Lista de primatas do Brasil

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O Brasil é o país com o maior número de primatas conhecidos. Excluindo o ser humano, são cerca de 118 espécies distribuídas em 4 famílias e 19 gêneros.[1][nota 1] Muitas espécies foram descobertas recentemente, e cerca de 10 foram descritas desde 1995.[1] Mesmo em áreas muito fragmentadas, como na Mata Atlântica, espécies novas foram descritas, como o mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara) e duas espécies de guigó, Callicebus coimbrai e Callicebus barbarabrownae, todas descritas na década de 1990.[4][5] Todas as famílias e quase todos os gêneros de espécies de primatas americanos ocorrem no Brasil (apenas o gênero Oreonax não ocorre no Brasil, sendo endêmico do Peru), e alguns gêneros e linguas, como Leontopithecus, Brachyteles, Callibella, Callithrix são endêmicos do país.[1] Taxonomicamente, todos os macacos brasileiros são Platyrrhini (enquanto os humanos são os únicos Catarrhini da América). A classificação dos primatas brasileiros é a seguinte:[1]

  • Subfamília Atelinae: macacos-aranhas, macacos-barrigudo e muriquis
O Brasil é o país com o maior número de espécies de primatas conhecidas.

O bioma que mais possui espécies de primatas no Brasil é a Amazônia, com cerca de 92 espécies registradas.[1] A Mata Atlântica vem em seguida, com 24 espécies.[1] O Cerrado e o Pantanal possuem 5 espécies, a Caatinga, possui 7, e somente uma espécie ocorre no Pampa gaúcho.[1] Algumas espécies possuem distribuição geográfica muito restrita, como observado com várias espécies de saguis e os micos-leões. As espécies do gênero Sapajus (macacos-pregos) possuem as distribuições geográficas mais amplas, assim como os bugios, sendo que Alouatta caraya possui a distribuição geográfica mais ampla de todos os macacos brasileiros. Em contrapartida, o mico-leão-de-cara-preta possui a menor área de ocorrência nativa conhecida, ocorrendo exclusivamente no litoral norte do Paraná e partes do litoral sul de São Paulo. Outras espécies tiveram a ocorrência radicalmente reduzida por conta de alterações no habitat, como observado no mico-leão-preto e no mico-leão-dourado.

Todos os macacos brasileiros possuem hábito arborícola e não excedem, geralmente, mais do que 10 kg de peso.[1] Os muriquis são os maiores primatas não-humanos brasileiros, possuindo até 13 kg de peso, mas usualmente, pesam cerca de 9 kg. Os macacos-aranhas e os bugios vêm em segundo lugar como os maiores macacos do país, tendo entre 6 e 10 kg de peso. Os saguis são os menores macacos, inclusive do mundo, e o sagui-leãozinho (Cebuella pygmae) não excede 165 g, sendo o menor primata do Brasil.

Diversas espécies brasileiras encontram-se em risco de extinção, segundo a IUCN, o ICMBio e o MMA. O ICMBio e o MMA, em sua lista de animais ameaçados do Brasil de 2014, considera que 35 espécies e subespécies de primatas estão ameaçadas de extinção no país, a maior parte na Mata Atlântica.[6] Esse número aumentou significativamente comparado a lista anterior de 2003.[7][nota 2] As espécies de maior porte, como as da subfamília Atelinae, são as que correm maior risco, e todas dessa categoria taxonômica encontram-se em algum grau de ameaça.[7] Algumas espécies não estão em grave risco de extinção, mas algumas subespécies estão em grave risco, como observado com Alouatta guariba, que é considerado como estado "pouco preocupante" pela IUCN, as a subespécie Alouatta guariba guariba está na eminência de se tornar extinta.[7][8] A destruição do habitat, principalmente devido a substituição por campos cultivados e extração de madeira, é a principal ameaça à sobrevivência dos primatas brasileiros.[7] A caça ilegal, seja como alimento ou para comércio ilegal de animais silvestres também é uma grave ameaça.[7] A caça é particularmente destrutiva em populações fragmentadas e isoladas, o que é uma constante na Mata Atlântica.[7]

A criação de unidades de conservação são iniciativas importantes na preservação das espécies de primatas brasileiros. A criação de reservas particulares também têm sido importantes na preservação de algumas espécies, como o muriqui-do-norte.[7] Outras espécies possuem apoio muito mais amplo na preservação, como é o caso do mico-leão-dourado, do mico-leão-preto e do mico-leão-de-cara-preta.[7]

A seguinte lista foi baseada em Paglia et al (2012).[1] A classificação das famílias e subfamílias foi baseada no Mammals Species of the World.[2]

 
O Brasil possui a maior diversidade de primatas do mundo.
Nome científico Nome científico da espécie
Nome vernáculo Nome vernáculo da espécie em português, que pode ser um termo genérico a outras espécies do mesmo gênero
Estado IUCN Estado de conservação segundo a IUCN
Ocorrência Mapa de distribuição de acordo com a IUCN
Descrição Breve descrição da espécie

