Afonso VI de Leão e Castela
Afonso VI | |
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Imperador de toda a Hispânia Rei de Toledo | |
![]() Imagem do século XII na Catedral de Santiago de Compostela | |
Rei de Leão | |
Reinado | 1065-1072 |
Predecessor | Fernando I de Leão e Castela |
Sucessor | Sancho II de Castela |
Rei de Leão, Castela e Galiza | |
Reinado | 1072-1077 |
Predecessor | Sancho II de Castela Garcia II da Galiza |
Sucessor | O próprio como Imperador |
Imperador de toda a Hispânia | |
Reinado | 1077-1109 |
Predecessor | Fernando I |
Sucessor | Urraca I |
Cônjuge | Inês da Aquitânia Constança de Borgonha Berta Isabel (Zaida de Sevilha?) Beatriz |
Dinastia | Navarra |
Nascimento | 1047[1] |
Santiago de Compostela, Espanha | |
Morte | 1 de julho de 1109 (62 anos) |
Toledo, Espanha | |
Enterro | Mosteiro de Sahagún, Espanha |
Filho(s) | Ver descendência |
Pai | Fernando I de Leão e Castela |
Mãe | Sancha I de Leão |
Afonso VI de Leão e Castela o Bravo (1047[2][a]–1 de julho de 1109) foi, até à sua morte, rei de Leão desde 27 de dezembro de 1065,[3] rei de Castela desde 6 de outubro de 1072, rei da Galiza desde 1073, intitulado Imperator totius Hispaniæ (imperador de toda Hispânia) desde 1077 e rei de Toledo desde 1085.
Índice
Herança de Fernando IEditar
Em Dezembro de 1063, o rei Fernando Magno reuniu os magnatas e bispos na cidade de Leão e anunciou que, para evitar a discórdia entre seus filhos depois de sua morte, tinha decidido dividir o reino entre os três filhos: Sancho, Alfonso e Garcia:[4]
- Sancho, o primogénito herdou o reino de Castela que na época era muito menor e mutilado;[5]
- Afonso, segundo filho, herdou o reino de Leão[1] mais extenso que o reino de Castela e "ligado ao título real";[5]
- Garcia, o mais jovem, herdou o reino da Galiza "apontando os seus limites no rio Eo eo Monte Cebreiro, que incluiu, além Portugal até o rio Mondego e as parias do taifa de Badajoz".[5]
Desde cedo no seu reinado, à 27 de Dezembro de 1065, o dia da morte de seu pai,[3] Afonso VI teve que lutar contra os desejos expansionistas do seu irmão Sancho. Assim que a rainha mãe morreu em 1067, este disputou o testamento do pai e tentou apoderar-se dos territórios herdados pelos seus irmãos. Garcia foi o primeiro a ceder (1071), devido ao acordo dos dois irmãos mais velhos em repartir o seu reino. Mas pouco depois estes enfrentaram-se e Afonso foi feito prisioneiro de Sancho, que assumiu também a coroa leonesa.
Depois de encarcerado em Burgos, fugiu para se refugiar no reino taifa de Toledo de Al-Mamun. Mas ainda no mesmo ano Sancho II de Castela seria assassinado por um nobre de Zamora, sem deixar herdeiro, o que permitiu Afonso recuperar Castela e assumir a coroa de Leão, e Garcia recuperar a Galiza.
A suspeita de participação de Afonso na conspiração para matar Sancho ficou presente no imaginário da época, melhor representada na lenda das Juras de Santa Gadea e na canção de gesta Cantar de mío Cid. Contam estas que Rodrigo Díaz de Vivar obrigou Afonso a jurar a sua inocência no assassinato, na igreja de Santa Gadea em Burgos. Em represália a esta afronta, o futuro imperador desterraria El Cid dos seus reinos.
Em 1073, Garcia foi novamente deposto por Afonso e encarcerado no castelo de Luna, onde morreria em 1090. Afonso VI apoderava-se assim de toda a herança do pai.
ReinadoEditar
Em 1076, depois da morte do monarca Sancho Garcés IV de Pamplona, anexou Álava, Biscaia, Guipúzcoa e La Bureba. E a partir de 1077 intitulou-se Imperator totius Hispaniæ (Imperador de toda a Hispânia), recuperado da tradição visigótica.
Mas os esforços de expansão territorial do rei estavam agora centrados na reconquista de terras aos mouros, combinando a pressão militar e a extorsão económica. Usando o sistema de parias (imposto de não-agressão pago pelos pequenos reinos muçulmanos aos mais poderosos reinos cristãos), conseguiu que a maior parte dos reinos de taifas de Alandalus se tornassem seus tributários.
