Usuário(a):Danyelle Oliveira/Testes2

Danyelle Oliveira/Testes2

Instituto Brasileiro de Museus
Organização
Natureza jurídica Autarquia federal
Dependência Governo Federal
Ministério da Cultura
Localização
Jurisdição territorial Brasil
Sede Brasília, DF
Rio de Janeiro, RJ
Histórico
Criação 20 de janeiro de 2009 (15 anos)
Sítio na internet
Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), órgão gestor da Política Nacional de Museus. Criado por meio da Lei nº 11.906, em 20 de janeiro de 2009, tem como um dos seus principais objetivos a promoção de programas e projetos voltados à organização, gestão e desenvolvimento dos museus.[1][2]

O Ibram trabalha pela melhoria física e estrutural dos museus; por uma maior articulação e intensificação do intercâmbio institucional; e pela ampliação e democratização do acesso do público às suas instituições de memória. Por serem os museus lugares de transformação social e de desenvolvimento, também estão entre as prioridades do Instituto o incentivo e a criação de ferramentas que permitam o empoderamento social de todos aqueles que têm desejo de memória.

Histórico editar

A institucionalização do setor museológico no Brasil tem início na Era Vargas (1930-1945), marco das políticas públicas de cultura no Brasil.[3] Nesse período, destacam-se a criação do Curso de Museus (1932), responsável pela institucionalização dos estudos de museus e da museologia no Brasil, e o estabelecimento da Inspetoria de Monumentos Nacionais (1934), um dos principais antecedentes do SPHAN – do qual decorre a origem do Iphan/MinC e, por último, do Ibram – no âmbito do Museu Histórico Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, RJ.[4] [5]

Nos anos 2000 foi lançada a Política Nacional de Museus (PNM), o primeiro documento que estabelece as diretrizes conceituais do papel dos museus e do direito à memória da sociedade brasileira. Foi construída de forma democrática com a participação do setor museológico de todo país.[6]

Em atendimento à PNM, e como um primeiro passo de criação de um órgão específico para a gestão de políticas públicas para os museus, foi criado o Departamento de Museus (Demu) em 2004, no âmbito do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Em 20 de janeiro de 2009, foi sancionada pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva a Lei n.º 11.906, que tornou independente a a Diretoria de Museus e as Unidades Museológicas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Portanto, o Ibram originou-se do antigo Demu-Iphan, sendo responsável tanto pela Política Nacional de Museus quanto pela administração direta de 30 museus federais, em 10 estados da federação.[7][8]

Como resultados importantes dessa construção, evidenciam-se, em particular, os instrumentos que têm possibilitado ao Estado uma atuação mais efetiva na regulamentação e consolidação de políticas públicas no campo dos museus e da memória: a promulgação do Estatuto de Museus (Lei nº 11.904, de 14 de Janeiro de 2009), a criação do Ibram/MinC (Lei nº 11.906, de 20 de Janeiro de 2009) e o Decreto nº 8.124, de 17 de outubro de 2013, que regulamenta o Estatuto, e o próprio órgão.[9][10]

Sempre considerando a diversidade museológica brasileira, o Ibram dialoga democraticamente com esse universo em franca expansão, composto por mais de três mil e setecentos museus de múltiplas tendências, levando a cabo ações de fomento, de aquisição e preservação de acervos, bem como de integração entre os diversos atores do setor.[7][8][11]

No dia 10 de setembro de 2018, o presidente Michel Temer assinou a Medida Provisória nº 850 que autoriza a criação da Abram (Agência Brasileira de Museus) e dá outras providências.[12] Essa medida repercutiu negativamente entre as instituições do setor museológico.[13][14][15][16]

Missão e visão editar

De acordo com o Ibram, sua missão é promover a valorização dos museus e do campo museal, a fim de garantir o direito às memórias, o respeito à diversidade e a universalidade de acesso aos bens musealizados.[17] Visa tornar-se referência na gestão de políticas públicas e na geração e difusão de conhecimento para o campo museológico.[17]

