Usuário(a):Alcides Pinto/Sandbox

Esta secção da cronologia da Península Ibérica está relacionada com os acontecimentos históricos antes da conquista Cartaginesa (c. 236 a.C.).

Pré-História editar

  • c. 1,5 a 1,8 milhões de anos Antes do Presente (AP) - Ferramentas utilizadas por hominídeos em Orce, província de Granada.[1]
  • c. 1 milhão de anos AP - Ferramentas utilizadas por hominídeos que viveram perto de Burgos.[2]
  • c. 50.000 anos AP - DNA mitocondrial antigo parcialmente sequenciado na região HVR para três neandertais distintos da caverna de El Sidrón perto de Piloña, província das Astúrias
  • c. 2.000 anos AP - Homo heidelbergensis descobertos nas montanhas de Atapuerca, os quais viviam no início do Holoceno (atual período de clima quente em curso, durante o qual a civilização humana moderna prosperou).[3]
  • Século XVIII a.C. - A civilização El Argar aparece em Almería, no sudeste de Espanha, substituindo a civilização anterior de Los Millares. A adoção da metalurgia do bronze permite dominância gradual e influência na região.[4]
  • Século XV a.C.
    • Uma cultura de pequenos povoados fortificados conhecida como Bronze do Levante aparece na região da moderna Valência, especialmente na metade sul, por estarem próximos culturalmente de El Argar. Este povo começa a instalar os primeiros assentamentos no semi-desértico La Mancha chamado Motillas (fortificações no alto das colinas artificiais).[4]
    • Pela primeira vez, as tribos de pastoreio do planalto central começam a organizarem-se numa única cultura, conhecida como Cogotas I, que praticam a transumância.[4]
    • A presença de recursos estratégicos de estanho no Noroeste da Ibéria é provavelmente a causa de algum desenvolvimento nesta região. O grupo Montelavar é caracterizada principalmente pelos seus machados de bronze.
  • Século XIII a.C.
    • El Argar desaparece abruptamente, dando lugar a uma cultura menos homogénea pós-Argariana.[4]
    • As Motillas são abandonadas, talvez devido ao desaparecimento do estado Argariano e às suas necessidades militares.
    • A Cultura dos Campos das Urnas é a primeira onda de migrações indo-europeias a entrar na Península. Apesar de terem ficado na Catalunha, acionaram a Idade do Bronze Atlântico no Noroeste da Península Ibérica (Galiza e Norte de Portugal moderno), que mantinha relações comerciais com a Bretanha e as ilhas britânicas.[5]
    • Na Andaluzia Ocidental aparece uma cultura de cerâmica internamente polida.
    • O Noroeste é definido pelos seus machados típicos, divididos em dois tipos: o galego e o Astur-Cantábrico.

