Partido Social Cristão
O Partido Social Cristão (PSC) é um partido político brasileiro fundado em 1985 e registrado definitivamente em 1990.[1] Usa o Ichthys como simbologia. Em abril de 2023 possuía 405.903 filiados.[6] Durante o governo de Jair Bolsonaro, o PSC apresentou alinhamento de 93% nas votações da câmara (até abril de 2021).[12] No espectro político, é definido como de direita[13][14] a extrema-direita.[15]
Partido Social Cristão | |
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Número eleitoral | 20[1] |
Presidente | Pastor Everaldo[1] |
Vice-presidente | Marcondes Gadelha |
Secretário-geral | Alessandro Martello Panno |
Tesoureiro-geral | Henrique Régis de Farias |
Fundação | 15 de maio de 1985 (38 anos) |
Registro | 29 de março de 1990 (33 anos)[1] |
Sede | Brasília e Rio de Janeiro |
Ideologia | |
Espectro político | Direita a Extrema-direita |
Religião | Cristianismo |
Think tank | Atual: Fundação da Liberdade Econômica Anterior: Fundação Instituto Pedro Aleixo (FIPA) |
Ala de juventude | PSC Jovem |
Ala feminina | PSC Mulher |
Dividiu-se de | PDS |
Fusão | Em Processo de Incorporação ao PODE |
Membros (2023) | 405.903[6] |
Governadores (2023)[7] | 0 / 27 |
Prefeitos (2020)[8] | 115 / 5 568 |
Senadores (2023)[9] | 0 / 81 |
Deputados federais (2023)[10] | 3 / 513 |
Deputados estaduais (2022) | 20 / 1 024 |
Vereadores (2020)[11] | 1 510 / 56 810 |
Cores | Verde Branco |
Slogan | "Meu Brasil Conservador." |
Sigla | PSC |
Página oficial | |
psc | |
Política do Brasil |

Em 22 de novembro de 2022, o partido anunciou que seria incorporado ao Podemos (PODE). No dia 8 de dezembro do mesmo ano, foi realizada a convenção conjunta dos partidos que formalizou incorporação, que aguarda agora a homologação do TSE.[16][17][18][19][20]
HistóriaEditar
A história do PSC começou em 1970, com a criação do Partido Democrático Republicano (PDR). Em 1985, depois da reabertura política com o fim da ditadura militar, Vítor Nósseis deu continuidade ao trabalho da sigla com a fundação do PSC.[14]
Em 1994, a legenda lançou o militar Hernani Goulart Fortuna como candidato a presidente. Ele logrou 0,38% dos votos e, consequentemente, a última colocação. Em 1998, o partido, que havia lançado Sérgio Bueno como presidenciável, conseguiu eleger dois deputados federais e 15 estaduais. Sérgio Bueno ficou em penúltimo lugar no pleito, com 124.659 votos.
Em 2014, lançou a candidatura do pastor Everaldo Dias Pereira à presidência da República. Everaldo adotou um discurso economicamente liberal de cunho austríaco em termos de economia e socialmente conservador em questões culturais e políticas públicas.
Em março de 2016, filiou-se o deputado Jair Bolsonaro do Rio de Janeiro, para ser candidato à presidência. Em janeiro de 2018, Luciano Bivar anunciou a filiação de Bolsonaro ao PSL. O partido decidiu tirar a candidatura do ex-presidente do BNDES, Paulo Rabello, à presidência da República, para indicá-lo como vice[21] na chapa encabeçada pelo senador Alvaro Dias, do Podemos. Em 2018, o partido elegeu os governadores do Amazonas e do Rio de Janeiro, Wilson Lima e Wilson Witzel, respectivamente.[22]
Nas eleições municipais de 2020, o partido elegeu 115 prefeitos (nenhum em capitais) e 1.510 vereadores.[8][11]
Em 2022, o partido não conseguiu superar a cláusula de barreira nas eleições gerais.[23] Consequentemente, iniciou negociações para realizar uma fusão ou ser incorporado a outro partido. Após não prosseguir em negociações com o PTB[24] e com o Avante,[18] em 22 novembro de 2022, anunciou a sua incorporação ao Podemos.[16][17]
A convenção conjunta dos partidos, que formalizou a incorporação, foi realizada em 8 de dezembro de 2022. Depois disso, a incorporação deve ser homologada pelo TSE.[19][20]
IdeologiaEditar
A denominação "Social Cristão" vem da sustentação dos partidários no que chamam de "Doutrina Social Cristã" e no cristianismo. Segundo eles, mais do que uma religião, o cristianismo é um estado de espírito que não segrega e não exclui, além de servir de base para que as pessoas tomem decisões de forma racional.[4] Contudo, especialmente devido sua ligação com o evangelicalismo, o PSC defende o conservadorismo social, se opondo duramente ao direito ao aborto, aos direitos dos LGBT+, à "teoria de gênero" e à legalização da maconha.[2]
Na economia, o partido apoia a liberdade de mercado[2] com a privatização de muitas das empresas estatais brasileiras conciliada com uma ampla seguridade social.