Espécies de primatas brasileiros da família Aotidae

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Primatas da família Aotidae (Kuhl, 1820): 5 espécies
Nome científico Nome vernáculo Imagem Estado IUCN Ocorrência Descrição
Aotus azarae (Humboldt, 1811) Macaco-da-noite    
Pouco preocupante[9]
  Espécie com pescoço vermelho, pelagem longa de cor que varia do cinza ao beje claro no dorso e laranja esbranquiçado no ventre. Faixas da cabeça são estreitas. Pouco dimorfismo sexual, com machos e fêmeas com peso semelhante, entre 990 g e 1500 g. Habita principalmente matas de galeria e a zona ripária em áreas do Chaco e do Cerrado, ocorrendo também em mangues e na Mata dos cocais. Três subespécies foram descritas: A. a. azarae, A. a. boliviensis e A. a. infulatus.[nota 3][11]
Aotus nancymaae (Hershkovitz, 1983) Macaco-da-noite  
Pouco preocupante[12]
  Espécie com pescoço vermelho, apresentando dorso de cor cinzenta e agouti, faixa preta dorsal e ventre de cor laranja pálido. Machos pesam cerca de 794,5 g e as fêmeas pesam 780,2 g. Habita as densas florestas alagáveis da Amazônia.[11]
Aotus nigriceps (Dollman, 1909) Macaco-da-noite    
Pouco preocupante[13]
  Apresenta pescoço vermelho, com pelagem do corpo de cor cinza com a parte inferior do corpo de cor laranja com tons brancos. As faixas na cabeça são amplas e áreas brancas na face são conspícuas. Machos pesam em média 875 g e fêmeas pesam 1040 g. Habita áreas de floresta primária na Amazônia.[11]
Aotus trivirgatus (Humboldt, 1811) Macaco-da-noite    
Pouco preocupante[14]
  Até a revisão taxonômica de Philip Hershkovitz, o gênero Aotus era considerado monotípico, tendo apenas A. trivirgatus como integrante. É uma espécie de pescoço cinzento, apresentando o restante do corpo com essa tonalidade, que varia de um agouti amarronzado ao agouti acinzentado. A três faixas na face são marrons e a pelagem da face é cinza, ao contrário dos outros macacos-da-noite (que é branca). Os machos pesam cerca de 813 g e as fêmeas pesam 736 g. Habita florestas chuvosas e secas no bioma amazônico.[11]
Aotus vociferans (Spix, 1823) Macaco-da-noite    
Pouco preocupante[15]
  Espécie de pescoço cinzento, com pelagem do corpo amarronzada, e partes inferiores brancas, com mãos e pés pretos. As faixas da face são grossas e marrons, e a parte branca se reduz a duas pequenas manchas acima dos olhos. Machos pesam 708g e fêmeas 698 g. Habita florestas alagáveis e pântanos da Amazônia entre 200 e 900 m de altitude.[11]

