O povo libanês (em árabe: الشعب اللبناني) são um grupo étnico semita, nativo da região do Levante, mais especificamente do Líbano. A diáspora libanesa está localizada sobretudo nas Américas, mas também há colônias libanesas na Europa, África e Austrália.

Libaneses
Bandeira do Líbano
População total

Líbano: 4 017 095 (todos os grupos étnicos)[1]
Total mundial: 8[2]–14 milhões[3][4][5][6]

Regiões com população significativa
Brasil Brasil 7 milhões[7][8][9]
Líbano 3 971 941[10]
 Argentina 1 500 000 - 3 500 000 milhão[11]
 Estados Unidos 504 mil[12]
 México 400 mil[13]
 Canadá 250 mil[14]
 Austrália 225 mil[15]
 Chile 90 mil[16]
Uruguai 70 mil[17]
Senegal 30 mil[18]
 Reino Unido 10 459[19]
 Israel 2 500[20]
Línguas
Vernacular falada
Árabe e árabe cipriota maronita
Tradicional falada
fenício, sucedido pelo aramaico ocidental[21]
Línguas secundárias
francês, inglês
Diáspora
francês, inglês, espanhol, português
Religiões
Islamismo xiita (27%), islamismo sunita (26%), cristianismo maronita (21%), cristianismo ortodoxo grego (8%), druzismo (7%), cristianismo melquita (4%), outros (7%)

No Líbano, as principais minorias são os sírios, palestinos, armênios e curdos, mas também há, em números bem reduzidos, assírios, iranianos e europeus (gregos, franceses, e italianos, por exemplo).

Identidade editar

Com a conquista árabe da Síria, no século VII, grande parte da população do atual Líbano é arabizada e muitos de seus habitantes também se convertem ao Islã.

Para se diferenciar de seus compatriotas de religião islâmica, alguns cristãos libaneses, particularmente maronitas, não se identificam como árabes, mas sim como descendentes dos antigos fenícios.[22]

Origem editar

De acordo com estudo genético de 2017 e outro de 2020, com amostras de DNA de libaneses muçulmanos, cristãos e drusos, 90 a 93% da genética libanesa é de origem autóctone canaanita e o restante provém de povos da Anatólia e do Sul da Europa (c. 1.000 a.C.), gregos (século IV a.C.) e povos do Cáucaso (domínio otomano sobre a região). Desse modo, há uma continuidade genética substancial na região desde, pelo menos, a Idade do Bronze.[23][24]

Diáspora libanesa editar

 Ver artigo principal: Diáspora libanesa

Nos séculos XIX e XX, muitos libaneses emigraram, sobretudo para o Brasil e Argentina. Há mais pessoas descendentes de libaneses fora do Líbano do que libaneses em seu país. Estima-se que há 15 milhões de pessoas com ascendência libanesa no mundo, a maioria delas no Brasil. Por outro lado, a população libanesa é de 6 milhões de habitantes.

Brasil editar

 Ver artigo principal: Libanês-brasileiro

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro afirma haver entre 7 e 10 milhões de descendentes de libaneses no Brasil.[25] Contudo, pesquisas independentes, baseadas na autodeclaração do entrevistado, encontraram números bem menores. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2008, 0,9% dos brasileiros brancos entrevistados disseram ter origem familiar no Oriente Médio, o que daria cerca de um milhão de pessoas.[26] Segundo outra pesquisa, de 1999, do sociólogo e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Simon Schwartzman, somente 0,48% dos brasileiros entrevistados afirmaram ter ancestralidade árabe, percentual que, numa população de cerca de 200 milhões de brasileiros, representaria em torno de 960 mil pessoas.[27]

Os descendentes de libaneses têm forte participação na política brasileira[28], o que pode ser explicado pelo êxito econômico e pelos investimentos em educação das famílias árabes no Brasil. Dessa forma, seus descendentes conseguiram penetrar em diferentes segmentos da política brasileira, nos mais diferentes partidos políticos e sob várias ideologias.[29] Segundo pesquisa de 1999, conduzida pelo sociólogo Simon Schwartzman, descendentes de árabes e de judeus eram os dois grupos mais bem-sucedidos no Brasil do ponto de vista econômico.[30]

