Usuário:DAR7/Testes/História da Europa/História da Albânia

Os primeiros tempos da História da Albânia originam-se do antigo reino da Ilíria, o qual civilizações diferenciadas colonizaram desde o século VIII. Haviam colônias gregas na Durrës dos dias de hoje e, entre o século V ao II a.C., o território albanês pertencia ao Império Romano como província. Até que os germanos e eslavos invadiram, as particularidades étnicas e culturais dos albaneses foram mantidas. Os bizantinos dominavam os Balcãs mas isso foi enfraquecendo aos poucos durante o século XIII e, após um período de instabilidade política e fragmentação, durante o século XV George Kastrioti, de conhecimento como Skanderbeg, conteve os turcos, sendo mantida a união e a independência da Albânia até que morreu Kastrioti, em 1468. Mas, nos últimos anos daquele mesmo século, os turcos já eram considerados dominadores do país inteiro. O poderio otomano era mantido por cinco séculos, durante os quais os albaneses foram os assimiladores da cultura islâmica.

Nos últimos anos do século XIX, depois que o Império Otomano desmoronou, apareceu uma grande diversidade de movimentos nacionalistas na Albânia. Em 1912, após a Primeira Guerra dos Balcãs, a independência foi proclamada. Na Primeira Guerra Mundial, embora a neutralidade fosse declarada, o exército italiano ocupou o país. Intencionou-se a instauração de uma democracia liberal, mas não deu certo e, em 1925, Ahmed Zogu tem imposto uma ditadura, proclamando-se rei da Albânia, em 1928, nomeando-se Zog I. As relações favoráveis entre a República Social Italiana e o regime novo foram mantidas, porém, em 1939 Benito Mussolini invadiu o país e Zog I foi deposto. Vitor Emanuel III da Itália foi então proclamado rei da Albânia.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota do Eixo, o poderio foi passado para os comunistas, os quais lutaram contra a invasão italiana e formaram o governo em 1944, chefiados por Enver Hoxha. Nas eleições de 1946, a vitória do Partido do Trabalho (comunista) permitiu que Hoxha transformasse o país numa república popular, com regime que inspirou-se no soviético. Porém, a política de isolacionismo e ortodoxia de Hoxha rompeu com seus aliados: em primeiro lugar com a União Soviética, em 1965, e em último lugar com a China, acusando esses países por prática de uma política "de revisionismo" relacionada às teses stalinista e maoista, de modo respectivo.

O regime fechado tem resistido como pôde às alterações que ocorreram na Europa Oriental, porém, desde 1990 precisava ter cedido. As liberdades políticas e econômicas foram ampliadas, com capitais estrangeiros moderadamente abertos, e reformistas foram os substitutos dos ortodoxos no partido e no governo. Em 1991, ano em cem mil albaneses protestaram violentamente e fugiram, em sua maioria para a Itália, foram eleições multipartidárias foram realizadas. Naquele ano, o país aderiu ao FMI.

Origens

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Do final da Idade do Bronze e até o início da Idade do Ferro (c. 1000 a.C.), os indo-europeus vieram para a Ilíria, região de recortes litorâneos e montanhas isoladas, ocupada no Paleolítico. Desde o século VII a.C., contataram frequentemente com os gregos e macedônios, suas civilizações limítrofes do sul, sem a perda, entretanto, da identidade. Foram Organizados, com o tempo, em vários principados independentes, anexados, um a um, por Filipe (e. 359-336 a.C.) e Alexandre (336−323 a.C.). Depois que morreu Alexandre e que o seu império foi fragmentado, o total desses diminutos Estados restauraram a independência.[1]