Abertamente contrário ao marxismo, o PSC é historicamente anticomunista.
OrganizaçãoEditar
Mandatos relevantes atuaisEditar
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Número de filiadosEditar
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Desempenho eleitoralEditar
Legislatura | Bancada | % | ± |
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49ª (1991–1995) | 5 / 503 |
0,99 | 5 |
50ª (1995–1999) | 3 / 513 |
0,58 | 2 |
51ª (1999–2003) | 2 / 513 |
0,38 | 1 |
52ª (2003–2007) | 1 / 513 |
0,19 | 1 |
53ª (2007–2011) | 9 / 513 |
1,75 | 8 |
54ª (2011–2015) | 17 / 513 |
3,31 | 8 |
55ª (2015–2019) | 13 / 513 |
2,53 | 4 |
56ª (2019–2023) | 8 / 513 |
1,55 | 5 |
57ª (2023–2027) | 6 / 513 |
1,16 | 2 |
Os números das bancadas representam o início de cada legislatura, desconsiderando, por exemplo, parlamentares que tenham mudado de partido posteriormente.
Eleições estaduaisEditar
Participação e desempenho do PSC nas eleições estaduais de 2022[22] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos. Em negrito estão os candidatos filiados ao PSC durante a eleição.Os cargos obtidos na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas são referentes às coligações proporcionais que o PSC compôs. Tais coligações não são necessariamente iguais às coligações majoritárias e geralmente são menores. Não estão listados os futuros suplentes empossados.
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Participação e desempenho do PSC nas eleições estaduais de 2018[22] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (9 governadores e 13 senadores). Em negrito estão os candidatos filiados ao PSC durante a eleição.Os cargos obtidos na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas são referentes às coligações proporcionais que o PSC compôs. Tais coligações não são necessariamente iguais às coligações majoritárias e geralmente são menores. Não estão listados os futuros suplentes empossados.
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Eleições presidenciaisEditar
Ano | Imagem | Candidato(a) a presidente | Candidato a vice-presidente | Coligação | Votos | Posição |
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1989 | Fernando Collor (PRN) |
Itamar Franco (PRN) |
Movimento Brasil Novo (PRN, PSC, PST, PTR) |
35.089.998 (53,03%) | 1ª | |
1994 | — | Hernani Fortuna (PSC) |
Vítor Nósseis (PSC) |
Sem coligação | 238.197 (0,38%) | 8ª |
1998 | — | Sérgio Bueno (PSC) |
Ronald Abrahão Azaro (PSC) |
Sem coligação | 124.659 (0,18%) | 11ª |
2010 | Dilma Rousseff (PT) |
Michel Temer (PMDB) |
Para o Brasil Seguir Mudando (PT, PMDB, PR, PSB, PDT, PCdoB, PSC, PRB, PTC e PTN) |
55.752.529 (56,05%) | 1ª | |
2014 | Pastor Everaldo (PSC) |
Leonardo Gadelha (PSC) |
Sem coligação | 780.513 (0,75%) | 5ª | |
2018 | Alvaro Dias (PODE) |
Paulo Rabello de Castro (PSC) |
Mudança de Verdade (PODE, PRP, PSC e PTC) |
859.574 (0,8%) | 9ª |
Referências
- ↑ a b c d TSE. «Partidos políticos registrados no TSE». Consultado em 25 de maio de 2021
- ↑ a b c d e «Missão e Valores». psc.org.br. Consultado em 25 de maio de 2021. Cópia arquivada em 16 de junho de 2020
- ↑ Pereira, Merval (6 de janeiro de 2019). «A força dos evangélicos». O Globo. Consultado em 30 de novembro de 2022
- ↑ a b «Histórico». podemos.org.br. Consultado em 27 de abril de 2020. Arquivado do original em 28 de outubro de 2014
