Luís XIV de França

Rei da França e Navarra (1643–1715)
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Luís XIV (Saint-Germain-en-Laye, 5 de setembro de 1638Versalhes, 1 de setembro de 1715), cognominado "o Grande" e "Rei Sol", foi o Rei da França e Navarra de 1643 até à sua morte, tendo reinado por 72 anos, o mais longo de toda a história europeia, mais longo da história da humanidade; nenhum outro monarca ocupou o trono por tanto tempo. Ele foi um dos líderes da crescente concentração de poder na era do absolutismo na Europa.

Luís XIV
Luís XIV de França
Rei da França e Navarra
Reinado 14 de maio de 1643 até 1 de setembro de 1715 (72 anos)
Coroação 7 de junho de 1654
Antecessor(a) Luís XIII
Sucessor(a) Luís XV
Regente Ana da Áustria (1643–1656)
 
Nascimento 5 de setembro de 1638
  Castelo de Saint-Germain-en-Laye, Saint-Germain-en-Laye, França
Morte 1 de setembro de 1715 (76 anos)
  Palácio de Versalhes, Versalhes, França
Sepultado em Basílica de Saint-Denis,
Saint-Denis, França
Nome completo Louis-Dieudonné
Esposas Maria Teresa da Espanha
Françoise d'Aubigné (morganática)
Descendência Luís, Grande Delfim de França
Ana Isabel de França
Maria Ana de França
Maria Teresa de França
Filipe Carlos, Duque de Anjou
Luís Francisco, Duque de Anjou
Casa Bourbon
Pai Luís XIII de França
Mãe Ana da Áustria
Religião Catolicismo
Assinatura Assinatura de Luís XIV

Era filho do rei Luís XIII e de sua esposa Ana da Áustria. Seu pai morreu em 1643, quando Luís tinha cinco anos de idade, tendo sua mãe se instaurado regente em seu nome. Seu reinado pessoal começou em 1661, após a morte do seu principal ministro, o cardeal italiano Jules Mazarin. Luís apoiava o conceito do direito divino dos reis, continuando a política de seus predecessores de criar um governo centralizado a partir da capital. Procurou eliminar os últimos vestígios de feudalismo que ainda existiam em algumas partes da França e pacificar a aristocracia, oferecendo a muitos membros da nobreza a oportunidade de morar no seu luxuoso Palácio de Versalhes. Por esses meios, Luís se tornou um dos monarcas franceses mais poderosos da história e consolidou o sistema da monarquia absoluta que perdurou na França até à Revolução Francesa.

Seu reinado viu a França chegar à liderança das potências europeias, e lutar em três guerras diferentes: a Guerra Franco-Holandesa, a Guerra dos Nove Anos e a Guerra da Sucessão Espanhola. Ocorreram ainda os conflitos menores da Guerra de Devolução e Guerra das Reuniões. Luís acabou morrendo alguns dias antes de completar 77 anos, sendo sucedido por seu bisneto de cinco anos de idade Luís XV. Todos os outros herdeiros tinham morrido antes dele: seu filho Luís, Grande Delfim de França, o filho mais velho deste Luís, Duque da Borgonha, e o irmão mais novo de Luís XV, Luís, Duque da Bretanha.

Vida editar

 
Da esquerda para a direita: O Cardeal Richelieu, Luís XIII, o Delfim (Futuro Luís XIV), Ana da Áustria e a duquesa de Chevreuse.

Nasceu em 1638, tendo como seus pais Luís XIII e Ana de Áustria, que já estavam casados há vinte e três anos. Por isso alguns historiadores acreditam que ele não era filho biológico de Luís XIII. Foi batizado Louis-Dieudonné ("Luís, o presente de Deus") e recebeu além do tradicional título de Delfim o de Premier Fils de France ("Primogênito da França").[1]

Luís XIII e Ana tiveram um segundo filho, Filipe I, Duque de Orleães. O rei não confiava em sua mulher e procurou evitar que ela ganhasse influência sobre o país. Porém, após sua morte em 1643, Ana tornou-se regente. Ela confiou todos os poderes do Estado ao cardeal italiano Giulio Mazarino, que era odiado pela maioria dos círculos políticos franceses.

Ao mesmo tempo que a Guerra dos Trinta Anos acabava em 1648, uma guerra civil francesa conhecida como Fronda começou. O cardeal Mazarino deu continuidade à centralização do poder iniciada pelo seu antecessor, o Cardeal Richelieu. Tentou aumentar o poder da coroa às custas da nobreza e impôs uma taxa aos membros do parlamento, na época composto na maior parte pelo alto clero e nobreza.

O parlamento não só se recusou a pagar como anulou todos os éditos financeiros anteriores promulgados por Mazarino, que por conta disso mandou prendê-los, o que fez Paris ser tomada por revoltas. Luís XIV e a corte tiveram que deixar a cidade.

Quando o tumulto começou a passar foi assinada a Paz de Vestfália, que restaurou o controle da coroa sobre o Exército Francês, e que foi sucedida pela Paz de Rueil, que encerrou os conflitos temporariamente.

