Concurso da Polícia Rodoviária Federal de 18 de outubro de 2009

O concurso da Polícia Rodoviária Federal de 18 de outubro de 2009 foi um concurso público para a ingressão ao órgão, com 109.793 candidatos com ensino superior para 750 vagas. Ele foi paralisado por suspeita de fraude por parte da Funrio, organizadora do concurso. A tramitação no Judiciário foi concluida apenas em 2012, mas a PRF não conseguiu suprir o número de agentes necessários até pelo menos 2014.

Contexto editar

O Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Hélio Cardoso Derenne, assumiu em 2003 após a exoneração do general Álvaro Henrique Vianna de Moraes, que foi acusado de se envolver em uma série de escândalos, incluindo superfaturamento, descumprimento de decisão judicial e destruição de provas.[1][2] Derenne, porém, tinha cargo mantido por contatos com o PMDB da região Sul do país, e foi quotado para ser candidato a prefeito em Balneário Camboriú.[3]

Em 15 anos, a malha rodoviária do país e o número de veículos aumentaram respectivamente em 77% e 134% até 2011, mas o efetivo da PRF continuou o mesmo, criando um défcit histórico na organização.[4]

Em dezembro de 2007, um concurso da PRF já havia sido paralisado por alegações de fraude.[5] Ele foi retomado em julho do ano seguinte,[6] porém teve 41,1% de abstenção,[7] além de problemas com os excedentes.[8]

Concurso editar

O concurso contou com 109.793 candidatos para 750 vagas (137,91 concorrentes por vaga), que começariam no dia 18 de outubro de 2009. realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Assistência à Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e ao Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Funrio). O candidato deveria ter curso superior em qualquer área e habilitação na categoria B. O trabalho seria em escala de revezamento com 40 horas semanais, com salário de R$ 5.620,12 e vale-alimentação de R$ 161,99, com o contrato de no mínimo dois anos.[9]

A taxa de inscrição do concurso era de R$ 100,00. O candidato seria testado em prova objetiva, redação, exame de capacidade física, avaliação psicológica e avaliação de saúde. As provas foram realizadas em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal.[9]

Problemas prévios editar

Antes da realização das provas, os concurseiros já experimentaram problemas na hora de pagar a taxa de inscrição, mas a Funrio afirmou que isso ocorria por erros de digitação na hora de inserir o formulário.[10]

A prova também coincidiu com os concursos para o Ministério da Justiça (MJ) e a avaliação da Escola Nacional de Administração Pública (Enap). A Funrio anunciou que em relação com a Enap, não haveria problemas, já que sua prova seria realizada no período da tarde, e a da Enap de manhã. A Universidade também concordou em reembolsar os concurseiros que fariam a prova do MJ.[11]

O Procurador do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP/RJ), Edson Abdon, pediu a imediata paralisação do concurso por permitir que o candidato se inscrevesse para vagas em diversos Estados realizando uma única prova, o que faz com que as chances de aprovação sejam aumentadas. A instituição respondeu que de fato o aluno poderia se inscrever várias vezes e escolher o local da prova que o privilegie, mas que não aumentaria suas chances de passar.[12] Abdon se reuniu com a Funrio e foi decidido que a primeira inscrição feita pelo candidato é a que seria válida, as demais seriam canceladas. Abdon também avaliou que o edital não estava de acordo com o princípio da isonomia que rege os procedimentos para realização de concursos públicos no Brasil.[13]

Instituto Celso Lisboa editar

Uma das provas ocorreria no Instituto Celso Lisboa, no Rio de Janeiro, que ficava no meio da zona de conflito entre a polícia e os traficantes, impossibilitando que os concurseiros chegassem ao local da prova.[14]

Concurso do Ministério do Planejamento editar

Três dias depois da prova da PRF, a prova do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) apresentou irregularidades em Boa Vista, o que levou o Ministério Público Federal de Roraima (MPF/RR) a pedir a anulação do concurso, mas a Funrio negou, argumentando que as irregularidades não eram o suficiente para o ato.[15]

