Sara (série de televisão)
Sara é uma minissérie portuguesa de dramédia criada a partir de uma ideia original de Bruno Nogueira e produzida pela Ministério dos Filmes.[1][2] Esta foi a primeira obra de ficção para televisão realizada por Marco Martins que também contribuiu para o argumento, com Nogueira e Ricardo Adolfo.[3] A narrativa acompanha a vida de uma atriz de cinema, que dá título à minissérie (interpretada por Beatriz Batarda), quando decide experimentar o mundo da novela, das redes sociais e daquilo que tornaria mais leve a sua vida e profissão.[4] Depois de os dois primeiros episódios terem sido selecionados para a edição de 2018 do IndieLisboa, a minissérie estreou a 7 de outubro de 2018, na RTP2, e concluiu a transmissão a 18 de novembro do mesmo ano.[5]
Sara | |||||
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Logotipo da série | |||||
Informação geral | |||||
Formato | minissérie | ||||
Género | Dramédia | ||||
Duração | 40 minutos | ||||
Criador(es) | Bruno Nogueira | ||||
Elenco | Beatriz Batarda António Durães Albano Jerónimo Rita Blanco Tónan Quito Nuno Lopes Gabriela Barros Bruno Nogueira | ||||
País de origem | Portugal | ||||
Idioma original | português | ||||
Temporadas | 1 | ||||
Episódios | 8 | ||||
Produção | |||||
Diretor(es) | Marco Martins | ||||
Produtor(es) | Matilde Silveira | ||||
Produtor(es) executivo(s) | Alberto M. Rodrigues | ||||
Editor(es) | Francisco Costa Gui Branquinho João Rebelo | ||||
Cinematografia | Carlos Lopes | ||||
Guionista(s) | Bruno Nogueira Marco Martins Ricardo Adolfo | ||||
Empresa(s) produtora(s) | Ministério dos Filmes | ||||
Exibição | |||||
Emissora original | RTP2 | ||||
Formato de exibição | 16:9 576i (SDTV) | ||||
Transmissão original | 7 de outubro de 2018 – 18 de novembro de 2018 | ||||
Cronologia | |||||
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Sinopse
editarA minissérie retrata a vida de Sara Moreno, uma atriz de cinema e teatro de quarenta e dois anos de idade que começa a questionar as suas escolhas profissionais e a sua carreira.[6] Adorada pelos realizadores e encenadores com quem trabalha, é conhecida por conseguir chorar quando necessário e pela profundidade trágica que consegue imprimir a todas as personagens que interpreta.[7] De resto, é sempre para esse tipo de personagem que a convidam. Mas um dia não consegue chorar. Cansada de tentar chorar, abandona a rodagem do filme. Sozinha, com um pai doente, decide deixar o cinema de autor e o teatro dos grandes textos, onde se notabilizou, e refugia-se em casa sem saber o que fazer.[8]
Numa busca pelos tempos que correm, sem querer ficar parada na sua carreira, Sara decide experimentar a telenovela, um formato muito mais leve do que o que já estava habituada fazer.[9] Começa também a explorar o mundo das redes sociais, das sessões fotográficas para revistas cor-de-rosa e passa a frequentar com regularidade um motivador pessoal, uma espécie de life coach de emoções, numa busca por algo diferente que a faça sentir-se mais próxima do grande público.[3]
Ao longo dos episódios, Sara tenta adaptar-se a um estilo de vida de fama rápida e de promiscuidade, vivendo as frustrações, dúvidas e o drama de uma atriz de cinema cansada de pensar e de chorar demais.[10]
Equipa artística
editarElenco principal
editar- Beatriz Batarda, como Sara Moreno: Uma atriz de cinema e de teatro conceituada que tenta mudar drasticamente a sua carreira e o seu estilo de vida, em busca de uma existência mais "leve".[11]
- António Durães, como Henrique Moreno: Pai de Sara, é um importante escritor, que desde o acidente em que perdeu a esposa, deixa de falar e dedica-se exclusivamente àquela que será a sua derradeira obra, sobre a morte e a velhice.[12]
- Albano Jerónimo, como Agente: Uma personagem do subconsciente de Sara, entre a realidade e o sonho, que problematiza as suas maiores dúvidas, angústias e memórias.[13]
- Rita Blanco, como Júlia: A melhor amiga de Sara, foi sua colega no Conservatório de Teatro, mas acabou a trabalhar num lar de idosos, onde sente que a sua vida profissional embateu num vazio.[14]
- Tónan Quito, como Ivo: Vizinho e amante de Sara, é um cantautor amador que, incapaz de afinar a cantar, encontra no seu ídolo (Bob Dylan) a motivação necessária para enfrentar o pouco público que o segue.[15]
- Nuno Lopes, como João Nunes. O galã da telenovela Sangue de Paixão que Sara aceita protagonizar quando decide mudar de vida, representa o cliché do ator famoso, confiante e sedutor.[16]
- Gabriela Barros, como Carmen.
