Grande Prêmio do Canadá de 2019

O Grande Prêmio do Canadá de 2019 (formalmente denominado Formula 1 Pirelli Grand Prix du Canada 2019) foi a sétima etapa da temporada de 2019 da Fórmula 1. Disputada em 9 de junho de 2019 no Circuito Gilles Villeneuve, Montreal, Canadá[1]

Grande Prêmio do Canadá de F-1 2019

Grande Prêmio do Canadá de 2019.
Detalhes da corrida
Data 9 de junho de 2019
Nome oficial Formula 1 Pirelli Grand Prix du Canada 2019
Local Circuito Gilles Villeneuve, Montreal, Quebec, Canadá
Total 70 voltas / 305.270 km
Pole
Piloto
Alemanha Sebastian Vettel Ferrari
Tempo 1:10.240
Volta mais rápida
Piloto
Finlândia Valtteri Bottas Mercedes
Tempo 1:13.078 (na volta 69)
Pódio
Primeiro
Reino Unido Lewis Hamilton Mercedes
Segundo
Alemanha Sebastian Vettel Ferrari
Terceiro
Mónaco Charles Leclerc Ferrari

Relatório editar

Antecedentes editar

Treino Classificatório[2] editar

Q1

O Q1 em Montreal teve um início lento. Charles Leclerc foi o primeiro a acelerar um pouco mais sério, quase na metade da atividade. Seu companheiro de Ferrari, Sebastian Vettel, seguiu seus passos pouco depois. Só que Hamilton e Bottas não demoraram a ameaçar o domínio vermelho e também aceleraram. Mas foi por pouco tempo. Logo, Vettel e Leclerc tomaram a frente.

Na parte de baixo da briga, a Williams, mais uma vez, decepcionou. Robert Kubica e George Russell fizeram os piores tempos da primeira parte do treino e ficaram longe do Q2. Mesmo em casa, Stroll, com a Racing Point, também não passou. Em sua última volta, até sentiu o gostinho de passar pela primeira vez para a sequência da classificação, mas foi empurrado para a zona de eliminação. O campeão mundial Kimi Raikkonnen, com a Alfa Romeo, também ficou pelo caminho.


Eliminados: Sergio Pérez (Racing Point), Kimi Räikkönen (Alfa Romeo), Lance Stroll (Racing Point), George Russell (Williams) e Robert Kubica (Williams).

Q2

Na volta à pista, Vettel marcou a melhor volta logo de cara, com 1m11s309. Hamilton, porém, logo pulou para o topo da tabela, com 1m11s010. Bottas acompanhou o companheiro de Mercedes, e os dois não saíram de lá até o fim da parcial. Só que a grande emoção daquela parte do treino foi a batida de Kevin Magnussen, perto do zerar do relógio. O piloto não conseguiu controlar seu carro na curva, acabou tocando o Muro dos Campeões e atravessou a pista para se chocar do outro lado. Mas nada sério aconteceu com o dinamarquês.

Quem se deu mal mesmo foi Max Verstappen. O holandês vinha para uma boa volta e tinha tudo para garantir um lugar no Q3. O acidente com Magnussen, porém, deixou o piloto da RBR pelo caminho. Outro que não ficou muito feliz foi Romain Grosjean. E não foi porque seu companheiro de equipe se acidentou, não. “Acabou com a minha volta”, disse o francês.


Eliminados: Max Verstappen (Red Bull Racing), Daniil Kvyat (Toro Rosso), Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo), Alexander Albon (Toro Rosso) e Romain Grosjean (Haas).

Q3

Com 15 minutos de atraso após o acidente de Magnussen, apenas nove pilotos foram à pista para o Q3. Vettel foi o primeiro a acelerar na casa de 1m10s681. Mas foi por pouco tempo. Logo depois, Hamilton fez 1m10s493 e estabeleceu o novo recorde da pista. Valteri Bottas mostrou estar com a sorte em dia. O piloto chegou a rodar na pista, mas conseguiu controlar o carro para evitar qualquer batida.

Só que o domínio de Hamilton não durou até o fim do Q3. Sebastian Vettel acelerou na reta final, marcou 1m10s240 e estabeleceu a nova marca do circuito. É a primeira pole do piloto alemão na temporada. Quem não se deu bem foi Bottas, que vai lagar apenas em sexto lugar.

