Supercopa Sul-Americana
A Supercopa Sul-Americana, também conhecida como Supercopa João Havelange ou Supercopa Libertadores, foi uma competição de futebol oficial da Conmebol, que reunia todos os campeões da Copa Libertadores da América.
Supercopa Sul-Americana | |||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Supercopa Sudamericana | |||||||||
Dados gerais | |||||||||
Organização | CONMEBOL | ||||||||
Edições | 10 | ||||||||
Outros nomes | Supercopa João Havelange Supercopa Libertadores | ||||||||
Local de disputa | ![]() | ||||||||
Sistema | Eliminatórias | ||||||||
| |||||||||
Correspondia ao segundo torneio do continente, quando foi substituída pelas copas Mercosul e Merconorte, em 1998.[1] Durante o período em que foi realizada, o campeão da competição disputava o título da Recopa Sul-Americana contra o campeão da Copa Libertadores no ano seguinte.[2][3]
A Conmebol pretendia fazer com que o torneio retornasse em 2020, reunindo as 25 equipes que venceram até 2019 a Copa Libertadores,[4] mas o projeto não se concretizou.
História editar
Disputada entre 1988 e 1997, a partir de 1998 foi substituída pelas copas Mercosul e Merconorte (que posteriormente seriam substituídas pela Copa Sul-Americana em 2002). Além da Copa Libertadores e da Supercopa, existia outra competição sul-americana, a Copa Conmebol.[1]
O seu campeão jogava no ano seguinte a Recopa Sul-Americana, contra o campeão da Copa Libertadores, sendo que em 1993 coincidiu do mesmo time vencer ambas, o São Paulo. O time paulista enfrentou então o Botafogo, vencedor da Copa CONMEBOL de 1993.[5]
Jogada por 13 times em sua primeira edição, em 1988, quatro times foram inclusos por se agregarem ao rol de campeões da Libertadores: Atlético Nacional (1989), Colo-Colo (1991), São Paulo (1992) e Vélez Sarsfield (1995). Os três primeiros entraram na Supercopa no mesmo ano, enquanto o time argentino, que venceu sua primeira Libertadores uma semana antes do início da Supercopa de 1994, estreou apenas no ano seguinte. Em 1997, o Vasco da Gama também foi adicionado, em função do seu título no Campeonato Sul-Americano de Campeões de 1948.[6]
O seu critério classificatório permitia o abrigo de times no segundo nível nacional, como Grêmio e Estudiantes, que, já campeões do continente, vivenciaram rebaixamento nos anos 1990.[1]
Visando diminuir o número de participantes, criou-se um "rebaixamento". Em 1996, o Argentino Juniors foi o rebaixado, não jogando no ano seguinte. Em 1997, Boca Juniors, Racing, Vélez Sarsfield e Grêmio seriam os afetados pela regra, mas a penalidade nunca foi colocada em prática, em razão do fim do certame. Conforme a Placar, o rebaixamento tratava-se de uma "lista de espera" que poderia ser acionada caso algum clube desistisse da disputa.[7]
Com a inclusão do Vasco, a última edição contou, assim como as duas edições anteriores, com 17 times. Enquanto as nove primeiras edições foram feitas apenas em sistema eliminatório, a de 1997 foi disputada com uma fase de grupos, formada por quatro grupos de quatro clubes, sendo que o último de cada seria o eliminado para a próxima edição.[7]
Em 1992 e 1995 foi realizada a Copa Master da Supercopa, que visava reunir todos os vencedores da Supercopa, o que foi atingido na primeira edição (quatros times), enquanto a segunda foi disputada por apenas dois dos seis campeões de então; Boca Juniors (1992) e Cruzeiro (1995) foram os campeões.[8] Rendia vaga ainda na Copa de Ouro Nicolás Leoz (torneio jogado em 1993, 1995 e 1996, pelos campeões continentais da temporada passada), embora esta presença tenha sido dispensada pelo Independiente (vencedor da Supercopa de 1994 e 1995) em 1995 e 1996, apenas neste último caso com substituição pelo vice.[9]
Em 2019, o presidente da CONMEBOL Alejandro Domínguez afirmou a possibilidade de recriar a Supercopa em 2020, como uma forma de classificação para o Mundial de Clubes de 2021, com vagas para o campeão e vice da Supercopa.[10][11]