Espécies de primatas brasileiros da família Atelidae

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Primatas da família Atelidae (Gray, 1825), subfamília Allouatinae (Trouessart,1897): 10 espécies[nota 4]
Nome científico Nome vernáculo Imagem Estado IUCN Ocorrência Descrição
Alouatta belzebul (Linnaeus, 1766) Guariba-de-mãos-ruivas    
Vulnerável[17]
  Macaco de cor preta, com mãos, pés, ponta da cauda e às vezes a testa e o dorso variando do amarelo ao ruivo. Machos são maiores que as fêmeas, pesando, respectivamente entre 6,5 e 8 kg e 4,5 e 6,2 kg. Habita florestas primárias se secundárias na Amazônia e na Mata Atlântica do Nordeste brasileiro.[18]
Alouatta caraya (Humboldt, 1812) Bugio-do-pantanal    
Pouco preocupante[19]
  Espécie sexualmente dicromática, com machos adultos sendo totalmente pretos e fêmeas e subadultos de cor amarelo pálido ou loiro. Machos são maiores que as fêmeas, pesando entre 5,6 e 9,6 kg e 3,6 e 6,5 respectivamente. Habita a zona ripária e matas ciliares do Cerrado, da Caatinga e dos Pampas, e também a floresta semidecidual na Mata Atlântica.[18]
Alouatta discolor (Spix, 1823) Guariba-de-mãos-ruivas    
Vulnerável[20]
  Cor da pelagem varia do marrom ao preto, com mãos, pés, ponta da cauda e o dorso variando do amarelo ao ruivo. Machos são maiores que as fêmeas, pesando, respectivamente entre 6,5 e 8 kg e 4,5 e 6,2 kg. Habita florestas primárias e secundárias na Amazônia. Outrora era classificado como subespécie de A. belzebul.[18]
Alouatta guariba (Humboldt, 1812) Bugio-ruivo    
Pouco preocupante[8]
  Macaco de cor marrom, variando do preto ao ruivo. Descritas duas subespécies: A. g. clamitans, que ocorre no sudeste e sul do Brasil, apresentando dicromatismo sexual, com machos sendo ruivos e fêmeas marrom escuro; e A. g. guariba, que ocorre no leste e nordeste do Brasil, não apresentando dicromatismo sexual.[nota 5] Machos pesam entre 5,3 e 7,2 kg, enquanto fêmeas pesam entre 4,1 e 5 kg. Habita todos os tipos de ecossistemas florestais na Mata Atlântica, sendo encontrando também na Mata de Araucárias no sul do Brasil.[18]
Alouatta juara (Elliot, 1910) Bugio-ruivo    
Pouco preocupante[21]
  Macaco de pelagem marrom-avermelhada, não apresentando dicromatismo sexual, com região do manto e terço final da cauda de cor mais clara.[16] Os machos pesam entre 5,4 e 9 kg e as fêmeas pesam entre 4,1 e 7 kg. Habita todos os ecossistemas florestais do bioma amazônico. Algumas classificações o consideram subespécie de A. seniculus.[18]
Alouatta macconnelli (Linnaeus, 1766) Bugio-ruivo    
Pouco preocupante[22]
  Apresenta pelagem marrom-avermelhada com o dorso de cor amarelada ou dourada. Machos pesam entre 5,4 e 9 kg e as fêmeas entre 4,1 e 7 kg. Habita todos os ecossistemas florestais do bioma amazônico e parte sul-americana do Caribe.[18]
Alouatta nigerrima (Lönnberg, 1941) Bugio-preto  
Pouco preocupante[23]
  Macaco de cor preta, sem dicromatismo sexual. Pouco estudada, sabe-se que indivíduos pesam entre 4,9 e 8 kg. Já foi considerado como subespécie de A. belzebul, sendo que Gregorin (2006) considera sinônimo de A. discolor. Habita todos os ecossistemas florestais no bioma amazônico.[18]
Alouatta puruensis (Lönnberg, 1941) Bugio-ruivo    
Pouco preocupante[24]
  Semelhante a A. seniculus e A. juara, ao qual também é classificado como subespécie para alguns autores, diferencia-se por apresentar dicromatismo sexual, com machos tendo cor ruiva escura e dorso dourado, e fêmeas de cor mais clara. Machos pesam entre 5,4 e 9 kg e fêmeas entre 4,1 e 7 kg. Habita todos os ecossistemas florestais no bioma amazônico.[18]
Alouatta seniculus (Linnaeus, 1766) Bugio-ruivo    
Pouco preocupante[25]
  Semelhante a A. puruensis e A. juara, é a espécie ao qual já foi incluída A. puruensis e A. juara como subespécies. Diferencia-se por apresentar dicromatismo sexual, com machos tendo cor ruiva escura e dorso dourado, e fêmeas de cor mais clara. Apresenta dorso e cauda de cor dourada opaca. Machos pesam entre 5,4 e 9 kg e fêmeas entre 4,1 e 7 kg. Habita todos os ecossistemas florestais no bioma amazônico.[18]
Alouatta ululata (Elliot, 1912) Guariba-de-mãos-ruivas  Em perigo[26]   Outrora classificado como subespécie de A. belzebul, é muito semelhante a este, diferenciando-se por apresentar dicromatismo sexual. Os machos são pretos com mãos, pés, flancos e cauda de cor ruiva e as fêmeas são amarelo amarronzadas com esparsos pelos cinzas. Não há dados sobre o peso dessa espécie. Habita ecossistemas florestais na Mata dos cocais e na Caatinga.[18]
Primatas da família Atelidae (Gray, 1825), subfamília Atelinae (Gray, 1825): 9 espécies
Nome científico Nome vernáculo Imagem Estado IUCN Ocorrência Descrição
Ateles belzebuth (É. Geoffroy, 1806) Coatá ou macaco-aranha    
Em perigo[27]
  Espécie de corpo inteiramente preto, se distinguindo das demais por apresentar ventre e partes internas dos membros e da cauda de cor amarelo esbranquiçada. Face sem pelos com um triângulo amarelo esbranquiçado acima dos olhos. Os machos pesam em média 8,3 kg e as fêmeas cerca de 7,9 kg. Habita áreas de floresta primária na Amazônia, principalmente a floresta de terra firme.[18]
Ateles chamek (Humboldt, 1812) Macaco-aranha-de-cara-preta    
Em perigo[28]
  Espécie semelhante a A. paniscus, mas de aparência mais esguia e com pelos pretos na face. A pelagem é inteiramente preta, exceto na região genital que é cinza-prateada. Machos pesam cerca de 7 kg e as fêmeas pesam cerca de 5 kg. Habita áreas de floresta primária na Amazônia, principalmente a floresta de terra firme, mas também ocorre na mata de igapó e na floresta semidecidual.[18]
Ateles marginatus (E. Geoffroy, 1809) Macaco-aranha-de-cara-branca    
Em perigo[29]
  Comparada com os outro macacos-aranhas, essa espécie é menor. A pelagem é totalmente preta, exceto na testa e nas bochechas, que é branca. Machos pesam cerca de 10,4 e as fêmeas cerca de 5,8 kg. Habita áreas de floresta primária na Amazônia, mas também ocorre na zona ripária e em florestas secas de ambientes savânicos.[18]
Ateles paniscus (Linnaeus, 1758) Macaco-aranha    
Vulnerável[30]
  Pela longa, grossa e de cor inteiramente preta, com a face desprovida de pelos de cor vermelha ou rosa escura. Machos tipicamente são maiores que as fêmeas pesando 9,1 kg em média, enquanto as fêmeas pesam 8,4 kg em média. Habita áreas de floresta primária na Amazônia, sendo raros em áreas de borda ou em florestas degradadas.[18]
Brachyteles arachnoides (Geoffroy, 1806) Muriqui-do-sul ou mono-carvoeiro    
Em perigo[31]
  A cor da pelagem varia do bege ao marrom claro ou cinza claro, apresentando mãos, pés e a face de cor pretas. Frequentemente apresentam ventres proeminentes. Não há dimorfismo sexual exceto no tamanho dos caninos, que são mais longos nos machos, e machos pesam cerca de 10,4 kg e as fêmeas cerca de 8,5 kg. Habita a floresta ombrófila densa e a floresta semidecidual na Mata Atlântica entre 400 e 1500 m de altitude nos estados de São Paulo e Paraná, outrora ocorrendo no planalto paulista.[18]
Brachyteles hypoxanthus (Wied, 1820) Muriqui-do-norte    
Criticamente em perigo[32]
  Semelhante a B. arachnoides, apresentando como principal diferença manchas rosas na face e nas mãos quando adultos. Não há dimorfismo sexual, incluindo no tamanho dos caninos, com machos pesando entre 9,2 e 9,6 kg e as fêmeas pesando entre 6,8 e 8,8 kg. Habita a floresta ombrófila densa e a floresta semidecidual na Mata Atlântica entre 250 e 1350 m de altitude nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, embora a maior parte dos indivíduos encontrados atualmente estão na RPPN Feliciano Miguel Abdala.[18]
Lagothrix cana (É. Geoffroy, 1812) Macaco-barrigudo    
Em perigo[33]
  Semelhante a L. lagothricha, apresenta coloração mais acinzentada. Machos frequentemente são maiores que as fêmeas, apresentando longos caninos e podendo pesar até 10 kg, enquanto as fêmeas pesam entre 5 e 7 kg. Foram descritas duas subespécies: L. c. cana e L. c. tschudii. Habita florestas primárias e secundárias do bioma amazônico.[18]
Lagothrix lagotricha (Humboldt, 1812) Macaco-barrigudo    
Vulnerável[34]
  A cor da pelagem varia consideravelmente, desde um loiro pálido até marrom escuro. Pode apresentar uma faixa Coronal branca. Machos frequentemente são maiores que as fêmeas, apresentando longos caninos e podendo pesar até 10 kg, enquanto as fêmeas pesam entre 5 e 7 kg. Duas subespécies descritas: L. l. lagothricha e L. l. lugens (endêmica da Colômbia). Habita florestas primárias e secundárias no bioma amazônico até 3 000 m de altitude.[18]
Lagothrix poeppigii (Schinz, 1844) Macaco-barrigudo    
Vulnerável[35]
  A cor da pelagem varia consideravelmente, desde um amarela acinzentado até marrom escuro, quase preto. Cabeça, mãos, pés, parte inferior dos membros e ventre são pretos. Machos frequentemente são maiores que as fêmeas, apresentando longos caninos e podendo pesar até 10 kg, enquanto as fêmeas pesam entre 5 e 7 kg. Habita florestas primárias e secundárias do bioma amazônico.[18]

