Educação em Portugal
Ministério da Educação
Líder(es) Tiago Brandão Rodrigues
Orçamento nacional para a educação (2013)
Orçamento nacional 4,2% do PIB
Detalhes gerais
Língua oficial Português
Índice de educação 0.728 (41º no mundo)
Estrutura Ensino básico (5-14)
Ensino secundário(15-18)
Ensino superior(18+)
Alfabetização (2011)
Total 94,8
Masculino 96,5
Feminino 93,2
Estudantes
Total 2.061.813
Primário 1.041.698
Secundário 393.618
Superior 346.347

O Sistema Educativo em Portugal é regulado pelo Estado através do Ministério da Educação [1] e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior[2]. O sistema de educação pública é o mais usado e mais bem implementado, existindo também escolas privadas em todos os níveis de educação.

Em Portugal, a educação é iniciada obrigatoriamente para todos os alunos aos 6 anos de idade. A escolaridade obrigatória termina quando o aluno fizer 18 anos (12º ano de escolaridade).

O ensino divide-se em três grandes partes, das quais as duas primeiras são obrigatórias: ensino básico, ensino secundário e ensino superior.

A taxa de alfabetização nos adultos situa-se nos 95%. As matrículas para a escola primária estão próximas dos 100%.

A Declaração de Bolonha foi adoptada desde 2006 pelas universidades e institutos politécnicos portugueses.

Calendário Escolar editar

Ensino básico e secundário editar

Cada ano letivo está dividido em 3 Períodos:

  • 1.º Período - Início - por volta de 10 de Setembro; Fim - por volta de 14 de Dezembro
  • 2.º Período - Início - por volta de 3 de Janeiro; Fim - duas semanas antes da Páscoa
  • 3.º Período - Início - terça-feira a seguir à Páscoa; Fim - entre o início e o final de Junho

A meio do 2.º Período, existem, geralmente, 3 dias de interrupção das atividades letivas, comummente chamados férias de Carnaval.

É de notar que as datas não são fixas. Normalmente, um período tem início numa segunda-feira e final numa sexta-feira. Porém isto varia muito conforme as diferentes escolas e os diferentes anos de escolaridade. Note-se ainda que o fim do terceiro período varia de ano para ano, em função das provas a que os alunos de cada ano possam estar inscritos. Apesar de nãos ser obrigatório as aulas começarem numa segunda-feira, esta é a situação mais comum. Apresentam-se como exceções as situações em que, não podendo o período começar numa segunda-feira, e sendo a segunda-feira seguinte demasiado tarde para que se cumpram os programas letivos, as aulas começam noutro dia da semana.

Ensino Superior editar

O ensino superior, que não faz parte da escolaridade obrigatória, divide-se em dois semestres. As datas dos calendários escolares, bem como dos exames, ficam a cargo de cada instituição de ensino.

Estrutura de ensino editar

Ensino básico editar

 Ver artigo principal: Escola básica#Portugal

O ensino básico divide-se em três ciclos, a saber: 1º ciclo, 2º ciclo e 3º ciclo.

1º Ciclo editar

 Ver artigo principal: Escola_primária#Portugal

No 1.º Ciclo, a avaliação é efetuada de Muito Insuficiente/Não Satisfaz a Excelente. A matriz curricular implementada neste ciclo contempla o ensino de Matemática, Português, Estudo do Meio, Expressões Artísticas e Fisico-Motoras, Inglês, Apoio ao estudo e outras atividades de enriquecimento curricular, estas a cargo da escola.[3]

Provas de Aferição editar

No primeiro ciclo, os alunos do 2.º ano são alvo de avaliação, por intermédio de provas de aferição, às disciplinas de Matemática, Português e Estudo do Meio. São realizadas duas provas, comummente durante o mês de julho.[4]

2º Ciclo editar

Correspondência das notas dos 2º ciclo e 3.º ciclo[5]
Nota Percentagem Menções
1 0% a 19% Muito Insuficiente
2 20% a 49% Insuficiente
3 50% a 69% Suficiente
4 70% a 89% Bom
5 90% a 100% Muito Bom

No 2.º ciclo, a avaliação dos alunos é feita numa escala numerada, não linear, de 1 a 5, em que cada nota corresponde a uma das percentagens da tabela à direita. A matriz curricular implementadas neste ciclo contempla o ensino das seguintes disciplinas:

Cada escola deve ainda oferecer um determinado número de horas de apoio ao estudo, e é livre de ter outras atividades de enriquecimento curricular, ao seu critério.[6]

Provas de Aferição editar

No segundo ciclo, os alunos do 5.º ano são alvo de avaliação, por intermédio de provas de aferição, às disciplinas de Matemática e de Português. Estas duas provas são comummente realizadas durante o mês de julho.[4]

3º Ciclo editar

 
EB2,3 Ramalho Ortigão

A educação é igual para todos os alunos até o 3.º ciclo do ensino básico, exceptuando os que necessitam de orientação especial como é o caso de alunos com deficiências, que têm orientações específicas. Neste ciclo, a avaliação dos alunos é feita de modo idêntico ao anterior.