Começo do reinado editar

 
Luís XIV em 1661

O período de regência exercido pela mãe de Luís terminou oficialmente em 1651, quando ele tinha 13 anos. Luís assumiu o trono, mas Mazarino continuou a controlar os assuntos de Estado até à sua morte em 1661. Quando isso aconteceu, os outros membros do governo esperavam que fosse substituído por Nicolas Fouquet, o superintendente de finanças. Ele não só não assumiu como foi preso por má administração do Tesouro francês. O rei anunciou que assumiria ele próprio o governo do reino. O seu conselho, o conseil d'en haut, contava com nomes de prestígio como Jean-Baptiste Colbert, Hugues de Lionne e François-Michel le Tellier. Nenhum destes pertencia a alta aristocracia, o que levou o grande memorialista do fim do reinado, o duque e par do reino Louis de Rouvroy, Duque de Saint-Simon, a chamar o governo de "Reino da pequena burguesia".

O tesouro estava perto da falência quando Luís XIV assumiu o poder. As coisas não melhoraram já que ele gastava dinheiro extravagantemente, despendendo vastas somas de dinheiro financiando a corte real. Parte desse dinheiro ele gastou como patrono das artes, financiando nomes como Moliere, Charles Le Brun e Jean-Baptiste Lully. Também gastou muito em melhorias no antigo Palácio do Louvre, que acabou por abandonar em favor da nova fundação de Versalhes, construído sobre um antigo pavilhão de caça de Luís XIII.

Em 1665, Luís XIV nomeou Jean-Baptiste Colbert para a chefia da Controladoria Geral. Colbert reduziu o déficit da França através de uma reforma fiscal, que tornou os impostos mais eficientes.

 
Luís XIV, o Rei-Sol

Seu plano incluía os aides e douanes (ambos taxas comerciais), a gabela (imposto sobre o sal) e o taille (imposto sobre as terras). Por outro lado, não aboliu a isenção fiscal de que se valia o clero e a nobreza. O método de coleta de impostos também foi melhorado.

Colbert fez planos de longo prazo para o desenvolvimento da França através do comércio. A sua administração criou novas indústrias e encorajou os fabricantes e inventores a produzir. Também modernizou a Marinha, as estradas e os aquedutos. Ele é considerado um dos pais da escola de pensamento conhecida como mercantilismo, sendo que na França "Colbertismo" é um sinônimo de mercantilismo.

Luís XIV ordenou a construção do complexo conhecido como Hôtel des Invalides (Palácio dos Inválidos) para servir de moradia a militares que o serviram lealmente em combate, mas que foram dispensados por motivo de ferimento de guerra ou idade avançada e que até então tinham como alternativas apenas a mendicância e o banditismo.

No seu reinado foi construído o Canal do Midi, que uniu o Mediterrâneo e o Atlântico e foi muito importante para o desenvolvimento econômico da França e da Europa, sendo considerado fundamental para a Revolução Industrial. O Canal tem 240 km e foi projetado por Pierre Paul Riquet, sendo inaugurado em 1681.

Casamento editar

 
Casamento de Luís XIV e Maria Teresa

Enquanto a guerra com a Espanha continuava, os franceses receberam apoio militar da Inglaterra, dirigida por Oliver Cromwell. A aliança Anglo-francesa venceu a guerra em 1658 na Batalha das Dunas. O resultado foi o Tratado dos Pirenéus, que fixou a fronteira entre Espanha e França. A Espanha cedeu várias províncias e cidades à França nos Países Baixos Espanhóis e em Rousillon. Como meio de fixar ainda mais a paz e as fronteiras dos dois reinos, uma união entre as duas famílias reais, de Espanha e de França, foi proposta. Tal proposta estava seduzindo imensamente Ana de Áustria, a mãe de Luís XIV, que sempre desejou ver seu filho casado com uma parente sua da Casa de Habsburgo.

Entretanto, a hesitação espanhola conduziu a um esquema em que o Cardeal Jules Mazarin, primeiro-ministro da França, fingia procurar uma união para o rei com Catarina de Bragança. Quando Filipe IV de Espanha ouviu sobre a reunião em Lyon entre as casas de França e de Portugal, enviou uma mensagem especial para a corte francesa, a fim de abrir as negociações de paz e de um casamento real. Então Luís XIV aceita de boa vontade casar-se com a infanta Maria Teresa da Espanha, filha de Filipe IV, rei da Espanha, e Isabel da França, sua tia, irmã de seu pai. O casamento teve lugar em 9 de junho de 1660 em Saint-Jean-de-Luz. Para prevenir uma união das duas coroas, os diplomatas espanhóis incluíram uma cláusula na qual Maria Teresa e seus descendentes seriam desprovidos de qualquer direito ao trono espanhol. Contudo, pela habilidade de Jules Mazarin, a cláusula só seria válida mediante pagamento de um grande dote. A Espanha estava empobrecida após décadas de guerra e foi incapaz de pagar um dote de tais proporções, e a França nunca recebeu a quantia acordada de 500 000 Escudos.[2]

Personalidade do rei editar

 
Madame de Maintenon, a esposa secreta do rei

O Sol como emblema editar

Luís XIV escolhe para emblema o Sol. É o astro que dá vida a qualquer coisa, mas é também o símbolo da ordem e da regularidade. Ele reinou como um sol sobre a corte, sobre os cortesões e sobre a França.