Idade do Ferro editar

  • 1104 a.C. - Os Fenícios fundam a primeira cidade murada Gadir (Cádiz moderna) como um posto comercial.[6]
  • Século X a.C. - Desenvolvimento de Tartessos, o primeiro Estado Ibérico mencionado por fontes escritas, uma Monarquia centralizada sob influência fenícia.[7]
  • Século IX a.C. - A cultura dos Castros aparece no noroeste da península (aproximadamente atual norte de Portugal, Galiza e Astúrias). Esta cultura é caracterizada pelas suas vilas muradas e castros. Expandiu-se de sul para norte e do litoral para o interior da península, durante os próximos séculos.[5]
  • Século VIII a.C.
    • A Cultura Céltica de Hallstatt chega aos Celtas da Cultura das Urnas do Nordeste, trazendo a tecnologia do trabalho em ferro para a Iberia. Esta cultura começa a expandir-se para as áreas próximas, abrangendo a região norte do Levante e do Vale do Ebro superior.
    • Os fenícios estabelecem uma colónia em Almunecar chamada Sexi.
    • Forte influência fenícia na cidade de Balsa(atual Tavira, no Algarve).
  • Século VII a.C.
    • Forte influência Tartessiana na zona do Algarve moderno.
    • A cultura Cogotas I é transformada em Cogotas II ao misturarem-se as culturas Celta e Ibérica (Celtiberos).[8]
  • 654 a.C. - Colonizadores fenícios fundam o porto de Ibossim (Ibiza) na ilha Baleárica do mesmo nome.[9]
  • Século VI a.C.
    • Celtas penetram no Noroeste da Península, embora tenha sido debatido se todas as tribos desta região são, na verdade celtas, celtizados ou apenas nativos com influências celtas.
    • A penetração da cultura celta na faixa montanhosa do norte é mínima e, provavelmente, as tribos desta região continuam a ser totalmente pré-indo-europeias.
  • 575 a.C.
    • Fundação de Emporion (Ampurias), na costa da Catalunha, por colonos gregos de Foceia.[10]
    • Logo depois, o Noroeste é rapidamente re-iberizado a partir do sul. Este processo corta os celtas da Ibéria dos seus homólogos continentais, impedindo que a cultura celta posterior de La Tène influenciasse os celtas peninsulares.
  • Século V a.C.
    • Decadência da colonização fenícia na costa mediterrânica da Península Ibérica. Muitas das colónias estão desertas. Cartago substitui aos poucos os Fenícios nas suas áreas de domínio.
    • Tartessos desaparece de repente, provavelmente destruída pelos Cartagineses como vingança da aliança Tartessiana com os gregos, durante a batalha de Alalia, na costa da Córsega. Os Turdetanos tornam-se os seus sucessores, embora com uma forte influência cartaginesa.
    • Mudança cultural no sul do território português após a queda de Tartessos, com fortes carcterísticas mediterrânicas que prolongam e modificam a cultura Tartessiana. Ocorre principalmente no Baixo Alentejo e no Algarve, mas estende-se até ao estuário do Tejo (nomeadamente a importante cidade de Bevipo, moderno Alcácer do Sal).
    • Primeira forma de escrita na Península Ibérica ocidental (sul de Portugal), a escrita do Sudoeste, ainda não traduzida.
    • Primeira cunhagem de moedas e utilização de dinheiro na Península Ibérica.
    • O historiador grego Heródoto de Halicarnasso menciona a palavra Ibéria para designar o que hoje é a Península Ibérica.[7]
  • Século IV a.C.
    • Os Célticos, uma nova onda de migração celta, entram profundamente no território Português e estabelecem-se no Alentejo, penetrando também no Algarve.
    • Os Turdetanos, provavelmente descendentes dos Tartessos, estabelecem-se na área do Rio Guadiana, no sul de Portugal.
    • Uma série de cidades do Algarve, como Balsa(Tavira),Baesuris(Castro Marim),Ossonoba (Faro) eCilpes(Silves (Portugal)), são habitadas pelos Cónios ou Cinetes, progressivamente misturados com populações celtas.
    • Os Lusitanos (provavelmente proto-celtas) habitam a área entre os rios Douro e o Tejo (progressivamente penetram no alto Alentejo). São vizinhos a leste dos Vetões (também, provavelmente, proto-celta).
    • Os Autrigones, juntamente com os Turmogos e os Bélios, migram a partir de Gália, invadindo toda a área das províncias modernas de Santander e Burgos , onde estabelecem a sua primeira capital, Autraca ou Austraca, localizado às margens do rio Autra (rio Odra). Também ganham uma saída para o mar, tirando dos Carístios a região serrana costeira entre os rios Asón e Nervión, na moderna Biscaia e Álava.[11]
    • Os Bélios instalam-se ao longo do vale do baixo Jalón ao lado dos seus vizinhos e clientes, os Titos.[12]
  • Século III a.C.]
    • ** Os célticos Callaeci ou Gallaeci habitam toda a região acima do rio Douro (moderna Galiza e norte de Portugal).Erro de citação: Elemento de fecho </ref> em falta para o elemento <ref>

Veja também editar

Referências

  1. Bruce Bower, Ancient Roads to Europe: African ancestors may have entered Europe surprisingly early (Science News, v. 151 no. 1. January 4, 1997), 12-13
  2. 'First west Europe tooth' found, BBC News, 2007-06-30
  3. Stanley Greenspan, The First Idea: How Symbols, Language, and Intelligence Evolved from Our Primate Ancestors to Modern Humans (DaCapa Press, 2004), ISBN 0306814498
  4. a b c d María Dolores Fernández-Posse, Antonio Gilman, Concepción Martin, Consideraciones Cronológicas sobre la Edad del Bronce en La Mancha (Complutum Extra, 1996), 6 (II), 111-137, ISSN 1131-6993
  5. a b Javier Rodríguez-Corral, A Galicia Castrexa (Lóstrego, 2009), ISBN 978-84-936613-3-5
  6. Velleius Paterculus, Compendium of Roman History I, 2
  7. a b Herodotus of Halicarnassus, The Histories, I, 163; IV, 152
  8. Alberto J. Lorrio, Los Celtíberos (Universidad Complutense de Madrid, 1997), ISBN 84-7908-335-2
  9. Michael Dietler, Carolina Lopez-Ruiz, Colonial Encounters in Ancient Iberia: Phoenician, Greek, and Indigenous relations (University Of Chicago Press, 2009), 80, ISBN 978-0226148472
  10. Strabo, Geographica, III, 4
  11. Martín Almagro Gorbea, Etnogénesis del País Vasco: de los antiguos mitos a la investigación actual (Munibe (Antropologia-Arkeologia) 57, 2005), ISSN 1132-2217
  12. Francisco Burillo Mozota, Sobre el territorio de los Lusones, Belos y Titos en el siglo II A. de C. in Estudios en homenaje al Dr. Antonio Beltrán Martínez (Universidad de Zaragoza, facultad de Filosofía y Letras, 1986)