Polissexualidade

atração por vários sexos e gêneros
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 Nota: Não confundir com poliamor, nem com poligamia, nem com pansexualidade, nem com bissexualidade.

Polissexualidade é uma orientação sexual, caracterizada pela atração por dois ou mais gêneros, porém não todos.[1][2][3] Esta difere, e não deve ser confundida com a poligamia ou poliamor. A polissexualidade é por vezes definida como "abrangente ou caracterizada por diferentes tipos de sexualidade".[4] É uma sexualidade polissêmica, quase todas as definições incluem desejo por múltiplos gêneros, algumas ainda descrevem "por muitos gêneros, mas não todos" ou "por pelo menos dois gêneros".[5][6] Polirromanticidade é usada para se referir a orientação romântica poli.[7]

Cores rosa-verde-azul, em tons mais escuros se comparado com a panssexual
Bandeira do orgulho polissexual

Os autores Linda Garnets e Douglas Kimmel afirmam que polisexual é uma identidade sexual "utilizada por pessoas que reconhecem que o termo bissexual retifica a dicotomia de gênero que fundamenta a distinção entre a heterossexualidade e a homossexualidade, o que implica que a bissexualidade é nada mais do que uma combinação híbrida destas dicotomias de gênero e sexo". No entanto, é possível argumentar que a bissexualidade, na verdade, não impõe uma dicotomia de gênero. Ativistas bissexuais muitas vezes argumentam que a parte "bi" pode referir-se aos mesmos gêneros e os que são diferentes de alguém.[8][9]

Segundo alguns ativistas bissexuais, pansexuais e aliados, a polissexualidade seria uma sexualidade que invalida a pansexulidade e a bissexualidade, sendo então uma sexualidade que não se levaria em consideração.[10] Contudo, há outros que acolhem polissexuais dentro da comunidade bissexual.[11]

História

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Um dos símbolos usados para representar a polissexualidade, um símbolo de infinito entrelaçando símbolos de gênero ao de neutrois ao meio

A palavra polissexual surgiu por volta da década de 1920.[12] Antes de ganhar força como sexualidade reconhecida, era utilizada no contexto do poliamor, que é a prática de ter (ou estar aberto a ter) mais de um relacionamento romântico e/ou sexual. À medida que o termo se tornou estabelecido e amplamente reconhecido nas últimas décadas, essa conflação tornou-se desatualizada, pois os polissexuais são agora considerados inteiramente distintos dos praticantes da não-monogamia e pessoas adeptas do poliamor já terem sua terminologia própria. O primeiro registro de polissexual sendo usado como um termo em relação a orientação sexual aparece num livro de 1964.[13] O termo apareceu mais em artigos e livros na década de 1970.[14][15][16][17][18]

O prefixo póli deriva do grego antigo, que significa "muitos" ou "vários"[19] e partilha similitude com os prefixos multi e pluri, que por sua vez, vêm do latim, significando multiplicidade e pluralidade.[20] Multissexualidade já foi usada, muitas vezes, para falar da diversidade sexual multicultural.[21][22][23] Plurissexualidade chega a ser um termo mais vago, ou mais amplo, para abranger as sexualidades plurais de atração generificada.[24][25]

Por volta da década de 2010, algumas diferenciações potenciais, essenciais para a distinção de pan e bi, colocava a polissexualidade como a possibilidade de misturar ceterossexualidade, antes chamada de skoliossexualidade, com a ginessexualidade ou a androssexualidade,[26] formando a torensexualidade ou trixensexualidade, anteriormente fragmentadas como gine-skolio-sexual e andro-skoliossexual.[27][28]

Âmbito de aplicação e aspectos culturais

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A polisexualidade é um termo de autoidentificação, que é algo amorfo, como há uma grande variedade de diferentes pessoas que usam o termo para descrever a si mesmas. A identidade polissexual está relacionada à identidade de gênero e é usada por algumas pessoas que se identificam fora do espectro binário de sexo e género.[29] Pessoas que referem a si mesmas como polissexuais podem ser atraídas por pelo gênero, e/ou o sexo, masculino e feminino, e pessoas não-binárias e intersexo.[30][31]

A relação entre religião e sexualidade varia muito entre os sistemas de crenças, com alguns proibindo o comportamento polissexual e outros incorporando-os em suas práticas. Grandes religiões monoteístas geralmente proíbem atividades polissexuais.[32]

Polisexuais podem sentir atração por um dos gêneros binários, homenidade ou mulheridade, e outro(s) gênero(s) não-binário(s), como maveriques e neutrois. Há também subclassificações como torensexualidade e trixensexualidade,[33] que representam, respectivamente, a atração por não-bináries e homens ou mulheres, porém nem sempre torensexuais e trixensexuais vão se sentir abarcados pelas polissexualidades, assim como nem todo multissexual ou plurissexual se vê como bissexual ou polissexual.[34][35] Também há quem se encaixe nas descrições de torensexual ou trixensexual sem necessariamente ter que se identificar como toren ou trixen,[36] da mesma forma acontece com poli, pluri e ainda mono.[37][38][39][40][41]

Há ainda trissexuais, a trissexualidade podendo incluir terceiro-gêneros, dependendo da cultura, como travestis, ou ainda outra identidade sexual, além de homem e mulher. Assim, poli-sexual também pode abranger trissexual como parte de seu espectro e guarda-chuva.[42][43][44] Em 2013, José de Abreu usou poli para se referir a sua sexualidade, desdizendo ser bi após se revelar bi-sexual, segundo ele, por se relacionar com pessoas e não com rótulos, independente de serem gays, homos ou héteros.[45][46][47]

Assim como bissexuais, onissexuais e pansexuais, poli-sexuais enfrentam o monossexismo, apagamento e preconceito advindos do heterossexismo, heteronormatividade, binarismo e homonormatividade, há ainda o advento da monossexualidade compulsória, que é subclasse da heterossexualidade compulsória.[48][49][50][51] A violência doméstica e sexual por parceiros monossexuais também é maior, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças.[52][53][54][55][56]

Referências

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