Brasil como superpotência emergente
Esta página cita fontes confiáveis, mas que não cobrem todo o conteúdo. (Abril de 2010) |
A República Federativa do Brasil é considerada, em âmbito internacional, uma superpotência emergente, devido a seu contingente populacional e ao crescimento econômico por que vem passando desde o Plano Real.[1] Desde 2001, com a criação da expressão BRICS (acrônimo para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o país passou a ser um importante ator no cenário mundial, canalizando vários investimentos.
Brasil | |||
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República Federativa do Brasil
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Fatores favoráveisEditar
Fatores econômicosEditar
O Brasil é a oitava maior economia do mundo por PIB nominal e a oitava por paridade de compra. A partir dos anos 1990 o país conquistou estabilidade econômica, atraindo investimentos estrangeiros. Em 2008, o PIB brasileiro atingiu a marca de 2,030 trilhões de dólares passando países como Canadá, Itália e Reino Unido e se aproximando da França.
As exportações triplicaram em cinco anos de aproximadamente 60 bilhões de dólares em 2002 para mais de 200 bilhões de dólares em 2008.
O Brasil é o maior detentor de bacias de águas doce do mundo e possui a 9ª maior reserva de petróleo do mundo após a confirmação em novembro de 2007, na bacia de Santos, do estoque do pré-sal que vem sendo estudado desde os anos 1980. Suas reservas econômicas internacionais estão na cifra de 335 bilhões de dólares.[3] O real se consolidou como uma moeda forte e de intensa atuação na zona latino-americana. É um dos maiores fomentadores de atividades (fora os países desenvolvidos) nos continentes americano e africano através do BNDES e empresas públicas e privadas.
Possui empresas de abrangência mundial nos campos petrolífero, exploração mineral, construção de aviões, siderurgia, engenharia, telecomunicações, máquinas elétricas, alimentos e bebidas o que lhe oferece razoável vantagem em penetração comercial em diversos continentes.
O Brasil é uma das nações G4, que buscam assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU.
O Brasil possui a sexta maior reserva de urânio e já o enriquece a um grau de 3,8% e 4% e pretende aumentá-lo para a 6%.[4]
Fatores geográficosEditar
O Brasil possui a quinta maior população do mundo e também a quinta maior extensão de terra do mundo. O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta, contando com cerca de 18% da biota global (2), um litoral de mais de 7.000 km, que permite um fácil escoamento da produção para o oceano Atlântico através dos vários portos existentes no país, e uma diversidade climática que propicia variada produção agrícola e industrial.
Fatores militaresEditar
O Brasil nunca passou por um momento histórico que o obrigasse a se militarizar, exceto durante a Guerra do Paraguai, sempre tendo boas relações com todos os países, mas este quadro tende a mudar devido ao objetivo do Brasil de obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. O Brasil está coordenando a maior atividade militar em atuação no continente americano, estando à frente da MINUSTAH, força de paz (estabilizadora) atuando no Haiti. Oficialmente o país não possui ogivas nucleares, mas é o único país da América Latina que domina o uso da energia nuclear[carece de fontes]. Outrossim, conforme citado acima, o Brasil possui a 6ª maior reserva de urânio do mundo, sendo o enriquecimento desta substância necessário para a fabricação de armas nucleares, tendo já a tecnologia necessária para a construção delas. Os gastos do Brasil com as forças armadas chegam a 24 bilhões de dólares(2015), possuindo um dos 15 maiores orçamentos militares do planeta. O país também possui um dos maiores exércitos do mundo, a maior aeronáutica e marinha da América Latina.[5]
Fatores contráriosEditar
Há vários fatores que podem impedir o crescimento brasileiro como burocracia e tributação elevada sobre a população de média e baixa renda. O país tem problemas com a baixa qualidade da educação, infraestrutura não satisfatória, diferenças regionais acentuadas e alta concentração de renda. Além disso, a corrupção política e a violência no Brasil são muito grandes, exigindo políticas mais eficazes no campo social, que ainda não foram implementadas.