Lista de campeões editar
Ano | Final | ||
---|---|---|---|
Vencedor | Placar | Vice | |
1988 Detalhes |
Racing | 2 - 1 1 - 1 Agr: 3 - 2 |
Cruzeiro |
1989 Detalhes |
Boca Juniors | 0 - 0 0 - 0 Agr: 0 - 0 Pen: 5 - 3 |
Independiente |
1990 Detalhes |
Olimpia | 3 - 0 3 - 3 Agr: 6 - 3 |
Nacional |
1991 Detalhes |
Cruzeiro | 0 - 2 3 - 0 Agr: 3 - 2 |
River Plate |
1992 Detalhes |
Cruzeiro | 4 - 0 0 - 1 Agr: 4 - 1 |
Racing |
1993 Detalhes |
São Paulo | 2 - 2 2 - 2 Agr: 4 - 4 Pen: 5 - 3 |
Flamengo |
1994 Detalhes |
Independiente | 1 - 1 1 - 0 Agr: 2 - 1 |
Boca Juniors |
1995 Detalhes |
Independiente | 2 - 0 0 - 1 Agr: 2 - 1 |
Flamengo |
1996 Detalhes |
Vélez Sársfield | 1 - 0 2 - 0 Agr: 3 - 0 |
Cruzeiro |
1997 Detalhes |
River Plate | 0 - 0 2 - 1 Agr: 2 - 1 |
São Paulo |
Títulos por equipe editar
Clube | País | Títulos | Vices | Aproveitamento em finais |
---|---|---|---|---|
Cruzeiro | Brasil | 2 (1991 e 1992) | 2 (1988 e 1996) | 50% |
Independiente | Argentina | 2 (1994 e 1995) | 1 (1989) | 66,6% |
Racing | Argentina | 1 (1988) | 1 (1992) | 50% |
Boca Juniors | Argentina | 1 (1989) | 1 (1994) | 50% |
River Plate | Argentina | 1 (1997) | 1 (1991) | 50% |
São Paulo | Brasil | 1 (1993) | 1 (1997) | 50% |
Olimpia | Paraguai | 1 (1990) | 0 | 100% |
Vélez Sarsfield | Argentina | 1 (1996) | 0 | 100% |
Títulos por país editar
País | Títulos | Vices | Aproveitamento em finais |
---|---|---|---|
Argentina | 6 | 4 | 60% |
Brasil | 3 | 5 | 37,5% |
Paraguai | 1 | 0 | 100% |
Uruguai | 0 | 1 | 0% |
Artilheiros editar
Competições semelhantes editar
Em 1968, disputou-se a primeira edição da Recopa dos Campeões Intercontinentais, contando com todos os sul-americanos campeões da Copa Intercontinental até 1967, Santos, Racing e Peñarol, além do Inter de Milão. No ano seguinte, na segunda e última edição, foi agregado o Estudiantes; jogaram apenas sul-americanos. Assim, o torneio contou com 4 dos 5 campeões de então da Copa Libertadores, ausente apenas o Independiente, que só viria a ser campeão mundial na década de 1970.
No Brasil, foi disputada de 1995 a 1997 a Copa dos Campeões Mundiais, que reunia os 4 campeões mundiais brasileiros da época: Flamengo, Grêmio, São Paulo e Santos.
A Copa Master da CONMEBOL e a Copa Master da Supercopa também possuíam como critério a lista de clubes campeões de uma competição. A primeira, considerava o rol dos campeões da Copa CONMEBOL, a segunda, o da Supercopa Libertadores.
Ver também editar
Referências
- ↑ a b c Bueno, Rodrigo. «Conmebol e cartolas opositores colocam suas Superligas na gaveta | Blogs». ESPN. Consultado em 16 de agosto de 2022
- ↑ «Supercopa Sul-Americana». Site da Conmenbol. Consultado em 11 de Janeiro de 2015
- ↑ Stein, Leandro (19 de novembro de 2021). «Um mapa com todos os finalistas da Copa Sul-Americana e dos outros antigos torneios secundários da Conmebol». Trivela. Consultado em 13 de agosto de 2022
- ↑ «Clubes brasileiros aprovam volta da Supercopa da Libertadores, mas fazem ressalva sobre calendário». ge. Consultado em 3 de março de 2023
- ↑ «Folha de S.Paulo - Entenda o que é a Recopa - 2/4/1994». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 3 de março de 2023
- ↑ Ceconello, Douglas. «O clube exclusivo dos campeões: uma competição chamada Supercopa». ge. Consultado em 11 de abril de 2023
- ↑ a b Abril, Editora (agosto de 1997). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril
- ↑ «Copa Master da Supercopa». Bola na Área. Consultado em 11 de abril de 2023
- ↑ «Copa Ouro Nicolás Leoz - Conmebol». Bola na Área. Consultado em 2 de março de 2023
- ↑ «Com volta da Supercopa dos Campeões, Conmebol elabora critérios de classificação ao Mundial de 2021». Globoesporte. Consultado em 5 de dezembro de 2019
- ↑ Prosperi, Luiz Antonio (17 de outubro de 2019). «Mundial de Clubes 2021: Conmebol recria Supercopa dos Campeões da Libertadores valendo vaga ao torneio da Fifa». Chuteira FC. Consultado em 5 de dezembro de 2019