Nilo Moraes Coelho

empresário, pecuarista e político brasileiro
 Nota: Se procura o político pernambucano, tio deste, veja Nilo Coelho.

Nilo Augusto de Moraes Coelho (Guanambi, 1 de abril de 1943) é um político e empresário brasileiro. Foi governador da Bahia, deputado federal e quatro vezes prefeito da cidade natal. Atualmente é prefeito do município de Guanambi, sendo a pessoa que mais ocupou o cargo no município.[1]

Nilo Moraes Coelho
Nilo Moraes Coelho
Nilo Moraes Coelho
7.° Vice-Governador da Bahia
Período 15 de março de 1987 até 15 de maio de 1989
Governador Waldir Pires
Antecessor(a) Edvaldo de Oliveira Flores
Sucessor(a) Paulo Souto
42.° Governador da Bahia
Período 15 de maio de 1989 até 15 de março de 1991
Antecessor(a) Waldir Pires
Sucessor(a) Antônio Carlos Magalhães
Prefeito de Guanambi
Período 15 de março de 1983 até 15 de março de 1986
Antecessor(a) José Neves Teixeira
Sucessor(a) Gileno Pereira Donato
Período 1° de janeiro de 2005 até 1° de abril de 2010
Antecessor(a) Ariovaldo Vieira Boa Sorte
Sucessor(a) Charles Fernandes
Período 1° de janeiro de 2021 até 10 de novembro de 2023
Vice-prefeito Arnaldo Pereira de Azevedo
Antecessor(a) Jairo Silveira Magalhães
Sucessor(a) Arnaldo Pereira de Azevedo
Deputado Federal pela Bahia
Período 1° de fevereiro de 1999 até 1° de fevereiro de 2003
Dados pessoais
Nome completo Nilo Augusto de Moraes Coelho
Nascimento 1 de abril de 1943 (81 anos)
Guanambi, BA
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Eunice Morais Coelho
Pai: Gercino Coelho
Esposa Solange Maria de Oliveira Coelho
Partido PMDB (1982-1997)
PSDB (1997-2006)
PP (2006-2010)
PSDB (2010-2019)
DEM (2019-2022)
UNIÃO (2022-Presente)
Profissão Empresário

Biografia editar

Filho do político Gercino Coelho (morto em campanha junto a Lauro Farani Pedreira de Freitas, em 1950), e de Eunice Morais Coelho. Sobrinho do político pernambucano Nilo Coelho, que presidiu o Congresso Nacional, ambos são homônimos políticos.[1]

Josefa Maria de Souza dos Santos
Clementino de Souza Coelho
Eunice Morais
Gercino Coelho
Nilo de Sousa Coelho
Nilo Moraes Coelho

Nilo Coelho, como é conhecido na Bahia, é empresário agrícola em sua cidade natal.[1] Na década de 1980, com o incremento da lavoura algodoeira, muitas fortunas fizeram-se em curto período, na região que compreende parte da Serra Geral do Estado.

Desponta para a política baiana, ao ser eleito prefeito de Guanambi em 1982, para um mandato que se estenderia por seis anos. Mas interrompeu-o, em 1986, para concorrer ao cargo de vice-governador na chapa capitaneada por Waldir Pires.[1] Nilo filia-se ao PMDB e deixa a base de sustentação política de Antônio Carlos Magalhães - ACM, líder do chamado "carlismo" que na Bahia congregava diversos partidos.

Vitorioso por grande maioria do eleitorado (quase um milhão e meio de votos de vantagem sobre o candidato carlista, Josaphat Marinho), Waldir Pires toma posse a 15 de março de 1987, nomeando o vice-governador Secretário de Minas e Energia. Nilo ascende ao governo com a renúncia do titular que deixa o poder almejando a vice-presidência na candidatura de Ulysses Guimarães em 1989 que foi derrotado ficando em sétimo lugar.[1]

Depois de ter exercido o cargo, com o retorno de ACM ao poder, Nilo sofre com acusações de desvios na administração. Foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (Primeira Turma)[2] em 1999, no julgamento do Recurso Especial 161084-BA, sendo obrigado a devolver aos cofres públicos o equivalente a quase dois milhões e meio de cruzeiros (moeda anterior ao real) gastos em 1991 para pagar despesas de convidados no Hotel Transamérica, na ilha de Comandatuba (Bahia), durante as festas de fim de ano.

Seguiu-se um período de ostracismo político que coincide com a crise da lavoura algodoeira.

Em 1994 concorre ao governo da Bahia, ficando em quarto lugar. Em 1998 é eleito deputado federal pelo PSDB, cargo que pleiteia novamente em 2002, sendo derrotado. Por este partido elege-se, em 2004, novamente prefeito de Guanambi. Em 2006 desfilia-se do PSDB filiando-se ao PP e volta para as bases do carlismo. Em 2008 é reeleito prefeito de Guanambi com 61,54% dos votos e permanece com o cargo até 2010, quando é substituído por Charles Fernandes.[3]

Posteriormente, volta a se filiar ao PSDB, e em 2010, numa chapa inédita DEM-PSDB na Bahia, renuncia novamente ao mandato de prefeito de Guanambi e candidata-se a vice-governador do estado na candidatura do ex-governador (1995-1999; 2003-2007) Paulo Souto (DEM), sendo derrotado.