Burocracia e liberdade econômicaEditar
O Brasil sempre foi conhecido internacionalmente pela burocracia exagerada. No ranking geral da burocracia do Banco Mundial, o Brasil ocupava o 116º lugar, de 189 países.[6], o que afasta potenciais investidores que ajudam o país a emergir como superpotência. Além disso, o governo brasileiro tem adotado um política intervencionista, que se reflete no ranking de liberdade econômica, aparecendo em posições não compatíveis com uma superpotência.[7][8]
Fatores sociaisEditar
O Brasil conta com sérios problemas sociais, como a desigualdade social (onde os mais ricos concentram mais da metade da riqueza e das terras do país em detrimento da maioria), qualidade da educação e a forte violência. O Índice de Gini, que mede o nível de desigualdade no país, mostrou que a distribuição do rendimento médio mensal de todos os trabalhos foi mais desigual entre os homens, 0,491, do que entre as mulheres, 0,474. O valor desse índice varia de zero (a perfeita igualdade) até um (a desigualdade máxima).[9]. Além disso, a educação do país não possibilita o crescimento num longo prazo. O Brasil se distanciou da média de 40 países em um ranking que compara resultados de provas de matemática, ciência e leitura, e também índices como taxas de alfabetização e aprovação escolar.[10] Outro problema que o país enfrenta é a forte violência. O Brasil é o 11º país mais inseguro do mundo no Índice de Progresso Social, sendo que países que recentemente foram alvos de manifestações violentas como Egito, Líbano, Ucrânia e Iêmen tem índice de segurança pessoal maior que o Brasil.[11] Outro fator é a corrupção política; um ranking de corrupção coloca Brasil em 72º lugar entre 177 países, já sendo muito para uma superpotência.[12]
TributaçãoEditar
A tributação no Brasil atingiu níveis superiores aos verificados em muitos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), desestimulando negócios; os impostos representaram 32,4% do PIB no país.[13]
“ | “Historicamente, o Brasil tem sido o país da América Latina com a maior proporção de tributos em relação ao PIB durante o período de 1990-2009 (mas, em segundo lugar, depois da Argentina em 2010), mostrando percentuais semelhantes à média da OCDE, especialmente depois de 2004” | ” |
—diz o documento Estatísticas sobre Receita na América Latina, divulgado em novembro de 2012.[13] |
Ver tambémEditar
Referências
- ↑ João Caminoto (21 de maio de 2009). «Entrevista com Jim O'Neill». Época
- ↑ «Sítio SPTV-Globo». Globo.com. Sptv.globo.com
- ↑ «BCB Jun/2011». Bcb.gov.br
- ↑ BOROS, Talita (19 de fevereiro de 2010). «Apesar de alto potencial, Brasil nega intenção de exportar urânio». Universo Online. Noticias.uol.com.br. Consultado em 19 de fevereiro de 2010
- ↑ Alvaro Dias. «Senado Federal Pronunciamento Completo» (PDF)
- ↑ «Brasil melhora duas posições em ranking de burocracia». Folha de S.Paulo. Uol. Consultado em 18 de janeiro de 2017
- ↑ Álvaro Campos (16 de setembro de 2015). «Brasil cai 12 posições em ranking de liberdade econômica». Exame. Abril. Consultado em 18 de janeiro de 2017
- ↑ «Brasil perde 14 posições em ranking de liberdade econômica». Folha de S.Paulo. Uol. Consultado em 18 de janeiro de 2017
- ↑ http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2015/11/mulheres-receberam-745-do-salario-dos-homens-em-2014-aponta-ibge.html
- ↑ O Brasil se distanciou da média de 40 países em um ranking que compara resultados de provas de matemática, ciência e leitura, e também índices como taxas de alfabetização e aprovação escolar
- ↑ http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/04/brasil-e-o-11-pais-mais-inseguro-do-mundo-no-indice-de-progresso-social.html
- ↑ http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/12/ranking-de-corrupcao-coloca-brasil-em-72-lugar-entre-177-paises.html
- ↑ a b «Tributação no Brasil é maior que em 17 países da OCDE». VEJA. Abril. Consultado em 18 de janeiro de 2017