O reino de Epiro, cuja capital era Janina, era um país distinto dos outros e tomou conhecimento, com Pirro (C. 295-272 a.Ci), da dinastia dos molossos. duma era esplendorosa. Pirro guerreou contra os romanos e derrotou-os, com suas perdas consideravelmente sofridas, em Heracleia (c. 280 a.C.) e Áusculo (e. 279 a.C). Esta é a origem da expressão "vitória de Pirro": Invadiu, em seguida, por certo tempo, a Sicília. Vencido em Benavento (e. 275 a.C.) por Cúrio Dentato. deixou suas pretensões na península Itálica, por conquistar o Peloponeso, e veio a falecer em Argos.[2]

A Ilíría romana

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Durante século II a.C., os ilírios foram dominados por Roma, a qual continuou sendo vitimada principalmente pela sua pirataria marítima. Em 228 a.C. , o cônsul Gneu Flávio colocou uma esquadra de 200 embarcações no Adriático, com o que a rainha ilíria, Teuta, foi rendida. Porém, o último rei ilírio do interior não deixou depostas as armas antes de 168 a.C., e somente em 27 a.C., quando a resistência popular desbaratou-se, o país pôde reduzir-se à categoria de província romana. Vinho e azeite, queijos de cabra e peixe fresco da Ilíria começaram a fazer parte dos cardápios romanos.[3]

Continuando na via Ápia, construiu-se uma imensa estrada - a via Egnácia - por meio do território, fazendo a ligação entre Dirráquio (Durazzo) e Tessalônica e Bizâncio. Principal ligação com a Ásia, por ela vieram joias, brocados, perfumes e especiarias do Oriente.[3]

Este imenso movimento comercial tornou enriquecida a província. Apolônia da Ilíria, que foi colônia coríntia já em 588 a.C., foi transformado em centro cultural de nomeada. Júlio César aí ordenou a conclusão da educação de seu sobrinho Otávio. Em 43, quando foi o mundo foi partilhado pelos segundos triúnviros, escolheu-se o rio ilírio Drin para delimitar os domínios de Marco Antônio (Oriente) e Otávio (Ocidente).[3]

Mas, com o prestígio e o progresso, os sentimentos nacionalistas do povo ou a sua paixão de liberdade não foram extintos.

Otávio obrigou-se à submissão em pessoa dos dálmatas do nordeste (c. 35-33 a.C.) - o que lhe tornou muito popular em Roma - e Tibério precisava conter uma segunda revolta, ainda indesejável (c. 6-9 d.C.).[3]

No século I d.C. o país foi convertido ao cristianismo por dois apóstolos, São Asto, de Durres (Durazzo), e São Donato, de Vlorë. A província, lutando corajosamente para preservar sua personalidade nacional, já se romanizou nessa essa época e iniciou a influência nos destinos do império. Deu, no século III, uma grande variedade de césares a Roma: Aureliano, nascido em Sirmio, Diocleciano, em Saiona, e Constantino, em Naísso.[3]

Depois que o império foi reorganizado no ano 379 d.C., foi dividido em ambas as províncias irmãs, a Ilíria ocidental e a oriental, a qual abrangia, além da Dácia. a Macedônia e a Grécia (Acaia). Em 395 d.C., na grande cisão, as duas começaram a serem partes integrantes do império romano do Oriente.[3]

Invasões

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Entre séculos III e V, repetidas invasões bárbaras, em sua maioria de visigodos e hunos, assolaram a região. Nos séculos VI e VII. vieram os eslavos, os quais, numa centena de anos, conseguiram a transformação completa da etnia do país. As populações primitivas foram refugiadas nas montanhas de maior inacessibilidade e os atuais albaneses descendem diretamente desses poucos restantes, os quais foram guardiães da puríssima língua ilíria, de tronco indo-europeu.[4]

Mas o país ficou sob ocupação bizantina antes do século IX. Em 870 d.C., seus conquistadores foram os búlgaros. Em 1018, os bizantinos (Basílio II Bulgaróctono) conquistaram o país. Nos séculos XI e XII, as invasões normandas, lideradas por Roberto Guiscardo e por seu filho Boemundo, foram amiudadas. Roberto invadiu Dirráquio (Durazzo) em 1082, derrotando a resistência do imperador Aleixo I Comneno. O nome Albânia ressurge então no relato feito por sua filha, Ana Comnena, a respeito do episódio.[4]

