Dagoberto Dulcídio Pereira

político brasileiro

[1]

Coronel Dagoberto Dulcídio
Polícia Militar do Paraná
Dagoberto Dulcídio Pereira
Alferes Dagoberto Dulcídio em 1916
Nome completo Dagoberto Dulcídio Pereira
Dados pessoais
Nascimento 3 de setembro de 1890
Curitiba
Paraná
Morte 17 de dezembro de 1988
Curitiba
Paraná
Nacionalidade Brasileira
Vida militar

Dagoberto Dulcídio Pereira (Curitiba, 3 de setembro de 1890Curitiba, 17 de dezembro de 1988) foi um integrante da Polícia Militar do Paraná que participou do Conflito do Contestado, Revolta de 1924, Revoluções de 1930 e 1932, e que também participou da política e administração do Estado e da corporação.

Biografia editar

Dagoberto era filho do coronel Cândido Dulcídio Pereira, comandante-geral da PMPR morto no Cerco da Lapa, em 1894. Em 28 de maio de 1913, ingressou no Corpo de Bombeiros do Paraná com a graduação de 1° Sargento Arquivista, função que já exercia no Exército Brasileiro. Em 7 de julho de 1914 foi transferido para o Esquadrão de Cavalaria do Regimento de Segurança, então denominação da Polícia Militar do Paraná.

Carreira militar editar

  • Alferes em 21 de novembro de 1913.
  • 2° Tenente (nova designação para o posto de alferes) em 5 de abril de 1916.
Durante a Revolta de 1924, foi temporariamente comissionado como 1° Tenente, retornando ao antigo posto ao final do conflito.
  • 1° Tenente em 20 de março de 1928.
  • Capitão em 17 de janeiro de 1929.
  • Major em 12 de setembro de 1931.
  • Tenente-coronel em 7 de dezembro de 1937.
  • Coronel em 1939.

Em 23 de maio de 1939, solicitou e obteve sua reforma militar, mas acabou reconvocado para o serviço ativo por diversas vezes.

Operações militares editar

Em 05 de setembro de 1914 foi mobilizado para a Região do Contestado como comandante de um pelotão de cavalaria, onde no dia 07 de setembro entrou em combate em Itaiópolis, e no dia 12 de setembro em Papanduva.

Em Papanduva, mesmo após ter sido ordenada a retirada, com quatro soldados, realizou um reconhecimento onde encontrou um soldado ferido, resgatando-o, o soldado acabou falecendo no dia seguinte devido a gravidade dos ferimentos.

Com a mobilização da Força Militar do Estado o Tenente Dagoberto Dulcídio recebeu a missão de auxiliar na organização de um Regimento Provisório de Cavalaria para o Exército; o qual recebeu a denominação de Regimento Dilermando de Assis, assumindo o comando de um de seus batalhões.

 
Combatente da PMPR com suporte improvisado para defesa anti-aérea, Guapiara, agosto de 1932

Em 10 de agosto, com a retirada dos amotinados de São Paulo para o Mato Grosso, seguiu com um esquadrão de cavalaria para o noroeste do Estado do Paraná; entrando em combate ainda no Rio Paranapanema, a bordo das lanchas de transporte Roseira e Dourados.

Em 31 de agosto travou um combate de cinco horas contra efetivos numericamente superiores no Porto de São José, Marilena; retirando-se apenas após o esgotamento de suas munições.

No dia 12 de setembro, deslocou-se para Foz do Iguaçu devido a ampla superioridade numérica dos revoltosos; mas não sem antes destruir as ligações ferroviárias e retirar as embarcações que pudessem ser utilizadas por seus oponentes.

Devido se encontrar cercado pelo inimigo seguiu para a Argentina, através de Posadas e Paso de los Libres, retornando ao Brasil por Uruguaiana e seguindo para Bagé, Rio Grande, Florianópolis, até Ponta Grossa; onde apresentou-se ao General Cândido Rondon, comandante das operações.

Participou da sublevação do Estado e da mobilização em direção às divisas com o Estado de São Paulo.