 
Grid de Largada

Corrida[3] editar

Antes mesmo da largada, o domingo já reservava sustos para Lewis Hamilton. A Mercedes precisou desmontar o carro por conta de um problema hidráulico. Quando já estava no grid, o bólido precisou de novos reparos nos freios. Apesar de tudo, nada que aparentava prejudicar a participação de Hamilton no GP.

Na volta de apresentação, novo susto: o britânico engasgou na hora de deixar o grid e relatou problemas pelo rádio. Mesmo assim, o carro ainda parecia andar normalmente.

Na largada, pelo menos para os líderes, foi normal. Vettel fechou a primeira curva em primeiro, com Hamilton atrás. Leclerc, Ricciardo e Gasly também mantiveram posições, enquanto Bottas se complicava. Ao invés de ganhar terreno, o finlandês perdeu posição para Hülkenberg. A zona de pontos se encerrava com Norris, Verstappen e Kvyat.

Mais atrás, toques. Albon brigou por posição com Giovinazzi na curva 1, tocando e quebrando a asa dianteira. O tailandês se arrastou até os boxes, onde fez o pit emergencial.

Na frente, a corrida se desenrolava do jeito que Vettel gostaria. O alemão começou a anotar as melhores voltas, o que significava abrir 1s8 de vantagem sobre Hamilton. O britânico também era mais lento que Leclerc, que tentava entrar na zona de uso de DRS.

A parte de trás da zona de pontos reservava a briga mais quente das primeiras voltas. Verstappen foi ultrapassado por Norris ainda na primeira volta, o que significava ficar preso atrás da McLaren. O holandês tentava reagir, mas sofria para achar espaço. O outro carro laranja tinha vida mais difícil: Sainz veio aos boxes na volta 4 para tirar um detrito da entrada de ar dos freios, aproveitando para trocar os pneus macios por duros, voltando em 19º.

Curiosamente, o plano emergencial da McLaren afetou o resto do grid. Räikkönen e Kubica também pararam, reagindo ao espanhol, que começava a anotar bons tempos de volta. Gasly, mais adiante, fez o mesmo na volta 9 – trocando macios por duros, voltando em 13º. O plano de todos esses pilotos era ir até o fim da corrida sem novas paradas.

O primeiro abandono veio na volta 10. Norris andava normalmente quando a suspensão traseira direita simplesmente quebrou, sem qualquer toque. Era fim de prova para o britânico, enquanto o resto do pelotão intermediário seguia com paradas nos boxes.

Com 14 voltas de corrida, o top-6 – Vettel, Hamilton, Leclerc, Hülkenberg, Bottas e Verstappen – seguia sem parar. Ricciardo era o melhor dentre os com pneus novos, em sétimo. Mas talvez parar tão cedo não tenha sido ideia tão boa: os pilotos com pneus gastos, mas mais aderentes, conseguiam voltas melhores até aqui.

Na volta 16, com Hülkenberg nos boxes. O alemão voltou em oitavo na frente de Gasly e, de quebra, com pneus aproximadamente dez voltas mais novos. O francês tinha um problema claro: Stroll, ainda sem parar, logo na frente. Os três primeiros colocados, por sua vez, preparavam a estratégia em banho-maria. Foi só na volta 23 que a Ferrari fez menção de parada aos pilotos, indicando que iria com o ‘Plano B’ com Vettel e Leclerc.

Vettel abriu os trabalhos na volta 27, parando nos boxes para colocar pneus duros. Hamilton ouviu pelo rádio que era ‘Hammertime’ – hora de pisar fundo para tentar passar o alemão após o pit-stop. Não funcionou tão bem: parando na 29, Lewis voltou em terceiro, 4s4 atrás de Vettel. Em termos de campeonato, o britânico tinha algo importante: voltar na frente de Bottas, quarto e ainda sem parar.

Bottas, por sua vez, parou na 31. O finlandês, em uma tarde de pouco destaque, voltou em sexto – ainda atrás de Ricciardo, que fazia apresentação das melhores. Dessa forma, só dois pilotos seguiam sem parar: Leclerc, líder provisório, e Verstappen, quarto. Leclerc finalmente parou na 33, voltando em quarto – atrás de Verstappen. O monegasco não teve dificuldades para fazer a ultrapassagem sobre o holandês, mas agora passava a ver um déficit de 11s para Hamilton.