Despotato do Epiro

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O cisma religioso do ano 1054 deixou algumas áreas do norte influenciadas pela Igreja romana. Os senhores feudais da região receberam, dessa forma, mais um elemento de diversidade no qual foram baseadas suas reivindicações de autonomia. A Constantinopla caiu na IV cruzada e os comnenos, que o império latino do Ocidente tragou o do Oriente, foram desapropriados e tudo isso levou à fundação de principados independentes na Albânia.[5]

O de maior importância foi o do Epiro, fundado (1204) por Miguel Anjo Comneno, que abrangia não somente o território do antigo Epiro de Pirro, mas quase o total da Albânia e de certas áreas adjacentes. Seu sucessor, Tomás Anjo Comneno. despôs o imperador latino, escolhido por legitimidade, Pedro de Courtenay: perseguiu-o quando se dirigia a caminho de Constantinopla para se sagrar; e foi coroado em Salonica. Mas foi vencido logo depois, também no caminho de Constantinopla, por João Asen II da Bulgária. O perdido despotato foi reformado após João ser morto por Miguel II Anjo, porém, não durou muito. Em 1264, foi reincorporado ao Império Bizantino por Miguel VIII Paleólogo.[5]

A partir de 1261, Carlos I d'Anjou, irmão de São Luís e rei de Nápoles, reclamou o total da região. Em 1269, foi instalado em Vlorë. Em 1272, foi proclamado rei da Albânia. Foi o primeiro a tomar posse de tal título. No século XIV, o país foi dominado pelos sérvios e foi integrado no império de Estêvão IX Uros Dusan. À sua morte (1355), a Albânia foi fragmentada mais uma vez. Dos pequenos reinos então constituídos, aparentemente os de maior importância foram os de Thopia, Blasha e Shpta. O Despotato do Epiro lutou internamente e rivalizou com Veneza e isso levou os turcos, povo de inimizade dos venezianos, a intervirem.[5]

Os turcos

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Depois de servir ao Império Otomano por 20 anos, Skanderbeg (Skanderbëu na língua local) desertou e uniu os vários clãs que habitavam a região numa rebelião que atrasou o avanço otomano na Europa por 25 anos. É considerado herói nacional e criador do conceito de Albânia como nação.[6]

A invasão otomana excessiva causou revoltas esporádicas e locais. Um chefe carismático chamado George Kastrioti Skanderbeg apareceu e isso deixou muitos cristãos insatisfeitos em uma guerra santa de verdade contra o Crescente. O papa Pio II, Piccolornini, apelou em defesa dos albaneses juntamente com os reis cristãos e uma nova cruzada foi pregada pelo pontífice. Geralmente, porém, faltou entusiasmo pela ideia, que se evidenciava no Congresso de Mântua (1450), e isso deixou o projeto fracassado.[7]

A chance para que o país fosse sublevado foi a guerra turco-húngara de 1443. Murade II, predileto irônico de Skanderbeg, mandou contra ele o seu mais confiável general. Derrotados na fronteira, os turcos firmaram uma trégua (1461). Ela durou pouco. Em 1466 e 1467, os turcos retornaram e por duas vezes sitiaram Croia (Kruja), Da primeira, o próprio sultão, já a essa altura Maomé II, o Conquistador, liderou o ataque, com 200 mil homens. Houve resistência da praça.[7]

Skanderbeg (tratado de Gaeta, 1451) assinou uma aliança de assalagem com Afonso I de Nápoles, V de Aragão. Não estava inteiramente sozinho. E, enquanto viveu, a Albânia foi conquistada pela Porta. Falecido em 1468, invencível, porém, idoso e adoentado, o domínio otomano foi estendido de modo rápido acima do total do pais.[7]