Amantes editar

Luís XIV teve três amantes em título: Louise de La Vallière, Madame de Montespan, além de Madame de Maintenon, que foi secretamente esposa do rei após a morte da rainha. Acredita-se que o casamento aconteceu por volta de 9 ou 10 de outubro de 1683[3] e foi guardado como segredo até a morte de Luís XIV.[4] Na adolescência, o rei teve um romance com uma sobrinha de Mazarin, Maria Mancini. Houve entre eles uma grande paixão, contrariada pelo cardeal que, consciente dos interesses da França, preferiu fazê-lo se casar com a Infanta de Espanha. Em 1670, Jean Racine se inspirou na história de Luís e Maria Mancini para escrever "Berenice".

Guerras e conflitos editar

Durante o seu longo reinado, que na prática exerceu de 1661 a 1715 (54 anos), reorganizou e equipou o exército francês, tornando-o o mais poderoso da Europa, e iniciou suas investidas militares com a invasão dos Países Baixos Espanhóis em 1667, que considerava serem herança de sua esposa. Perseguiu os protestantes neerlandeses e franceses na tentativa de polarizar novamente a Europa, opondo as nações católicas às protestantes, no entanto falhou nesse objetivo e acabou por voltar países de ambas as religiões contra a França. Na Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714) colocou seu neto Filipe V de Espanha no trono espanhol, porém infligiu altos custos econômicos e humanos à França. Seu governo, um dos mais importantes da história da França, durou 54 anos e tornou-se conhecido pelo absolutismo monárquico, onde o rei controlou totalmente o estado. No entanto, como pontuou Bossuet, há uma diferença entre o "poder absoluto" e o "poder arbitrário", ou seja, mesmo que o poder do monarca seja "absoluto" ele é submetido às leis fundamentais do reino, como, por exemplo, as regras de sucessão e os princípios religiosos[5]. Um dos seus maiores arquitetos militares foi Sébastien Le Prestre de Vauban, que muniu o reino francês de inúmeras fortificações nas suas fronteiras, inaugurando o estilo Vauban. Ver sobre este assunto em poliorcética.

Guerra nos Países Baixos editar

 
Luís XIV, O Grande

Depois da morte de Felipe IV de Espanha, tio e sogro de Luís XIV, em 1665, seu filho (e de sua segunda esposa) subiu ao trono como Carlos II de Espanha. Luis XIV reclamou o território de Brabante, nos Países Baixos, governados até então pelo rei de Espanha, por considerar entes territórios herança de sua esposa, Maria Teresa, irmã mais velha de Carlos II (Maria Teresa era filha do primeiro casamento de Filipe IV). Luís argumentou que os costumes de Brabante não permitiam que um filho sofresse prejuízos por consequência de seu pai voltar a se casar, pelo que Maria Teresa tinha prioridade sobre os filhos dos seguintes matrimônios de Filipe IV, na hora de herdar. Estas reclamações dariam início a Guerra de Devolução de 1667, na qual Luís XIV participou pessoalmente.

Os interesses de Luís nos Países Baixos se beneficiaram dos problemas internos da República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos. O político mais importante do momento nas Províncias Unidas, Johan de Witt, temia que o jovem Guilherme III, Príncipe de Orange, detivesse o poder nas Províncias Unidas. De Witt pensava que uma guerra naval contra França poderia ser vencida, mas uma guerra terrestre, permitiria a intervenção de Guilherme III, deixando, este com o poder nas Províncias Unidas. Assim, com as Províncias Unidas divididas em um conflito interno entre os seguidores de De Witt e os de Guilherme de Orange, junto aos desentendimentos entre ingleses e holandeses, a França não teve nenhuma dificuldade em conquistar Flandres e o Franco-Condado. Impactados pela velocidade do triunfo francês, as Províncias Unidas se uniram à Inglaterra e à Suécia em uma Tríplice Aliança no ano de 1668. A formação da Tríplice Aliança colocaria Luís XIV ante o problema de ver-se envolto em uma guerra de maiores dimensões, pelo que aceitou firmar a paz com o Tratado de Aquisgrano, pelo qual a França ficava com o controle de Flandres, mas devolvia o Franco-Condado à Espanha.

A Liga de Augsburg editar

 
Luís XIV em 1694

Em 1685, o Édito de Fontainebleau, outorgado por Luís XIV, revogou o Édito de Nantes de 1598, que garantia a liberdade de religião a seus súditos protestantes na França. As tropas francesas enviadas para as áreas francesas dos cristãos valdenses, grupo cristão protestante alojado nos vales de Chisone e Susa no Dauphiné, forçaram 8 000 valdenses a se converter ao catolicismo e outros 3 000 a partirem para a Alemanha.[6]

A revogação do Édito de Nantes teve grandes consequências políticas e diplomáticas, principalmente nos países protestantes, nos quais esta revogação contribuiu para criar um crescente sentimento antifrancês. Em 1686, dirigentes tanto católicos como protestantes fundaram a Liga de Habsburgo, aparentemente um pacto defensivo para proteger a zona do rio Reno, mas que era na realidade uma aliança ofensiva contra a França. A aliança incluía entre seus membros o soberano do Sacro Império Romano-Germânico e vários dos governantes dos estados alemães que faziam parte do império, principalmente o Palatinado, Baviera e Brandemburgo. As Províncias Unidas, Espanha e Suécia também se uniram à liga.