- Bruno Nogueira, como Life Coach Paulo Prazeres: Um guru de discursos absurdos que não passam de uma farsa montada para esconder uma vida banal, atribulada por um relacionamento tóxico.[17]
Elenco recorrente
editar- Cristovão Campos, como Paulinho (5 episódios).
- Ana Tang, como Li Jing (5 episódios).
- Miguel Guilherme, como Professor Vicente (4 episódios): O suporte intelectual dos filmes de Morais, alimenta sempre a convicção deste na sua própria obra, através de um discurso pedante assente em teorias densas, que o realizador não questiona.[18]
- Tozé Martinho, como Afonso D'Orey (4 episódios).
- José Raposo, como Morais (3 episódios): Um realizador de cinema que sonha conquistar os grandes festivais internacionais.[19]
- Leonor Silveira, como Francisca Carmo (3 episódios).
- Joana Barradas, como Menina dos Ferrinhos (3 episódios).
- Inês Aires Pereira, como Nicky (3 episódios): Uma atriz da geração Morangos com Açúcar que ganha dinheiro com publicações de Instagram.[20]
- Paulo Monteiro, como Empregado de Bar (3 episódios).
Participações especiais
editar- Sara Carinhas, como Jovem Atriz
- David Almeida, como Ator de Cinema[21]
- Teresa Faria, como Porteira
- Teresa Luís, como Mãe da Sara
- Ricardo Luzia, como Ricardo
- Cleia Almeida, como Editora de Revista
- Filomena Cautela, como Apresentadora de Talk-Show
- Carla Maciel, como Andreia
- Afonso Pimentel, como Diretor Criativo
- Elsa Valentim, como Amiga de Júlia #1
- Ana Brandão, como Amiga de Júlia #2
- B Fachada, como Empregado no Concerto do Ivo
- Romeu Runa, como Empregado de Hotel
- Carolina Amaral, como Cliente do Bar
- Caetana Barreto, como Menina Inglesa
- Miguel Loureiro, como Fotógrafo de Revista
- Ivo Alexandre, como Fã no Restaurante
- Flávia Gusmão, como Amiga de Júlia #3
- Eric Hannois, como Realizador de Casting Francês
- Lydie Barbara, como Atriz do Casting Francês
- Miguel Cunha, como Copy
- Maria Galhardo, como Assistente de Guarda Roupa da Novela
- Gonçalo Oliveira, como Padre no Casamento
- Ricardo Fernandes, como Professor de Cycling
- Inês Laginha como Pianista
Equipa técnica
editar- Realização: Marco Martins
- Produção: Alberto M. Rodrigues e Matilde Silveira (Ministério dos Filmes)
- Autoria: Bruno Nogueira
- Argumento: Ricardo Adolfo, Marco Martins, Bruno Nogueira[22]
- Música: Nuno Malo[23]
- Fotografia: Carlos Lopes
- Som: Ricardo Sequeira
- Montagem: Guilherme Branquinho, Francisco Costa, João Rebelo[24]
Produção
editarSíntese
editarSara (também intitulada Sara: O Fim de uma Carreira[23]), é uma produção portuguesa da Ministério dos Filmes, com pós-produção da Ingreme Post Prodution e distribuição da Radiotelevisão Portuguesa.[25]
Episódios | Transmissão original | Dia da semana | Audiência | ||
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Estreia | Final | ||||
8 | 7 de outubro de 2018 | 18 de novembro de 2018 | Domingo | 29 690 espetadores
0,65% share |
Desenvolvimento
editarBruno Nogueira começou a conceber a ideia da minissérie em 2015, a propósito de conversas que tinha com a esposa, Beatriz Batarda, acerca de carreira.[26] O projeto começou a desenvolver-se a partir do seu interesse em explorar o contraste entre o universo do cinema e o da televisão e do que essa mudança de um registo para o outro provoca num ator: "Isto de colocar personagens em zonas de desconforto é algo que me agrada enquanto espetador e enquanto argumentista. Provoca em quem vê, uma sensação de quase vergonha que me agrada muito".[27] Desde a sua conceção, Nogueira procurou desenvolver a minissérie à medida de Batarda. Apesar da inspiração nas características da atriz para o desenvolvimento do papel, Batarda defende que Sara Moreno "tem mais a ver com a forma como construo personagens" do que consigo própria.[28]