Em 1085, aproveitando o pedido de ajuda do rei taifa de Toledo contra um usurpador, sitiou esta cidade e aceitou a sua rendição a 25 de Maio. Depois desta vitória, passou a intitular-se imperador das duas religiões. A ocupação do reino de Toledo significou a inclusão do território entre o Sistema montanhoso central da Península Ibérica e o rio Tejo no seu reino. Desta forma, pôde iniciar uma grande actividade militar contra as taifas de Córdoba, Sevilha, Badajoz e Granada.
Nestas circunstâncias, os reis das taifas decidiram pedir ajuda ao novo poder berber dos almorávidas. O emir Iúçufe ibne Taxufine atravessou o estreito de Gibraltar e venceu Alfonso VI na batalha de Zalaca, perto de Badajoz. Os mouros ainda cercaram Toledo, mas não lhes foi possível tomar a cidade. Nos últimos anos do seu reinado, Afonso tentou sem sucesso impedir a consolidação da dinastia almorávida no Alandalus. Ocuparam as taifas do sul da Espanha e a Taifa de Dénia e impuseram-lhe uma nova derrota na batalha de Uclés (1108), onde morreria Sancho Alfónsez, o seu único filho varão. A coroa passaria assim para as mãos da sua filha Urraca, enquanto que Teresa, herdaria o Condado Portucalense.
Quando morreu, em 1 de Julho de 1109 na cidade de Toledo, foi enterrado no Mosteiro beneditino de Sahagún, vila muito apreciada pelo monarca, à qual concedera certos privilégios pelo Foral de Sahagún, conseguindo mais tarde fundar a sua própria universidade.
Afonso VI, o conquistador de Toledo e grande monarca europeizador, viu nos últimos anos do seu reinado como a grande obra política realizada podia ser arruinada frente ao impulso almorávida e às debilidades internas. Tinha assumido plenamente a ideia imperial leonesa e a sua abertura à influência europeia permitiu-lhe conhecer as práticas políticas feudais que, na França desse tempo, estavam no auge.
Na conjunção destes elementos, está segundo o historiador Claudio Sánchez-Albornoz a explicação da concessão iure hereditario - anómala na tradição histórica castelhano-leonesa - dos governos da Galiza e de Portugal aos seus dois genros borgonheses, Raimundo e Henrique. Dessa decisão resultaria alguns anos depois a independência de Portugal e a perspectiva de uma Galiza independente sob Afonso Raimundes, que não chegou a realizar-se devido a este ter sido coroado Afonso VII de Castela e Leão.
Cultura, religião e lendaEditar
Afonso VI foi uma figura emblemática da renomada convivência (de culturas e religiões) de Toledo. Assegurava protecção a muçulmanos, judeus e moçárabes, mas também não se inibia de os taxar ou oprimir se tal servisse um propósito político. Por outro lado era permeável a influências árabes. Cunhou moeda com inscrições em letras árabes e acolheu na sua corte e na sua cama a princesa muçulmana Zaida, refugiada de Sevilha.
Na canção de gesta Cantar de mío Cid, ele tem o papel atribuído aos poetas medievais aos grandes reis, e ao próprio Carlos Magno. É alternadamente opressor e vítima de nobres heróicos e determinados — os tipos idealizados dos patronos para quem os trovadores compunham as suas obras. É o herói de uma canção de gesta que, como quase todas as deste período da Espanha, só sobreviveu nos fragmentos incorporados na crónica de Afonso o Sábio ou em forma de balada.
A sua fuga do mosteiro de Sahagún, onde o seu irmão o encarcerara, a sua amizade cavaleiresca para com o seu anfitrião Al-Mamun de Toledo, cavaleiro ainda que mouro, a lealdade apaixonada do seu vassalo Pedro Ansúrez, e o seu amor fraternal pela irmã Urraca de Zamora, poderão ser criações do poeta que o fez herói do seu canto. O reverso da medalha fôra o canto que representava o rei submetido ao juramento degradante sob Rodrigo Díaz de Vivar para negar a sua intervenção na morte do irmão, e depois perseguido o homem corajoso que o desafiara.
Descontando o lirismo, Afonso VI fica com uma imagem de homem forte, um rei dedicado à lei e ordem, e o líder de uma nação na reconquista. Foi visto pelos mouros como um inimigo aguerrido e astuto, mas fiel à sua palavra. Uma história de origem muçulmana, com provavelmente tanta validade como a do juramento na igreja de Santa Águeda, conta como deixou "enganar" por Abenamar, o favorito de Almutâmide, o rei taifa de Sevilha. A jogar xadrez, fizeram uma aposta: se o rei ganhasse, ficaria com o belo tabuleiro e as ricas peças, que pertenciam a Abenamar. Mas se este vencesse, nomearia o seu prémio. Venceu e pediu que o rei cristão poupasse Sevilha. Afonso manteve a sua palavra.