Alegação de fraude editar

A juíza federal Regina Coeli Formisano atendeu ao pedido contido em ação civil pública impetrada pela Defensoria Pública da União, recomendando a paralisação do concurso em 60 dias para apurar as regularidades. Tanto a Funrio quanto a PRF acataram a recomendação.[16]

Foi denunciado que a empresa estaria beneficiando alguns dos candidatos de várias formas, como o vazamento dos gabaritos, com vídeos circulando nas redes sociais dos cartões de respostas com irregularidades. A Funrio realizou investigação preliminar e eliminou 27 candidatos, alegando que o gabarito foi roubado em um ataque hacker, e que grande parte desses candidatos eliminados fizeram prova em salas extras, usadas para pessoas que foram fazer a prova no prédio errado. Além deles, outros 45 candidatos foram eliminados por tentativa de cola com aparelhos eletrônicos.[16]

De acordo com a investigação do Ministério Público Federal (MPF), o ataque afetou apenas a prova realizada na Universidade Gama Filho (UGF), no Rio de Janeiro. porém, o MPF identificou ainda outras irregularidades, como a dispensa indevida de licitação, o favorecimento de candidatos com escolha de vaga da lotação, o não-ressarcimento de taxas de inscrição em duplicidade, a divergência entre o local de realização da prova e o da vaga disputada, e o tumulto na aplicação das provas na UGF. Também havia pressão para que a prova fosse anulada.[16]

No dia 24 de novembro de 2009, o concurso foi cancelado em caráter liminar, pela 6ª Vara Federal do Rio de Janeiro.[14]

Tramitação na Justiça editar

No dia 5 de janeiro de 2010, a PRF publicou portaria rescindindo o contrato com a Funrio, onde a empresa não poderia ser contratada a não ser que entregasse os dados da arrecadação das taxas de inscrição para análise do setor financeiro do órgão e o pagamento de multa de 5% do valor total arrecadado, que seria usado para a contratação de outra empresa.[14] Então, a Funrio publicou nota dizendo que “está buscando entendimento junto à PRF para encontrarem, em conjunto, a melhor solução para o caso”.[17] A universidade disse que pagaria o valor,[18] mas a PRF disse que entraria na Justiça.[19] No dia 4 de fevereiro de 2010, a PRF suspendeu o concurso por mais 60 dias para a finalização das investigações.[20]

No dia 9 de abril de 2010, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) propôs ação civil pública por improbidade administrativa contra José Cortines Linares, o presidente da Funrio, exigindo que o montante de R$ 11 milhões fosse transferido ao Tesouro Nacional.[21] No dia 15, a 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal concluiu que houve quebra de contrato, e a Funrio deveria pagar o montante de R$ 2,3 milhões.[20] Porém, no dia 16 de junho, a 6ª Vara do Distrito Federal reverteu a decisão por entender que o vazamento do gabarito não era o suficiente para que houvesse a rescisão unilateral do contrato com a PRF,[22] mas o desembargador federal Carlos Moreira Alves entrou com um agravo de instrumento para barrar a decisão judicial.[23] O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) pediu a conclusão do concurso.[24]

Exoneração editar

A PRF de 18 estados demonstraram descontentamento com a gestão de Derenne, e a PRF de Mato Grosso ameaçou entrar em greve geral durante o carnaval se Derenne não fosse exonerado, pelo órgão estar sucateado e desfalcado. Os sindicatos policiais enviaram diversas demandas judiciais e agentes criaram um site paralelo ao oficial (www.novaprf.com.br), afirmando que eram policiais que ainda acreditavam nos valores da instituição.[25] A operação foi realizada,[26] mas o carnaval daquele ano foi o mais violento desde pelo menos 2003, quando foi instalado o sistema nacional informatizado de coleta de dados, e possivelmente o mais violento da história da PRF.[27]

O Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo se pronunciou a favor da manutenção de Derenne no cargo,[28] mas no dia 27 de março de 2011, o Fantástico publicou matéria mostrando um suposto esquema de venda de anfetaminas para caminhoneiros no posto de combustíveis do presidente da Câmara Municipal de Campanha, Pedro Messias Alves. A Polícia Civil do município abriu inquérito[29] e foi realizada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que foi arquivada pela perda do prazo para o pedido de prorrogação para a finalização das investigações.[30] A reportagem também mostrava a falta de fiscalização pela PRF, e Derenne pediu sua demissão. Ele e o coordenador de operações Alvarez de Souza Simões foram exonerados no dia 28 pelo Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, que o substituiu por Maria Alice Nascimento Souza, que se tornou a primeira mulher a chefiar a PRF.[3][31]

Resolução editar

Três dias depois da exoneração de Derenne, a Justiça Federal confirmou a recisão do contrato e o bloqueio de bens da Funrio pelo não pagamento da multa.[4] Em maio, a Justiça tomou decisão em favor da PRF, mas a Funrio recorreu, porém um dos recursos foi protocolado fora do prazo e o outro foi negado.[32] Em julho, a Funrio ofereceu transferir a base de dados da organização para a PRF para a finalização do concurso, e ofereceu retirar as demanadas judiciais, exceto a do pagamento da taxa para os concurseiros do MJ. A PRF aceitou os termos.[33] Em julho de 2012, as fraudes da Funrio foram confirmadas.[34]

O Instituto Cetro foi contratado para dar continuidade ao concurso,[35] e em 22 de maio de 2012, os concurseiros foram chamados para fazer matrícula no curso da PRF.[36]

Aumento do efetivo editar

Maria Alice tentou resolver a questão do efetivo cooperando com o Plano Estratégico de Fronteiras do Governo Federal. Em dezembro de 2012, ela apresentou projeto à Casa Civil para aumentar o efetivo da PRF em mais 4,5 mil policiais até 2014.[37] Ela apoiou o Projeto de lei 2205/2011, que virou a Lei Ordinária 12857/2013, que gerou 260 vagas administrativas na PRF.[38][39] Em março de 2014, criou a Academia Nacional da Polícia Rodoviária Federal. A previsão era que 1.200 novos cadetes se formassem ainda em maio, mas o efetivo ainda estaria abaixo do necessário em Santa Catarina.[40]