Luís XIV mandou suas tropas ao Palatinado em 1688, devido que o ultimato que propôs aos príncipes germânicos, pelo qual estes deviam ratificar a Trégua de Ratisbona (confirmando assim a possessão de Luís XIV sobre os territórios anexados a esta trégua) assim como reconhecer publicamente o direito das reclamações de sua cunhada, expirou. Aparentemente, o exército de Luís teria como ordens apoiar militarmente as reclamações territoriais da cunhada de Luís, Isabel Carlota, Duquesa de Orleães, no Palatinado. Mas, a invasão teria o propósito real de pressionar o Palatinado para que este abandonasse a liga, conseguindo assim debilitá-la.

As ações francesas uniram os príncipes ao bando do Imperador. Luís esperava que a Inglaterra, governada por seu primo, o rei católico Jaime II, se manteria neutra no conflito, mas a Revolução Gloriosa acabara com Jaime, que foi substituído no trono por sua filha Maria II, que governava junto a seu marido Guilherme III (o Príncipe de Orange). Devido à inimizade que surgiu entre Luís e Guilherme na guerra com a Holanda, este decidiu unir-se à liga, que passou a ser conhecida a partir deste momento como a Liga da Grande Aliança.

As campanhas conhecidas como Guerra dos Nove Anos (1688–1697) foram dominadas, em geral, pelas tropas francesas. As forças Imperiais se mostraram pouco efetivas, pois a maior parte do exercito Imperial continuava enfrentando o Império Otomano. Rapidamente a França conseguiu uma grande quantidade de vitórias, desde Flandres no norte até o vale do Reno no leste e Itália e Espanha no sul. Enquanto isso, Luís XIV apoiou Jaime II em seu intento de recuperar o trono britânico, mas o Stuart não tivera êxito. Este fecho fez com que a Inglaterra de Guilherme pudesse entrar com mais força no conflito continental. No entanto, apesar do tamanho das forças inimigas, os franceses derrotaram o exército aliado na Batalha de Fleurus (1690), assim como na Batalha de Steenkerque (1692) e na Batalha de Neerwinden (1693). Sob a supervisão pessoal do rei, as tropas francesas capturaram Mons em 1691 e a inexpugnável, até ao momento, fortaleza de Namur, no ano de 1692. A vitória naval francesa na Batalha de Beachy Head em 1690 foi contrastada pela vitória anglo-neerlandesa na Batalha de La Hogue em 1692. A guerra durou todavia quatro anos mais, até que o Duque de Savoia firmou um acordo de paz, aliando-se assim com os franceses no ano de 1696, reforçando o exércitos franceses e facilitando a tomada de Milão e Barcelona.

A Guerra dos Nove Anos terminou em 1697 com o Tratado de Ryswick. Luís XIV devolveu Luxemburgo e outros territórios dos quais se havia apoderado na guerra holandesa de 1679, mas conservou Estrasburgo. Também adquiriu a possessão do Haiti assim como a devolução de Pondicherry e Acádia. Luís XIV, por outro lado teve que reconhecer o reinado de Guilherme III e Maria II como soberanos da Grã-Bretanha e Irlanda, pelo estes se asseguraram que Luís não voltaria a apoiar Jaime; de igual modo renunciou a suas reclamações sobre o Palatinado. Espanha recuperou Catalunha e outros territórios perdidos nos Países Baixo , tanto na Guerra dos Nove Anos como em outras anteriores. Luís também devolveu neste tratado a Lorena a seu duque, mas sobre a condição deste permitir a livre circulação francesa no território. Os termos generosos do tratado foram interpretados como uma concessão para favorecer um sentimento pro-francês na Espanha, o que, posteriormente, levaria Carlos II, rei de Espanha a designar Filipe, Duque de Anjou (neto de Luís XIV) como seu sucessor.

A sucessão espanhola editar

O problema da sucessão ao trono espanhol dominou a situação europeia depois da Paz de Ryswick. O rei espanhol, Carlos II, apelidado El Hechizado ("O enfeitiçado"), estava muito doente e não podia ter descendência. A herança da coroa espanhola era grande, já que Carlos II não era apenas rei de Espanha, sendo também soberano de: Reino de Nápoles, Reino da Sicília, Ducado de Milão dos Países Baixos Espanhóis e de um grande Império colonial. No total, vinte e dois domínios distintos.

