Wikipédia

Flávio Gomes

jornalista brasileiro
 Nota: Para outros significados, veja Flávio Gomes (desambiguação).

Flávio Magliari Gomes, ou simplesmente Flávio Gomes (São Paulo, 15 de julho de 1964) é um jornalista, piloto automobilístico, escritor, professor e apresentador brasileiro.

Flávio Gomes
Nome completo Flavio Magliari Gomes
Nascimento 15 de julho de 1964 (59 anos)
São Paulo São Paulo
Nacionalidade brasileira
Ocupação jornalista, piloto automobilístico, escritor, professor e apresentador
Página oficial
https://flaviogomes.grandepremio.com.br/

Por atuar em jornais, revistas, rádio, TV e internet, se encaixa no perfil do que se convencionou chamar de multimídia. “Um multimídia de araque”, diz ele. “Porque no fundo eu faço a mesma coisa em todo lugar: falo e escrevo".[1]

Carreira editar

Iniciou sua carreira no jornal Popular da Tarde. Passou pelas rádios Cultura e USP, fazendo programas de ciência para a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

Foi contratado pela Folha de S.Paulo, onde trabalhou de 1986 a 1994 como redator, depois como editor-assistente, editor-adjunto, editor e repórter especial de Esporte.[2][3] Em 1988, teve uma curta passagem pela revista Placar, que segundo o próprio, era seu sonho no jornalismo, como editor.[1]

Ao deixar a "Folha", criou a agência de notícias Warm Up, promovendo a cobertura do automobilismo para diversos jornais do país. Além disso, mantém desde 2000, como braço da empresa, o site "Grande Prêmio", principal portal de cobertura automobilística do Brasil, hoje dentro do UOL, mas que também já esteve no MSN e no iG -- portal pelo qual Flavio chegou a comandar debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo e cobrir os Jogos Olímpicos de Pequim, ambos em 2008.

Além da carreira construída com a agência Warm Up, Gomes também tem sólida experiência no rádio. Em 1994, após algumas participações como convidado da Rádio Jovem Pan AM, passou a ser comentarista de Fórmula 1 e apresentador da emissora. Ficou na Pan até 2001. Em 2002, passou a integrar a equipe de cobertura de automobilismo da Rádio Bandeirantes, permanecendo na casa até o final de 2005, quando parou de viajar pelo mundo cobrindo a Fórmula 1.[1]

Na televisão, trabalhou na ESPN Brasil de 2005 a 2013. Era comentarista de automobilismo e apresentador dos programas Bate-Bola, Limite e Pontapé Inicial, além de participar de transmissões esportivas nas rádios em que o canal manteve equipe: Rádio Estadão ESPN (2007-12) e Capital (2013). Passou também pelo jornal Lance!, de 1997 a 2010.[1]

Depois de demitido da ESPN, voltou a trabalhar na televisão em 2014, quando foi contratado pelo Fox Sports como comentarista e apresentador, fazendo parte da equipe dos programas Fox Sports Rádio e Fox Nitro.

Em novembro de 2015, passou a apresentar o programa Esporte de Primeira, na Rede Transamérica, mas deixou a emissora meses depois, permanecendo apenas na Fox.

Saída da ESPN editar

Flavio foi demitido da ESPN Brasil no dia 9 de setembro de 2013 após se envolver em discussões sobre a partida entre Grêmio 3 x 2 Portuguesa, válida pela 19° rodada do Brasileirão 2013.[4] No incidente, Flavio incluiu em sua conta de twitter mensagens contra o Grêmio e seu presidente, Fábio Koff.

Contratação pelo Fox Sports editar

Após a saída da ESPN, Flavio acabou não permanecendo longe da televisão por muito tempo. Com o surgimento de um segundo canal do Fox Sports, em janeiro de 2014, veio o anúncio de uma equipe baseada em São Paulo, que contava, entre outros, com Gomes. Passou a fazer parte do programa de debate esportivo Fox Sports Rádio, compondo o time do diário com Benjamin Back, Fabio Sormani, Osvaldo Pascoal e Maurício "Mano" Borges. Além de membro do FSR, Flavio ainda comentava etapas da Fórmula E e comandava, desde 2016, o programa semanal Fox Nitro, ao lado de Felipe Motta e Thiago Alves. Cobriu, pelo canal, a primeira Copa do Mundo de sua carreira, em 2014.

