Frâncio
O frâncio (em homenagem à França) é um elemento químico cujo símbolo é Fr e seu número atômico é 87. Sua eletronegatividade é a mais baixa conhecida e é o segundo elemento menos abundante na natureza (o primeiro é o astato). O frâncio é um metal alcalino altamente radioativo. Como todos os metais alcalinos, tem um elétron na sua camada de valência.
Marguerite Perey descobriu este elemento em 1939. O frâncio foi o último elemento químico descoberto na natureza antes de ser sintetizado.[Nota 1] Fora do laboratório, o frâncio é extremamente raro.
Aplicações
editarNão há aplicações comerciais para o frâncio devido a sua vida muito curta, também não é possível obter este elemento em quantidades comerciais significativas.[1][2][3][4][5] Somente é usado em tarefas de investigação, tanto no campo da biologia como também no da estrutura atômica.
História
editarEm 1930, Fred Allison [Nota 2] do Alabama Polytechnic Institute anunciou a descoberta deste elemento, em amostras dos minerais lepidolita, uma forma de mica, e pelucita. Nesta época, eram conhecidos todos os elementos até o número atômico 92, exceto os de número 85 e 87.[6] Em 1934, H.G. MacPherson da University of California, Berkeley desmentiu esta descoberta.[7]
Este elemento foi nomeado em homenagem a França, onde foi descoberto em 1939, por Marguerite Perey (que trabalhou como assistente de Marie Curie) no "Instituto Curie" de Paris. Este elemento foi detectado por Perey enquanto estudava o decaimento radioativo do actínio-227, verificando como produto de decaimento um novo elemento, de número atômico 87.
A estrutura atômica do frâncio foi estudada entre 1970 e 1980 por uma equipe de Sylvain Lieberman.
Abundância e obtenção
editarNatural
editarExistem traços de frâncio nos minerais de urânio, pois forma-se a partir do 235U, elemento pai da série radioativa natural do actínio. Depois do astato, o frâncio é o elemento menos abundante na crosta terrestre (em media 30 gramas no mundo).
Sintetizado
editarO frâncio pode se sintetizar na reação nuclear 197Au + 18O → 210Fr + 5n. Este processo desenvolvido por Stony Brook Physics, gera isótopos de frâncio com massa 209, 210 e 211.[8] Também através do bombardeamento de tório com prótons. E bombardeando rádio ou astato com neutrons.
Íons
editarO único estado de oxidação detectado em condições não extremas é o +1 (comum a todos os alcalinos). (Fr+)
Isótopos
editarExistem 41 isótopos de frâncio conhecidos. Com uma meia-vida de 22 minutos, o isótopo Fr-223 é o de mais longa vida deste elemento. É resultante da deterioração do isótopo Astato-227, sendo o único isótopo que ocorre naturalmente. Todos os demais são altamente instáveis, consequentemente, o conhecimento das propriedades deste elemento não podem ser obtidos por procedimentos radioquímicos.
Notas e referências
Notas
Referências
- ↑ Winter, Mark. «Uses». Francium. The University of Sheffield. Consultado em 25 de março de 2007
- ↑ Bentor, Yinon. «Chemical Element.com - Francium». Consultado em 25 de março de 2007
- ↑ John Emsley (2001). Nature's Building Blocks. Oxford: Oxford University Press. pp. 151–153. 0-19-850341-5
- ↑ Gagnon, Steve. «Francium». Jefferson Science Associates, LLC. Consultado em 1 de abril de 2007
- ↑ Considine, Glenn D., ed. (2005), "Chemical Elements", Van Nostrand's Encyclopedia of Chemistry, New York: Wylie-Interscience, 0-471-61525-0, at 332
- ↑ Popular Mechanics, edição de maio de 1930, p.790 [google books]
- ↑ MacPherson, H. G. (1934). «An Investigation of the Magneto-Optic Method of Chemical Analysis». American Physical Society. Physical Review. 47 (4): 310–315. Bibcode:1935PhRv...47..310M. doi:10.1103/PhysRev.47.310
- ↑ «Production of Francium». SUNY Stony Brook Physics & Astronomy. Francium. State University of New York at Stony Brook. 20 de fevereiro de 2007. Consultado em 26 de março de 2007. Arquivado do original em 5 de abril de 2007
Ligações externas
editar- «WebElements.com - Francium» (em inglês)
- «Chemical information for Francium» (em inglês)
- «EnvironmentalChemistry.com - Francium» (em inglês)
- «Frâncio - vídeos e imagens»
Bibliografia
editar- Pearson, Addison-Wesley, Química para el nuevo milênio, México: Prentice-Hall, 1999, ISBN 9701703413
- Lembrino Pérez, Imelda Luz, Química I, Thomson Learning Ibero, 2006, ISBN 970686640X
- Ferrer Soria, Antonio, Física nuclear y de partículas, Publ. Universitat de Valencia, 2006, ISBN 8437065682
- Rosales Guzmán, Elizabeth, Química 1 para Bachillerato, LIMUSA Noriega Editores, 2005, ISBN 9681866320