Em suas ações, o Ibram afirma sempre considerar a visão museológica; o patrimônio; a diversidade; a transparência; as memórias e as identidades; a natureza educativa; a relevância social; a sustentabilidade; a acessibilidade universal e a participação.[17]

Competências editar

O Ibram tem a responsabilidade de promover e implementar políticas públicas para o campo museológico, visando a organização, gestão e o desenvolvimentos de instituições museais  e seus acervos. Para o cumprimento dessa premissa, o Instituto incentiva programas e ações que viabilizem a preservação, a promoção e a sustentabilidade do patrimônio museológico brasileiro, estimulando a participação de instituições museológicas políticas públicas para o setor museológico e nas ações de preservação, investigação e gestão do patrimônio cultural musealizado.[18]

O Instituto desenvolve e promove ações de comunicação, educação e ação cultural relativos ao patrimônio cultural sob a guarda das instituições museológicas para o reconhecimento dos diferentes processos identitários, sejam eles de caráter nacional, regional ou local e o respeito à diferença e à diversidade cultural do povo brasileiro.[18]

O Ibram tem também as seguintes finalidades:[18]

  • Propor medidas de segurança e proteção de acervos, instalações e edificações das instituições museológicas, visando manter a integridade dos bens culturais musealizados.
  • Contribuir para a divulgação e difusão, em âmbito nacional e internacional, dos acervos museológicos brasileiros;
  • Propor e implementar projetos, programas e ações para o setor museológico, bem como coordenar, acompanhar e avaliar as atividades deles decorrentes;
  • Estabelecer e divulgar normas, padrões e procedimentos, com vistas em aperfeiçoar o desempenho das instituições museológicas no país e promover seu desenvolvimento;
  • Promover o inventário sistemático dos bens culturais musealizados, visando a sua difusão, proteção e preservação;
  • Implantar e manter atualizado cadastro nacional de museus visando à produção de conhecimentos e informações sistematizadas sobre o campo museológico brasileiro;
  • Coordenar o Sistema Brasileiro de Museus (SBM), fixar diretrizes, estabelecer orientação normativa e supervisão técnica para o exercício de suas atividades sistematizadas;

Cronologia editar

Presidentes editar

Presidente Período
José do Nascimento Júnior[19] 08/05/2011 - 12/03/2013
Angelo Oswaldo de Araújo Santos[20] 09/07/2013 - 31/12/2014
Carlos Roberto Ferreira Brandão[21] 27/01/2015 - 20/06/2016
Marcelo Mattos Araújo[22] 15/09/2016 - 01/10/2018

Estrutura editar

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) é uma autarquia federal, dotada de personalidade jurídica de direito público, com autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério da Cultura.{{Carece de fontes}}

Sua estrutura administrativa é constituída pela sua sede (Brasília-DF), dois Escritórios de Representação Regional (RJ e MG) e trinta museus que estão instalados em oito (oito) estados da federação. Têm sob sua guarda inventariados aproximadamente 351.983 itens, e correspondem a um conjunto de 73 edificações (incluindo as sedes principais e os anexos), somando aproximadamente 81.971,98 m² de área construída e 47.605,35 m² de área expositiva.{{Carece de fontes}}

Administrativamente está estruturado em:{{Carece de fontes}}

  • Departamento de Processos Museais (DPMUS)
  • Departamento de Difusão, Fomento e Economia dos Museus (DDFEM)
  • Departamento de Planejamento e Gestão Interna (DPGI)
  • Coordenação Geral de Sistemas de Informação Museal (CGSIM)
  • Escritório de Representação Regional-MG
  • Escritório de Representação Regional-RJ

