Januária Maria | |
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Princesa do Brasil Condessa de Áquila | |
Princesa Imperial do Brasil | |
Período | 30 de outubro de 1835[1] - 8 de maio de 1845[2] |
Antecessor(a) | Pedro de Alcântara |
Sucessor(a) | Afonso Pedro |
Cônjuge | Luís de Bourbon-Duas Sicílias |
Descendência | Luís Maria Isabel Filipe Germana Manoel |
Casa | Bragança Bourbon-Duas Sicílias |
Nome completo | Januária Maria Joana Carlota Leopoldina Cândida Francisca Xavier de Paula Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança |
Nascimento | 11 de março de 1822 |
Palácio Imperial de São Cristóvão, Rio de Janeiro, Brasil | |
Morte | 13 de março de 1901 (79 anos) |
Nice, França | |
Enterro | Cemitério do Père-Lachaise, Paris, França |
Pai | Pedro I do Brasil |
Mãe | Maria Leopoldina de Áustria |
Januária Maria Joana Carlota Leopoldina Cândida Francisca Xavier de Paula Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança, Condessa d'Áquila e Princesa do Brasil (Princesa Imperial entre 1835 e 1845) (Rio de Janeiro, 11 de março de 1822 — Nice, 13 de março de 1901), era filha do imperador Dom Pedro I e da imperatriz Dona Leopoldina, irmã de Dom Pedro II, imperador do Brasil, e de Dona Maria II, rainha de Portugal.
Índice
InfânciaEditar
Nascida no Rio de Janeiro, no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, D. Januária nasceu com a sua mãe, a Imperatriz D. Leopoldina, em pé, pendurada ao pescoço do marido, o Imperador D. Pedro I. A princesa foi batizada aos 18 de março de 1822 na Capela Imperial e foi cognominada posteriormente "Princesa da Independência".
A princesa D. Januária cresceu ao lado dos irmãos D. Pedro II, D. Paula Mariana e D. Francisca de Bragança. Seu nome foi escolhido por seu pai como forma de homenagear a província do Rio de Janeiro. D. Januária, nasceu apenas um mês depois do falecimento do príncipe D. João Carlos de Bragança.
Perdeu a mãe com quatro anos de idade e viu o pai partir para Portugal com a madrasta e a irmã mais velha aos nove. Cresceu sob educação extremamente rigorosa.
Em 1833, morreu a Princesa D. Paula Mariana, antes de completar 10 anos de idade. A princesa D. Januária, por meio de uma carta, relatava o acontecimento ao pai:
- Amado papai. Apesar das nossas constantes súplicas aos céus, a nossa querida irmã Paula Mariana partiu. Não encontramos consolo. Nossa irmã tão amada não está mais connosco. Além disso, Pedrinho adoeceu seriamente. Chegamos a pensar que ele pegara a mesma febre de Paula Mariana, mas, graças aos céus, ele melhorou e já está sentado em sua sala de estudos. Para expressar nossa gratidão, nós, mana Chica e eu, sua filha Januária, ficaremos sem comer açúcar até o aniversário de Pedro, dia 2 de dezembro. Amado papai, estamos desesperados e em grande desalento. O senhor nos faz muita falta e também sentimos muita saudade de nossa irmã Maria da Glória e de todos que estão com o senhor em Lisboa. Com a promessa de lhe sermos sempre filhos obedientes e amorosos, Januária, Francisca e Pedro.
Princesa ImperialEditar
Com a abdicação de D. Pedro I em 1831 e imediata mudança para a Europa para reconquistar a coroa portuguesa para sua primogênita (Dona Maria da Glória), a sucessão do trono brasileiro precisava ser modificada. Foi expedida pela Assembleia dos Deputados uma lei nomeando D. Januária como Princesa Imperial do Brasil.[1] O regente, padre Diogo Antônio Feijó, disse apenas que aceitava o documento em nome da Princesa Imperial.
No dia 4 de agosto de 1836, D. Januária (então com 14 anos de idade) entrou no salão do paço do senado, trazendo um rico vestido de ouro sobre o qual se divisava a insígnia da Grã Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro e, na presença dos deputados, com a mão sobre o missal, declarou solenemente com voz comovida:
- Juro manter a religião Católica, Apostólica, Romana; observar a Constituição Política da Nação Brasileira e ser obediente às leis e ao Imperador.
Desta forma, D. Januária tornou-se Princesa Imperial do Brasil (herdeira do trono), até o nascimento do príncipe Afonso, filho de seu irmão D. Pedro II.