Espécies de primatas brasileiros da família Cebidae

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Primatas da família Cebidae (Bonaparte, 1831), subfamília Cebinae (Trouessart,1897): 11 espécies[nota 6]
Nome científico Nome vernáculo Imagem Estado IUCN Ocorrência Descrição
Cebus albifrons (Humboldt, 1812) Caiarara    
Pouco preocupante[38]
  Apresenta pelagem de cor cinzenta amarronzada e pálida, com membros de cor mais escura. A pelagem da fronte é de cor creme, como uma camada de pelos pretos ao redor. A face é sem pelos de rosa. Pesa entre 2,3 e 2,6 kg. A subespécie C. unicolor, que ocorre ao sul do rio Amazonas tem sido considerada como espécie separada, de acordo com Boubli et al (2012),[37] enquanto C. albifrons ocorre ao norte desse rio.[nota 7] Habita florestas deciduais, matas de galeria e manguezais no bioma amazônico.[40]
Cebus kaapori (Queiroz, 1992) Caiarara  
Criticamente em perigo[41]
  Apresenta forma mais esguia que os outros Cebus, tendo pelagem marrom cinzenta, que fica mais clara nos flancos. A face é de cor prateada. Machos pesam cerca de 3 kg e as fêmeas 2,4 kg. Habita florestas de terras baixas até 200 m acima do nível do mar. Está gravemente ameaçado de extinção, dado que ocorre em área com intenso desmatamento.[40]
Cebus olivaceus (Schomburgk, 1848) Caiarara    
Pouco preocupante[42]
  Apresenta coloração marrom, com partes pretas no dorso e membros. Testa de cor preta com um desenho em "V" que se une ao nariz por meio de uma fina listra preta. Machos pesam entre 3 e 4,2 kg e as fêmeas entre 2,3 e 3 kg. Habita florestas úmidas até 2 000 m de altitude.[40]
Sapajus apella (Linnaeus, 1758) Macaco-prego    
Pouco preocupante[43]
  Os machos possuem entre 38 e 46 cm de comprimento, e a cauda tem entre 38 e 39 cm; pesam entre 2,3 e 4,8 kg. As fêmeas pesam entre 1,3 e 3,4 kg. A pelagem é comprida e densa, com o tronco tendo uma coloração marrom escura, com as pares ventrais avermelhadas ou amareladas. Os membros, o topete e a cauda são pretos. Habita todos os tipos de floresta em sua área de distribuição geográfica. Silva Jr (2001) considerou as espécies de macacos-prego da Amazônia como duas: uma do oeste amazônico, Sapajus macrocephalus; e uma do leste, Sapajus apella. Alguns estudos genéticos sugerem que essas duas espécies não são separadas. Se reconhece duas subespécies de S. apella: S. a. apella e S. a. margaritae.[40]
Sapajus cay (Illiger, 1815) Macaco-prego    
Pouco preocupante[44]
  É uma espécie relativamente pequena, sem dimorfismo sexual. Tem entre 40 e 45 cm de comprimento, com a cauda tendo entre 41 e 47 cm; pesa entre 3 e 3,5 kg. Sua coloração é variável, mas geralmente é de uma amarelo pálido, e o topete varia do pálido até um marrom escuro, e é formado por dois tufos de pelos se assemelhando a cornos. Existe uma pequena barba branca. Habita florestas de galeria em ambientes abertos do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil. Apesar disso, não ocorre no Chaco boliviano. Ocorre nos Yungas, no sul da Bolívia e norte da Argentina, apesar de que essa população não parece contínua com nenhuma outra conhecida. Segundo Silva Jr (2001), é uma espécie separada, Sapajus cay, mas já foi considerado subespécie de Sapajus libidinosus.[40]
Sapajus flavius (Schreber, 1774) Macaco-prego-galego    
Criticamente em perigo[45]
  Possui entre 36,8 e 40 cm de comprimento, com a cauda tendo até 42 cm. Os machos pesam entre 2,9 e 3 kg, e as fêmeas entre 1,8 e 2,5 kg. A pelagem é uniformemente dourada, e as partes inferiores dos membros são mais escuras. Não possui topete aparente. Possui longos pelos no pescoço. As mãos e pés são pretos. A face é rosada e os olhos são marrons. Habita principalmente os pequenos fragmentos de floresta secundária da Mata Atlântica do Nordeste Brasileiro, mangues e até canaviais.Sua identidade e linhagem eram desconhecidas até 2005, quando um espécime foi descrito, e até considerado uma espécie nova, Cebus queirozi.[46] De Oliveira & Langguth (2006) demonstraram que se tratava de Simia flavia, descrito por Johann Christian Daniel von Schreber, em 1774, e classificaram a espécie como Cebus flavius.[40][47]
Sapajus libidinosus (Spix, 1823) Macaco-prego    
Pouco preocupante[48]
  Possui entre 34 e 44 cm de comprimento, com a cauda tendo entre 38 e 49 cm; pesam entre 1,3 e 4,8 kg. S. libidinosus possui pouco dimorfismo sexual. A coloração tende ao amarelo ou bege, com os membros de cor escura tendendo ao preto, assim como o topete, que possui forma espessa. É típico das formações xeromorfas, como a Caatinga e o Cerrado até 600 m acima do nível do mar. Ocorre nas florestas de galeria e nos brejos de altitude. São os únicos macacos do Novo Mundo que utilizam ferramentas espontaneamente em ambiente natural para quebrar cocos.[40]
Sapajus macrocephalus (Spix, 1823) Macaco-prego    
Pouco preocupante[49]