Após os anos de trabalho em São Jorge, Marco Martins pretendia integrar um projeto cujo processo fosse mais colaborativo. Ainda assim, não sentia interesse em fazer televisão.[29] Após a apresentação da ideia de Bruno Nogueira, entusiasmou-se com a possibilidade de explorar num registo novo para si: "Nunca tinha trabalhado material humorístico desta natureza, mas havia um lado meta discursivo, na primeira sinopse que o Bruno me mostrou, que me agradava muito numa altura em que se vivia um momento delicado para o nosso meio audiovisual".[30] Sara representa a estreia do realizador em ficção para televisão. Para a realização da minissérie, Martins reuniu as suas equipas técnica e artística habituais. Como tal, para além de si e Bruno Nogueira, o seu co-argumentista regular, Ricardo Adolfo, integra a equipa de escrita de Sara. A sua abordagem à minissérie foi também idêntica ao modo como faz cinema, tendo admitido que "No fundo, foi como fazer três longas-metragens num tempo mais contido mas tentando manter todo o meu processo de rigor".[31]
O argumento de Sara inclui inúmeras referências culturais de Portugal, sendo as mais preponderantes a escrita de Henrique Moreno (que corresponde a excertos de A máquina de fazer espanhóis, de Valter Hugo Mãe) e as músicas do personagem Ivo (num repertório baseado nas canções de B Fachada).[32]
Casting
editarPara além de Batarda, Sara tem um elenco de atores com grande experiência em cinema e teatro e que já haviam colaborado com Marco Martins, como Albano Jerónimo, Rita Blanco, Miguel Guilherme, José Raposo e Bruno Nogueira. Nuno Lopes, que integra também o elenco, havia inclusivamente sido o protagonista de Alice e São Jorge. Batarda elogiou as escolhas para a equipa artística: "Há uma cumplicidade imediata que facilita muito. Uma partilha também no sentido de humor, (...) e nisso estamos em sintonia.[33]
Rodagem
editarApós a fase de preparação de escrita e ensaios de três meses, iniciou-se a rodagem em Lisboa. Uma das sequências mais preponderantes dos primeiros episódios da Sara, de uma filmagem de um filme de época, foi gravada em Sintra durante uma semana.[34] Neste que é o seu primeiro projeto marcadamente trágico-cómico, para Beatriz Batarda, o ajuste às idiossincrasias de rodagem para televisão não foi automático. A atriz admitiu as dificuldades: "A televisão exige outro tipo de linguagem corporal que não é a do teatro ou do cinema. E a comédia ela própria tem um jogo de linguagem corporal particular. Aí andei sempre um bocadinho à procura da medida certa, às vezes acertava, outra vezes não, mas fui muito bem defendida na montagem."[31]
Lista de episódios
editarAbaixo, estão listados os episódios da minissérie Sara:
Título | Argumento | Realização | Transmissão original | Audiência | |
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Espetadores | Share | ||||
Episódio n.º 1[35] | Ricardo Adolfo, Marco Martins e Bruno Nogueira | Marco Martins | 7 de outubro de 2018 | 38 000 | 0,9%[36] |