Apesar de se encontrar em tratamento de saúde apresentou-se ao Comandante-Geral da PMPR (Coronel Ayrton Plaisant) e no posto de Major assumiu o comando do 1° Batalhão de Infantaria, travando combate em Capela da Ribeira em 21 de julho e Guapiara em 03 de agosto acampando no lugar denominado Capinzal, onde permaneceu frente a frente com o inimigo até o dia 21 de agosto, após, marchou para Pinheiros, onde chegou por volta da 01h da madrugada e dali seguiu até Cordeiros, prosseguindo sua marcha, alcançou a Capela do Alto Caetano, localizado há 06 quilômetros além das posições de Cravos, em todos os lugares que combateu sempre deu provas de bravuras e patriotismo, sendo por isso elogiado pelo General Waldomiro de Lima, tornou-se, igualmente credor da consideração do Governo e das autoridades militares que dirigiam a ação repressiva contra o movimento revolucionário paulista.[2]

Principais cargos e funções editar

  • 1915 - Ajudante de Ordens do Governador;
  • 1915 - Delegado de Polícia de Ponta Grossa;
  • 1915 - Delegado de Polícia de Rio Negro;
  • 1917 - Secretário do Interior, Justiça e Instrução Pública;
  • 1922 - Secretário do Ministro da Polônia, durante sua estadia em Curitiba
  • 1930 - Prefeito de Campina Grande do Sul (de novembro de 1930 a março de 1931);
  • 1932 - Comandante do 1° Batalhão de Infantaria;
  • 1933 - Delegado de Polícia de Sertanópolis;
  • 1933 - Delegado de Polícia de Antonina;
  • 1934 - Prefeito de Rio Azul (de fevereiro a abril de 1934);
  • 1937 - Chefe da Casa Militar da Governadoria;
  • 1938 - Chefe de Polícia - cargo atualmente correspondente ao de Secretário de Segurança Pública do Estado;
  • 1947 - Comandante-geral da Corporação (de 12 de março de 1947 a 17 de maio de 1948);[3]
  • 1955 - Comandante-geral da Corporação (de 4 de maio de 1955 a 31 de janeiro de 1956);[4]
  • 1955 - Diretor do Curso de Equitação.

Benfeitorias sob seu comando editar

Condecorações editar

Picadeiro editar

Coube ao Tenente Dagoberto Dulcídio em 1921, a criação do primeiro picadeiro (pista de adestramento e equitação) do Esquadrão de Cavalaria.[carece de fontes?] Sendo nesse mesmo ano realizado o 1° Campeonato de Cavalaria das Armas na corporação.

Em 1966, a polícia montada foi transferida para o Bairro Tarumã, nas proximidades do Jockey Club do Paraná, e o picadeiro foi demolido em 1971; passando o local a ser usado como garagem de viaturas.

Medalha de Mérito do Ensino Policial Militar editar

Em 2009 foi instituída a Medalha de Mérito do Ensino Policial Militar pela Academia Policial Militar do Guatupê, destinada a homenagear militares, civis, professores e ex-alunos que prestaram relevantes serviços ou significativo apoio à área de ensino e instrução na PMPR;[nota 3] a qual recebeu como homenagem a denominação de Coronel Dagoberto Dulcídio Pereira.

Notas e referências

Notas

  1. Lei nº 63, de 20 de fevereiro de 1948.
  2. Data registrada na placa de inauguração do edifício.
  3. Portaria do Comando Geral nº 1.027, de 17 de agosto de 2009 - Publicada no Boletim Geral nº 157, de 20 de agosto de 2009.

Referências

Bibliografia editar

  • Vida e Obra do Coronel PM Dagoberto Dulcídio Pereira na Polícia Militar do Paraná; do Capitão PM QOA João Alves da Rosa; Edição do Setor Gráfico do Centro de Suprimento e Manutenção de Intendência da PMPR; Dezembro de 1984.
  • Anuário Comemorativo ao 1º Aniversário da ALMEPAR Biografia do Patrono da ALMEPAR e dos Patronos das Cadeiras 1 a 18; do Capitão QOPM João Carlos Toledo Júnior; Julho de 2019

Ver também editar

 
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