Foi uma dominação indesejável. Durante os séculos XVI e XVII as populações atormentadas foram convertidas ao islã, o recrutamento para os exércitos do sultão foi forçado e milhares e milhares de albaneses emigraram para a Sicília e a Calábria. Os antigos principados independentes submeteram-se a paxás e esses numa grande quantidade de vezes utilizaram aproveitando a revolta descontinuada da população local. Um grande número deles arriscaram a independência.[7]

Skanderbeg morreu e isso contribuiu para que as possessões venezianas fossem expandidas. Veneza, a qual já colonizava, a partir do século XV, Durres e Scutari, incorporou, então, a maioria do principado de Croia (Kruja). Já, depois que chegaram os turcos, obrigou-se a entregar o total de suas colônias: por primeiro, Scutari e Kruja, e, por último Durrés (1502).[7]

Ocupada pelos turcos, a Albânia ficou estagnada por muito tempo. A administração foi inicialmente apoiada em muitos feudos militares, que não passavam de pai para filho. pouco a pouco, porém, ficou envolvida pelos grandes fazendeiros. dos quais dependeu e cuja riqueza não era hereditária, O que tornava eterno o sistema. Somente no século XVIII o país passou a mobilizar-se. Houve um impulso de atividade econômica, apesar de sua fraqueza, e certos principados floresceram algumas vezes. O de maior notabilidade foi o de Janina, nas montanhas do sul, no qual Ali paxá de Tebelen, o qual foi feito senhor do Epiro, considerado construtor de estradas e promotor da indústria. O sultão avançou contra ele em 1813. O tempo de duração do cerco de Janina foi de dois anos (1820-1822) e poderia durar mais, se a vida de Ali não fosse violentamente eliminada por atitude traiçoeira quando conferenciou com Kurshid paxá, que comandava as forças da Porta.[8]

Em 1830 ocorreu o massacre de Monastir; em 1831, a tomada de Shkodér, a qual sediou, antes de 1796, o paxá Karamahmut; em 1839, as reformas denominadas de Tanzimat, período de instalação dum modelo administrativo novo; em 1847, a revolta geral dos albaneses contra os turcos.[8]

O movimento de independência

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O Congresso de Berlim (1877-1878), que alterou a face da Europa, concedeu terras da Albânia ao limítrofe Montenegro. Depois que os turcos consentiram, os albaneses constituíram urna liga (de Prizren) contra a espoliação, e as potências colocaram navios no Mar Adriático apoiando Montenegro. Tendo reconhecido, de modo tardio, que a luta era, no fundo, pela independência, os turcos deram apoio à esquadra, e os portos de Antivardi e Dulcigno foram perdidos pelos albaneses.[9] O movimento nativista estava à procura, então, de demais caminhos. Escolas foram fundadas para que a língua fosse difundida, livros foram editados, e foi publicado o mais antigo jornal, Drita. Mas a liga de Prizren precisava dissolver-se. A revolução dos jovens Turcos (1908) animou novamente aos patriotas, os quais reclamaram uma Albânia independente no centro do império.[9]

As guerras balcânicas de 1912 ameaçavam o território nacional, o qual era alvo de cobiça por montenegrinos, sérvios e gregos. O velho diplomata Ismail Kemal Vlórë, depois de apoiar as capitais da Europa, foi o proclamador da independência (28 de novembro de 1912) em Vlorë, tendo sido nomeado para liderar o governo provisório.[9] A Conferência de Londres de 1913 foi o evento reconhecedor do fato e colocou a Albânia neutra como protegida pelas grandes potências. Kossovo permaneceu, no entanto, com a Sérvia, apesar de sua população de 800 mil albaneses. Um protocolo posterior, de Florença (1913) determinou a fronteira com a Grécia.[10]