Independentemente do que possa ser verdade nas histórias românticas de cristãos e muçulmanos, é sabido que Afonso representou, de uma forma marcante, essas duas grandes influências no carácter e na civilização da Espanha.
No plano cristão, fomentou a segurança do Caminho de Santiago, impulsionou a introdução da reforma cluniacense nos mosteiros de Leão e Castela. Conta-se que, por influência da sua segunda esposa, Constança de Borgonha, trouxe a Ordem de Cister para a Espanha, estabelecendo-a em Sahagún, e escolheu Bernard, um cistircense francês, como primeiro arcebispo de Toledo depois da reconquista desta em 25 de Maio de 1085. Casou as suas filhas, Urraca, Teresa e Elvira com nobres franceses, e fomentou a influência desta que era a maior força civilacional na Europa. Também com isto aproximou a Espanha do papado. Foi por sua decisão que foi estabelecido o ritual romano em lugar do anterior missal de Santo Isidoro, o rito moçárabe ou visigótico.
Casamentos e descendênciaEditar
Afonso negociou um noivado com Águeda da Normandia, filha de Guilherme I da Inglaterra,[6] mas com o falecimento desta em 1080 - segundo algumas versões por desgosto com a perspectiva de casar com Afonso - o projecto foi frustrado. Afonso VI terá casado cinco vezes e ficado noivo uma outra vez, para além de ter tido diversas ligações extra-matrimoniais:
O primeiro casamento foi com Inês da Aquitânia, com quem aparece pela primeira vez em 15 de Junho de 1074, filha de Guilherme VIII da Aquitânia e de Matilde de la Marche, matrimónio do qual não houve descendência. Alguns autores dizem que o matrimónio foi anulado devido à esterilidade da esposa. Aparecem juntos pela última vez em 22 de Maio de 1077 e Inês morreu em 6 de Junho de 1078 segundo o Tumbo Negro de Santiago.[7]
O segundo casamento foi com Constança da Borgonha, bisneta de Hugo Capeto e filha de Roberto I da Borgonha e de Hélia de Semur.[8] Afonso e Constança aparecem juntos pela primeira vez em 8 de Maio de 1081.[8] Até à sua morte, entre Setembro e 25 de Outubro de 1093, ela teve seis filhos, mas só dois sobreviveram:[8]
- Urraca de Leão e Castela (ca. 1081–Saldaña, 8 Março de 1126), futura rainha de Leão e de Castela. Contraiu um primeiro matrimónio entre Dezembro de 1092 e Janeiro de 1093 com Raimundo de Borgonha e depois em Setembro de 1109 com Afonso I de Aragão.[9]
- Sancha de Leão casada com Fernão Mendes de Bragança, "o Velho" (c. 1030 – c. Agosto de 1117), 2.º senhor de Bragança
O terceiro casamento se realizou em 25 de Novembro de 1093 com Berta, de filiação desconhecida,[b] que aparece pela última vez com o rei em 17 de Novembro de 1099 e morreu antes do 15 de Janeiro de 1100 quando o rei aparece só fazendo uma doação à Catedral de Compostela. Não houve descendência deste casamento.[10]
Não está claro a partir das fontes, se o rei casou ou não com Zaida que alguns historiadores defendem que seria uma nobre cristã, outros que seria a moura Zaida, filha de Ismail ibn-Abbad de Sevilha e viúva do rei Almutâmide da taifa de Sevilha, baptizada Isabel. Na crônica De rebus Hispaniae, o arcebispo de Toledo Rodrigo Jiménez de Rada, está entre as esposas de Afonso VI. Contudo, a Chronica Naierensis e o Chronicon Mundi indicam que Zaida foi a concubina e não a esposa de Afonso VI.[11] Não se sabe se o rei e Zaida começaram seu relacionamento antes ou depois da morte da rainha Constança. De acordo com o historiador Gonzalo Martínez Díez, casou-se depois de 1100, sendo legitimado o seu filho, que se tornou o príncipe herdeiro do reino cristão.[12][13][c] Morreu a 12 de Setembro de 1197. Desta relação nasceram três filhos:
- Sancho Alfónsez (ca. 1093–1108), putativo herdeiro, morto na batalha de Uclés
- Elvira de Leão, casada com Rogério II da Sicília
- Sancha Afonses (1101–ca. 1125) casada com Rodrigo Gonçalves de Lara, conde de Liébana
O seu quarto o quinto e último casamento será antes de 28 de Maio de 1108, quando ambos aparecem juntos, com Beatriz de Poitier,[6] possivelmente da Casa de Este ou da Aquitânia (talvez meia-irmã da primeira esposa dele, Inês), em 1108. Durante o ano de casados até à morte do monarca, não tiveram descendência.