França e Áustria eram os principais candidatos ao trono, pois ambos tinham laços familiares com a família real espanhola. Filipe, Duque de Anjou (que seria Filipe V de Espanha), o pretendente francês, era o bisneto da filha mais velha de Felipe III de Espanha, Ana de Áustria e neto da filha mais velha de Felipe IV de Espanha, Maria Teresa. O único obstáculo para suas aspirações à sucessão era a renuncia ao trono de Maria Teresa, que pela Espanha não ter cumprido sua parte no acordo, era inválida. Por outro lado, Carlos, Arquiduque de Áustria e mais tarde imperador, filho mais novo de Leopoldo I, fruto do terceiro matrimônio deste com Leonor do Palatinado, reclamava o trono espanhol pela sua avó paterna, que era a filha mais nova de Filipe III. Esta pretensão, ao contrário da francesa, não estava condicionada por nenhuma renúncia previa ao trono. Mas usando as regras de sucessão, a posição francesa era superior, pois seu pretendente descendia da filha mais velha de Filipe III.

Algumas potências europeias temiam a possibilidade de tanto a França quanto o Sacro Império Romano-Germânico deterem o controle da Espanha, o que acabaria com o equilíbrio de poder na Europa. Guilherme III, rei de Grã-Bretanha e Irlanda, preferia outro candidato, o príncipe bávaro José Fernando da Baviera, neto de Leopoldo I e de sua primeira esposa: Margarida Teresa de Habsburgo, filha mais nova de Filipe IV e irmã de Carlos II de Espanha. Nos termos do Primeiro Tratado de Partição, firmado em Haia em 1698, em plena Guerra dos Nove Anos, por Inglaterra e França para evitar uma aliança hispano-germânica, se estipulava que José Fernando herdaria a Espanha, incluindo os territórios italianos, enquanto que os Países Baixos seriam repartidos entre a França e a Áustria. Espanha não havia sido consultada e repetia frontalmente a partição do Império Espanhol. A corte espanhola insistia na necessidade de manter a integridade do império. Por isso, quando o tratado chegou aos ouvidos de Carlos II, este declarou José Fernando como seu único herdeiro e sucessor,[7] deixando-lhe toda a herança.

O problema ressurgiu seis meses depois, quando o príncipe José Fernando morreu de varíola. A corte espanhola insistia em sua posição de manter todo o território espanhol governado por um só, o que deixava as possibilidades de deixar o controle do império com a França ou com a Áustria. Carlos II, pressionado por sua esposa alemã, elegeu a casa austríaca, elegendo como herdeiro o arquiduque Carlos. Sem saber da decisão de Carlos II, Luís XIV e Guilherme III firmaram um segundo tratado, que deixava o arquiduque com a Espanha, os Países Baixos e as colônias, enquanto que o filho mais velho (e herdeiro) de Luís, Luís, o grande delfim de França herdaria os territórios italianos,[8] na previsão de trocá-los mais tarde pelo Ducado de Saboia e pelo Ducado da Lorena.

Em 1700, agonizando em seu leito de morte, Carlos II trocou as disposições sucessórias inesperadamente. Devido ao Tratado de Ryswick, a opinião espanhola havia se tornado pro-francesa, e Carlos II, baseado nas experiências previas que demonstravam a superioridade militar francesa, pensou que França estava mais capacitada para manter a unidade do império. A herança espanhola foi oferecida em sua totalidade a Filipe Duque de Anjou, filho do Delfim. A oferta incluía uma cláusula pela qual Filipe devia renunciar a sua posição na linha sucessória francesa. Caso Anjou recusasse, o trono seria oferecido a seu irmão mais novo, Carlos de Bourbon, depois dele, ao arquiduque Carlos e finalmente, a distante Casa de Saboia.[9]

 
Luís XIV, o Grande em 1701

Esta oferta deixava Luís XIV ante uma difícil decisão: por um lado podia aceitar todo o Império Espanhol, descumprindo assim os Tratados de Participação que previamente havia firmado com Guilherme III, ou podia recusar a oferta, aceitando o Segundo Tratado, deixando a Europa em um estado de paz. Luís XIV havia assegurado a Guilherme III que cumpriria os termos do tratado e partiria os domínios espanhóis. Contudo, aceitar só uma parte do legado espanhol poria a França em grave perigo de entrar em guerra com o Sacro Império Romano-Germânico; além do mais Guilherme III havia deixado claro que não apoiaria Luís em uma guerra para obter os territórios estipulados no Tratado de Partição. Luís XIV, sabia que em qualquer circunstancia a guerra era inevitável, era mais proveitoso aceitar a oferta sucessória proposta por Carlos II. Assim, quando Carlos II morreu em 1 de novembro, Filipe, Duque de Anjou, foi proclamado Filipe V, rei de Espanha.

Os oponentes de Luís XIV aceitaram Filipe como rei espanhol a contragosto. Mas, Luís atuou precipitadamente em 1701 quando transferiu o "Acerto",[necessário esclarecer] uma permissão para vender escravos às colônias espanholas, a França, movimento que supunha um grande risco para o comércio inglês. Além disto, Luís XIV deixou de reconhecer o reinado de Guilherme III, depois da morte de Jaime II, reivindicando ao filho deste Jaime Francisco Eduardo Stuart (conhecido como «o Velho Pretendente») o trono da Inglaterra e Irlanda. Depois, Luís mandou tropas aos Países Baixos espanhóis para assegurar sua lealdade a Filipe V e para guarnecer as fortalezas espanholas, que haviam estado durante um tempo sob o controle holandês como parte da Barreira que protegia as Províncias Unidas de potenciais ataques franceses. Em consequência, se formou uma aliança entre Grã-Bretanha, as Províncias Unidas, o Sacro Império Romano-Germânico e a maioria de estados germânicos. Baviera, Portugal e Ducado de Saboia se aliaram a Luís XIV e Felipe V.