A meio da filmagem de uma cena dramática, Sara percebe que não consegue mais chorar e abandona a rodagem. Ela sempre foi conhecida por chorar com facilidade e foi isso que lhe trouxe prestígio…[37] O Agente de Sara, num cenário surreal saído do seu subconsciente, tem uma proposta de trabalho. Sara quer mudar, mas não reage bem.[38] | |||||
Episódio n.º 2[39] | Ricardo Adolfo, Marco Martins e Bruno Nogueira | Marco Martins | 7 de outubro de 2018 | 38 000 | 0,9%[36] |
Sara aceita dar aulas de representação a uma jovem atriz de novelas. Nicky, a sua aluna, é apenas esforçada. Ainda assim, o que lhe falta em talento, sobra-lhe em patrocínios.[40] Sara decide consultar um Life Coach. Este guru tem métodos pouco convencionais para trazer alegria à sua vida.[41] | |||||
Episódio n.º 3[42] | Ricardo Adolfo, Marco Martins e Bruno Nogueira | Marco Martins | 14 de outubro de 2018 | 28 500 | 0,6%[36] |
Sara vai a um casting para um filme francês, mas corre mal. O Agente tenta convencê-la a aceitar novos desafios.[43] A nova vida de Sara começa: Adere às redes sociais e aos vídeos de gatinhos bebés, inscreve-se em aulas de spinning e anuncia à melhor amiga que vai fazer uma telenovela.[44] | |||||
Episódio n.º 4[45] | Ricardo Adolfo, Marco Martins e Bruno Nogueira | Marco Martins | 21 de outubro de 2018 | 38 000 | 0,8%[36] |
Sara continua a rodagem da novela Sangue de Paixão. A química com o galã, João Nunes, é evidente.[46] As aulas com o Life Coach prosseguem: Sara tem de libertar toda a energia negativa e deixar o riso entrar.[47] | |||||
Episódio n.º 5[48] | Ricardo Adolfo, Marco Martins e Bruno Nogueira | Marco Martins | 28 de outubro de 2018 | 28 500 | 0,5%[36] |
Convencida pelo Agente, Sara tenta mudar drasticamente a sua carreira e o seu estilo de vida. Fazer anúncios publicitários faz parte dessa existência que considera mais "leve".[49] Sara conhece um pouco melhor a vida banal do seu Life Coach. Ele parece não perceber o que ela pretende.[50] | |||||
Episódio n.º 6[51] | Ricardo Adolfo, Marco Martins e Bruno Nogueira | Marco Martins | 4 de novembro de 2018 | 28 500 | 0,7%[36] |
A ida de Sara a casa do colega de novela João Nunes é capturada por um paparazzo. O escândalo entra, assim, na vida da atriz.[52] O momento mais temido por Sara acontece, para desespero de todos. Numa cena emocional da novela, é preciso que a sua personagem, Ana Rita, chore.[53] | |||||
Episódio n.º 7[54] | Ricardo Adolfo, Marco Martins e Bruno Nogueira | Marco Martins | 11 de novembro de 2018 | 19 000 | 0,5%[36] |
Muito contra a sua vontade, Sara aceita fotografar-se para a capa de uma revista cor-de-rosa.[55] Sara aceita também dar uma entrevista ao estilo "o que dizem os seus olhos?", mas a mesma não corre muito bem.[56] | |||||
Episódio n.º 8[57] | Ricardo Adolfo, Marco Martins e Bruno Nogueira | Marco Martins | 18 de novembro de 2018 | 19 000 | 0,3%[36] |
Depois de mais um pesadelo perturbador, Sara parece desistir. Prepara um batido detox suicida e prepara-se para o beber.[58] Depois de visitar a rodagem do filme de que desistiu, Sara decide tomar uma medida drástica.[59] | |||||
Temas e estética