Conselhos editar

Museus federais vinculados ao Ibram editar

Imagem Instituição Município Estado Construção
do edifício
Usos anteriores Inauguração Site
  Museu da Inconfidência Ouro Preto Minas Gerais Década de 1780 Casa da Câmara e Cadeia 1946 [1]
  Museu da República
(Palácio do Catete)
Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1866 Residência do barão de Nova Friburgo,
sede do Poder Executivo
1960 [2]
  Palácio Rio Negro
(administrado pelo Museu da República)
Petrópolis Rio de Janeiro 1889-1896 Residência do barão do Rio Negro,
residência de verão do Presidente da República
2010 [3]
  Museu Histórico Nacional Rio de Janeiro Rio de Janeiro Século XVII a 1922 Complexo de edifícios militares,
pavilhão da Exposição do Centenário da Independência
1922 [4]
  Museu Imperial Petrópolis Rio de Janeiro 1845-1862 Palácio de verão de Dom Pedro II,
residência de verão do Presidente da República
1943 [5]
  Museu Lasar Segall São Paulo São Paulo 1932 Residência do pintor Lasar Segall 1967 [6]
  Museu Nacional de Belas Artes Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1908 Sede da Escola Nacional de Belas Artes 1937 [7]
  Museu do Açude
(equipamento dos Museus Castro Maya)
Rio de Janeiro Rio de Janeiro Fim do século XIX (reformada nos anos 1920) Chácara da família Castro Maya 1963 [8]
  Museu da Chácara do Céu
(equipamento dos Museus Castro Maya)
Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1954 Chácara de Raymundo Ottoni de Castro Maya 1972 [9]
  Museu Villa-Lobos Rio de Janeiro Rio de Janeiro Século XIX Residência 1960 [10]
  Museu de Arte Sacra de Paraty Paraty Rio de Janeiro Igreja de Santa Rita 1978 [11]
  Museu Casa da Hera Vassouras Rio de Janeiro Primeira metade do século XIX Residência 1968 [12]
  Museu Casa de Benjamin Constant Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1860 Residência de Benjamin Constant 1982 [13]
  Museu da Abolição Recife Pernambuco Século XVII Engenho de açúcar, fortaleza, residência do Barão de Goiana, quartel do exército, garagem e oficina de ônibus. 1983 [14]
  Museu das Bandeiras Goiás Goiás 1766 Casa da Câmara e Cadeia da Província de Goiás 1949 [15]
  Museu das Missões São Miguel das Missões Rio Grande do Sul 1940 n/a 1940 [16]
  Museu Socioambiental de Itaipu
(antigo Museu de Arqueologia de Itaipu)
Niterói Rio de Janeiro 1764 Recolhimento de Santa Teresa 1977 [17]
  Museu de Arte Religiosa e Tradicional de Cabo Frio Cabo Frio Rio de Janeiro 1686 Convento de Nossa Senhora dos Anjos 1982 [18]
  Museu de Arte Sacra da Igreja da Boa Morte Goiás Goiás 1762-1779 Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte 1969 [19]
  Museu do Diamante Diamantina Minas Gerais Século XVIII Residência do padre Rolim, membro da Inconfidência Mineira 1954 [20]
  Museu do Ouro Sabará Minas Gerais Século XVIII Casa da Real Intendência e Fundição do Ouro de Sabará 1946 [21]
  Museu Forte Defensor Perpétuo Paraty Rio de Janeiro 1793 Forte militar 1957 [22]
  Museu Regional de Caeté Caeté Minas Gerais Fins do século XVIII Residência do primeiro Barão de Catas Altas (João Batista Ferreira de Sousa Coutinho) 1950 [23]
  Museu Regional de São João del-Rei São João del-Rei Minas Gerais 1859 Residência do comendador João Antônio da Silva Mourão e família 1963 [24]
  Museu Solar Monjardim Vitória Espírito Santo Século XVIII Residência do Barão de Monjardim e família 1980 [25]
  Museu Victor Meirelles Florianópolis Santa Catarina Residência de Victor Meirelles 1952 [26]
  Museu Casa Histórica de Alcântara Alcântara Maranhão Século XIX Residência e loja 2004 [27]
  Casa da Princesa Pilar de Goiás Goiás 1745 Residência [28]
  Casa dos Ottoni Serro Minas Gerais Século XVIII Residência da Família Ottoni 1949 [29]

Políticas públicas, programas, projetos e ações editar

Preservação, difusão e acesso editar

  • Cadastro de Bens Musealizados Desaparecidos
 
Caderno da Política Nacional de Educação Museal (PNEM).