- ↑ Sampaio Júnior, José Herval. «Agora 35 partidos políticos no Brasil, indaga-se quais têm verdadeiramente ideologias e conteúdos programáticos aplicados na prática?». Jusbrasil. Consultado em 27 de abril de 2020
- ↑ a b c «Estatísticas do eleitorado – Eleitores filiados». TSE. Consultado em 22 de maio de 2023
- ↑ a b Edgard Matsuki (28 de outubro de 2018). «Eleições 2018: Confira lista completa dos candidatos eleitos». EBC. Consultado em 25 de maio de 2021
- ↑ a b PATRI/Datapedia. «Resultados da eleição municipal de 2020 para as prefeituras». Consultado em 25 de maio de 2021
- ↑ Senado Federal. «Senadores em Exercício 56ª Legislatura (2019 - 2023)». Consultado em 25 de maio de 2021
- ↑ a b Câmara dos Deputados. «Bancada dos partidos». Consultado em 25 de maio de 2021
- ↑ a b Fábio Vasconcellos (17 de novembro de 2020). «DEM, PP e PSD aumentam número de vereadores no Brasil; MDB, PT, PSDB, PDT e PSB registram redução». G1. Consultado em 25 de maio de 2021
- ↑ Congresso em Foco (23 de abril de 2021). «Radar do Congresso». Consultado em 25 de maio de 2021
- ↑ Madeira, Rafael Machado; Tarouco, Gabriela da Silva (23 de agosto de 2013). «Esquerda e direita no sistema partidário brasileiro: análise de conteúdo de documentos programáticos». Revista Debates. 7 (2): 93–114. ISSN 1982-5269. doi:10.22456/1982-5269.38573
- ↑ a b Ana Ligia (28 de outubro de 2015). «Conheça a história do Partido Social Cristão (PSC)». estudopratico.com.br. Consultado em 30 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 17 de junho de 2022
- ↑ Moraes, Igor (18 de maio de 2018). «O que significa esquerda, direita e centro na política?». O Estado de S.Paulo. Consultado em 25 de maio de 2021
- ↑ a b «Podemos anuncia incorporação do PSC, e partido terá 18 deputados e 7 senadores em 2023». G1. 22 de novembro de 2022. Consultado em 22 de novembro de 2022
- ↑ a b «Líderes de partidos anunciam incorporação do PSC pelo Podemos». CNN Brasil. 22 de novembro de 2022. Consultado em 22 de novembro de 2022
- ↑ a b «Podemos vai incorporar PSC e terá a 8ª maior bancada». Poder360. 22 de novembro de 2022. Consultado em 22 de novembro de 2022
- ↑ a b «Podemos anuncia incorporação do PSC e amplia bancadas». Metropoles. 22 de novembro de 2022. Consultado em 23 de novembro de 2022
- ↑ a b «Podemos e PSC realizam primeira Convenção Nacional e avançam no processo de união política». 8 de dezembro de 2022. Consultado em 8 de dezembro de 2022
- ↑ Editorial, Reuters. «PSC retira candidatura e Paulo Rabello será vice na chapa de Alvaro...». BR
- ↑ a b c TSE. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 25 de maio de 2021
- ↑ «12 partidos e federações alcançam cláusula de barreira; 16 partidos ficam de fora». Senado Federal do Brasil. 17 de outubro de 2022. Consultado em 17 de outubro de 2022
- ↑ «Cláusula de barreira: Patriota, PTB e PSC temem asfixia financeira e discutem fusão ou incorporação; entenda». G1. 10 de outubro de 2022. Consultado em 17 de outubro de 2022
- ↑ Câmara dos Deputados. «Bancada na Eleição (1998-2018)». Consultado em 25 de maio de 2021
- ↑ em progagandas vinculadas ao PSC na TV, algumas apareciam com o slogan e número do Zema
- ↑ a b O Povo (8 de agosto de 2018). «Aliança de Camilo vem com mais de 600 candidatos a deputados estaduais e federais no Ceará». Consultado em 25 de maio de 2021