As potências nomearam Guilherme de Wied, príncipe renano, como rei da Albânia. Foi um governante incapacitado. Os gregos invadiram Gjirokaster, os montenegrinos Scutári e uma revolta de inspiração turca arrebentou em Tirana. O soberano, o qual tomou posse em março de 1914, foi retirado em 3 de setembro.[10] Em agosto começou a Primeira Guerra Mundial. Os beligerantes ocuparam a Albânia, militarmente cercada, não obstante a sua neutralidade, antes de 1918.[11] Na Conferência de Paris, o presidente Wilson não permitiu que o seu território fosse partilhado dentre os vizinhos, porém não somente na Conferência dos Embaixadores (1921) reconheceu-se a validade das suas fronteiras de 1913. A partir de 1920, tinha constituído governo próprio, sob Suleiman Delvina, fez a escolha de Tirana para capital e aderiu à Sociedade das Nações. As forças ocupantes abandonaram, então, o país: primeiro os aliados, franceses e italianos, por último os iugoslavos.[12]

Foram difíceis os primeiros anos do pós-guerra. A única figura importante é a de Ahmed Zogu, jovem senhor feudal do Mati, chefe do clã dos Zogoli, o qual foi feito ministro do Interior de 1920 a 1922 e primeiro-ministro de 1922 a 1924. Uma revolução liberal tirou-o do poder em junho, mas em dezembro retornava ao país, com homens e recursos que reuniram-se na Iugoslávia.[13] Tornou a Albânia aliada da Itália por dois tratados (1926- 1927)[14] e, um ano depois, aboliu a república para ser coroado rei, como Zog I.[15]

 
Presidente e Rei Zog da Albânia.

Sua carreira é confundida, antes 1939, com a história da Albânia. Ditador, foi o restabelecedor da ordem, mas seu governo teve o apoio da gendarmaria e cos latifundiários. A Itália, a qual tem investido grandes fortunas no país, criara e fizera o financiamento do banco nacional da Albânia (1925); fez financiamento também da ditadura com empréstimos repetidos, por motivos políticos. Finalmente, a solução de Mussolini foi a intervenção. Após apresentação de uma lista de exigências extremas, como a união aduaneira e o estacionamento de forças armadas, ocupou o país na Sexta-feira Santa de 1939. Zog escapou e uma assembleia fantoche coroou Vítor Emanuel III como rei da Albânia.[16]

O tempo de duração da invasão foi entre 1939 e 1944. Colonizou-se e adaptou-se o país ao modelo fascista. Em 1940, o país baseou a conquista italiana da Grécia. Em 1941, ao ataque alemão. Naquele Vasil Laci atentou contra o rei da Itália, em visita oficial.[16] É que a resistência não enfraqueceu, somente se recolheu à clandestinidade. Aí em 1941, uma Frente Nacional Libertadora, chefiada pelo comunista Enver Hoxha foi formada. Outro grupo, ao mesmo tempo antifascista e antizoguista, mas não comunista, foi arregimentada e chefiada por Midhat Frashcri (Frente Nacional). Em 1943, devido aos esforços aliados, ambos os movimentos foram unidos num Comitê de Salvação Pública (acordo de Mukaj), que Hoxha deixou, posteriormente, por influência de Tito. Abas Kupi, até então se aliava a Hoxha, foi separado dele e constituiu um terceiro grupo, antifascista mas zoguista: os legaliteti.[17]

À rendição italiana (1943), a Alemanha proclamou a independência da Grande Albânia étnica e a lutou para que o país fosse hegemonizado dentre uma grande diversidade de movimentos da resistência.[16]

Hoxha ganhou. Em 1944, fundava-se um comitê antifascista da revolução nacional. Hoxha foi nomeado comandante-chefe do exército clandestino de libertação nacional, mandou embora os remanescentes alemães enquanto o comitê era transformado em governo provisório (1944) e foi internacionalmente reconhecido.[18] Em 1945, as eleições gerais para a assembleia constituinte elegeram Hoxha, e o partido comunista tomou posse do poder. A Albânia retornara às fronteiras de 1913.[19]

 
Enver Hoxha.

