Volta ao País Basco
Foram assinalados vários problemas nesta página ou se(c)ção: |
Desporto | |
---|---|
Fundado em | |
Número de edições |
63 (em 2023) |
Periodicidade |
anual (abr.) |
Tipo / Formato | |
Local(ais) | |
Categorias | |
Circuito | |
Web site oficial |
Último vencedor | |
---|---|
Mais vitórias |
A Volta ao País Basco (em basco: Euskal Herriko Itzulia; em castelhano: Vuelta al País Vasco) é uma corrida ciclista profissional por etapas disputada na Comunidade Autônoma do País Basco (Espanha), em abril.
Foi criada em 1924 com o nome de Grande Prêmio Excelsior, esta competição cessou entre 1936 e 1968 por causa da Guerra Civil Espanhola e os problemas económicos causados por ela. Em 1969 recuperou-se unindo à organização da Bicicleta Eibarresa. O diário A Voz de Espanha apoiou a iniciativa e converteu-se no principal patrocinador. Esta união durou até o ano de 1973. Para não complicar o palmarés de ambas provas, nestes anos se costumam considerar pertencentes à Volta ao País Basco. Desde o 2005 está inscrita no programa UCI ProTour e seus sucessores, actualmente UCI WorldTour. No ano 2009 lembrou-se fundir novamente a Euskal Bizikleta com a Volta ao País Basco, para relançar a primeira, até 2012 no mínimo.[1]
Atualmente está organizada por Organizações Ciclistas Euskadi depois de sua fusão com a Euskal Bizikleta (em 2009). Anteriormente (até 1980) esteve-o por Unipublic, os mesmos organizadores que a Vuelta a España se encarregando posteriormente Organizações Desportivas O Diário Basco.[2]
Em seu palmarés destacam as vitórias de numerosos vencedores do Tour de France, como Nicolas Frantz, Maurice De Waele, Gino Bartali, Jacques Anquetil, Luis Ocaña, Stephen Roche e Alberto Contador, vencedores da Volta a Espanha como Giovanni Battaglin, Sean Kelly, Tony Rominger, Alex Zülle, Laurent Jalabert e Denis Menchov e do Giro de Itália como Danilo Di Luca.
HistóriaEditar
Anos 1924 a 1935Editar
Passos préviosEditar
O grande precursor da prova, o jornal "Excelsior" compôs um potente comité organizador, nele estavam integradas as mais relevantes personalidades biscainhas do desporto da época. Sua pretensão era organizar a corrida mais importante que se tinha organizado no estado espanhol.
Sem dúvida o mais complicado foi atrair os ciclistas de primeiro nível, que até então mal tinham disputado corridas em território espanhol. Não obstante teve três circunstância fundamentais que facilitaram o trabalho, em primeiro lugar a vontade do comité organizador, em segundo lugar a colaboração de L'Auto e por último o interesse comercial que supunha a Volta ao País Basco para a casa Automoto.[3]
1924Editar
Tudo isso dispôs que a gêma de participantes na sua primeira edição foram de primeiro nível, com os ciclistas do Automoto e seu filial Christophe, tinham por então em suas fileiras os melhores ciclistas franceses da época. Entre eles estavam os irmãos Pelissier, o maior Henri e Francis, Victor Fontan, Jean Brunier, Henri Colle, Charles Lacquehay. A gêma dos conterâneos completava-se com Simon Tequi de France Sport que se apresentou na última hora. Entre os nacionais destacavam os catalães Miguel Mucio e Teodoro Monteys e os locais estavam segundo Barruetabeña, Lucas Jauregui e José Luis Miner.
A organização dispôs de duas classificações, a geral e a nacional, à que só podiam optar os ciclistas espanhóis, o prêmio para o vencedor da primeira era de 2 000 pesetas e de 1 000 pesetas para o nacional. Ao mesmo tempo, todos os ciclistas podiam disputar diversos prêmios nas provas de alguns povos, que estes mesmos organizavam.
1925-1935Editar
Anos 1936 a 1968Editar
Finalmente a edição de 1936 teve que suspender por causa da Guerra Civil Espanhola, conquanto em princípio se tinha pensado não adiar, dados os acontecimentos que se estavam a desenvolver não ficou outra que a suspensão.