O Cadastro de Bens Musealizados Desaparecidos (CBMD) foi desenvolvido em 2010, com base na Lista Object ID elaborada a partir da iniciativa do Getty Information Institute em 1995 e outras normas e resoluções disponibilizadas pelo Conselho Internacional de Museus (Icom). No âmbito do Ibram, a criação deste cadastro objetiva a universalização do acesso ao conjunto dos bens culturais desaparecidos dos museus brasileiros para possibilitar o  rastreamento da localização e possibilitar a sua recuperação. Para registro do bem desaparecido no CBMD as informações devem ser encaminhadas por via postal ou por meio digital pelo proprietário do bem (quando este bem for declarado de interesse público) ou pelo representante legal do Museu. Vale salientar que o envio do boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do objeto, constitui parte fundamental do processo de cadastramento, além de uma breve descrição das peças, acompanhadas de informações técnicas e de reproduções fotográficas.

  • Declaração de Interesse Público

Instrumento de acautelamento que se destina a normatizar os procedimentos de Declaração de Interesse Público (Dip), com o objetivo de preservar o patrimônio cultural e ampliar o acesso da sociedade aos bens culturais musealizados ou passíveis de musealização.

  • Destinação aos Museus Brasileiros de Bens Culturais Apreendidos pela Receita Federal

A destinação de bens culturais aos museus é uma ação importante para o cumprimento da Lei Federal nº 12.840, de 9 de julho de 2013, que dispõe sobre a destinação bens culturais provenientes de apreensão em controle aduaneiro ou fiscal, seguida de perda de perdimento; dação em pagamento de dívida; e/ou abandono aos museus brasileiros. A partir dela, os públicos poderão ter acesso aos bens apreendidos que estarão protegidos, preservados e difundidos por meio da atuação dos museus, que têm como função basilar estar a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento.

  • Inventário Nacional de Bens Culturais Musealizados

O Inventário Nacional de Bens Musealizados (INBCM) é um instrumento da Política Nacional de Museus, para registro dos dados sobre os bens culturais que integram os acervos museológico, bibliográfico e arquivístico dos museus brasileiros, para fins de acautelamento, preservação e consulta. Este instrumento, entretanto, não substitui os instrumentos de documentação e pesquisa realizados pelos museus. Os museus públicos e privados, das diversas tipologias e tamanhos, em conformidade com o Art. 7º do Decreto nº 8.124/2013, são responsáveis pelos dados fornecidos sobre os bens culturais musealizados preservados nas instituições e por mantê-los sempre atualizados. Para tanto, o Ibram estabelece e divulga procedimentos, metodologia e um sistema de informações, a fim de cumprir o disposto no decreto e dar visibilidade ao acervo cultural preservado pelas unidades museológicas em todo o território nacional.

  • Política Nacional de Educação Museal

A Política Nacional de Educação Museal (PNEM) é um conjunto de princípios e diretrizes norteadores da realização das práticas educacionais em instituições museológicas realizada a partir de 2010, como consequência do trabalho coletivo de servidores do Ibram, educadores museais, Redes de Educadores em Museus, professores das diversos níveis e esferas de ensino, estudantes, profissionais e usuários de museus. Trata-se de um instrumento de consolidação e fortalecimento da dimensão educativa em todos os espaços do museu, e subsídio para a atuação dos educadores que atuam no campo museológico.

  • Programa de Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado Brasileiro
 
Pontos de Memória.

