Eleições estaduais no Acre em 1986

As eleições estaduais no Acre em 1986 ocorreram em 15 de novembro como parte das eleições gerais em 23 estados, no Distrito Federal, e nos territórios federais do Amapá e Roraima.[nota 1][nota 2] Foram eleitos o governador Flaviano Melo, o vice-governador Edison Cadaxo, os senadores Aluizio Bezerra e Nabor Júnior, além de oito deputados federais e vinte e quatro estaduais na última disputa para governador onde não vigoravam os dois turnos.[1] Três nomes visaram o governo com vitória de Flaviano Melo no segundo e último êxito do PMDB em disputas pelo Palácio Rio Branco, que ao tempo da eleição era ocupado por Iolanda Fleming, primeira mulher a governar um estado brasileiro.[2]

1982 Brasil 1990
Eleições estaduais no  Acre em 1986
15 de novembro de 1986
(Turno único)
Assinatura da Constituição (8430637042).jpg
Candidato Flaviano Melo Mário Maia
Partido PMDB PDT
Natural de Rio Branco, AC Rio Branco, AC
Vice Edison Cadaxo Railda Pereira
Votos 68.117 40.303
Porcentagem 61,38% 36,31%
Candidato mais votado por município (12):
  Flaviano Melo (10)
  Mário Maia (2)

O governador Flaviano Melo nasceu em Rio Branco e formou-se em Engenharia Civil em 1974 pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase com especialização na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Funcionário da Mendes Júnior trabalhou nas obras da Ponte Rio-Niterói e do Metrô do Rio de Janeiro antes de ir para Recife e Salvador. Após retornar ao Acre filiou-se ao PMDB e foi prefeito biônico de Rio Branco (1983-1986) no governo Nabor Júnior. Sua indicação, porém, sofreu objeções no PMDB e por isso o médico e seringueiro e senador Mário Maia, político egresso do PTB e cassado pelo pelo Ato Institucional Número Cinco em 1969 quando estava no MDB e exercia o segundo mandato de deputado federal, deixou o partido pelo qual fora eleito em 1982 e assentou-se no PDT compondo uma aliança com os adversários de sua antiga legenda, todavia a vitória do PMDB nas eleições municipais de 1985 e o apoio dos governos federal e estadual deram a vitória a Flaviano Melo enquanto o PT apresentou o engenheiro agrônomo Hélio Pimenta como seu candidato.

O vice-governador eleito é Edison Cadaxo, nascido em Boca do Acre (AM). Filiado ao PTB foi eleito vereador em Cruzeiro do Sul em 1962 e depois do bipartidarismo imposto pelo Regime Militar de 1964 entrou no MDB e foi eleito deputado estadual em 1966, 1970, 1974, 1978 e 1982 tendo presidido a Assembleia Legislativa do Acre de 1975 a 1977. Filiado ao PMDB, participou do Colégio Eleitoral em 1985 e votou em Tancredo Neves para presidente da República.[3]

Resultado da eleição para governador editar

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral houve 110.987 votos nominais (86,77%), 13.638 votos em branco (10,66%) e 3.282 votos nulos (2,57%), totalizando 127.907 eleitores.

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Flaviano Melo
PMDB
Edison Cadaxo
PMDB
15
PMDB (sem coligação
68.117
61,38%
Mário Maia
PDT
Railda Pereira
PDS
12
Coligação Progressista do Acre
(PDT, PDS, PFL)
40.303
36,31%
Hélio Pimenta
PT
Antônio Manoel Rodrigues
PT
13
PT (sem coligação)
2.567
2,31%
Fontes:[1]
  Eleito

Resultado da eleição para senador editar

Dados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral apontam que por serem duas vagas em disputa, os votos válidos atingiram 184.245 eleitores (72,02%) com 54.611 votos em branco (21,35%) e 16.958 votos nulos (6,63%), somando 255.814 sufrágios.