A subsequente Guerra de Sucessão Espanhola continuou durante praticamente o resto do reinado de Luís. Os franceses tiveram algum êxito, chegando quase a capturar Viena, mas a vitória do Duque de Marlborough e de Eugênio de Savoia na Batalha de Blenheim (13 de agosto de 1704) e outras derrotas como a Batalha de Ramillies e a Batalha de Oudenarde unido a dívida crescente fez com que a França tomasse uma postura defensiva. Além disso, duas grandes crises de fome atingiram a França em 1693 e 1710, causadas por perdas nas safras e também pelas demandas dos tempos de guerra, levando a morte de mais de 20 milhões de pessoas.[10]

 
Luís XIV

A Baviera foi conquistada pelos aliados depois da Batalha de Blenheim, e Portugal e Ducado de Saboia passaram rapidamente para o outro lado. A guerra teve muitos custos para Luís XIV. Em 1709, o exército francês estava gravemente debilitado e Luís pedia uma paz. Todas as negociações de paz deram em nada, devido as condições que impunham os aliados. Cada vez se fazia mais claro que Luís não poderia manter todos os territórios espanhóis, mas igualmente ficava cada vez mais claro que seus oponentes no poderiam expulsar Filipe V do trono espanhol, depois das vitórias franco-espanholas na Batalha de Almansa e na de Villaviciosa.

A situação francesa piorou com a queda de Bouchain, que deixava a Marlborough o caminho praticamente livre para chegar até Paris. Mas a morte de José I, filho mais velho de Leopoldo I, deixava o arquiduque Carlos como possível herdeiro de um Império tão grande como o de Carlos V, o Sacro Império e o Império Espanhol. Este império era tão problemático para os ingleses como o de França unida à Espanha. Esta circunstância fez com que a Grã-Bretanha e França começassem negociações unilaterais de paz. Estes acordos culminaram no Tratado de Utrecht. A paz com o Sacro Império chegou em 1714, com o Tratado de Baden. Os pontos principais da paz foram os seguintes: Filipe V era reconhecido como rei de Espanha e das Colônias espanholas. As posses espanholas nos Países Baixos e Itália se dividiriam entre Áustria e Savoia, enquanto que Gibraltar e Menorca passavam a mãos inglesas. Além de Luís XIV se comprometeu a não oferecer mais apoio ao «Velho Pretendente» em sua campanha para subir ao trono inglês. A França teve que ceder várias colônias na América à Inglaterra, mas, a maioria de suas posses continentais perdidas na guerra lhe foi devolvidas, conseguindo ainda algum território reclamado como o principado de Orange.

Fim do reinado e morte editar

 
Luís XIV e seus herdeiros em 1710
 
Comboio e pompa fúnebre de Luís XIV. (1715)

Nos anos finais do reinado de Luís XIV, uma sucessão de mortes quase pôs em risco a sucessão ao trono. Praticamente todos os filhos legítimos do rei haviam morrido na infância. O único que chegou a idade adulta foi, seu filho mais velho Luís, o Grande Delfim, que morreu em 1711 antes de Luís XIV. O novo herdeiro, Luís, Duque de Borgonha, neto mais velho do rei, contraiu  varíola (ou sarampo) e morreu no ano de 1712, seguido por seu filho mais velho Luís, Duque de Bretanha, que sucumbiu à mesma enfermidade. Por fim, o pequeno Duque de Anjou, filho mais novo do Duque de Borgonha e bisneto do rei foi aclamado Delfim de França, tornando-se o sucessor ao trono francês, e reinando como Luís XV de França.

Luís XIV morreu em 1 de setembro de 1715 de gangrena, poucos dias antes de seu septuagésimo sétimo aniversário e com 72 anos e 100 dias de reinado - o mais longo reinado e governo do mundo ocidental. Seu corpo foi sepultado na Basílica de Saint-Denis, em Paris.

Luís XIV tentou evitar a ascensão de seu sobrinho Filipe de Orleans, que ao ser o parente mais próximo se converteria em regente do futuro Luís XV. Luís XIV preferia desviar parte desse poder ao filho ilegítimo que teve com Madame de Montespan, Luís Augusto de Bourbon. Luís XIV também criou um conselho regente com 11 membros, antecipando a maioridade de Luís XV. Houve também inspiração do cardeal arcebispo de Paris, Louis Antoine de Noailles, um republicano desde jovem, e que havia sido feito cardeal pelo próprio Luis XIV e pelo papa Clemente XI em 1700. O testamento de Luís XIV dizia que Luís Augusto, Duque de Maine, seria o protetor de Luís XV, superintendente da educação do jovem rei e Comandante da Guarda Real. O Duque de Orleans, se assegurou da anulação do testamento no parlamento, em 2 de setembro de 1715, após cercar o parlamento com suas tropas, fazendo a leitura do testamento em voz baixa de maneira que ninguém ouvisse o que estava sendo lido. Somente quando apareceu seu nome como membro do conselho, foi gritado, de tal maneira que criou tumulto e ele foi aclamado regente único.[11] Subornou os parlamentares, com a devolução do poder que Luís XIV lhes havia tirado e Luís Augusto foi despojado de seu título de Prince du Sang Royal ("Príncipe de Sangue Real") e do comando da Guarda Real, mas manteve seu posto de super-intendente da educação do Delfim, ficando Filipe II como único regente.