O Programa de Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado Brasileiro é uma iniciativa estratégica indicada nos Mapas Estratégicos do Ministério da Cultura (MinC) e do Ibram, para estabelecer os parâmetros necessários à preservação e segurança do patrimônio musealizado brasileiro. Para aprimorar a capacidade de prevenção e, ao mesmo tempo, indicar medidas de controle, tratamento e resposta aos riscos, este Programa se subdivide em eixos, de forma a abarcar todo o ciclo do gerenciamento de riscos e que também refletem ações a serem  implementadas diretamente pelo Ibram, bem como por cada museu brasileiro.

  • Programa Pontos de Memória

O Programa Pontos de Memória reúne um conjunto de ações e iniciativas de reconhecimento e valorização da memória social, de modo que os processos museais protagonizados e desenvolvidos por povos, comunidades, grupos e movimentos sociais, em seus diversos formatos e tipologias, sejam reconhecidos e valorizados como parte integrante e indispensável da memória social brasileira. Com base no Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM) e Plano Nacional de Cultura (PNC), trabalha a memória como fator de inclusão e transformação social, por meio da integração das diversas iniciativas museais brasileiras e ações pautadas no fomento à criação de novos processos de produção e institucionalização de memórias referentes à diversidade social, étnica e cultural do País.

  • Saber Museu

A plataforma do Saber Museu foi criada para integrar os diferentes esforços de capacitação, qualificação e formação já empreendidos pelo Instituto Brasileiro, atendendo às atribuições legais do órgão, bem como à Política Nacional de Museus (PNM), ao Plano Nacional de Cultura (PNC) e ao Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM) relativas à ações de formação, à produção e à difusão do conhecimento e informação sobre o campo museológico.

Sustentabilidade (social, cultural, econômica e ambiental) editar

  • Conhecendo Museus
 
Logomarca do programa Conhecendo Museus.

O programa visa ampliar o acesso ao patrimônio cultural, divulgar e promover, nacional e internacionalmente, os museus brasileiros; destacar as matrizes expressivas da tradição e da memória locais, e, com isso, favorecer as relações culturais e educacionais que proporcionam maior compreensão e aproximação entre as diversas culturas; e colaborar na formação do senso crítico dos telespectadores, principalmente dos mais jovens. A série já produziu quatro temporadas veiculadas nas TVs brasileiras (TV Brasil e TV Escola), também disponíveis no canal Youtube Conhecendo Museus, totalizando 142 episódios e 152 museus apresentados. Cronologia: 1ª Temporada (2008); 2 ª Temporada (2010-2012); 3ª Temporada (2013-2014);  4ª Temporada (2015-2016); e a Continuação da 4ª temporada (2016-2019).[23] [24]

  • Editais e Prêmios

No âmbito do Programa de Fomento aos Museus Brasileiros, o Ibram desenvolve mecanismos que apoiam e premiam iniciativas em instituições museológicas alinhadas às diretrizes da Política Nacional de Museus (PNM), desde ações para modernização a experiências de memória social desenvolvidas por grupos populares, entre outros.

O apoio à modernização de unidades museológicas, com aquisição de equipamentos, material permanente, preservação de acervos museológicos, serviços de adequação dos espaços museais, contribui sobremaneira para a valorização, preservação e a fruição do patrimônio cultural brasileiro e da memória nacional, considerados como fatores de inclusão social e cidadania, por meio do desenvolvimento e da revitalização das instituições museológicas.

As instituições premiadas ao longo dos anos no Programa de Fomento aos Museus Brasileiros estão distribuídas em diferentes regiões brasileiras, configurando uma política pública que promove a descentralização de ações para a promoção cultural. Em 2018, os Chamamentos Públicos realizados pelo Ibram foram os seguintes: Modernização de Museus; Prêmio Pontos de Memória; Mais Museus; Prêmio Mário Pedrosa; e Prêmio Darcy Ribeiro.