A matriz curricular implementada neste ciclo contempla o ensino das seguintes disciplinas:

A segunda língua estrangeira é escolhida pelo aluno e pode ser uma das seguintes:

  • Espanhol
  • Francês
  • Alemão

Cada escola deve ainda oferecer um determinado número de horas de apoio ao estudo, e é livre de ter outras atividades de enriquecimento curricular, ao seu critério.[6]

Provas de Aferição editar

No terceiro ciclo, os alunos do 8.º ano são alvo de avaliação, por intermédio de provas de aferição, às disciplinas de Matemática e de Português. Estas duas provas são comummente realizadas durante o mês de julho.[4]

Ensino secundário editar

 
Escola Secundária Carolina Michaëlis

No ensino secundário, os alunos são convidados a escolher uma das seguintes vertentes[7]:

  1. Cursos Científico-Humanísticos
  2. Cursos com Planos Próprios
  3. Cursos Artísticos Especializados
  4. Cursos Profissionais
  5. Ensino Secundário na Modalidade de Ensino Recorrente
  6. Cursos Vocacionais

Das seis opções, as mais comuns são a 1. e a 4. (http://www.dgeec.mec.pt/np4/6/)

No entanto, o Ensino Secundário é organizado de outra forma. Por se tratar este do ensino pré-universitário, os alunos têm de escolher uma área de ensino na qual se desejam inscrever, deixando desta forma de existir uma uniformidade nos conteúdos lecionados a todos os alunos. A avaliação passa a ser feita numa escala linear, de 1 a 20 valores (usando-se também os valores decimais, por exemplo 10,1 ou 18,3), em que a aprovação a uma disciplina implica uma nota igual ou superior a 9,5 valores (dado que esta qualificação é arredondada para 10 valores).

Cursos Científico-Humanísticos editar

Os cursos cientifico-humanísticos constituem uma oferta educativa vocacionada para o prosseguimento de estudos de nível superior. Destinam-se a alunos que tenham concluído o 9.º ano de escolaridade ou equivalente.

Têm a duração de 3 anos letivos, correspondentes aos 10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade, e conferem um diploma de conclusão do Ensino Secundário (12º ano).

Existem quatro cursos Cientifico-Humanísticos:[8]

  1. Curso de Ciências e Tecnologias (antigo Científico-Natural);
  2. Curso de Artes Visuais;
  3. Curso de Ciências Sócio-económicas (antigo curso de Economia);
  4. Curso de Línguas e Humanidades.

Os planos de estudo dos cursos integram:

  • A componente de formação geral, comum aos quatro cursos, que visa contribuir para a construção da identidade pessoal, social e cultural dos jovens. É constituída pelas seguintes disciplinas:
    • Português;
    • Língua Estrangeira I, II ou III  (Alemão, Espanhol, Francês ou Inglês);
    • Filosofia;
    • Educação Física.
  • A componente de formação específica, que visa proporcionar formação científica consistente no domínio do respetivo curso. As disciplinas constituintes desta formação dependem do curso em questão:
    • Uma disciplina trienal obrigatória (10.º, 11.º e 12.º anos);
    • Duas disciplinas bienais (10.º e 11.º anos), a escolher de entre o leque de opções de cada curso, sendo ambas obrigatoriamente ligadas à natureza do mesmo;
    • Duas disciplinas anuais (12.º ano), a escolher de entre as opções de cada curso.
  • A disciplina de Educação Moral e Religiosa, de frequência facultativa.
Exames Nacionais editar

Os alunos dos cursos Científico-Humanísticos fazem obrigatoriamente quatro exames nacionais, a saber:

  • No 11.º ano:
    • A duas disciplinas bienais da componente de formação específica, ou numa das disciplinas bienais da componente de formação específica e na disciplina de Filosofia da componente de formação geral, de acordo com a opção do aluno.
  • No 12.º ano:
    • À disciplina de Português.
    • À disciplina trienal.