  Os machos pesam entre 2,9 e 4,6 kg. As fêmeas são um pouco menores e pesam entre 1,3 e 3,4 kg. A coloração varia desde cinza-amarronzado até o marrom escuro. A testa é escura, mas não varia muito em indivíduos muito escuros, e pode ocorrer a presença de margens de cor branca na face, e uma faixa branca que vai desde a orelha aos olhos. O topete é frequentemente ausente. Habita florestas úmidas de terras baixas, incluindo a mata de igapó, florestas montana até 1800 m de altitude.[40]
Sapajus nigritus (Goldfuss, 1809) Macaco-prego    
Quase ameaçada[50]
  O peso varia entre 2,6 e 4,8 kg. Possui tufos muito proeminentes, e a pelagem é de um marrom ou cinza escuro, com as partes ventrais tendendo a ser mais avermelhadas. As populações mais ao sul são pretos, e podem representar um grupo taxonômico distinto das populações mais ao norte. Típico da Mata Atlântica do sudeste brasileiro e o macaco-prego com a ocorrência mais ao sul que se conhece. Ocorre em um grande número de habitas florestais, desde florestas de galeria até florestas submontana e montana. É adaptável e sobrevive em áreas de floresta secundária.[40]
Sapajus robustus (Kuhl, 1820) Macaco-prego-de-crista    
Em perigo[51]
  Pesam entre 1,3 e 4,8 kg. A coloração do corpo é marrom escuro, quase preto. Os membros também possuem essa mesma cor. A face é de cor cinza escuro e o topete possui uma forma cônica e é alto. Os grupos possuem entre 8 e 10 indivíduos, com um ou 3 machos adultos. Alguns machos possuem uma proeminente crista sagital, o que lhe conferiu também o nome de macaco-prego-de-crista. Pouco se sabe sobre a biologia dessa espécie. Habita florestas tropicais úmidas e secas na Mata Atlântica, assim como áreas de Cerrado, próximas à Serra do Espinhaço e a Caatinga próxima ao rio Jequitinhonha. Ameaçado de extinção, estima-se que existam cerca de 8 000 indivíduos em liberdade, a maior parte deles na Reserva Biológica de Sooretama e na Reserva Natural Vale.[40]
Sapajus xanthosternos (Wied-Neuwied, 1826) Macaco-prego-de-peito-amarelo    
Criticamente em perigo[52]
  Os machos pesam entre 2 e 4,8 kg e as fêmeas entre 1,3 e 3,4 kg. Possui a cauda e membros de cor preta, com a região ventral e do peito de cor amarela a avermelhada. A coroa não contrasta com o restante do corpo e muitas vezes é considerado uma exceção entre os macacos-pregos porque não possui tufos de pelo evidentes na cabeça. Habita florestas úmidas e submontanas, até florestas secas e semideciduais. Também é encontrado em áreas de Caatinga, mas somente em áreas úmidas perto de rios e morros. Acredita-se ser um dos mais raros macacos do Novo Mundo, e ocorre em áreas com intensa ocupação humana, desde a colonização pelo europeus. Aparentemente, existem cerca de 3000 em liberdade, mas nenhuma população é viável a longo prazo.[40]
Primatas da família Cebidae (Bonaparte, 1831), subfamília Saimiriinae Miller, 1912 (1900): 4 espécies
Nome científico Nome vernáculo Imagem Estado IUCN Ocorrência Descrição
Saimiri boliviensis (I. Geoffroy and Blainville, 1834) Mico-de-cheiro    
Pouco preocupante[53]
  Machos pesam cerca de 1 kg e as fêmeas pesam cerca de 900 g. É sexualmente dicromático, com machos sendo cinzas e fêmeas mais pretas. Ambos apresentam a cabeça de cor preta, com mãos, pés e antebraços de cor amarela-dourada. Os arcos acima dos olhos são do tipo romano. Habita todas as florestas úmidas do oeste amazônico, desde florestas inundáveis ate a floresta de terra firme.[40]
Saimiri sciureus (Linnaeus, 1758) Mico-de-cheiro    
Pouco preocupante[54]
  Apresenta pelagem cinzenta ou esverdeada ao vermelho agouti, com coroa de cor agouti. Arcos brancos acima dos olhos do tipo gótico. Mãos, pés e antebraços são amarelo dourado. Machos pesam entre 550 e 1 400 g e fêmeas entre 550 e 1 200 g. As subespécies S. s. cassiquiarensis (ocorre ao norte do rio Solimões), S. s. collinsi (ocorre na ilha de Marajó, no estuário do rio Amazonas) e S. s. macrodon (ocorre à oeste dos rios Japurá e Juruá) podem ser consideradas espécies separadas.[nota 8] Habita todos os ecossistemas florestas da Amazônia, desde florestas inundáveis, pantanosas e mangeuzais até as florestas de terra firme.[40]
Saimiri ustus (I. Geoffroy, 1843) Mico-de-cheiro    
Pouco preocupante[57]
  Semelhante a S. sciureus, mas de porte um pouco maior, com machos pesando entre 710 e 1200 g e fêmeas pesando entre 620 e 880 g. Apresenta dorso de cor dourada, com pelagem agouti na cabeça, mãos, pés e antebraços de cor laranja ou amarela. Os arcos acima dos olhos são do tipo gótico. Habita florestas úmidas de terras baixas, incluindo a floresta de terra firme e a mata de igapó e florestas pantanosas.[40]
Saimiri vanzolinii (Ayres, 1985) Mico-de-cheiro    
Vulnerável[58]
  Apresenta a cabeça preta, que é contínua com uma faixa preta no dorso que se estende até à cauda. Os ombros são cinza com mãos, pés e antebraços de cor amarela. Os arcos acima dos olhos são do tipo romano. Os machos pesam cerca de 950 g e as fêmeas pesam cerca de 650 g. Endêmico do Brasil, ocorre apenas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, habitando principalmente a mata de igapó.[40]