Candidatos a senador da República
Candidatos a suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Nabor Júnior
PMDB
[nota 3]
PMDB
[nota 3]
[4][5][6]
151
PMDB (sublegenda um)
41.080
22,30%
Jorge Kalume
PDS
[nota 4]
PDS
[nota 5]
[4][5][6]
111
Coligação Progressista do Acre
(PDT, PDS, PFL)
23.360
12,68%
Zamir Teixeira
PMDB
[nota 3]
PMDB
[nota 3]
[4][5][6]
152
PMDB (sublegenda um)
21.782
11,82%
Aluizio Bezerra
PMDB
[nota 6]
PMDB
[nota 6]
[4][5][6]
155
PMDB (sublegenda dois)
20.762
11,27%
Altevir Leal
PFL
Azenair Macario de Oliveira
PFL
Ester Maia de Oliveira
PDT
251
Coligação Progressista do Acre
(PDT, PDS, PFL)
19.602
10,64%
Natalino Brito Filho
PMDB
[nota 6]
PMDB
[nota 6]
[4][5][6]
156
PMDB (sublegenda dois)
17.123
9,29%
Rui Lino
PMDB
[nota 6]
PMDB
[nota 7]
[4][5][6]
154
PMDB (sublegenda dois)
15.386
8,35%
João Tota
PDS
[nota 4]
PDS
[nota 5]
[4][5][6]
113
Coligação Progressista do Acre
(PDT, PDS, PFL)
7.493
4,07%
Labib Murad
PDS
[nota 4]
PDS
[nota 5]
[4][5][6]
112
Coligação Progressista do Acre
(PDT, PDS, PFL)
6.888
3,74%
José Marques de Souza
PT
Amélia Araújo Cassimiro
PT
Alberto Monteiro Rodrigues
PT
131
PT (sem coligação)
3.530
1,91%
Emílio Assmar
PMDB
[nota 3]
PMDB
[nota 3]
[4][5][6]
153
PMDB (sublegenda um)
3.180
1,73%
Evaristo de Luca
PCB
Estanislau Siqueira Souza
PCB
[nota 8]
[4][5][6]
231
PCB (sem coligação)
2.507
1,36%
Maria Rita Ferreira Batista
PCdoB
Emanuel Marinho Coelho
PCdoB
[nota 8]
[4][5][6]
241
PCdoB (sem coligação)
1.552
0,84%
Fontes:[1]
  Eleitos

Deputados federais eleitos editar

São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.

Representação eleita

  PMDB: 5
  PDS: 2
  PFL: 1
Número Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
1507 José Melo PMDB 14.307 12,89% Rio Branco   Acre
1110 Narciso Mendes PDS 9.497 8,55% Patu   Rio Grande do Norte
1501 Maria Lúcia Araújo PMDB 6.973 6,28% João Pessoa   Paraíba
1504 Osmir Lima PMDB 6.111 5,50% Cruzeiro do Sul   Acre
1122 Francisco Diógenes PDS 5.601 5,04% Iguatu   Ceará
1502 Geraldo Fleming PMDB 5.555 5,00% Campanha   Minas Gerais
2511 Alércio Dias PFL 5.364 4,83% Joinville   Santa Catarina
1503 Rubem Branquinho PMDB 4.807 4,33% Carmo do Paranaíba   Minas Gerais
Fontes:[1][7]<[8]

Deputados estaduais eleitos editar

Estavam em jogo 24 vagas na Assembleia Legislativa do Acre.