editarO argumento de Sara mescla vários registos, da comédia à tragédia, passando pela sátira ao meio artístico (e em particular às telenovelas). Caricatura os clichés, sobrancerias, estereótipos, a artificialidade de produtos cinematográficos e televisivos e as precariedades do mundo audiovisual.[60] A sua escrita apresenta uma qualidade meta-discursiva, uma vez que o meio audiovisual português é caricaturado através de si mesmo. A minissérie comenta também o comportamento agressivamente oportunista dos media, bem como o paradoxo entre o desdém e as constantes indignações sociais provocadas por uma publicação na Internet. Deste modo, Marco Martins prolonga a sua abordagem orgânica sobre o trabalho com os atores.[29] Ainda assim, estas características, aliadas a uma abordagem por vezes absurdista, são em parte inéditas na estética do realizador, mas partilhadas com as anteriores ficções de outro dos autores, Bruno Nogueira (veja-se Último a Sair e Odisseia).[61] Sara é um prolongamento do que o autor fez em Odisseia, na sua abordagem ao cinema, televisão, teatro e publicidade contemporâneos. Segundo Nogueira, a narrativa "joga muito com os preconceitos que existem, não só meus, como os do público, os de todos nós, daquilo que é o cinema de autor, a telenovela, as redes sociais como ferramenta fundamental, ao que parece, para o trabalho do ator".[28]
Sara, em particular as cenas que envolvem o Agente da protagonista, está repleta de referências surrealistas, que evocam o cinema de David Lynch e Luis Buñuel, e contribuem para os espetadores confundirem a realidade dentro da ficção e vice-versa. Os autores conceberam esta personagem, segundo Batarda, "como uma consciência instigadora do mal".[34] Por isso foi decidido que seria interpretado por um homem, para criticar a necessidade de, num país com as características sociais como Portugal, as atrizes, em particular, sentirem que para poder ter voz e serem consideradas, teriam de se masculinizar e de tornar o seu discurso mais agressivo.
Distribuição
editarA minissérie ante-estreou os seus dois primeiros episódios a 3 de maio de 2018, pelas 21:30[26], no Grande Auditório da Culturgest, no âmbito do Festival Internacional de Cinema IndieLisboa.[62][24]
Sara havia sido concebida pela equipa de guionistas para ser exibida na RTP1, mas acabou por ser uma aposta da RTP2. Esta opção gerou algumas críticas, incluíndo de Bruno Nogueira: "Não é um desprimor ser na 2, mas quando a fizemos foi a pensar na RTP1... O facto de ser na RTP2 é um desencontro (com um grande público) que não estava contemplado".[63] A estação pública justificou oficialmente esta decisão pela "aparente falta de apelo comercial"[64] perante a programação do principal canal aberto, o que não agradou os autores. A minissérie foi transmitida aos domingos pela RTP2, onde estreou no dia 7 de outubro de 2018, com a exibição dos dois primeiros episódios. Todos os episódios estrearam no serviço de streaming RTP Play ao meio-dia na mesma data da transmissão original televisiva.[65]
A minissérie foi retransmitida na RTP2, no horário das 00h50, a 15 de novembro de 2019, data a partir da qual regressou também à plataforma RTP Play.[6]
Receção
editarAudiência
editarO episódio duplo de antestreia no IndieLisboa, foi exibido em duas sessões esgotadas. Aquando a sua estreia na RTP2, Sara conseguiu cerca de 40 mil espectadores e 0.9% de share.[64] A audiência diminuiu nas semanas seguintes, pelo que a minissérie terminou com uma média de 29 690 espetadores e 0,65% share. Apesar destes resultados audiométricos, a popularidade de Sara foi mais evidente no meio online, onde foi amplamente discutida nas redes sociais.[20]
Crítica
