Sistema imunitário

sistema de estruturas e processos biológicos que protegem o organismo contra doenças
(Redirecionado de Sistema imunológico)

O sistema imunitário, sistema imunológico ou ainda sistema imune é um sistema de estruturas e processos biológicos que protegem o organismo contra doenças. De modo a funcionar corretamente, o sistema imunitário deve detectar uma imensa variedade de agentes, desde os vírus aos parasitas, e distingui-los do tecido saudável do próprio corpo. O cientista que cunhou o termo foi Ilya Ilyich Mechnikov em 1882, que é considerado o pai da imunologia.

Um neutrófilo (a amarelo) envolve uma bactéria de antraz (a laranja), numa imagem obtida através de microscópio eletrónico de varrimento.

Os agentes patogénicos podem rapidamente evoluir e adaptar-se de modo a evitar a detecção e neutralização por parte do sistema imunitário, pelo que os vários mecanismos de defesa também evoluíram no sentido de os reconhecer e neutralizar. Até mesmo os simples organismos unicelulares possuem um sistema imunitário rudimentar, na forma de enzimas que os protegem de infecções por bacteriófagos. Outros mecanismos imunitários básicos acompanharam a evolução dos eucariotas e estão hoje presentes nos seus descendentes contemporâneos, como as plantas e os insectos. Entre estes mecanismos estão a fagocitose, os peptídeos antimicrobianos designados defensinas, e o sistema complemento. Os vertebrados mandibulares, entre os quais o ser humano, desenvolveram mecanismos de defesa ainda mais complexos,[1] entre os quais a capacidade de ao longo do tempo se adaptarem para reconhecer de forma eficiente agentes patogénicos específicos. Através da imunidade adquirida, o organismo cria memória imunológica na sequência de uma resposta inicial a um agente específico, o que lhe permite responder de forma mais eficaz a novos ataques pelo mesmo agente. O processo de imunidade adquirida é a base da vacinação.

Os transtornos do sistema imunitário podem levar ao aparecimento de doenças autoimunes, inflamações e cancro.[2][3] A imunodeficiência verifica-se quando a actividade do sistema imunitário é inferior ao normal, o que está na origem de infecções recorrentes e onde existe risco de vida. No ser humano, a imunodeficiência pode ser consequência de uma doença genética, de uma condição adquirida como o VIH/SIDA, ou do uso de imunossupressores. Por oposição, a autoimunidade é a consequência de um sistema imunitário hiperactivo que ataca tecido normal como se fosse um agente externo, como é o caso da artrite reumatóide ou a diabetes de tipo 1. A imunologia é a área científica que estuda todos os aspectos do sistema imunitário.

Defesa estratificada editar

O sistema imunitário protege o organismo de infecções através de mecanismos de defesa estratificados com especificidade progressiva. Em termos simples, as barreiras físicas impedem a entrada dos agentes patogénicos. No caso de um patógeno penetrar estas barreiras, o sistema imunitário inato, presente em todas as plantas e animais, desencadeia uma resposta imediata, embora não específica.[4] Caso o patógeno evite a resposta inata, os vertebrados possuem um segundo nível de defesa, o sistema imune adquirido, que é activado pela resposta inata e através do qual o sistema imunitário adapta a sua resposta durante uma infecção de acordo com a identificação do patógeno. Através da memória imunológica, o corpo memoriza esta resposta, o que permite ao sistema imunitário adquirido realizar ataques cada vez mais rápidos e robustos cada vez que esse mesmo patógeno é detectado.[5]

Componentes do sistema imunitário
Sistema imunitário inato Sistema imunitário adquirido
Resposta não específica Resposta específica aos patógenos ou antígenos
Exposição desencadeia resposta imediata plena Atraso temporal entre a exposição e a resposta plena
Componentes mediados por células e humorais Componentes mediados por células e humorais
Não há memória imunológica A exposição desencadeia memória imunológica
Presente em praticamente todas as formas de vida Presente apenas nos vertebrados com mandíbulas

Tanto a imunidade inata como adquirida dependem da capacidade do sistema imunitário em distinguir as moléculas exteriores das suas próprias moléculas. Em imunologia, as moléculas próprias são os componentes do organismo que o sistema imunitário consegue diferenciar de substâncias externas.[6] Pelo contrário, as moléculas que não são próprias são aquelas que reconhece como estranhas. Uma classe destas moléculas são os antigénios, substâncias que se ligam a receptores imunológicos específicos e provocam uma resposta imunitária.[7]

Mecanismos inatos ou não específicos editar

O sistema inato é composto por mecanismos de defesa não-específicos, que constituem uma resposta indiferenciada ao agente invasor. Constituem as estratégias de defesa mais antigas, sendo algumas destas formas encontradas nos seres multicelulares mais primitivos, nas plantas e fungos.