  • Fórum Nacional de Museus
  • Google Arts and Culture
  • Linha de Ação Sustentabilidade das Instituições e Processos Museais Ibero-Americanos

Aprovada pelo Comitê Intergovernamental do Programa Ibermuseus em 2014, a Linha de Ação Sustentabilidade das Instituições e Processos Museais Ibero-Americanos é liderada pelo Brasil com a coordenação executiva do Ibram.[25] O projeto tem como objetivo contribuir para a construção de uma cultura de sustentabilidade do setor museológico em suas quatro dimensões (cultural, social, econômica e ambiental), fortalecendo identidades, autonomias e protagonismos dos saberes e fazeres nos países ibero-americanos. Atualmente, conta com a participação direta de 10 países (Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, México, Portugal, Peru, Uruguai).

  • Semana Nacional de Museus
  • Plano Nacional Setorial de Museus

O Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM) é o documento de planejamento global e de longo prazo voltado ao setor museológico no Brasil. O instrumento pretendeu institucionalizar políticas de longo prazo, a partir do estabelecimento de objetivos e prioridades do setor.

  • Pesquisas socioeconômicas

Desde 2010, o Ibram empreende pesquisas socioeconômicas com o objetivo de propor, analisar, avaliar e aperfeiçoar políticas e programas para o setor museológico, mas também de fomentar o interesse na área em diferentes linhas de pesquisa e em conformidade com o Plano Nacional de Cultura (PNC) do Governo Federal. Estudos como o levantamento anual de investimentos públicos federais nos museus brasileiros, o impacto da Semana Nacional de Museus, as prospecções do setor no início do século XXI e a identificação e acompanhamento da cadeia produtiva evidenciam possibilidades de desenvolvimento socioeconômico sustentável do setor.[26] [27] [28]

  • Primavera de Museus

Geração e difusão de conhecimento editar

  • Cadastro Nacional de Museus

O Cadastro Nacional de Museus (CNM), criado em 2006 pelo então Departamento de Museus do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é um instrumento da Política Nacional de Museus (PNM) atualmente gerido pelo Instituto Brasileiro de Museus. Tem como objetivo de mapear e coletar informações sobre os museus brasileiros. Desde sua criação, o CNM já mapeou mais de 3.700 instituições museológicas no país. Baseado nas informações coletadas, produziu duas publicações relevantes: Museus em Números e Guia dos Museus Brasileiros.[1] As séries históricas de dados coletados pelo CNM estão disponíveis no Portal de Dados Abertos do Governo Federal[29].

  • Museusbr
 
Mapa dos Museus (Museusbr).

A plataforma Museusbr foi criada para aprimorar os mecanismos de coleta de informações, facilitar a participação dos museus, promover maior transparência na gestão pública, garantir a contribuição da sociedade e acurar a qualidade dos dados do Cadastro Nacional de Museus. O mapeamento e a atualização das informações dos museus são feitos de forma colaborativa, permitindo à sociedade a participação direta na inclusão de informações e produção de conhecimentos no campo museológico, trabalhando com dados abertos em software livre. O trabalho é feito com a colaboração da ReNIM, a Rede Nacional de Identificação de Museus, composta pelos órgãos responsáveis pelas políticas setoriais de museus em todos os âmbitos. Museusbr gera páginas eletrônicas para os museus, o que aumenta a sua visibilidade, e permite a divulgação de seus eventos e possibilita ainda a interligação com agendas municipais, estaduais, regionais, temáticas etc. Assim se reduz o risco de desatualização das informações, em virtude do compartilhamento de dados com outras plataformas como a do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC/MinC)[30] e a do Registro dos Museus Ibero-americanos[31] do Programa Ibermuseus[32]. Museusbr oferece também mapas georreferenciados e diversas informações sobre os museus, permitindo extração de dados em formato de planilha, conforme os vários filtros oferecidos.[33]

  • Registro de Museus

O Registro de Museus (RM) é um instrumento previsto na Lei nº 11.904/2009 com o objetivo de estimular a formalização dos museus, a partir do acompanhamento das dinâmicas de criação, fusão, incorporação, cisão ou extinção de museus, visando criar mecanismos de coleta, análise e compartilhamento de informações sobre os museus brasileiros, com o propósito de aprimorar a qualidade de suas gestões e fortalecer as políticas públicas setoriais. Inicialmente são registrados apenas os museus tradicionais, ecomuseus/museus de território e museus itinerantes. O Registro de Museus Virtuais, Parque e Unidades de Conservação da Natureza ainda está em discussão com os membros da Rede Nacional de Identificação de Museus.