Estes exames nacionais são tidos em conta no cálculo da classificação final da disciplina, tendo um peso de 30%. Os restantes 70% são determinados pela média aritmética simples das classificações obtidas nos 2/3 anos em que o aluno estudou a disciplina em causa.

No acesso ao ensino superior, os exames necessários para entrar para um curso são os que já foram feitos no secundário, não sendo necessário fazer provas de ingresso extra.

Cursos Profissionais[9] editar

O ensino profissional, em Portugal, é responsabilidade da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I.P. (ANQEP).

Os Cursos Profissionais, caracterizados por uma forte ligação com o mundo profissional, constituem uma oferta educativa vocacionada para o desenvolvimento de competências para o exercício de uma profissão, em articulação com o setor empresarial local.

São comummente apontados como mais apropriados para estudantes que procurem um ensino mais prático e voltado para o mercado de trabalho, não excluindo, por outro lado, a hipótese do prosseguimento de estudos.

O plano de estudos inclui três componentes de formação, dentro das quais se inserem as disciplinas indicadas:

  • Sociocultural:
    • Português
    • Área de Integração
    • Língua Estrangeira I, II ou III  (Alemão, Espanhol, Francês ou Inglês);
    • Tecnologias da Informação e Comunicação;
    • Educação Física.
  • Científica:
    • 2 a 3 disciplinas.
  • Técnica:
    • 3 a 4 disciplinas

Estes cursos culminam com a apresentação de um projeto, designado por Prova de Aptidão Profissional (PAP), no qual os alunos demonstram as competências e saberes desenvolvidos ao longo da formação.[10]

Os Cursos Profissionais estão distribuídos por 39 áreas de formação, listadas no site da ANQEP.

Ensino Superior editar

 
FEUP

O Ensino Superior em Portugal está dividido em dois grandes tipos:[11]

Ensino Universitário editar

O Ensino Universitário é orientado para a investigação e criação do saber científico e cultural.

As instituições de ensino Universitário dispõem de:

Tipo Duração Nível do QEQ Pré-Requisitos
Licenciaturas 3 anos

180 ECTS

6 Titulares do Secundário
Mestrados 1,5 a 2 anos

90 a 120 ECTS

7 Titulares de Licenciatura
Mestrados Integrados 5 a 6 anos

300 a 360 ECTS

7 Titulares do Secundário
Doutoramentos geralmente 3 anos 8 Titulares de Mestrado

Ensino Politécnico editar

O Ensino Politécnico é orientado para a investigação aplicada e criação do saber de natureza profissional.

As instituições de ensino Politécnico dispõem de:

Tipo Duração Nível do QEQ Pré-Requisitos
Cursos Superiores Técnicos Profissionais (CTESP) 2 anos

120 ECTS

5[12] Titulares do secundário, ou

Maiores de 23 anos, ou

Titulares de DET ou curso superior

Licenciaturas 3 anos

180 ECTS

6 Titulares do secundário
Mestrados 1,5 a 2 anos

90 a 120 ECTS

7 Titulares de Licenciatura


Referências

  1. «Acerca - Educação - XXI Governo - República Portuguesa». 2017. Consultado em 30 de janeiro de 2018 
  2. «Acerca - Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - XXI Governo - República Portuguesa». Consultado em 30 de janeiro de 2018 
  3. «Matriz curricular do 1.º ciclo | Direção-Geral da Educação». www.dge.mec.pt. Consultado em 4 de fevereiro de 2017 
  4. a b c «Diário da República, 1.ª série — N.º 65» (PDF). 4 de abril de 2016. p. 4. Consultado em 30 de janeiro de 2018 
  5. «Diário da República, 2.ª série — N.º 66 — 5 de abril de 2016» (PDF). 5 de abril de 2016. p. 8. Consultado em 30 de janeiro de 2018 
  6. a b «Matriz Curricular do 3º ciclo». Consultado em 30 de janeiro de 2018 
  7. «Oferta Formativa | Direção-Geral da Educação». www.dge.mec.pt. Consultado em 25 de maio de 2017 
  8. «Cursos Científico-Humanísticos (OF)». Consultado em 1 de fevereiro de 2018 
  9. «ANQEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2018 
  10. «Provas de Aptidão Profissional - Escola Profissional de Ciências Geográficas». Consultado em 8 de fevereiro de 2018 
  11. «Diagrama do Ensino Superior Português». Consultado em 8 de fevereiro de 2018 
  12. «Descobre o nível da tua qualificação». Consultado em 8 de fevereiro de 2018 

Ver também editar

Predefinição:Escolas de Portugal

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