Depois da Guerra Civil e tendo em conta o resultado da mesma eliminou-se do calendário de provas ciclistas da Volta ao País Basco. Conquanto é verdadeiro que teve numerosas tentativas para retomar a mesma, tanto desde San Sebastián, como desde Bilbau, nenhuma delas surgiu.
Durante esse período de tempo, teve outras provas ciclistas como o Circuito do Norte e o G. P. Prefeitura de Bilbau, que mantinham vivo o espírito da Volta ao País Basco, dado que as mesmas saíam para além das fronteiras do País Basco.
Não obstante foi no ano 1952 no que se criou a "Bicicleta Eibarresa", que se que supunha uma autêntica Volta ao País Basco, já que em suas etapas se percorria praticamente a totalidade de seu território basco peninsular. Agora bem chegados os finais da década de 1960, a contratação dos melhores ciclistas do momento e a própria organização da corrida supunham uns elevados custos que os organizadores não puderam fazer frente.
Em definitiva a melhor solução era envolver a empresas e instituições do resto do País Basco, para superar esses problemas económicos e a iniciativa de Manuel Serdán a "Bicicleta Eibarresa" passou a chamar-se em 1969 "Volta ao País Basco-Bicicleta Eibarresa". O diário donostiarra A Voz de Espanha apoiou a iniciativa e converteu-se no principal patrocinador. A união durou quatro anos, até 1973. Para não complicar o palmarés de ambas provas, nesses anos se costuma considerar pertencentes à “Volta ao País Basco”.
Anos 1969 a 1973: unificação da Volta ao País Basco com Bicicleta EibarresaEditar
Desde 2009: unificação da Volta ao País Basco com a Euskal BizikletaEditar
Depois da edição de 2008 o Diário Basco deixou de ser o patrocinador principal com o que deixava à prova com graves problemas económicos. Sua organização desportiva propôs uma cessão da corrida a Unipublic que estes recusaram, tendo que continuar Organizações Desportivas o Diário Basco com a organização da prova.[4]
Devido à crise económica de 2008-2012, a partir de 2009 voltou a unir com a Bicicleta Eibarresa (telefonema desde o 2004 Euskal Bizikleta) a instâncias do Governo Basco que patrocinava ambas provas, ainda que com uma percentagem muita maior para a Euskal Bizikleta, aliás a Euskal Telebista (rádio-televisão pública vascã) era um dos principais patrocinadores da Euskal Bizikleta. Dita união trouxe consigo que Organizações Desportivas O Diário Basco se renomeasse por Organizações Ciclistas Euskadi.[5] Quanto ao percurso esta união trouxe consigo um final de etapa fixo em Arrate (Éibar) em lembrança da Euskal Bizikleta..[6]
Para não complicar o palmarés de ambas provas, nestes anos se costumam considerar pertencentes à Volta ao País Basco.
Em 2010 Unipublic (cujo 49% das acções desde o 2008 tem-as ASO, organizador do Tour de France entre outras) fez uma oferta formal para fazer-se de novo com a corrida comprando o 51% desta, a mudança de controlar completamente sua organização.[7] [8]A oferta não teve resposta, entre outros motivos porque não queriam se fazer cargo também da Clássica de San Sebastián por seu elevado custo, confiando em que o Governo Basco pudesse sufragar a parte do orçamento que faltasse a cada edição das duas provas.[4]
Depois do final do acordo com o Governo Basco, voltaram a aparecer os problemas económicos do passado. O acordo de dito organismo consistia numa contribuição dentre 350.000 e 400.000 € ao ano durante esses três anos, correspondentes ao Grande Prêmio, que também incluía à Clássica de San Sebastián. A prorrogação não pôde se fazer operativa devido à crise económica de 2008-2012 com o que dito governo "sozinho" pôde contribuir 200.000 € em princípio reservados para a Volta a Espanha.[9] Depois de não encontrar um patrocinador que sufragasse os 150 000 € necessários para sacar as duas provas adiante (Volta ao País Basco e Clássica de San Sebastián) os organizadores fizeram público o problema e fizeram um telefonema de urgência em procura de alguém que contribuísse dita quantidade.[10] O orçamento das provas durante os últimos anos tem sido de 1 milhão de euros para a Volta e 500.000 € para a Clássica os quais o Governo Basco sufragava directamente o 25% aproximadamente.[11] Finalmente conseguiu-se o patrocínio do Banco Guipuzcoano (posteriormente Banco Sabadell) garantindo a disputa da corrida durante 2 anos mais.[12] Enquanto, a Clássica de San Sebastián seguiu com o patrocínio principal de Kutxa.[13]
Camisolas de líderEditar
Para facilitar o reconhecimento do líder em prova, nas primeiras edições o primeiro na classificação geral portava uma camisola de cor vermelha, cor que nenhum outro corredor podia levar em seu vestuário para evitar as confusões.