A reconstrução foi uma pena e a repressão interna desquartelada. A constituição de 1946 fundou a República Popular da Albânia.[20] Dez anos depois, o país aderia à Organização das Nações Unidas.[21] Sua política foi inicialmente moldada à da ex-União Soviética, a ponto de seu rompimento com a Iugoslávia em 1948.[22] Mas já em 1961, à época de Khrushchev, houve rompimento com a ex-União Soviética. Desde então, a Albânia tem seguido a linha chinesa. Em 1968, o país foi retirado do Pacto de Varsóvia,[23] no qual foi admitido como Estado-membro em 1955.[24] Continuou agudamente hostil contra a Iugoslávia. Em dezembro de 1976 vigorou uma constituição nova a qual proclamava a AIbânia como uma República Socialista Popular e fazia a reafirmação da política de auto-suficiência.[25]

Em 1978, as relações entre a Albânia e a China foram rompidas, acabando com um largo processo de cooperação iniciado em 1963 quando primeiro-ministro Chu En-Lai visitou Tirana. O país rompeu com a China isso tornou acentuado que a Albânia estivesse internacionalmente isolada, que somente traria de volta suas relações internacionais ao normal no fim dos anos 1980.[25]

A década de 1980

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Em dezembro de 1981 Mehmet Shehu, líder do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) a partir de 1954, morreu num atentado. Adil Carcani, vice de Shehu, tomou posse do governo. Em setembro de 1982 as autoridades levaram ao fracasso de que o país tentasse ser invadido por um grupo de exilados albaneses. Em novembro Ramiz Alia foi o substituto de Haxhi Lleshi como líder do Presidium da Assembleia do Povo. Executaram-se, no ano seguinte, uma série de ex-ministros.

Enver Hoxha faleceu em abril de 1985 e Alia foi o seu substituto como primeiro-secretário do Partido Albanês do Trabalho (PAT). Em março de 1986 Nexhamije Hoxha, viúva de Hoxha, elegeu-se chefa do Conselho Geral da Frente Democrática da Albânia. Alia reelegeu-se primeiro-secretário do PAT em novembro de 1986 e presidente do Presidium da Assembleia do Povo em fevereiro de 1987. Renomeou-se, naquela mesma data, Carcani líder do Conselho de Ministros.

A queda do regime comunista

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Em 1989 a onda de mudanças a qual devastava a União Soviética e a Europa oriental veio à Albánia, quando os albaneses inicialmente manifestaram contra o governo e uma grande quantidade deles tentaram fugir do país.

Os albaneses estavam politicamente insatisfeitos e a grave crise econômica alimentou isso. A economia do país produziu muito pouco, só havia tecnologia ineficiente e obsoleta e uma seca prolongada agravou tudo isso na época. Essa seca, além de derrubar o produto agrícola, fez com a geração de energia elétrica fosse reduzida de modo drástico.

A Albânia começou a ser democratizada em 1990 e seu avanço foi muito rápido no decorrer de 1991. O comunismo, cuja ameaça era fazer com que o país fosse política, social e econômica desintegrado - enfraqueceu e isso foi um reflexo em fevereiro de 1991, da derrubada popular, na praça principal de Tirana, da estátua de Enver Hoxha.

Desde 1990 o governo iniciou a reorientação do país a caminho da economia de mercado e sua reintegração à economia mundial. Depois de tornar as empresas mais financeiramente autônomas, com salários que baseam-se na produtividade, e fazer com que fosse anunciada a intenção de fazer desaparecer os subsídios governamentais dos alimentos, o governo realizou negociações visando para que o país entrasse no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial.

