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A República Democrática do Afeganistão foi um autodeclarado Estado socialista (mas muitas vezes referido no Ocidente como um "Estado comunista") estabelecido no Oriente Médio pelo partido comunista afegão, o Partido Democrático do Povo do Afeganistão (PDPA), pelo então líder Nur Mohammad Taraki em 1978 na Revolução de Saur. Desde o início, a república sofreu em conflito com os mujahidin locais que iniciaram o que é conhecido como guerra civil afegã. Em 1979 a União Soviética invadiu o país para ajudar o governo comunista, mas o deixaria no entanto, em 1989, após permanecer no país em nove anos.

Após a retirada soviética, a República do Afeganistão continuou a lidar com ataques dos mujahidins. O governo recebeu financiamento e armas dos soviéticos até 1991, quando a União Soviética entrou em colapso. Durante vários anos, o exército governamental tinha efetivamente aumentado a sua eficácia passando níveis nunca alcançados durante a presença militar soviética. Mas o governo sofreu um grande golpe quando Abdul Rashid Dostum, um general de liderança, trocou alianças para o mujahedins em 1992 e juntos eles capturaram a cidade de Cabul.




A invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos ocorreu após os ataques de 11 de setembro no final de 2001, apoiada por aliados próximos. Os seus objetivos públicos eram desmantelar a Al-Qaeda, e negar-lhes uma base segura de operações no Afeganistão removendo o Talibã do poder. O Reino Unido foi um aliado fundamental dos Estados Unidos, oferecendo suporte para a ação militar desde o início dos preparativos para a invasão. Em agosto de 2003, a OTAN envolveu-se como uma aliança, que assumiu o comando da Força Internacional de Assistência à Segurança.

O presidente dos Estados Unidos George W. Bush exigiu que o Taliban entregasse Osama bin Laden e expulsasse a al-Qaeda, bin Laden já estava sendo procurado pela ONU desde 1999. O Taliban se recusou a extraditá-lo, a menos que lhes fossem dado o que eles consideravam provas convincentes do seu envolvimento nos ataques de 11 de setembro e ignoraram demandas para fechar bases terroristas e entregar outros suspeitos de terrorismo além de bin Laden. O pedido foi indeferido pelos Estados Unidos como uma manobra dilatória sem sentido e lançaram a Operação Enduring Freedom em 7 de outubro de 2001 com o Reino Unido. Os dois se juntaram posteriormente a outras forças, incluindo a Aliança do Norte. Os Estados Unidos e seus aliados expulsaram o Taliban do poder e construíram bases militares perto de grandes cidades em todo o país.




O Exército Nacional do Afeganistão (ENA) é um ramo de serviço dos militares do Afeganistão, que atualmente é treinado pelas forças da coalizão, para finalmente assumir o papel das operações militares terrestres no país. Desde o início de 2011, o ENA é dividido em sete corpos de exército regionais e consiste em aproximadamente 164.000 militares ativos.

Foi primeiramente organizado em 1880 com o suporte britânico, durante o reinado do Emir Abderramão Cã. Antes de 1880, o exército nacional era composto por milícias privadas pertencentes a diferentes comandantes regionais, bem como uma força militar especial sob o comando do governante do país. Durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, o exército afegão foi equipado pela Alemanha, mas o Afeganistão permaneceu como um estado neutro. A partir da década de 1960 até o início de 1990, foi treinado e equipado pela União Soviética. Em 1992, o exército nacional fragmentou-se em milícias regionais sob o comando dos senhores da guerra locais. Este foi seguido pelo governo Taliban em meados de 1990, que tinha suas próprias forças de milícias.

Após a retirada do Taliban no final de 2001, o novo Exército Nacional Afegão foi criado com o apoio da OTAN, principalmente os Estados Unidos. Desde 2002, bilhões de dólares em equipamentos militares, instalações e outras formas de ajuda foram fornecidos ao ENA.




Talibã (também transliterado Taleban, Taliban ou Talebã, do pachto: طالبان, transl. ṭālibān, "estudantes") é um movimento político fundamentalista islâmico nacionalista do Afeganistão, que se difundiu por todo o país e formou um governo, o Emirado Islâmico do Afeganistão, de setembro de 1996 até dezembro de 2001, com Candaar como a capital. No entanto, ganharia o reconhecimento diplomático de apenas três Estados: Paquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Mohammed Omar foi o fundador e serviu como o líder espiritual do Talibã desde a sua fundação em 1994 até sua morte em 2013. O mulá Akhtar Mansoor foi eleito como seu substituto em 2015.