Saída do Fox Sports editar

Em 7 de dezembro de 2020, anuncia sua saída após sete anos na emissora.[5]

Outras informações editar

Foi um dos fundadores da categoria de automobilismo Classic Cup, em 2003. Flavio corria com um DKW branco número 96, no estilo das antigas carreteiras. Esse carro hoje descansa em um museu no Rio Grande do Sul. Atualmente, depois de correr por anos com um Lada apelidado de "Meianov" (devido ao número 69 que o piloto-jornalista utiliza), pilota um Volkswagen Voyage, também #69, chamado de "Bon Voyage".[6]

Desempenhou por anos o papel de professor de Jornalismo na FAAP, além de escrever no anuário AutoMotor Esporte, editado por seu colega Reginaldo Leme (Rede Globo), desde a primeira edição, publicada em 1992.

Mantém um blog [7] dentro de seu site Grande Prêmio, além de um polêmico perfil no Twitter. [8]

Gomes é também conhecido por ser um dos mais ilustres torcedores da Portuguesa.[9][10] Herdou a paixão do pai, que ajudou na construção do estádio do Canindé.[11]

Possui uma coleção de aproximadamente 30 carros antigos, sendo um entusiasta das marcas Lada e DKW.[12]

Flávio Gomes é declaradamente de esquerda.[13]

Entre os anos de 1978 e 1981, Gomes foi goleiro das categorias de base da ADC Rigesa, em Valinhos, clube mantido pela Rigesa, empresa do ramo de papelão onde seu pai trabalhava. As atividades do clube foram encerradas em 2015, gerando inúmeras críticas de Gomes em seu blog.[14][15][16][17]

Livros editar

Em 2005, lançou “O Boto do Reno”[18], pela editora Letradelta, com seleta de crônicas das suas andanças pela Fórmula 1.[19] Em 2021, o livro foi relançado em sua segunda edição, agora pelo selo Adelante da Gulliver Editora. O livro foi rediagramado, atualizado e ganhou uma nova capa.[20][21]

Em 2018, sai seu primeiro romance, chamado “Dois Cigarros”, com plano de fundo a Fórmula 1.[19] O livro conta a história de um arquiteto solitário e uma jovem misteriosa que nunca falava do passado, que se encontram para uma viagem sem destino, passando pelo interior de Minas Gerias, pequenas cidades alemãs, São Paulo, Paris, Berlim, Amsterdã, Itacaré, Budapeste, Praga e Estrasburgo, sem que jamais um saiba o bastante do outro para imaginar um fim possível.[22]

Por conta dos 30 anos da queda do Muro de Berlim, em 2019, Flavio lança o livro “Gerd, der trabi”, onde o autor narra a deliciosa história da amizade entre um homem – Flavio Gomes – e um carrinho de plástico, Gerd, em uma viagem pelo Leste Europeu. O livro foi prefaciado pelo jornalista alemão Gerd Wenzel.[23]

Em 2021, lança o livro "Ímola 1994", obra que narra sua trajetória como jornalista até a cobertura do acidente fatal de Ayrton Senna.[24][25] O livro traz em formato de crônicas os bastidores do trabalho do repórter em veículos como a Folha e a revista Placar.[26] A obra traz opiniões e fatos polêmicos sobre Senna[27], o que revoltou os fãs do piloto, que pediram boicote ao livro.[28][29]

Relação editar

  • O Boto do Reno - As Histórias de um Repórter de Fórmula 1 (LetraDelta - 2005)[30] (Gulliver Editora - 2021)
  • Dois cigarros (Gulliver Editora - 2018)[31]
  • Gerd, der trabi (Gulliver Editora - 2019)[32]
  • Ímola 1994 (Gulliver Editora - 2021)[33]

Prêmios editar

Ano Prêmio Categoria Resultado Ref.
2002 Troféu ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo) Rádio - Outros Esportes Venceu [34]
2011 Apresentador de Rádio Venceu [35]
2012 Venceu [36]