Campanha para regenteEditar
Em 1836, o governo regencial entrou em crise e, nessa época D. Januária entrou em cena, pois era a filha mais velha do imperador Pedro I. Alguns deputados liberais moderados passaram a defender que a regência fosse entregue à princesa D. Januária, irmã de D. Pedro II e Princesa Imperial do Brasil, então com quatorze anos, para que ela pudesse assumir a regência, mas a ideia não foi adiante, logo as rédeas do governo foram retomadas.
CasamentoEditar
Na época que se procurava uma esposa para o imperador D. Pedro II, seu irmão, procurava-se um marido para a princesa D. Januária, já com 20 anos. Seu casamento foi negociado, assim como o de D. Pedro II, com o Reino das Duas Sicílias: os dois irmãos casaram-se com dois irmãos.
A cerimônia se realizou no Rio de Janeiro em 28 de abril de 1844: casou-se com Luís Carlos, Conde de Áquila, príncipe do Reino das Duas Sicílias, filho do rei D. Francisco I e irmão da princesa D. Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias, que se casaria com D. Pedro II. Tiveram cinco filhos.
Aquando de seu casamento, de acordo com o artigo 2º se garantia que mesmo com o nascimento dos filhos do imperador dom Pedro II do Brasil o casal gozaria da honra de serem tratados por Sua Alteza Imperial.
''Art. II. Logo que se verifique o matrimonio, Sua Alteza Real o Príncipe D. Luiz Carlos Maria, Conde d'Aquila, esposo de Sua Alteza Imperial a Princesa Imperial do Brasil D. Januária Maria, será considerado como Príncipe da casa e da Família Imperial do Brasil, e gozará de todos os direitos e prerrogativas que pela Constituição do Império competem a tais Príncipes. Tomará o título de Príncipe Imperial, que atualmente pertence á sua futura Augusta Esposa; quando, porém, Sua Majestade o Imperador tiver descendência, os dois Augustos Esposos tomarão o titulo de Príncipe e Princesa do Brasil, conservando com tudo o Tratamento de Alteza Imperial.'' [3]
DescendênciaEditar
De Luís Carlos, Conde de Áquila, príncipe do Reino das Duas Sicílias, teve:
- Luís Maria Fernando Pedro de Alcântara, conde de Áquila e de Roccaguglielma[4][5] (18 de julho de 1845 – 27 de novembro de 1909) - casado morganaticamente com Amalia Hamel Penot, com descendência.[nota 1]
- Maria Isabel Leopoldina Amália (22 de julho de 1846 – 14 de fevereiro de 1859).[5]
- Filipe Luís Maria (12 de agosto de 1847 – 9 de julho de 1922) - casado morganaticamente com Flora Böonen, sem descendência.[5][nota 2]
- Germana (Nápoles, 1848).[4]
- Manoel (24 de janeiro de 1851 – 26 de janeiro de 1851).
FalecimentoEditar
D. Januária, Condessa d'Áquila, faleceu em Nice, França, no dia 13 de março de 1901, sendo a última filha de D. Pedro I e da imperatriz Leopoldina a falecer.
AscendênciaEditar
Notas
Referências
- ↑ a b «Lei n. 91 - de 30 de outubro de 1835». Senado Federal. 30 de outubro de 1835. Consultado em 6 de Julho de 2014. Arquivado do original em 15 de julho de 2014
- ↑ Cunha, Joaquim (1845). «Decreto nº 407 - de 8 de Maio de 1845». Rio de Janeiro: Typographia Nacional. Collecção das Leis do Império do Brasil de 1845. Tomo VII - Parte I: 17-20. Consultado em 13 de outubro de 2016
- ↑ Botafogo, A. J. S. (1890). O Balanço da Dinastia. Rio de Janeiro: Imprenssa Nacional. 131 páginas Verifique data em:
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(ajuda); - ↑ a b c d «I Borbone delle Due Sicilie». Libro d'Oro della Nobilità Mediterranea. Consultado em 27 de Dezembro de 2014
- ↑ a b c Cavagna Sangiuliani di Gualdana, Antonio, conte (1858). Almanacco di Corte per l'anno 1858. Parma: Tipografia Reale. 10 páginas
Precedido por Pedro II do Brasil |
Princesa Imperial do Brasil 1836 — 1845 |
Sucedido por Afonso Pedro de Bragança |