Descendência editar

 
Retrato Mitológico da Família de Luís XIV, por Jean Nocret em 1670. Em sentido anti-horário: Henriqueta de França como Anfitrite, Filipe d'Orleães como a Estrela da Manhã, Maria Luísa como Íris, Henriqueta de Inglaterra como Flora, Ana d'Áustria como Cibele, as filhas de Gastão d'Orleães (Francisca Madalena, Margarida Luísa e Isabel Margarida) como as Graças, Luís XIV como Apolo, o Delfim como Himeneu, Maria Teresa como Juno, Madame Real, Filipe Carlos como Cupido e a Grande Mademoiselle como Diana.[12]
Nome Nascimento Morte Notas
Com Maria Teresa da Espanha[13][13][13][13][13][14]
Luís, Grande Delfim de França 1 de novembro de 1661 14 de abril de 1711 Casou-se com Maria Ana Vitória da Baviera, com descendência.
Ana Isabel de França 18 de novembro de 1662 30 de dezembro de 1662
Maria Ana de França 16 de novembro de 1664 26 de dezembro de 1664
Maria Teresa de França 29 de setembro de 1666 1 de março de 1672 Madame Real.
Filipe Carlos, Duque de Anjou 5 de agosto de 1668 10 de julho de 1671
Luís Francisco, Duque de Anjou 14 de junho de 1672 4 de novembro de 1672
Com Luísa de La Baume Le Blanc, Duquesa de La Vallière[15][16]
Carlos de La Baume Le Blanc 19 de novembro de 1663 15 de julho de 1666 Nasceram e morreram antes da legitimação.
Filipe de La Baume Le Blanc 7 de janeiro de 1665 1666
Luís de La Baume Le Blanc 27 de dezembro de 1665 1666
Maria Ana de Bourbon 2 de outubro de 1666 3 de maio de 1739 Casou-se com Luís Armando I, Príncipe de Conti, sem descendência.
Luís, Conde de Vermandois 2 de outubro de 1667 18 de novembro de 1683
Com Francisca Atenas de Rochechouart, Marquesa de Montespan[17]
Luísa Francisca março de 1669 23 de fevereiro de 1672 Nasceu e morreu antes da legitimação.
Luís Augusto, Duque de Maine 31 de março de 1670 14 de maio de 1736 Casou-se com Luísa Benedita de Bourbon, com descendência.
Luís César, Conde de Vexin 20 de junho de 1672 10 de janeiro de 1683
Luísa Francisca de Bourbon 1 de junho de 1673 16 de junho de 1743 Casou-se com Luís III, Príncipe de Condé, com descendência.
Luísa Maria Ana de Bourbon 18 de novembro de 1674 15 de setembro de 1681
Francisca Maria de Bourbon 4 de maio de 1677 1 de fevereiro de 1749 Casou-se com Filipe II, Duque de Orleães, com descendência.
Luís Alexandre, Conde de Toulouse 6 de junho de 1678 1 de dezembro de 1737 Casou-se com Maria Vitória de Noailles, com descendência.

Citações editar

A conhecida frase "Eu sou o Estado", ou "O Estado sou eu" ("L'état, c'est moi"), foi relatada pelo menos a partir do final do século XVIII.[18] Foi amplamente repetida, mas também denunciada como apócrifa no começo do século XIX.[19]

Ele de fato disse, certa vez, "Cada vez que nomeio alguém para um cargo vago, faço cem infelizes e um ingrato".[20][21] É registrado, por numerosas testemunhas oculares, Luís tendo dito em seu leito de morte: "Je m'en vais, mais l'État demeurera toujours." ("Eu parto, mas o Estado sempre permanecerá.")[22]

Alegações de paternidade editar

Uma mulher nascida em 1660 alegou ser filha de Luís XIV com uma jardineira não identificada, o rei nunca a reconheceu e esta casou-se em La Queue-en-Brie com um sentinela. Cláudia de Vin des Ceillets, amante do rei, teve uma filha com Luís XIV por volta de 1676 Luísa de Maisonblanche.[23] Luís XIV nunca a reconheceu. Talvez pelo fato de sua mãe ter outros amantes além do rei e pela implicação da mesma no episódio conhecido como "O Caso dos Venenos".[24] Em janeiro de 1680, Maria Angélica de Scorailles, uma das inúmeras amantes de Luís XIV, deu à luz a um filho natimorto nunca reconhecido. Em março de 1681, é relatado que Maria Angélica deu à luz a uma filha também natimorta, todavia, sua existência é duvidosa.[25]