E aí a briga pela vitória começou a ganhar uma nova cara: Hamilton, depois de um primeiro stint difícil, conseguiu encontrar tempo com pneus duros. Antes mais de 2s atrás, o britânico conseguiu cortar a diferença para 1s2 em poucas voltas. Mais duas voltas e a margem ficava em 0s6. O problema foi fritar os pneus no hairpin no giro seguinte, permitindo que a diferença crescesse novamente.

Mesmo assim, não tardou para Hamilton voltar a ter menos de 1s de vantagem. E aí Vettel não se ajudou: o alemão escapou na chicane das curvas 3 e 4, passando pela grama. O alemão conseguiu voltar na frente de Hamilton, mas quase causando um acidente.

Na volta 51, Verstappen finalmente veio aos boxes, colocando pneus médios. O holandês voltou em sétimo, mas com ritmo para empilhar ultrapassagens. A primeira vítima foi Hülkenberg, valendo o sexto lugar. Mais algumas voltas e Daniel Ricciardo teve o mesmo destino, valendo o quinto. Depois, tudo isso ficou em segundo plano. Com 15 voltas para o fim, a FIA avisou que Vettel tinha um acréscimo de 5s por escapar da pista nas curvas 3 e 4, voltando de forma considerada perigosa.

As voltas seguintes reservaram a Ferrari tentando motivar Vettel a abrir vantagem sobre Hamilton. Era de 2s e precisava crescer mais 3s. Lewis eventualmente reagiu, se aproximando e ficando menos de 1s atrás. Era xeque-mate: a vitória de Ferrari foi pelo ralo, permitindo o sétimo triunfo da Mercedes em 2019.

Pós-Corrida editar

Antes do pódio, uma das cenas que chamou mais a atenção, que a bizarra troca de placas de Sebastian Vettel após a corrida, quando o alemão, irritado com punição que custou sua vitória, ele colocou a placa do primeiro lugar na frente de seu carro e o de segundo lugar na frente do carro de Lewis Hamilton.[4]

Pneus editar

Os compostos de pneus fornecidos pela Pirelli para este Grande Prêmio
Nome do composto Cor Banda de rolamento Condições de Tempo Dry Type Aderência Longevidade
Macio (C5)   Slick
(P Zero)
Seco Soft Mais aderência Menos durável
Médio (C4)   Slick
(P Zero)
Seco Medium Médio Médio
Duro (C3)   Slick
(P Zero)
Seco Hard Menos aderência Mais durável

Resultados editar

Treino Classificatório editar

Pos. Piloto Construtor Q1 Q2 Q3 Grid
1 5   Sebastian Vettel Ferrari 1:11.200 1:11.142 1:10.240 1
2 44   Lewis Hamilton Mercedes 1:11.518 1:11.010 1:10.446 2
3 16   Charles Leclerc Ferrari 1:11.214 1:11.205 1:10.920 3
4 3   Daniel Ricciardo Renault 1:11.837 1:11.532 1:11.071 4
5 10   Pierre Gasly Red Bull-Honda 1:12.023 1:11.196 1:11.079 5
6 77   Valtteri Bottas Mercedes 1:11.229 1:11.095 1:11.101 6
7 27   Nico Hülkenberg Renault 1:11.720 1:11.553 1:11.324 7
8 4   Lando Norris McLaren-Renault 1:11.780 1:11.735 1:11.863 8
9 55   Carlos Sainz Jr. McLaren-Renault 1:11.750 1:11.572 1:13.981 9
10 20   Kevin Magnussen Haas-Ferrari 1:12.107 1:11.786 S/Tempo 10
11 33   Max Verstappen Red Bull-Honda 1:11.619 1:11.800 11
12 26   Daniil Kvyat Toro Rosso-Honda 1:11.965 1:11.921 12
13 99   Antonio Giovinazzi Alfa Romeo-Ferrari 1:12.122 1:12.136 13
14 23   Alexander Albon Toro Rosso-Honda 1:12.020 1:12.193 14
15 8   Romain Grosjean Haas-Ferrari 1:12.109 S/Tempo 15
16 11   Sergio Pérez Racing Point-BWT Mercedes 1:12.197 16
17 7   Kimi Räikkönen Alfa Romeo-Ferrari 1:12.230 17
18 18   Lance Stroll Racing Point-BWT Mercedes 1:12.266 18
19 63   George Russell Williams-Mercedes 1:13.617 19
20 88   Robert Kubica Williams-Mercedes 1:14.393 20
Tempo dos 107%: 1:16.184
Fonte:[5]
Notas
  • ↑1  – Carlos Sainz Jr. foi punido com três posições no grid por ter atrapalhado Alexander Albon. Com isso, o piloto da McLaren larga do 12º lugar.
  • ↑2  – Kevin Magnussen terá de largar do pitlane após a equipe ter de mexer no carro durante regime de parque fechado.