Subfamília Callitrichinae

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O sagui-goeldi (Callimico goeldii) ocorre na Amazônia
 
O sagui-da-serra-escuro (Callthrix aurita) ocorre em florestas montanhosas da Mata Atlântica
 
O sagui-da-serra (Callithrix flaviceps) é uma espécie ameaçada por conta do desmatamento da Mata Atlântica
 
O sagui-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus) é típico da região Nordeste, mas foi introduzido em outros locais do Brasil
 
O sagui-leãozinho (Cebuella pygmaea) é o menor primata brasileiro
 
O mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara) é uma espécie endêmica da Mata Atlântica descoberta em 1990
 
O mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus) é uma das quatro espécies do gênero Leontopithecus e só ocorre no Brasil
 
O sagui-branco (Mico argentatus) é uma espécie endêmica da Amazônia brasileira
 
O sagui-do-cerrado (Mico melanurus) é a única espécie do gênero Mico que não é endêmica da Amazônia brasileira
 
O sagui-de-santarém (Mico humeralifer) é mais uma espécie endêmica do Brasil
 
O Mico munduruku (Mico munduruku) é uma espécie do gênero Mico endêmica da Amazônia brasileira
 
O sagui-imperador (Saguinus imperator) é uma espécie de sagui que ocorre no Brasil e no Peru
 
O soim-de-coleira (Saguinus bicolor) é uma espécie que ocorre próximo a Manaus e corre risco de extinção
 
O sagui-de-mão-dourada (Saguinus midas) ocorre extremo norte do Brasil e nas Guianas
Nome científico Nome comum Dieta Peso Biomas Estado de conservação (IUCN) Distribuição geográfica Referências
Callibella humilis Sagui-anão Insetívoro
Gumívoro
0,165 kg (0,36 lb) Amazônia  

Vulnerável

  [59]
Callimico goeldii Sagui-de-goeldi Frugívoro
Insetívoro
0,400 kg (0,88 lb) - 0,535 kg (1,18 lb) Amazônia  

Vulnerável

  [60]
Callithrix aurita Sagui-da-serra-escuro Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,400 kg (0,88 lb) Mata Atlântica  

Vulnerável

  [61]
Callithrix flaviceps Sagui-da-serra Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,400 kg (0,88 lb) Mata Atlântica  

Em perigo

  [62]
Callithrix geoffroyi Sagui-de-cara-branca Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,230 kg (0,51 lb) - 0,350 kg (0,77 lb) Mata Atlântica  

Pouco preocupante

  [63]
Callithrix jacchus Sagui-de-tufos-brancos Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,230 kg (0,51 lb) - 0,350 kg (0,77 lb) Mata Atlântica, Caatinga  

Pouco preocupante

  [64]
Callithrix kuhlii Sagui Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,230 kg (0,51 lb) - 0,400 kg (0,88 lb) Mata Atlântica  

Quase ameaçada

  [65]
Callithrix penicillata Sagui-de-tufos-pretos, mico-estrela Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,250 kg (0,55 lb) Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga  

Pouco preocupante

  [66]
Cebuella pygmaea Sagui-leãozinho Insetívoro
Gumívoro
0,100 kg (0,22 lb) - 0,160 kg (0,35 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [67]
Leontopithecus caissara Mico-leão-de-cara-preta Frugívoro
Insetívoro
0,570 kg (1,26 lb) Mata Atlântica  

Criticamente em perigo

  [68]
Leontopithecus chrysomelas Mico-leão-de-cara-dourada Frugívoro
Insetívoro
0,500 kg (1,10 lb) - 0,700 kg (1,54 lb) Mata Atlântica  

Em perigo

  [69]
Leontopithecus chrysopygus Mico-leão-preto Frugívoro
Insetívoro
0,540 kg (1,19 lb) - 0,690 kg (1,52 lb) Mata Atlântica  

Em perigo

  [70]
Leontopithecus rosalia Mico-leão-dourado Frugívoro
Insetívoro
0,400 kg (0,88 lb) - 0,800 kg (1,76 lb) Mata Atlântica  

Em perigo

  [71]
Mico acariensis Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,420 kg (0,93 lb) Amazônia  

Dados deficientes

  [72]
Mico argentatus Sagui-branco Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,355 kg (0,78 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [73]
Mico chrysoleucus Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,350 kg (0,77 lb) Amazônia  

Dados deficientes

  [74]
Mico emiliae Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,313 kg (0,69 lb) Amazônia  

Dados deficientes

  [75]
Mico humeralifer Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,280 kg (0,62 lb) - 0,310 kg (0,68 lb) Amazônia  

Dados deficientes

  [76]
Mico intermedius Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,350 kg (0,77 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [77]
Mico leucippe Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,420 kg (0,93 lb) Amazônia  

Vulnerável

  [78]
Mico manicorensis Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,135 kg (0,30 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [79]
Mico marcai Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,350 kg (0,77 lb) Amazônia  

Dados deficientes

  [80]
Mico mauesi Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,315 kg (0,69 lb) - 0,405 kg (0,89 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [81]
Mico melanurus Sagui-do-cerrado, sagui-de-rabo-preto Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,260 kg (0,57 lb) Amazônia, Cerrado, Pantanal  

Pouco preocupante

  [82]
Mico murukundu Sagui-do-murukundu, sagui-de-rabo-branco Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,260 kg (0,57 lb) Amazônia  

Vulnerável

[83]
Mico nigriceps Sagui-de-cabeça-preta Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,370 kg (0,82 lb) Amazônia  

Dados deficientes

  [84]
Mico rondoni Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,250 kg (0,55 lb) - 0,400 kg (0,88 lb) Amazônia  

Vulnerável

  [85]
Mico saterei Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
Gumívoro
0,400 kg (0,88 lb) - 0,470 kg (1,04 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [86]
Saguinus bicolor Sagui-de-duas-cores, sauim-de-coleira Frugívoro
Insetívoro
0,430 kg (0,95 lb) Amazônia  

Em perigo

  [87]
Saguinus fuscicollis[nota 9] Sagui-de-cara-suja Frugívoro
Insetívoro
0,387 kg (0,85 lb) - 0,403 kg (0,89 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [91]
Saguinus imperator Sagui-imperador Frugívoro
Insetívoro
0,450 kg (0,99 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [92]
Saguinus inustus Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
0,460 kg (1,01 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [93]
Saguinus labiatus Sagui-de-bigode Frugívoro
Insetívoro
0,460 kg (1,01 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [94]
Saguinus martinsi Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
0,350 kg (0,77 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [95]
Saguinus midas Sagui-de-mão-dourada Frugívoro
Insetívoro
0,432 kg (0,95 lb) - 0,586 kg (1,29 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [96]
Saguinus mystax[nota 10] Sagui-de-boca-branca Frugívoro
Insetívoro
0,432 kg (0,95 lb) - 0,586 kg (1,29 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [97]
Saguinus niger Sagui-una Frugívoro
Insetívoro
0,355 kg (0,78 lb) Amazônia  

Vulnerável

  [98]
Saguinus nigricollis[nota 11] Sagui ou sauim Frugívoro
Insetívoro
0,470 kg (1,04 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [99]

Espécies de primatas brasileiros da família Pitheciidae

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Subfamília Callicebinae

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Callicebus brunneus é uma espécie da Amazônia brasileira e peruana.
 