Aprovou-se, também, uma lei que protegesse os investimentos estrangeiros e anunciou-se que o Banco Ilíria, uma joint-venture com capitais suíços, fosse criado. Estabeleceu-se, em 1991, o Comitê para a Reorganização da Economia, que destina-se à promoção da desestatização das empresas públicas.

Na arena política, o governo do PTA: teve como tentativa, principalmente, a dosagem do ritmo das reformas para que o controle da situação seja perdido. Em 1989 promoveu que os presos políticos fosse limitadamente anistiados; permitiu que somente três candidatos fosse apresentados para se elegerem como membros da Assembleia do Povo; promoveu que a justiça fosse reformada, com a fundação do Ministério da Justiça, que extinguiu-se em 1966; deixou que os albaneses viajassem de férias ao exterior; o direito de manifestação foi regulamentado; e as eleições foram marcadas para o começo de 1991. Tais paliativos, no entanto, não deixaram de permitir o breve atropelamento da hegemonia dos comunistas pelos fatos.

Pressionado por manifestações e greves sucessiva no total do país, além de que 15 mil pessoas fugiram (até a metade do ano 46 mil demais abandonariam o país), o governo permitiu, em dezembro de 1990, que partidos de oposição (dias após surgiu a mais antiga agremiação oposicionista, o Partido Democrático da Albânia - PDA) fossem criados e os expurgos dos seguidores da linha-dura nas fileiras do partido oficial fossem ampliados.

Em fevereiro de 1991 Alia trocou o primeiro-ministro Adil Carcari pelo reformista Fatos Nano e deu anistia ao total dos presos políticos. As eleições pluripartidárias que realizaram-se nos últimos dias de março - as primeiras em cerca de 50 anos - têm gerado um impasse político: apesar do voto em peso dos eleitores urbanos na oposição, os comunistas do PTA, têm conseguido a vitória do pleito com os eleitores rurais, concentrados em 63% da população. Tal resultado tem gerado muitos protestos (os de maior gravidade na cidade de Shkoder) e greves as quais, juntamente com a oposição boicotada que o PDA liderou, em junho fizeram com que o gabinete de Nano fosse substituído por um "governo de salvação nacional" chefiado por Ylli Bufi. O nome do PTA foi mudado para Partido Socialista e, liderado por Nano, o qual foi o substituto de Alia na presidência do partido, iniciou a defesa da economia de mercado. A denominação do país, por seu lado, também seria mudada em março, quando começou a denominar-se República da Albânia, com a exclusão dos adjetivos Socialista e Popular.

Em 1992 os eleitores rurais finalmente deixaram os candidatos comunistas e colaboraram para o PDA saísse vitorioso. nas eleições nacionais de março. A situação do país começava, então, a ficar social e economicamente difícil, porque inúmeras fábricas fecharam, houve hiperinflação e 70% da população ficaram desempregadas. Quase o total dos alimentos disponibilizados eram provenientes da ajuda externa, não havia medicamentos nos hospitais e a violência aumentou epidemicamente.

Em 1997, um esquema financeiro fraudulento sob respaldo estatal faliu e isso prejudicou financeiramente a população. A promessa do esquema era lucrar somente 300% ao ano. O Partido Socialista da Albânia (PSSh), ex-comunista, chefia protestos em Tirana. Há brigas, nas quais pelo menos 3,5 mil pessoas foram mortas. Cerca de 15 mil são refugiados na Itália. Para acabar com a crise, anteciparam-se as eleições parlamentares. O PSSh saiu vitorioso e houve renúncia de Sali Berisha. O Parlamento torna eleito para a Presidência o chefe do PSSh, Rexhep Mejdani. Fatos Nano, também do PSSh, foi escolhido como o novo primeiro-ministro.

