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e casas em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e na capital mineira. No depoimento o pastor contou detalhes sobre a propriedade e deu os nomes dos responsáveis pela administração dos imóveis.

Referências

  1. Conheça os 513 deputados e 81 senadores que assumem amanhã (online). Folha de S.Paulo, 31/01/1995. Página visitada em 16 de julho de 2013.
  2. a b c BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia de Mário de Oliveira». Consultado em 16 de julho de 2013 
  3. admin (9 de dezembro de 2021). «Quadrangular: conheça uma das maiores denominações evangélicas do Brasil». UniSecal - Jornalismo. Consultado em 29 de janeiro de 2024 
  4. Redação (21 de dezembro de 1981). «PP e PMDB decidem unir-se. Capa». acervo.folha.com.br. Folha de S.Paulo. Consultado em 16 de julho de 2013 
  5. a b c BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 5 de outubro de 2020 
  6. «Deputado nega suspeita da polícia e PSC se solidariza com ele (folha.com)». Consultado em 16 de julho de 2013 
  7. «Deputado Mário de Oliveira (PSC-MG) renuncia ao mandato (estadão.com)». Consultado em 16 de julho de 2013 
  8. «Alvo de processo no STF, deputado Mário de Oliveira renuncia ao mandato (folha.com)». Consultado em 16 de julho de 2013 
  9. Alessandra Mello (17 de julho de 2013). «Pistolagem». Santos. Consultado em 2 de outubro de 2013 

Ligações externas editar