O guigó, Callicebus personatus, é uma espécie endêmica da Mata Atlântica brasileira e é ameaçada de extinção.
 
O arabasú (Callicebus moloch) é endêmico do Brasil.
 
Callicebus donacophilus ocorre na Amazônia brasileira e boliviana.
 
Callicebus nigrifrons é uma espécie endêmica da Mata Atlântica do sudeste brasileiro.
 
Callicebus vieirai foi descoberto em 2012, e ocorre no Pará e Mato Grosso.
Nome científico Nome comum Dieta Peso Biomas Estado de conservação (IUCN) Distribuição geográfica Referências
Callicebus baptista Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
0,950 kg (2,09 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [100]
Callicebus barbarabrownae Guigó Frugívoro
Folívoro
1,000 kg (2,20 lb) Caatinga  

Criticamente em perigo

  [101]
Callicebus bernhardi Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
0,700 kg (1,54 lb) - 1,200 kg (2,65 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [102]
Callicebus brunneus Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
0,850 kg (1,87 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [103]
Callicebus caligatus Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
1,000 kg (2,20 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [104]
Callicebus cinerascens Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
0,740 kg (1,63 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [105]
Callicebus coimbrai Guigó Frugívoro
Folívoro
1,020 kg (2,25 lb) Mata Atlântica  

Em perigo

  [106]
Callicebus cupreus Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
1,160 kg (2,56 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [107]
Callicebus donacophilus Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
1,000 kg (2,20 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [108]
Callicebus dubius Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
1,000 kg (2,20 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [109]
Callicebus hoffmannsi Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
0,920 kg (2,03 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [110]
Callicebus lucifer Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
1,500 kg (3,31 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [111]
Callicebus lugens Zogue-zogue Frugívoro
Sementes
1,400 kg (3,09 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [112]
Callicebus melanochir Guigó ou sauá Frugívoro
Folívoro
1,370 kg (3,02 lb) Mata Atlântica  

Vulnerável

  [113]
Callicebus moloch Arabasú, sauá ou saá Frugívoro
Folívoro
0,700 kg (1,54 lb) - 1,200 kg (2,65 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [114]
Callicebus nigrifrons Guigó ou sauá Frugívoro
Folívoro
1,300 kg (2,87 lb) Mata Atlântica  

Quase ameaçada

  [115]
Callicebus pallescens Guigó ou sauá Frugívoro
Folívoro
0,800 kg (1,76 lb) - 1,200 kg (2,65 lb) Pantanal  

Pouco preocupante

  [116]
Callicebus personatus Guigó ou sauá Frugívoro
Folívoro
0,970 kg (2,14 lb) - 1,650 kg (3,64 lb) Mata Atlântica  

Vulnerável

  [117]
Callicebus purinus Zogue-zogue Frugívoro
Sementes
1,300 kg (2,87 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [118]
Callicebus regulus Zogue-zogue Frugívoro
Sementes
1,300 kg (2,87 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [119]
Callicebus stephennashi Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
0,725 kg (1,60 lb) Amazônia  

Dados deficientes

  [120]
Callicebus torquatus Zogue-zogue Frugívoro
Sementes
1,100 kg (2,43 lb) - 1,500 kg (3,31 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [121]
Callicebus vieirai[nota 12] Zogue-zogue Frugívoro
Folívoro
Amazônia Não avaliado Pará, Mato Grosso [122]

Subfamília Pitheciinae

editar
 
O uacari-branco (Cacajao calvus) é um macaco de médio porte da Amazônia.
 
A espécie Chiropotes utahickae é uma espécie de cuxiú endêmica do Brasil.
 
O cuxiú-de-nariz-branco (Chiropotes albinasus) é uma espécie endêmica do Brasil e ameaçada de extinção.
 
O parauaçú-preto (Pithecia pithecia) chama a atenção pela grande quantidade de pelos. Ocorre na Amazônia.
Nome científico Nome comum Dieta Peso Biomas Estado de conservação (IUCN) Distribuição geográfica Referências
Cacajao ayresi[nota 13] Uacari-preto, carauri ou acari-bico Frugívoro
Sementes
2,400 kg (5,29 lb) - 4,000 kg (8,82 lb) Amazônia  

Vulnerável

  [124]
Cacajao calvus Uacari-branco ou uacari-vermelho Frugívoro
Sementes
2,900 kg (6,39 lb) Amazônia  

Vulnerável

  [125]
Cacajao hosomi Uacari-preto ou carauri Frugívoro
Sementes
2,400 kg (5,29 lb) - 4,000 kg (8,82 lb) Amazônia  

Vulnerável

  [126]
Cacajao melanocephalus Uacari-preto ou caruari Frugívoro
Sementes
2,400 kg (5,29 lb) - 4,000 kg (8,82 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [127]
Chiropotes albinasus Cuxiú-de-nariz-branco Frugívoro
Sementes
2,200 kg (4,85 lb) - 3,320 kg (7,32 lb) Amazônia  

Em perigo

  [128]
Chiropotes chiropotes[nota 14] Cuxiú Frugívoro
Sementes
3,000 kg (6,61 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [131]
Chiropotes satanas Cuxiú-preto ou macaco-preto Frugívoro
Sementes
1,900 kg (4,19 lb) - 4,000 kg (8,82 lb) Amazônia  

Criticamente em perigo

  [132]
Chiropotes utahickae Cuxiú Frugívoro
Sementes
2,950 kg (6,50 lb) Amazônia  

Em perigo

  [133]
Pithecia albicans Parauaçú-branco ou acari Frugívoro
Sementes
3,000 kg (6,61 lb) Amazônia  

Vulnerável

  [134]
Pithecia irrorata Parauaçú ou macaco-cabeludo Frugívoro
Sementes
2,160 kg (4,76 lb) - 2,920 kg (6,44 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [135]
Pithecia monachus Parauaçú ou macaco-cabeludo Frugívoro
Sementes
1,300 kg (2,87 lb) - 2,500 kg (5,51 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [136]
Pithecia pithecia Parauaçú-preto ou macaco-cabeludo Frugívoro
Sementes
0,780 kg (1,72 lb) - 2,500 kg (5,51 lb) Amazônia  