Referências editar

  1. Frederico Vasconcelos (17 de abril de 2003). «Polícia Rodoviária: Diretor é exonerado após denúncias de irregularidades». Folha de S. Paulo. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2022 
  2. «Derenne é o novo diretor-geral da PRF». Agência Brasil. 17 de abril de 2003. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2022 
  3. a b «Diretor-geral da PRF pede demissão e superintendente do PR assume o cargo». Gazeta do Povo. 28 de março de 2011. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 18 de novembro de 2022 
  4. a b Lorena Pacheco (30 de março de 2011). «Justiça confirma quebra de contrato entre Funrio e PRF». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  5. «PRF discutirá rescisão de contrato com organizadora de concurso». G1. 12 de novembro de 2007. Consultado em 4 de dezembro de 2022. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2022 
  6. «Ministério reabre concurso público da Polícia Rodoviária Federal». Estradas. 21 de julho de 2008. Consultado em 4 de dezembro de 2022. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2022 
  7. «PRF divulga resultado final de provas objetivas e provisório de redação». Estradas. 23 de outubro de 2008. Consultado em 4 de dezembro de 2022. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2022 
  8. Montezuma Cruz (17 de agosto de 2009). «PRF CONTRATARÁ 170 EXCEDENTES». Gente de Opinião. Gente de Opinião. Consultado em 4 de dezembro de 2022. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2022 
  9. a b «Polícia Rodoviária Federal lança edital para 750 vagas». G1. 13 de agosto de 2009. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2022 
  10. Lorena Pacheco (4 de setembro de 2009). «Funrio explica possíveis problemas na inscrição da PRF». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 19 de novembro de 2022 
  11. Lorena Pacheco (8 de setembro de 2009). «Funrio devolverá valor da taxa de inscrição para desistentes do concurso do MJ». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 19 de novembro de 2022 
  12. Lorena Pacheco (8 de outubro de 2009). «Funrio se defende da acusação que pede suspensão do concurso da PRF». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  13. Lorena Pacheco (9 de outubro de 2009). «Funrio cancelará inscrições feitas mais de uma vez em concurso da PRF». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  14. a b c Lorena Pacheco (5 de janeiro de 2010). «Polícia Rodoviária Federal rescinde contrato administrativo com a Funrio». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  15. Lorena Pacheco (21 de outubro de 2009). «Funrio e MPOG não acatam recomendação do MPF/RR de anular provas». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  16. a b c «Concurso da PRF é suspenso por 60 dias para apuração de denúncias pelo MPF». G1. 25 de novembro de 2009. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2022 
  17. Lorena Pacheco (7 de janeiro de 2010). «Concurso da PRF: Funrio quer buscar solução após rescisão de contrato». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  18. Lorena Pacheco (12 de janeiro de 2010). «Funrio volta a garantir ressarcimento de taxa do MJ, mas diz que não tem prazo para devolução». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  19. Lorena Pacheco (25 de fevereiro de 2010). «PRF entrará na Justiça para que Funrio devolva taxas de inscrição». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  20. a b Lorena Pacheco (15 de abril de 2010). «Justiça obriga Funrio a devolver R$ 2,3 milhões à União». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  21. Lorena Pacheco (9 de abril de 2010). «MPF/RJ processa presidente da Funrio por improbidade administrativa». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  22. Lorena Pacheco (17 de junho de 2010). «Funrio consegue decisão na Justiça para continuar concurso da PRF». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  23. Lorena Pacheco (29 de junho de 2010). «Governo quer manter Funrio longe do concurso da PRF». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  24. «Senador Mozarildo Cavalcanti quer continuidade para concurso da PRF». Aprovados PRF 2009. 26 de dezembro de 2010. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2022 
  25. Katiana Pereira (3 de fevereiro de 2011). «PRF entra em "estado de alerta" e sinaliza para greve». Jornal Oeste. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2022 
  26. «PRF inicia Operação Carnaval nas estradas à meia-noite desta quinta». G1 SP. 3 de março de 2011. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  27. Demétrio Weber (10 de março de 2011). «Carnaval de 2011 foi o mais violento da década». Extra Online. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  28. «Novo ministro anuncia: Derenne continua à frente do DPRF». Aprovados PRF 2009. 29 de dezembro de 2010. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2022 
  29. «Inquérito vai apurar se vereador vendia anfetaminas em estrada de MG». G1 MG. 29 de março de 2011. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 18 de novembro de 2022 
  30. «Câmara de Campanha, em MG, arquiva CPI contra presidente da Casa». G1 MG. 2 de junho de 2011. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 18 de novembro de 2022 
  31. «Diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal pede demissão». Extra Online. 28 de março de 2011. Consultado em 17 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 18 de novembro de 2022 
  32. Lorena Pacheco (25 de maio de 2011). «Concurso da PRF deve ser mantido e Funrio será afastada». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  33. Lorena Pacheco (4 de julho de 2011). «Novela entre DPRF e Funrio pode começar a caminhar para o último episódio». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  34. Lorena Pacheco (24 de julho de 2012). «Fraude da Funrio no concurso da Polícia Rodoviária Federal é comprovada». Papo de Concurseiro. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  35. «Cetro é contratado para retomar concurso de 2009». JC Concursos. 14 de dezembro de 2011. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  36. «PRF convoca aprovados de concurso de 2009 para curso de formação». G1 SP. 22 de maio de 2012. Consultado em 17 de novembro de 2022 
  37. «Concursos públicos devem oferecer 75 mil vagas em 2013». Correio do Estado. 27 de dezembro de 2012. Consultado em 16 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 16 de novembro de 2022 
  38. «PL 2205/2011». Câmara dos Deputados. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  39. «Projeto de lei visa criar 260 vagas administrativas». JC Concursos. 3 de fevereiro de 2012. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  40. «PRF estima reforço de 100 novos policiais para Santa Catarina». GZH. 7 de março de 2014. Consultado em 16 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 16 de novembro de 2022