A partir do ano 1935 a camisola passaria a ser de cor azul, ao tempo nessa mesma edição suprimiu-se a classificação "nacional" e criaram-se outras novas, a classificação da montanha, e uma classificação para as categorias segundas e terceiras (para ciclistas de menor nível).
Mais adiante, a camisola passou a ser de cor amarela, à semelhança da utilizada na Volta à França. Os líderes das diferentes classificações suplementares também passaram a levar camisolas identificativas. No ano 2000 voltou a camisola azul para identificar o líder ainda que só se manteve durante essa edição.
PalmarésEditar
PodiumsEditar
Palmarés por paísesEditar
País | Vitórias | Último vencedor |
---|---|---|
Espanha | 27 | Ion Izagirre em 2019 |
Itália | 7 | Danilo Di Luca em 2005 |
Suíça | 5 | Alex Zülle em 1997 |
Irlanda | 4 | Stephen Roche em 1989 |
França | 4 | Laurent Jalabert em 1999 |
Bélgica | 3 | Maurice De Waele em 1929 |
Alemanha | 2 | Andreas Klöden em 2011 |
Eslovênia | 2 | Primož Roglič em 2021 |
Colômbia | 2 | Daniel Felipe Martínez em 2022 |
Luxemburgo | 1 | Nicolas Frantz em 1926 |
Países Baixos | 1 | Erik Breukink em 1988 |
Lituânia | 1 | Raimondas Rumsas em 2001 |
Rússia | 1 | Denís Menshov em 2004 |
Estados Unidos | 1 | Chris Horner em 2010 |
EstatísticasEditar
Mais vitórias na geralEditar
Ciclista | Vitórias | Anos |
---|---|---|
José Antonio González Linares | 4 | 1972, 1975, 1977, 1978 |
Alberto Contador | 4 | 2008, 2009, 2014, 2016 |
Sean Kelly | 3 | 1984, 1986, 1987 |
Tony Rominger | 3 | 1992, 1993, 1994 |
Maurice de Waele | 2 | 1928, 1929 |
Luis Ocaña | 2 | 1971, 1973 |
Alex Zülle | 2 | 1995, 1997 |
Primož Roglič | 2 | 2018, 2021 |
Vitórias consecutivasEditar
- Três vitórias seguidas:
- Tony Rominger (1992, 1993,1994)
- Duas vitórias seguidas:
- Maurice de Waele (1928, 1929)
- José Antonio González Linares (1977, 1978)
- Sean Kelly (1986, 1987)
- Alberto Contador (2008, 2009)
Ver tambémEditar
Referências
- ↑ EsCiclismo, ed. (5 de fevereiro de 2009). «Volta ao País Basco y Euskal Bizikleta se fusionan para relanzar sus pruebas». Consultado em 11 de fevereiro de 2009
- ↑ «Llevo cuatro años mendigando para la carrera»
- ↑ Urtekaria (ed.). «Historia de: Vuelta País Basco». Consultado em 16 de agosto de 2009
- ↑ a b La Volta ao País Basco se suspenderá si no logra reunir 150.000 euros
- ↑ Euskadi, en lo más alto del ciclismo a nivel mundial
- ↑ La Volta ao País Basco se queda en la cuneta
- ↑ «ASO compra el 49 por ciento de la Vuelta». 5 de junho de 2008. Consultado em 28 de fevereiro de 2012
- ↑ SOS ciclismo: las carreras peligran
- ↑ PSE y PP pactan destinar los 200.000 euros de la Vuelta a España a la del País Basco
- ↑ La Volta ao País Basco corre peligro al no poder cubrir el presupuesto
- ↑ El Gobierno Basco mantendrá el apoyo a la Volta ao País Basco
- ↑ El patrocinio del Banco Sabadell Guipuzcoano salva la Volta ao País Basco[ligação inativa]
- ↑ La Clásica cambia de día y sigue con Kutxa
- ↑ Inclui duplos sectores como etapas independentes
Ligações externasEditar
Media relacionados com a Volta ao País Basco no Wikimedia Commons