Conflito em Kosovo

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Em 1998, o deputado Azem Hajdari, líder do PDSh, foi assassinado e isso tem provocado problemas na capital. Sob acusação de estar envolvido no crime, houve renúncia de Nano e sua substituição como premiê por Pandeli Majko (PSSh). Naquele ano, a violência na província iugoslava do Kosovo aumentou e causou o refúgio de milhares de kosovares na Albânia. Esses conflitos eclodiram isso tem trazido à tona o projeto de uma "Grande Albânia", país que teria encerrado em suas fronteiras os albaneses da região. Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) bombardeou a Iugoslávia (hoje Sérvia). em março de 1999 e isso fez com que muitos albaneses kosovares migrassem ao país.

Século XXI

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Em 2002, Alfred Moisiu elegeu-se presidente e nomeia Fatos Nano (PSSh) para primeiro-ministro. O PDSh saiu vitorioso nas eleições legislativas de 2005 e indica o ex-presidente Sali Berisha (PDSh) como primeiro-ministro. Em 2002, o acordo de estabilização e associação entre a União Europeia (UE) e a Albânia foi selado, representando o primeiro passo para que o país entrasse eventualmente na comunidade. Em junho de 2007, o presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush visitou a Albânia isso comoveu o país inteiro. Albaneses do Kosovo cruzam a fronteira para escutar a defesa de Bush pela independência do Kosovo, o qual formalmente ainda pertence à Sérvía.

O Parlamento escolheu em julho Bamir Topi (PDSh) novo presidente da Albânia. Quando o presidente discursou pela primeira vez, Topi tem defendido, também, que Kosovo fosse proclamado independente. Em dezembro, o governo tem anunciado o pagamento, desde 2008, de todos os 417 milhões de euros às famílias de 2 mil pessoas que morreram e 15 mil aprisionadas pelo regime de Enver Hoxha.

Em 17 de fevereiro de 2008, a Albânia fez uma saudação à independência do Kosovo, proclamada de modo unilateral naquele dia. Em abril de 2009, o país aderiu oficialmente, com a Croácia, na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Naquele mês, Berisha pede formalmente que seu país aderisse à União Europeia, o que adapta a admissão do país em avanços para administrar o país e combater a corrupção.

Nas eleições parlamentares de junho, o PDSh, de Berisha, e seus aliados saíram vitoriosos por estreita margem, conseguindo 70 cadeiras das 140 em disputa, contra 66 do PSSh. Irregularidades no pleito foram criticadas pelos observadores internacionais, o que traz prejuízos aos desejos de entrada do país na União Europeia. Em 2010, líderes do PSSh ficaram sem comer e seus protestos de rua foram organizados, na capital, tendo exigido, insucessivamente, que os votos fossem recontados,

Em janeiro de 2011, o vice-premiê Ilir Meta foi derrubado por denúncias de corrupção, que animaram a oposição, a qual retorna à exigência de novas eleições. Reprimiram-se violentamente os protestos. O empecilho entre ambos os partidos, fez com que o parlamento fosse praticamente paralisado.

Em junho de 2012, (PDSh) o parlamento elegeu Bujar Nishani como presidente. A oposição socialista, em crise governamental a partir de 2009 fez com que a votação fosse boicotada. Repatriaram-se, em novembro, os restos mortais do antigo rei Zog I, que faleceu na França em 1961.

Em março de 2013, perante o empecilho entre o governo e a oposição, a decisão da Assembleia residiu nas reformas que a União Europeia propôs para o direito de ingresso da Albânia no bloco e isso os albaneses votarão em referendo. A União Europeia tem criticado a decisão e fez um pedido de superação ao Parlamento das brigas e de entrada em consenso para que as alterações fossem votadas. A coalizão oposicionista chefiada pelo PSSh saiu vitoriosa em junho, acabando com oito anos governados pelo premiê Berisha. O chefe do partido, Edi Rama, elegeu-se primeiro-ministro.

Referências

  1. Biblioteca do Congresso. «Albania: History: The ancient Illyrians» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012 
  2. Biblioteca do Congresso. «Albania: History: The ancient Illyrians» (em inglês). Country Studies. Consultado em 28 de julho de 2012 
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