Seu último pleito ao cargo de prefeito foi em 2016, quando perdeu em uma das eleições mais acirradas da cidade de Guanambi, ficando atrás apenas das eleições de 1996, quando a candidata eleita teve um pequena vantagem de 0,407%. Nas eleição de 2016 Nilo Coelho acabou com 49,15% dos votos válidos contra 50,85% do candidato Jairo Magalhães (PSB).

Governo da Bahia editar

Com a renúncia de Waldir Pires, Nilo assume em 15 de maio de 1989, governando até 15 de março de 1991.

Seu curto governo foi marcado por ações no interior do Estado, especialmente onde tinha sua base. Dentre estas, destaca-se a maior ponte do estado, a ponte Gercino Coelho, sobre o rio São Francisco.[1] Para os moradores de Salvador, porém, maior colégio eleitoral da Bahia, a figura do Governador era encarada quase como a de um Prefeito e sua administração foi tida como péssima.

Ao fim dos dois anos à frente do Palácio de Ondina, Antônio Carlos Magalhães retorna ao poder máximo do estado.

Acusações de corrupção e condenação editar

A biografia do ex-governador da Bahia e ex-prefeito de Guanambi coleciona vários tipos de acusações de irregularidades e condenação pela Justiça Federal.

Em 1997, a Procuradoria Especializada no Combate à Corrupção e Improbidade Administrativa do Estado da Bahia cobrou ao ex-governador despesas acerca de uma festa de reveillón na passagem do ano de 1990 a 1991, bem como sua hospedagem no Spa Sete Voltas em Itatiba, interior de São Paulo, em 1990[4]. Em ambas as ocasiões, Nilo Coelho era o então governador do Estado da Bahia e teria usado a quantia às custas do Estado. Somado as duas denúncias, o ex-governador teria de devolver cerca de R$ 400 mil aos cofres públicos do Estado[5]. À época, em 1997, a cobrança da dívida foi vista como algo inédito tanto no estado da Bahia quanto no Brasil[5].

Em 2015, a Justiça Federal bloqueou cerca de R$ 5 milhões em bens do ex-prefeito, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), além de bloquear bens de uma empresa e mais 11 pessoas[6]. Segundo o MPF as decisões teriam por objetivo garantir eventual "ressarcimento aos cofres públicos e pagamento de multas civis" em razão de atos de improbidade administrativa praticados na gestão do ex-prefeito Nilo Coelho em licitações para locação de caminhões, construção de casas populares e reforma de um colégio no município de Guanambi[7].

Em 2019, a Justiça Federal condenou o ex-prefeito e membros da comissão de licitação, por improbidade administrativa; irregularidade prevista nos art. 10 e 11 da Lei da Improbidade, por forjarem uma licitação para locação de caminhões no ano de 2009[8]. O MPF afirmou ainda que os réus realizaram licitação de fachada, para forjar competição entre falsos participantes, atingindo um valor estimado para a contratação que ultrapassou R$ 4 milhões[8].

Além de ter os direitos políticos suspensos por cinco anos, a Justiça determinou aos condenados o pagamento de multa de três vezes o valor da última remuneração recebida na gestão de Nilo Coelho à frente de Guanambi e a proibição de contratar, com o Poder Público ou receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios, por cinco anos[8].

Em 2016 quando surgiram várias denúncias do escândalo da empreiteira Odebrecht e atingiu vários políticos brasileiros, o nome do ex-governador foi citado em um diálogo do deputado Luiz Augusto (PP). No diálogo o deputado afirmava que o ex-governador havia fechado um acordo com aliados acerca da candidatura à prefeitura de Guanambi[9].

Referências

  1. a b c d e f Silvio Batalha et allii (1990). Cartilha Histórica da Bahia 5ª ed. Salvador: s/ed. pp. 200–202. CDD 981.4 
  2. [1]
  3. [2]
  4. Danese, Viviane Michelline Veloso (13 de dezembro de 2016). «O tribunal como rito de passagem em Ressurreição e a literatura como rito de passagem em Tolstói». RUS (São Paulo). 7 (8). 115 páginas. ISSN 2317-4765. doi:10.11606/issn.2317-4765.rus.2016.120652 
  5. a b «Folha de S.Paulo - Governo da Bahia cobra conta de spa a Nilo Coelho - 29/09/97». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 30 de julho de 2020 
  6. BA, Do G1; Sudoeste, com informações da TV (22 de setembro de 2015). «Justiça bloqueia R$ 5 milhões em bens de Nilo Coelho, diz MPF». Bahia. Consultado em 30 de julho de 2020 
  7. http://www.mpf.mp.br, Ministério Publico Federal-. «A pedido do MPF/BA, Justiça Federal bloqueia cerca de R$5 milhões do ex-governador Nilo Coelho». MPF. Consultado em 30 de julho de 2020 
  8. a b c http://www.mpf.mp.br, Ministério Publico Federal-. «Improbidade: ex-prefeito de Guanambi (BA) é condenado por forjar licitação para locação de caminhões». MPF. Consultado em 30 de julho de 2020 
  9. «Bomba da Odebrecht vai atingir a todos». Bahia.Ba. Consultado em 30 de julho de 2020 

Precedido por
José Neves Teixeira
Prefeito de Guanambi
1983 - 1986
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Gileno Pereira Donato
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Vice-governador da Bahia
1987 - 1989
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Paulo Souto
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Waldir Pires
Governador da Bahia
1989 - 1991
Sucedido por
Antônio Carlos Magalhães
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Ariovaldo Vieira Boa Sorte
Prefeito de Guanambi
2005 - 2010
Sucedido por
Charles Fernandes