Dentre políticos brasileiros descendentes de libaneses estão: Michel Temer (ex-presidente), Paulo Maluf (ex-prefeito da cidade de São Paulo e ex-governador do estado de São Paulo), Tasso Jereissati (ex-governador do Ceará), Fernando Haddad (ex-prefeito de São Paulo e ministro nos governos Lula e Dilma) e Gilberto Kassab (ex-prefeito de São Paulo).[29][31]

Referências

  1. CIA, the World Factbook (2006). "Lebanon". Retrieved March 8, 2009.
  2. Bassil promises to ease citizenship for expatriates
  3. «Country Profile: Lebanon». FCO. 3 de abril de 2007 [ligação inativa]
  4. Fielding-Smith, Abigail (5 de junho de 2009). «From Brazil to Byblos, Lebanese diaspora pours in for vote». thenational. Consultado em 25 de dezembro de 2009 [ligação inativa] 
  5. Foreign & Commonwealth Office. «Country Profile: Lebanon». FCO. Consultado em 25 de dezembro de 2009. Arquivado do original (governmental) em 28 de dezembro de 2009 
  6. Linking Lebanon. «Lebanese Diaspora». LinkingLebanon. Consultado em 25 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 7 de julho de 2010 
  7. Intelectuais de origem libanesa no Brasil descrevem o seu luto :: TXT Estado
  8. «:: Embaixada do Líbano no Brasil ::». Libano.org.br. Consultado em 4 de julho de 2011. Arquivado do original em 29 de maio de 2008 
  9. «News :: Politics :: Sleiman meets Brazilian counterpart, Lebanese community». The Daily Star. Consultado em 4 de julho de 2011 
  10. #People CIA - The World Factbook - Lebanon
  11. - Argentinian President's visit to the Lebanese Parliament Arquivado em 7 de junho de 2007, no Wayback Machine.
  12. «The Arab Population: 2000» (PDF) 
  13. «The biggest enchilada» 
  14. «Canada and Lebanon, a special tie» 
  15. «Austrália 2006 Census» 
  16. «Arab Chileans.» 
  17. «Les Libanais d'Uruguay» (PDF). En Uruguay, ils sont actuellement quelque 70 000 habitants d'origine libanaise. 
  18. «Lebanese Immigrants Boost West African Commerce». Arquivado do original em 12 de outubro de 2009 
  19. Organisation for Economic Co-operation and Development
  20. «ShowFull» 
  21. Owens, Jonathan (2000). Arabic as a Minority Language. [S.l.]: Walter de Gruyter. p. 347. ISBN 3-11-016578-3 
  22. Perry, Tom (10 de setembro de 2007). «In Lebanon DNA may yet heal rifts». Reuters (em inglês). Consultado em 8 de abril de 2023 
  23. Abed, Mira (27 de julho de 2017). «The DNA of ancient Canaanites lives on in modern-day Lebanese, genetic analysis shows». Los Angeles Times (em inglês). Consultado em 8 de abril de 2023 
  24. Haber, Marc; Nassar, Joyce; Almarri, Mohamed A.; Saupe, Tina; Saag, Lehti; Griffith, Samuel J.; Doumet-Serhal, Claude; Chanteau, Julien; Saghieh-Beydoun, Muntaha (2 de julho de 2020). «A Genetic History of the Near East from an aDNA Time Course Sampling Eight Points in the Past 4,000 Years». American Journal of Human Genetics (1): 149–157. ISSN 1537-6605. PMC 7332655 . PMID 32470374. doi:10.1016/j.ajhg.2020.05.008. Consultado em 8 de abril de 2023 
  25. «Visita do Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ao Irã e ao Líbano – 13 a 16 de setembro de 2015». www.itamaraty.gov.br. Consultado em 10 de abril de 2021 
  26. IBGE. IBGE: Características Étnico-Raciais da População.
  27. Simon Schwartzman (1999). «Fora de foco: diversidade e identidades étnicas no Brasil». Consultado em 7 de janeiro de 2016 
  28. Diogo Bercito (14 de junho de 2015). «Origem de políticos brasileiros, Líbano tem rua com nome de Michel Temer». Folha de S. Paulo. Consultado em 2 de maio de 2016 
  29. a b «BBC», O que explica a força dos descendentes de árabes na política brasileira? (BBC Brasil) 
  30. Fora de foco: diversidade e identidades étnicas no Brasil
  31. Fonseca, Bruna Garcia (25 de março de 2023). «Das origens árabes à política brasileira». Agência de Notícias Brasil-Árabe. Consultado em 14 de julho de 2023 

Ligações externas editar

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