Após os ataques de 11 de setembro, os talibãs foram depostos pela invasão liderada pelos Estados Unidos. Mais tarde, se reagrupariam como um movimento de insurgência para lutar contra a administração de Hamid Karzai apoiada pelo Ocidente e pela Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF), liderada pela OTAN. Os talibãs foram acusados de usar o terrorismo como uma tática específica para promover seus objetivos ideológicos e políticos.




Ai-Khanoum ou Ay Khanum (literalmente "Jovem Lua" em ubzeque, possivelmente a cidade histórica Alexandria de Oxiana, também mais tarde nomeada اروکرتیه ou Eucratidia) foi uma das principais cidades do Reino Greco-Báctrio. Acadêmicos anteriores argumentavam que Ai Khanoum foi fundada no final do século IV a.C, após as conquistas de Alexandre, o Grande. Análises recentes agora sugerem fortemente que a cidade foi fundada c. 280 a.C pelo rei selêucida Antíoco I Sóter. A cidade está localizada na província de Takhar, no norte do Afeganistão, na confluência do rio Oxo (Amu Dária) e do rio Kokcha, e na entrada do subcontinente indiano. Ai-Khanoum foi um dos pontos de foco do helenismo no Oriente durante quase dois séculos, até sua destruição por invasores nômades a cerca de 145 a.C, data o qual foi estimada a morte de Eucrátides I.

O local foi escavado para pesquisas arqueológicas por uma missão francesa sob Paul Bernard entre 1964 e 1978, bem como cientistas russos. As pesquisas tiveram de ser abandonadas com o início da Guerra do Afeganistão, durante a qual o local foi saqueado e usado como um campo de batalha, deixando apenas alguns resquícios do material original.




O Gasoduto Turcomenistão-Afeganistão-Paquistão-Índia (também conhecido como Duto Trans-Afeganistão, TAP ou TAPI) é um projeto de duto de gás natural que está sendo desenvolvido pelo Banco Asiático de Desenvolvimento. O gasoduto irá transportar gás natural do Mar Cáspio, do Turquemenistão através do Afeganistão para o Paquistão e depois para a Índia. O trabalho físico no gasoduto está previsto para começar em dezembro de 2015. A estrutura do lançamento do projeto, bem como a sua conclusão, foi adiada por muitos anos: por exemplo, de acordo com uma declaração de abril de 2015 pelo presidente afegão, o gasoduto deverá entrar em funcionamento em 2020. A abreviatura vem das primeiras letras desses países. Os defensores do projeto o vêem como uma continuação moderna da Rota da Seda. Originalmente o custo do projeto do gasoduto teria sido estimado em $7.6 bilhões, mas uma estimativa mais recente foi de US $ 10 bilhões. A GAIL da Índia pode se tornar uma parte do projeto TAPI.




Uma missa católica em Kandahar
Uma missa católica em Kandahar

O catolicismo no Afeganistão representa a parte da Igreja Católica no país supracitado, sob a liderança espiritual do Papa e da Cúria Romana, em Roma. Há pouquíssimos católicos neste país de maioria muçulmana — pouco mais de 200 que assistem à missa na única capela — e liberdade de religião tem sido difícil de obter nos últimos tempos, especialmente sob o antigo regime taliban. Em 16 de maio de 2002, o Papa João Paulo II estabeleceu uma missão sui iuris no Afeganistão, com o padre Giuseppe Moretti como seu primeiro superior e responsável. A única igreja católica no país é a capela na embaixada italiana em Cabul. Em 2004, as Missionárias da Caridade chegaram em Cabul para desenvolver trabalho humanitário.




Pormenor de mosaico sobre a batalha de Issus.

O Afeganistão foi invadido diversas vezes ao longo de sua história, e suas fronteiras e governo têm sido constantemente alvo de disputas. Entre Alexandre, o Grande, os conquistadores "Mugal" da Ásia do sul, os czares russos e o recente governo comunista, o império britânico e recentemente os Estados Unidos da América e a coalizão ocidental, todos parecem interessados nesse território.

Os conflitos atuais para o controle do Afeganistão podem ser vistos como uma extensão para o controle da Ásia central e seus recursos naturais, bem como da sua posição estratégica no meio da Eurásia. Historicamente, a conquista do Afeganistão teve um papel importante na invasão da Índia pelo oeste, através do passo Khyber.

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