A Culpa
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Abril de 2013) |
A Culpa (1980) é um filme português de longa-metragem de António Vitorino de Almeida, sua primeira obra de ficção no cinema.
A Culpa | |
---|---|
Portugal 1980 • cor • 120 min | |
Direção | António Vitorino de Almeida |
Roteiro | António Vitorino de Almeida |
Elenco | Sinde Filipe Mário Viegas Marília Gama Estrela Novais Paula Guedes Miguel Franco |
Lançamento | 7 de Maio de 1981 |
Idioma | português |
Estreia em Lisboa no City Cine, a 7 de Maio de 1981
Ficha sumária editar
- Argumento: António Vitorino de Almeida
- Realizador: António Vitorino de Almeida
- Produção: António Vitorino de Almeida (Portugal) e Film Produktion (Áustria)
- Música: António Vitorino de Almeida
- Actores principais: Sinde Filipe, Mário Viegas, Estrela Novais, Marília Gama
- Laboratório de imagem: Wien Film
- Distribuição: Cinequipa
- Estreia: City Cine, 7 de Maio de 1981
Sinopse editar
1973. Nas vésperas da Revolução dos Cravos, Mário, ex-combatente da guerra colonial na Guiné Portuguesa, decide regressar à sua vila natal. Atormenta-o um indefinido sentimento de culpa. Sente-se responsável pela morte de dois homens, um soldado e um nativo africano, na sequência de um alarme que deu de noite em determinado momento do combate. Encontra-se em Lisboa com a companheira do soldado morto, Margarida. Trata-se de uma mulher que oscila entre a loucura e uma teatralidade calculada. Procura ele, para arranjar emprego, contactar um certo deputado em cuja quinta, no norte do pais, a sua família trabalha.
Enquadramento histórico editar
No 9º Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz, em 1980, são exibidas cinco longas-metragens de novos realizadores portugueses que se identificam pela intenção de invocar realidades do passado e do presente de um país em mudança. Cerromaior (filme), de Luís Filipe Rocha, Manhã Submersa (filme), de Lauro António e o documentário Bom Povo Português, de Rui Simões (cineasta), lembram o passado. A Culpa, de António Vitorino de Almeida e Verde por Fora, Vermelho por Dentro, de Ricardo Costa, são metáforas dessa mudança: o primeiro alude ao incontornável sentimento de culpa de quem, sem mudar, agiu colaborando na repressão e o segundo alude à quimérica insensatez de quem pretende melhorar as coisas resistindo à mudança.
Para o início de uma década em que o cinema português procura intervir, ser cinema social sem deixar de ser «cinema de autor», a convergência é significativa. Dos do «velho Novo Cinema», nesse mesmo festival, Oxalá, de António Pedro Vasconcelos e Kilas, o Mau da Fita, de José Fonseca e Costa, revelam preocupações idênticas. Em Oxalá e A Culpa está em causa a consciência, num regresso problemático ao palco da mudança. Em Verde por Fora (em que isso também existe) e em Kilas existe mais que isso: existe uma inquietação imprecisa mas preocupante perante a intriga histórica, perante aquilo que insidiosamente se trama. Em ambos os filmes há obscuras manipulações políticas, tráfico de influências, há dinamite destinado a fazer estoirar a esperança de quem se obstina no sonho. Vive-se então um tempo propício a memórias intensas, que em breve se desvanecerão.
Nesse mesmo festival outros filmes foram vistos, certos, como alguns destes, algo perturbadores, algo inconclusivos, que por outras razões ficarão também esquecidos: obras recentes de Frederick Wiseman, de Ken Loach, de Francesco Rosi, de Jean-Luc Godard, de Orson Welles, de Robert Kramer, de Marguerite Duras, de Margarethe von Trotta, de Valeria Sarmiento, de Rainer Werner Fassbinder, de Nikita Mikhalkov, entre outros notáveis.
Ficha artística editar
- Sinde Filipe – Mário
- Mário Viegas – Adriano
- Marília Gama – Margarida
- Estrela Novais – Marta
- Paula Guedes – a criada Suzana
- Miguel Franco – deputado Caeiro
- Rui Mendes – Jerónimo
- Adelaide João – D. Celeste Caeiro
- Elisa Gisete – madame Lacerda
- Hugo Casais – Frölich
- Maria Ramos – D. Ermelinda
- Luís Pignatelli – o agente da PIDE Velez
- Maria do Rosário Pombo – freira
- Teresa Magalhães – freira
- Fernando Gomes (actor)
- Inês de Medeiros – miúda
- Henrique Espírito Santo
- Beto (cantor)
- Álvaro Santos
- José Nascimento
- José de Carvalho
- Fernanda Coimbra
- Clarisse Coelho
- José Carlos González
- Maria José Esteves
- José Severino
- Vítor Silva
- Teresa Machado
- Luís Monte Empina
- Diogo Pais
- João Teixeira
- José Manuel Filipe
- Virgílio Domingues
- António Sá Couto
- Agostinho Alves
- Manuel Ferraz
- Américo Campos
- Mário Monteiro de Castro
- Rui Serôdio
- Bernardo Moreira
- José Maria Pimentel
- Amália Bustorff
- Cecília Dias
Ficha técnica editar
- Argumento: António Vitorino de Almeida
- Realizador: António Vitorino de Almeida
- Produção: António Vitorino de Almeida (Portugal) e Film Produktion (Áustria)
- Director de produção: João Franco
- Assistentes de produção: José Maria Pimentel, António Bastos e Maria de Medeiros
- Exteriores: Lisboa, Porto. Rio de Mouro (Quinta de Santo. António)
- Rodagem: Setembro / Novembro de 1979
- Fotografia: Hanus Polak
- Assistentes de imagem: Christien Kersthen e Octávio Espírito Santo
- Iluminação: Jorge Caldas e Jorge Mergulhão
- Cenários e adereços: Françoise Ariel
- Guarda-roupa: Françoise Ariel
- Caracerização: Luís de Matos
- Anotação: Françoise Ariel
- Director de som: Hans Haunhold
- Sonoplastia e misturas: Guisser
- Efeitos especiais: Luís de Matos e António Maria Rocha
- Música: António Vitorino de Almeida
- Montagem: Daniela Klein
- Laboratório de imagem: Wien Film
- Distribuição: Cinequipa
- Antestreia: City Cine, 13 de Fevereiro de 1981
- Estreia: City Cine, 7 de Maio de 1981
Festivais editar
- 9º Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz, (1980)
- Festival de Huelva, 1980 (Prémio Colón de Oro)
- 1979 - El Rocio (documentário de longa-metragem de Fernando Ruiz Vergara – Prémio do Festival de Sevilha)
- 1981 – 31º Festival Internacional de Cinema de Berlim (Filmmesse, - de 14 a 19 de Fevereiro : destaque para o cinema português)
Artigos relacionados editar
- Ver enquadramento histórico em