editarA crítica especializada teceu, de maneira geral, comentários muito positivos a Sara, principalmente pela sua qualidade, pouco usual na ficção televisiva portuguesa. Sobre isso mesmo escreve Eurico de Barros (Time out): "Sara vem revolucionar e levar a ficção televisiva nacional a um patamar criativo superior".[66] Também André Pereira, na plataforma Fantastic TV, defende que "a ideia e a concretização de Sara são geniais. A série é, possivelmente, das melhores produções portuguesas que já passaram em televisão".[64] André Antunes (Comunicação Social da Escola Superior de Educação de Viseu) escreve que "Sara aparece na ficção portuguesa como uma lufada de ar fresco, longe de novelas e entretenimento duvidoso em horário nobre".[67] Paulo André Soares, na Comunidade Cultura e Arte elogia a abordagem trágico-cómica da minissérie: "desengane-se quem pensa que é apenas uma série de humor. Tem outras camadas. Para já, tem tudo para ser uma das melhores produções portuguesas dos últimos anos".[61] Carlos Reis (Vice), destaca igualmente o "riquíssimo argumento, onde há espaço para diversos momentos de comicidade, algum drama, determinados atalhos enigmáticos e imensa ternura. A maneira inteligente como junta a faceta intelectual ao lado corriqueiro da vida, mostra que a obra é muito mais que uma magnífica série portuguesa."[68]
Outro dos aspetos mais comentados pela crítica especializada é a qualidade das interpretações. Na sua crítica mais moderada, Cláudia Bilé (Séries da TV) destaca isso mesmo: "Os atores estão todos de parabéns. Nenhuma das interpretações ficou aquém do que era pedido e os aspetos técnicos, a escolha de planos, os tons utilizados, etc., ajudaram a complementar os já muito sólidos desempenhos".[69] Francisco Quintas (Cinema Planet) elogia a atriz principal, intitulando-a "irretocável Beatriz Batarda". Acrescenta ainda que os "estudantes de representação têm aqui uma aula."[70] Carlota Real, na sua crítica para Espalha-Factos pede "uma vénia a Albano Jerónimo", pela complexidade que atribui à cena: "É tudo tão cru, racional, emocional, confuso, impetuoso e real".[71] Rita Pinto (Shifter) destaca também Nuno Lopes, por mais uma vez se transformar "de tal forma que não há como não acreditar que é a pessoa que vemos no ecrã".[20] Joana Moreira, na revista Elle, defende que até o elenco mais secundário merece largos elogios, nomeadamente, Inês Aires Pereira, por ter "uma graça natural tão própria que torna tudo o que é risível ainda mais hilariante".[72]
Premiações
editarA minissérie foi distinguida com vários galardões, de entre os quais se destaca a entrega, a 27 de março de 2019, da distinção de Melhor programa televisivo de ficção, nos prémios atribuídos pela Sociedade Portuguesa de Autores.
Ano | Premiação | Categoria | Trabalho | Resultado | Ref. |
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2019 | Prémio Autores | Televisão: Ficção | Sara, Ricardo Adolfo, Marco Martins e Bruno Nogueira | Venceu | [73] |
Prémios Sophia da Academia Portuguesa | Melhor série ou tele-Filme | Sara, Ricardo Adolfo, Marco Martins e Bruno Nogueira | Venceu | [74] | |
Tropheus TV 7 Dias | Melhor série | Sara, Ricardo Adolfo, Marco Martins e Bruno Nogueira | Indicado | ||
Série: Melhor atriz | Beatriz Batarda | Indicado | |||
Série: Melhor atriz | Rita Blanco | Indicado | |||
Série: Melhor ator | Nuno Lopes | Indicado |
Referências
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- ↑ «Sara». RTP. Consultado em 24 de dezembro de 2018
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