Referências

  1. ↑ a b c d «Flávio Gomes». Que Fim Levou? 
  2. ↑ «Morte de Senna foi instantânea, segundo conclusão da autópsia». Folha de São Paulo. 4 de maio de 1994. Consultado em 13 de março de 2024 
  3. ↑ «Memórias de uns dias de maio». Grande Prêmio. 1 de maio de 2019. Consultado em 13 de março de 2024 
  4. ↑ Diário de S.Paulo (9 de setembro de 2013). «ESPN demite jornalista que causou polêmica». 17:19. Consultado em 11 de setembro de 2013 
  5. ↑ Mais uma despedida! Flávio Gomes anuncia saída da FoxSports: “Foi uma linda jornada”
  6. ↑ Entrevista para Revista Papo de Homem
  7. ↑ Blog Flávio Gomes
  8. ↑ Flavio Gomes no Twitter
  9. ↑ «Depoimentos de torcedores da Portuguesa emocionam jornalista do Fox Sports» 
  10. ↑ «QUEM SOMOS – Blog do Flavio Gomes» 
  11. ↑ Redação (15 de agosto de 2020). «Jornalistas Flavio Gomes e Jorge Nicola se declaram à Lusa no centenário». NETLUSA. Consultado em 16 de junho de 2021 
  12. ↑ «Lada e outras relíquias: conheça os "carros de comunista" de Flavio Gomes» 
  13. ↑ «Flávio Gomes fala sobre Futebol e Política». AmigosEnff. 2 de ago. de 2016. Consultado em 3 de abril de 2020 
  14. ↑ «Reminiscência V». Blog do Flavio Gomes. 11 de agosto de 2008. Consultado em 25 de dezembro de 2017 
  15. ↑ «Crime 2». Blog do Flavio Gomes. 5 de março de 2014. Consultado em 25 de dezembro de 2017 
  16. ↑ «Acaba, Mundo». Blog do Flavio Gomes. 8 de janeiro de 2015. Consultado em 25 de dezembro de 2017 
  17. ↑ «Mataram meu time». Blog do Flavio Gomes. 5 de fevereiro de 2015. Consultado em 25 de dezembro de 2017 
  18. ↑ «Época - NOTÍCIAS - Trecho do livro O Boto do Reno - As Histórias de um Repórter de Fórmula 1 pelo Mundo». revistaepoca.globo.com. Consultado em 16 de junho de 2021 
  19. ↑ a b «'Dois Cigarros', a estreia deliciosa de Flavio Gomes no romance». R7.com. 1 de abril de 2018. Consultado em 16 de junho de 2021 
  20. ↑ «Flavio Gomes relança livro 'O Boto do Reno': saiba como adquirir segunda edição». Terra. Consultado em 16 de junho de 2021 
  21. ↑ «Flavio Gomes relança livro 'O Boto do Reno': saiba como adquirir segunda edição». www.msn.com. Consultado em 16 de junho de 2021 
  22. ↑ «Flavio Gomes lança no Rio de Janeiro seu primeiro romance, 'Dois Cigarros' - Notícias». Terceiro Tempo. Consultado em 16 de junho de 2021 
  23. ↑ «GERD, DER TRABI - martinsfontespaulista». www.martinsfontespaulista.com.br. Consultado em 16 de junho de 2021 
  24. ↑ «'Ímola 94' relembra morte de Senna e décadas de histórias da Fórmula 1 e do jornalismo». O Globo. 1 de maio de 2021. Consultado em 16 de junho de 2021 
  25. ↑ «Após sucesso na pré-venda, 'Ímola 1994', de Flavio Gomes, está disponível no site da Gulliver Editora - Notícias». Terceiro Tempo. Consultado em 16 de junho de 2021 
  26. ↑ «Livro de Flavio Gomes expõe desafios jornalísticos diante da morte de Senna». Folha de S.Paulo. 12 de maio de 2021. Consultado em 16 de junho de 2021 
  27. ↑ «Reportagem: Fábio Seixas - "Senna odiava que encostassem nele", diz livro». www.uol.com.br. Consultado em 16 de junho de 2021 
  28. ↑ «Fã-clube de Senna propõe boicote a livro de Flavio Gomes, que rebate: 'Tão ridículo quanto a devoção deles'». Lance!. Consultado em 16 de junho de 2021 
  29. ↑ «"Glória eterna". Flavio Gomes ironiza boicote de fãs de Senna ao seu livro». www.uol.com.br. Consultado em 16 de junho de 2021 
  30. ↑ O Boto do Reno - Editora Letra Delta
  31. ↑ «Dois cigarros – Gulliver Editora». Consultado em 16 de junho de 2021 
  32. ↑ «GERD, DER TRABI – Gulliver Editora». Consultado em 16 de junho de 2021 
  33. ↑ «ÍMOLA 1994 – Gulliver Editora». Consultado em 16 de junho de 2021 
  34. ↑ «Ganhadores do Troféu Ford ACEESP». www.aceesp.org.br. Consultado em 23 de julho de 2021 
  35. ↑ «ACEESP - Associaçăo dos Cronistas Esportivos do Estado de Săo Paulo». www.aceesp.org.br. Consultado em 23 de julho de 2021 
  36. ↑ «Matéria especial da GE.net é premiada no Troféu Ford-Aceesp». Terra. Consultado em 23 de julho de 2021 

Ligações externas editar

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Flávio_Gomes&oldid=67620098"