Pouco preocupante

  [137]

Ver também

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Notas de rodapé

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  1. Paglia et al (2012) considerou a subfamília Callitrichinae como uma família separada.[1] Assim, de acordo com essa publicação, seriam 5 famílias, e não 4. De acordo com Groves (2005) e Rylands et al (2009), Callitrichinae é subfamília de Cebidae.[2][3] Paglia et al (2012) também considera algumas subespécies como espécies distintas, o que aumenta o número de espécies também.
  2. A lista do ICMBio e do MMA considera a forma robustus de Sapajus nigritus como uma espécie separada (Cebus robustus).
  3. Paglia et al (2012) considera a forma infulatus como uma espécie distinta.[1] Groves (2005) considera esse táxon como subespécie de A. azarae.[10]
  4. A classificação dos bugios foi baseada em Gregorin (2006),[16] exceto por Alouatta guariba que foi baseada em Groves (2005).[2]
  5. Gregorin (2006),[16] considera essas duas formas como espécies separadas, enquanto Groves (2005) classifica como subespécies.[2]
  6. A classificação dos gêneros de Cebinae aqui, é diferente da usada por Groves (2005).[2] Lynch Alfaro et al (2012) e Boubli et al (2012) dividem a subfamília em dois gêneros: Sapajus e Cebus e considera algumas subespécies como espécies separadas.[36][37]
  7. Paglia et al (2012) considera a forma unicolor como espécie separada. Groves (2005) considera como subespécie (C. a. unicolor).[39]
  8. A classificação das espécies de macaco-de-cheiro aqui foi baseada em Groves (2005).[2] Paglia et al (2012) considera as subespécies de Saimiri sciureus (S. s. cassiquiarensis, S. s. collinsi e S. s. macrodon) como espécies separadas, de acordo com Carretero-Pinzón et al (2009) e Lavergne et al (2010).[55][56]
  9. Paglia et al (2012) considerou as formas weddelli e fuscus de Saguinus fuscicollis como espécies válidas, de acordo com Cropp et al (1999) e Matauschek et al (2011).[88][1][89] Aqui, essas formas foram consideradas como subespécies de S. fuscicollis, seguindo a classificação de Groves (2005).[90]
  10. Groves (2005) considera a forma pileatus como uma espécie separada de Saguinus mystax. Entretanto, essa classificação é controversa, pois separa as duas subespécies de S. mystax, as formas mystax e pluto, o que torna a hipótese de que S. m. pileatus é uam espécie separada, pouco provável.[1][3]
  11. A ocorrência de Saguinus nigricollis no Brasil, é presumida, mas não comprovada.[1]
  12. Espécie descrita em 2012, por isso não consta na lista de Paglia et al (2012) e na IUCN.[122]
  13. Paglia et al (2012) utiliza a classificação de Boubli et al (2008).[1] Groves (2005) não considera as formas hosomi e ayresi, pois estas foram descritas em 2008 por Boubli et al e considera essas formas dentro de C. melanocephalus.[123]
  14. Paglia et al (2012) considera a forma a oeste do rio Branco e norte do rio Negro (Chiropotes israelita) como Chiropotes chiropotes e a forma à leste do rio Branco como Chiropotes sagulatus, de acordo com Silva Jr & Figueiredo (2002). Groves (2005) considera C. israelita como táxon válido, e C. chiropotes como sinônimo de C. sagulatus.[129] Philip Hershkovitz não considera essas duas formas e classifica as populações de ambas as margens como C. satanas chiropotes.[130]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o Paglia, A.P.; da Fonseca, G.A.B.; Rylands, A.B.; Herrman, G.; Aguiar, L.M.S.; Chiarello, A.G.; Leite, Y.L.R.; Costa, L.P.; Siciliano, S.; Kierulff, M.C.M.; Mendes, S.L.; Tavares, V.C.; Mittermeier, R.A.; Patton, J.L. (2012). «Lista Anotada dos Mamíferos do Brasil 2ª edição» (PDF). Occasional Paper (6): 1-82 
  2. a b c d e f Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. pp. 128–152. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  3. a b Rylands AB; Mittermeier RA (2009). «The Diversity of the New World Primates (Platyrrhini): An Annotated Taxonomy». In: Garber PA; Estrada A; Bicca-Marques JC; Heymann EW; Strier KB. South American Primates: Comparative Perspectives in the Study of Behavior, Ecology, and Conservation 3ª ed. Nova Iorque: Springer. pp. 23–54. ISBN 978-0-387-78704-6 
  4. Lorini, M. L. and Persson, V. G. 1990. Uma nova espécie de Leontopithecus Lesson, 1840, do sul do Brasil (Primates, Callitrichidae). Boletim Do Museu Nacional, Nova Série Zoologia 338: 1-14.
  5. van Roosmalen, M.G.M.; van Roosmalen, T.; Mittermeier, R. (2002). «A taxonomic review of the titi monkeys, genus Callicebus Thomas, 1903, with the description of two new species, Callicebus bernhardi and Callicebus stephennashi, from Brazilian Amazonia» (PDF). Neotropical Primates. 10 (Suppl.): 1-52 
  6. PORTARIA No - 444, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014
  7. a b c d e f g h Chiarello, A.G.; Aguiar, L.M.S., Cerqueira, R.; de Melo, F.R.; Rodrigues, F.H.G.; da Silva, V.M. (2008). «Mamíferos». In: Machado, A.B.M.; Drummond, G.M.; Paglia, A.P. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção - Volume 2 (PDF). Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente. pp. 680–883. ISBN 978-85-7738-102-9 
  8. a b Mendes, S. L., Rylands, A. B., Kierulff, M. C. M. & de Oliveira, M. M. ({{{ano}}}). Alouatta guariba (em inglês). IUCN 2017. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2017. Página visitada em 09 de junho de 2018..
  9. Fernandez-Duque, E., Wallace, R. B. & Rylands, A. B. (2008). Aotus azarae (em inglês). IUCN 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2012. Página visitada em 08 de maio de 2013..
  10. Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. pp. 139–140. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
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Bibliografia recomendada

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