Representação eleita

  PMDB: 14
  PDS: 9
  PFL: 1
Número Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
15112 Manoel Machado da Rocha PMDB 3.580 2,79% Cruzeiro do Sul   Acre
15105 Raimundo Sales Costa PMDB 3.580 2,79% Sena Madureira   Acre
15124 Ariosto Pires Migueis PMDB 2.766 2,16% Rio Branco   Acre
15110 Alcimar Nunes Leitão PMDB 2.491 1,94% Feijó   Acre
15114 Valmir Gomes Ribeiro PMDB 2.418 1,89% Brasiléia   Acre
11119 Francisco Lopes Pessoa PDS 2.172 1,69% Araripe   Ceará
15122 Vagner José Sales PMDB 1.991 1,55% Cruzeiro do Sul   Acre
15133 Josias Farias França PMDB 1.967 1,53% Tarauacá   Acre
15125 Mauri Sérgio PMDB 1.959 1,53% Xapuri   Acre
15101 Valdemir Lopes da Silva PMDB 1.811 1,41% Epitaciolândia   Acre
15113 Félix Vale Pereira PMDB 1.776 1,38% Plácido de Castro   Acre
15135 Átila Viana de Matos PMDB 1.660 1,29% Brasiléia   Acre
11126 Edmundo Pinto PDS 1.547 1,20% Rio Branco   Acre
15119 Francisco Taumaturgo PMDB 1.546 1,20% Tarauacá   Acre
11102 Ulisses Modesto PDS 1.524 1,19% Sena Madureira   Acre
11131 Isnard Leite PDS 1.518 1,18% Rio Branco   Acre
11109 Romildo Magalhães PDS 1.518 1,18% Feijó   Acre
25125 João Tezza PFL 1.500 1,17% Manaus   Amazonas
15120 Elson Santiago PMDB 1.497 1,17% Cruzeiro do Sul   Acre
15103 Pedro Yarzon PMDB 1.442 1,12% Humaitá   Amazonas
11113 José Augusto Araújo de Farias PDS 1.393 1,08% Feijó   Acre
11222 Luiz de Oliveira Garcia PDS 1.373 1,07% Senador Guiomard   Acre
11115 Ilson Alves Ribeiro PDS 1.267 0,99% Sena Madureira   Acre
11105 Maria das Vitórias PDS 1.234 0,96% Sena Madureira   Acre
Fontes:[1][8]

Notas

  1. O Distrito Federal elegeu três senadores e oito deputados federais de acordo com a Emenda Constitucional n.º 25 de 15 de maio de 1985.
  2. Os territórios federais elegeram quatro deputados federais cada, sendo que em Fernando de Noronha não houve escolha de representantes.
  3. a b c d e f A sublegenda um do PMDB somou 66.042 votos (35,85%). Com isso, Nabor Júnior foi eleito senador conforme a legislação vigente, enquanto Zamir Teixeira e Emílio Assmar foram realocados como suplentes.
  4. a b c Mesmo integrando a "Coligação Progressista do Acre", o PDS lançou três candidatos a senador em sublegenda, razão pela qual não foi necessário designar os suplentes dos mesmos na respectiva convenção.
  5. a b c Os candidatos a senador pelo PDS somaram 37.741 votos (20,49%), contudo esse desempenho não superou às sublegendas do PMDB, que ficaram com as vagas em disputa.
  6. a b c d e A sublegenda dois do PMDB somou 53.271 votos (28,91%). Com isso, Aluizio Bezerra foi eleito senador conforme a legislação vigente, enquanto Natalino Brito Filho e Rui Lino foram realocados como suplentes.
  7. Rui Lino faleceu em Brasília em 7 de julho de 1987.
  8. a b Quando o partido indicar apenas um candidato a senador, a convenção indicará dois suplentes (Decreto-Lei n.º 1.541 de 14 de abril de 1977), embora neste caso apenas um tenha sido registrado.

Referências

  1. a b c d e BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1986». Consultado em 17 de dezembro de 2023 
  2. BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Iolanda Fleming no CPDOC». Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  3. Redação (16 de janeiro de 1985). «Sai de São Paulo o voto para a vitória da Aliança. Política, p. 06». acervo.folha.com.br. Folha de S.Paulo. Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  4. a b c d e f g h i j k BRASIL. Senado Federal. «Decreto-Lei n.º 1.541 de 14/04/1977». Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  5. a b c d e f g h i j k BRASIL. Presidência da República. «Decreto-Lei n.º 1.543 de 14/04/1977». Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  6. a b c d e f g h i j k BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 6.534 de 23/05/1978». Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  7. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Página oficial». Consultado em 1º de abril de 2024 
  8. a b BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 7 de agosto de 2015