Ancestrais editar

Referências

  1. François Bluche, Louis XIV, Hachette, coll. « Pluriel », 1999, 1ª edição 1986, ISBN 2012789870.
  2. DUNLOP, Ian. Louis XIV (2000), 512pp.
  3. BUCKLEY, Veronica. Madame de Maintenon: The Secret Wife of Louis XIV. London: Bloomsbury, 2008. (em inglês)
  4. «Morganatic and Secret Marriages in the French Royal Family» (em inglês). Consultado em 17 de Janeiro de 2012 
  5. CARVALHO, Daniel (2022). Revolução Francesa. [S.l.]: Contexto. p. 47. ISBN 978-6555411645 
  6. Stephens, Prescot (1998). The Waldensian Story: A Study in Faith, Intolerance and Survival. Lewes, Sussex: Book Guild. ISBN 978-1-8577-6280-8 
  7. Dunlop, Ian. "Louis XIV", p. 353, Pimlico London 2001.
  8. LYNN, John A. The Wars of Louis XIV, 1667–1714 (1999), p.268.(em inglês)
  9. Kamen, Henry. (2001) Philip V of Spain: The King who Reigned Twice, Yale University Press, p. 6. ISBN 0300087187.(em inglês)
  10. Ó Gráda, Cormac; Chevet, Jean-Michel (2002). «Famine And Market In Ancient Régime France». The Journal of Economic History. 62 (3): 706–733. PMID 17494233. doi:10.1017/S0022050702001055  [1]
  11. J.C.L. Simonde de Sismondi: Histoire des Français - Tome 27 - Paris - 1842.
  12. histoire-image.org
  13. a b c d e Scott (7 de setembro de 2016). «Maria Theresia of Austria, Queen of France». Unofficial Royalty (em inglês). Consultado em 6 de maio de 2021 
  14. Scott (7 de setembro de 2016). «Maria Theresia of Austria, Queen of France». Unofficial Royalty (em inglês). Consultado em 29 de agosto de 2022 
  15. François Bluche: "Dictionnaire du Grand Siècle".
  16. Jean-Christian Petitfils: "Louise de la Vallière".
  17. Ève de Castro, Les bâtards du soleil, Olivier Orban, 1987, p. 558.
  18. Erhard, C. D. (1791). Betrachtungen über Leopolds des Weisen Gesetzgebung in Toscana [Reflections on Leopold's Wise Legislation in Toscana] (em alemão). [S.l.]: Richter. p. 30 
  19. Marignié, Jean Etienne François (1818). Le roi ne peut jamais avoit tort, le roi ne peut mal faire [The king was not wrong, the king can do no wrong] (em francês). [S.l.]: Le Normant. p. 12 
  20. Blanning, Tim (2008). The Pursuit of Glory: The Five Revolutions That Made Modern Europe. Penguin Books. ISBN 978-0143113898.
  21. Wilson, Peter H. (2000). Absolutism in Central Europe. Routledge. ISBN 978-0415233514.
  22. Marquis de Dangeau (1858). Mémoire sur la mort de Louis XIV [Memórias da morte de Luís XIV] (em francês). [S.l.]: Firmin Didot Frères. p. 24. Consultado em 29 de novembro de 2009 
  23. Les Des Œillets, une grande comédienne, une maitresse de Louis XIV- Jean Lemoine ; Librairie Académique Perrin (chap. IV : La Bâtarde du Roi, Louise de Maisonblanche - pages 49 à 58)
  24. Somerset, Anne (2004). The Affair of the Poisons: Murder, Infanticide, and Satanism at the Court of Louis XIV. Principal Characters of the Affairs of the Poisons: St. Martin's Press. p. 17. ISBN 0312330170 
  25. Weir 1996, p. 263
  26. Anselme de Sainte-Marie, Père (1726). Histoire généalogique et chronologique de la maison royale de France (em francês). volume 1 (3ª edição). Paris: La compagnie des libraires, páginas 145–146.
  27. Wurzbach, Constantin, von, edição do ano de 1860. "Habsburg, Anna von Oesterreich (Königin von Frankreich)". Biographisches Lexikon des Kaiserthums Oesterreich (em alemão). volume 6. página 152 – via Wikisource.
  28. Anselme de Sainte-Marie, Père (1726). Histoire généalogique et chronologique de la maison royale de France (francês). volume 1 (3ª edição). Paris: La compagnie des libraires, páginas 143–144.
  29. Marie de Médicis na Encyclopædia Britannica
  30. Wurzbach, Constantin, von, edição do ano de 1861. "Habsburg, Philipp III.". Biographisches Lexikon des Kaiserthums Oesterreich (em alemão). volume 7. página 120 – via Wikisource.
  31. Wurzbach, Constantin, von, edição do ano de 1861. "Habsburg, Margaretha (Königin von Spanien)". Biographisches Lexikon des Kaiserthums Oesterreich (em alemão). volume 7. página 13 – via Wikisource.

Bibliografia editar

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