De uma ligação ilegítima com Ximena Moniz (c. 1060-1128), filha de Munio Moniz de Bierzo e de Muniadona Moniz de Bierzo,[14][15][16] Afonso VI teve duas filhas bastardas:
- Elvira Afonso (ca. 1079-depois de 1151), casada com o conde cruzado Raimundo IV de Toulouse e que, depois de enviuvar, casou depois de 1112 com o conde Fernando Fernandes de Carrión. Deste último casamento teve três filhos, entre eles, a Treresa Fernandes, que foi senhora de Villalobos e casou com o conde Ossorio Martínez.[17][9]
- Teresa de Leão (c. 1080-1 de Novembro de 1130), condessa de Portugal casada com Henrique de Borgonha, Conde de Portugal e mãe de D. Afonso Henriques. Possivelmente casou depois de 1113 com o conde Fernão Peres de Trava com quem teve descendência.[9]
NotasEditar
- [a] ^ Embora alguns historiadores digam que ele nasceu em 1040, um texto anônimo de um cronista contemporâneo de Sahagún que conheceu o monarca e estava presente quando ele morreu, informa que morreu ao 62 anos de vida e 44 de seu reinado, assim, teria nascido em 1047. Cfr. Salazar y Acha (1992-1993), p. 303.
- [b] ^ Em 1096, ambos confirmaram uma venda de Ero Rodrigues no Mosteiro de San Martim de Xubia: Regnante rex Adefonsus in Toleto et coniuge sua de genere francorum.
Referências
- ↑ a b Martínez Díez 2003, p. 19.
- ↑ Martínez Díez 2003, p. 19,21 e 160.
- ↑ a b Martínez Díez 2003, p. 35.
- ↑ Martínez Díez 2003, p. 30–33.
- ↑ a b c Martínez Díez 2003, p. 33.
- ↑ a b Salazar y Acha 1992–1993, p. 332.
- ↑ Salazar y Acha 1992–1993, p. 308-309.
- ↑ a b c Salazar y Acha 1992–1993, p. 316.
- ↑ a b c Salazar y Acha 1992–1993, p. 333.
- ↑ Salazar y Acha 1992–1993, p. 323.
- ↑ Pallares Méndez e Portela 2006, p. 19.
- ↑ Martínez Díez 2003, p. 121.
- ↑ Salazar y Acha 1992–1993, p. 323-324.
- ↑ Actas do 17º Congresso Internacional de Ciências Genealógica e Heráldica, Instituto Português de Heráldica, Lisboa, 1986, Tábua III-pg. 317
- ↑ Nobiliário das Famílias de Portugal, Felgueiras Gayo, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, vol. VI-pg. 51 (Gusmão)
- ↑ A Herança Genética de D. Afonso Henriques, Luiz de Mello Vaz de São Payo, Universidade Moderna, 1ª Edição, Porto, 2002, vol. VI-pg. 51 (Gusmão)
- ↑ Canal Sánchez-Pagín 1988, p. 25.
BibliografiaEditar
- Canal Sánchez-Pagín, José M. (1988). «El conde Osorio y los marqueses de Astorga». Astorica: revista de estudios, documentación, creación y divulgación de temas astorganos (em espanhol) (7): 11-32. ISSN 0212-6141
- Arco y Garay, Ricardo del (1954). Sepulcros de la Casa Real de Castilla (em espanhol). Madrid: Instituto Jerónimo Zurita. Consejo Superior de Investigaciones Científicas. OCLC 458504262
- Martin, George (Dezembro de 2010). «Hilando un reino. Alfonso VI y las mujeres». Paris: Sorbonne Université. e-Spania. Revue interdisciplinaire d'etudes hispaniques médievales e modernes (em espanhol) (10). ISSN 1133-1240
- Martínez Diez, Gonzalo (2003). Alfonso VI: señor del Cid, conquistador de Toledo (em espanhol). Madrid: Temas de Hoy. ISBN 978-84-8460-251-4
- Pallares Méndez, María del Carmen; Portela, Ermelindo (2006). La Reina Urraca (em espanhol). San Sebastián: Nerea, Seria media, 21. ISBN 978-84-96431-18-8
- Salazar y Acha, Jaime de (1992-1993). «Contribución al reinado de Alfonso VI de Castilla: algunas aclaraciones sobre su política matrimonial». Madrid: Real Academia Matritense de Heráldica y Genealogía. Anales de la Real Academia Matritense de Heráldica y Genealogía (em espanhol). II. ISSN 1133-1240
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