Corrida editar

Pos. Nu. Piloto Construtor Voltas Tempo/Retirado Pit Stop Pneus Grid Pontos
1 44   Lewis Hamilton Mercedes 70 1:29:07.084 1    2   25
2 5   Sebastian Vettel Ferrari 70 + 3.6583 1    1   18
3 16   Charles Leclerc Ferrari 70 +4.696s 1    3   15
4 77   Valtteri Bottas Mercedes 70 +51.043s 2     6   (12+1)
5 33   Max Verstappen Red Bull-Honda 70 +57.655s 1    11   10
6 3   Daniel Ricciardo Renault 69 +1 volta 1    4   8
7 27   Nico Hülkenberg Renault 69 +1 volta 1    7   6
8 10   Pierre Gasly Red Bull-Honda 69 +1 volta 1    5   4
9 18   Lance Stroll Racing Point-BWT Mercedes 69 +1 volta 1    18   2
10 26   Daniil Kvyat Toro Rosso-Honda 69 +1 volta 1    12   1
11 55   Carlos Sainz Jr. McLaren-Renault 69 +1 volta 1    9  
12 11   Sergio Pérez Racing Point-BWT Mercedes 69 +1 volta 1    16  
13 99   Antonio Giovinazzi Alfa Romeo-Ferrari 69 +1 volta 1    13  
14 8   Romain Grosjean Haas-Ferrari 69 +1 volta 1    15  
15 7   Kimi Räikkönen Alfa Romeo-Ferrari 69 +1 volta 1     17  
16 63   George Russell Williams-Mercedes 68 +2 voltas 1    19  
17 20   Kevin Magnussen Haas-Ferrari 68 +2 voltas 1    10  
18 88   Robert Kubica Williams-Mercedes 67 +3 voltas 2     20  
Ret 23   Alexander Albon Toro Rosso-Honda 59 Retirou-se 1    14  
Ret 4   Lando Norris McLaren-Renault 8 Suspensão 0   8  
Fonte:
Notas
  • ↑3  – Sebastian Vettel completou a corrida em primeiro, mas, recebeu a punição de 5 segundos por voltar à pista insegura e forçar Lewis Hamilton a sair da pista.

Curiosidades editar

  • É a sétima vitória de Hamilton no Canadá na carreira, igualando Michael Schumacher, maior vencedor da prova.
  • Pela primeira vez em 2019 que a Ferrari coloca seus dois pilotos no pódio.

Voltas na Liderança editar

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
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Nº de Voltas Piloto Voltas
1-25;33-70   Sebastian Vettel 63
28-32  Charles Leclerc 5
26-27  Lewis Hamilton 2

2019 DHL Fastest Pit Stop Award editar

Resultado editar

Pos. Nu. Piloto Construtor Tempo Pontos
1   25
2   18
3   15
4   12
5   10
6   8
7   6
8   4
9   2
10   1
Fonte:[6]

Classificação editar

Tabela do campeonato após a corrida editar

Somente as cinco primeiras posições estão incluídas nas tabelas.

Referências

  1. «Formula 1 Grand Prix Heineken du Canada 2019» (em inglês). Formula 1.com 
  2. «GP do Canadá: Vettel acelera no fim, toma lugar de Hamilton e crava sua primeira pole no ano». Globoesporte.com. 8 de junho de 2019. Consultado em 8 de junho de 2019 
  3. «Vettel cruza linha de chegada na frente no Canadá, mas leva punição e entrega vitória para Hamilton». Grande Prêmio. 9 de junho de 2019. Consultado em 9 de junho de 2019 
  4. «Vettel protesta com placas após GP do Canadá e é convencido a ir ao pódio». UOL. 9 de junho de 2019. Consultado em 9 de junho de 2019 
  5. «Canadá - Qualifying». f1.com. Consultado em 8 de junho de 2019 
  6. «2019 DHL Fastest Pit Stop Award» (em inglês). Formula1.com 

Ligações externas editar

Corrida anterior:
GP de Mônaco de 2019
Campeonato Mundial de Fórmula 1 da FIA
Temporada 2019
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