  • Tainacan

Desde a sua criação, o Instituto Brasileiro de Museus busca responder à atribuição prevista no Estatuto de Museus de desenvolver e estimular ações de circulação, intercâmbio e gestão de acervos e coleções, por meio da construção de normativas e soluções para a padronização de uma base de dados que permita o registro e a busca integrada das informações dos acervos dos museus do país. Em 2016, o Ibram integrou a pesquisa realizada pela Universidade Federal do Goiás (UFG), com objetivo de customizar a plataforma Tainacan para atender a essa necessidade. O Tainacan é uma plataforma online para a criação de repositórios digitais com sistemas de busca integrada, configuração de metadados e difusão dos acervos em rede com foco em mídias digitais. O trabalho da parceria consiste na migração dos dados dos itens dos acervos dos museus participantes do projeto piloto - Museu Histórico Nacional, Museu da República, Museu Villa-Lobos, Museu Regional São João Del Rei, Museu Regional Casa dos Ottoni, Museu do Diamante e Museu do Ouro - para coleções do repositório. O projeto prevê, também, a inclusão dos acervos das seguintes unidades museológicas do Ibram: Museu Casa de Benjamin Constant, Museu Casa da Hera, Museu das Missões e Museu Victor Meirelles.

  • Cenedom

O Centro Nacional de Estudos e Documentação da Museologia (Cenedom) tem como atribuições promover e integrar estudos e pesquisas interdisciplinares voltados às políticas públicas museológicas; constituir coleções de fontes documentais e bibliográficas relevantes para a história da Museologia Brasileira; gerenciar a Política de Desenvolvimento de Coleções Bibliográficas do Ibram; realizar a preservação de todo o acervo do Cenedom bem como da memória técnica institucional do Instituto Brasileiro de Museus e auxiliar a pesquisa de projetos ligados à Museologia Brasileira. O Centro presta atendimento ao público e abriga o Arquivo Permanente do Ibram; a Biblioteca Central, especializada em Museologia e áreas correlatas e a Biblioteca Depositária, que recebe todas as publicações oficiais de autoria, coautoria, em colaboração ou editadas pelo Ibram com a finalidade de armazenar, preservar e divulgar a sua memória técnica e institucional.

Publicações editar

Encontros com o Futuro: Prospecções do Campo Museal Brasileiro no Início do Século XXI

Gestão da Propriedade Intelectual em Museus

Museus e a dimensão econômica: da cadeia produtiva à gestão sustentável

Museus e Turismo

Museus em Números (Volume 1)

Museus em Números (Volume 2)

Plano Museológico

Revista Musas

Ver também editar

Referências

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  4. BRASIL, MINISTÉRIO DA CULTURA (MINC). INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN). DEPARTAMENTO DE MUSEUS E CENTROS CULTURAIS (DEMU) (2006). Política Nacional de Museus. Relatório de Gestão 2003-2006. Brasília: Iphan 
  5. JULIÃO, Letícia (2006). «Apontamentos sobre a história do museu» (PDF). Caderno de Diretrizes Museológicas. Consultado em 8 de novembro de 2018 
  6. OLLAIK, Leila (2012). A implementação da Política Nacional de Museus e a democratização de acesso: estudo comparativo de três instrumentos governamentais (PDF). Brasília: Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA), Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Face), Universidade de Brasília (UnB). Consultado em 9 de novembro de 2018 
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  12. «MPV nº 850/2018». Congresso Nacional. Consultado em 9 de novembro de 2018 
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  14. GULLINO, Daniel (12 de setembro de 2018). «Sebrae questiona no STF criação da Agência Brasileira de Museus». O Globo. Consultado em 9 de novembro de 2018 
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