Barreiras físicas editar

Existem várias barreiras mecânicas, químicas e biológicas que protegem os organismos de infecções. A cutícula cerosa de determinadas folhas, o exoesqueleto dos insetos, a casca e as membranas dos ovos ou a pele são exemplos de barreiras mecânicas que são a primeira linha de defesa contra as infecções.[7] No entanto, uma vez que os organismos não podem ser completamente estanques em relação ao meio ambiente, existem outros sistemas destinados a proteger os orifícios do corpo como os pulmões, intestino ou o sistema genito-urinário. Nos pulmões, a tosse e os espirros expelem mecanicamente agentes patogénicos e irritantes do trato respiratório. A lavagem proporcionada pelo fluido lacrimal e pela urina expele igualmente os patógenos, enquanto que o muco secretado pelos tratos respiratório e digestivo retém os microorganismos.[8]

A pele e o trato respiratório segregam peptídeos antimicrobianos como as β defensinas.[9] Há determinadas enzimas com função antisséptica, como a lisozima e a fosfolipase A2, presentes na saliva e no leite materno.[10][11] As secreções vaginais após a menarca proporcionam uma barreira química, ao tornarem-se ligeiramente ácidas, enquanto que o sémen contém defensinas e zinco para eliminar os patógenos.[12][13] No estômago, o suco gástrico e as proteases actuam como poderosas defesas químicas contra os patógenos ingeridos.

No interior dos tratos genito-urinário e gastrointestinal, a flora comensal actua como barreira biológica ao competir com bactérias patogénicas por espaço e alimentação e, em alguns casos, alterando as próprias condições do meio, como o pH.[14] Isto reduz a probabilidade dos patógenos virem a atingir um número suficiente para causar uma infecção. No entanto, uma vez que a maior parte dos antibióticos atacam todas as bactérias e não afectam os fungos, os antibióticos orais podem fazer com que haja um crescimento excessivo dos fungos e, por sua vez, dar origem a infecções fúngicas como a candidíase.[15]

Barreiras químicas editar

 Ver artigo principal: Imunidade humoral

Os microorganismos ou toxinas que conseguem penetrar no organismo deparam-se com as células e os mecanismos do sistema imune inato. A resposta inata é normalmente espoletada quando os receptores de reconhecimento de padrões, que identificam componentes comuns a um vasto número de microorganismos,[16] ou quando as células danificadas, lesadas ou em stresse enviam sinais de alarme, muitos dos quais são identificados pelos mesmos receptores que identificam os patógenos.[17] As defesas do sistema imune inato não são específicas, o que significa que respondem a patógenos de forma genérica.[7] O sistema inato não confere imunidade permanente contra um patógeno. A imunidade inata é o sistema de defesa predominante na maior parte dos organismos.[4]

Sistema complemento editar

 Ver artigo principal: Sistema complemento

O sistema complemento é uma cascata bioquímica que ataca a superfície das células invasoras. É composto por mais de vinte proteínas diferentes e complementa o processo de eliminação dos patógenos pelos anticorpos. O sistema complemento é o maior componente humoral da resposta imune inata.[18][19] Muitas espécies têm sistemas complemento, até mesmo fora dos mamíferos, como as plantas, peixes e alguns invertebrados.[20]

No ser humano, esta resposta é activada pela ligação complementar a anticorpos que se juntaram a estes micróbios ou pela ligação de proteínas complementares aos hidratos de carbono na superfície dos micróbios. Este sinal de reconhecimento desencadeia uma resposta de eliminação rápida.[necessário esclarecer][21] A velocidade da resposta dá-se em função da amplificação do sinal que ocorre após a activação proteolítica das moléculas complementares, que são também proteases. Quando as proteínas complemento se ligam ao micróbio, a sua actividade protease é activada, e por sua vez activa outras proteases complemento. Isto dá origem a uma cascata catalítica que amplifica o sinal inicial através de retroalimentação positiva controlada.[22] A cascata provoca a produção de peptídeos que atraem células do sistema imune, aumentam a permeabilidade vascular e revestem a superfície dos microorganismos com opsonina, marcando-os para serem destruídos. Este revestimento pode também ser capaz de matar directamente as células através da destruição da sua membrana plasmática.[18]

Barreiras celulares editar

 
Ampliação de sangue humano obtida através de microscópio eletrónico de varredura. Podem ser observados os glóbulos vermelhos e vários glóbulos brancos rugosos, entre os quais linfócitos, um monócito, um neutrófilo e várias plaquetas circulares de pequena dimensão.

Os leucócitos compreendem a segunda linha de defesa do sistema imune inato e atuam como organismos independentes e unicelulares.[7] Os leucócitos inatos podem ser divididos em:

Estas células identificam e eliminam os patógenos, quer atacando os patógenos maiores através de contatos, quer fagocitando e matando os micro-organismos ou as células infectadas. As células inatas são também mediadores importantes na ativação do sistema imune adquirido, sendo realizadas pelas Células Apresentadoras de Antígenos.[5]

A fagocitose é uma característica importante da imunidade inata celular, sendo desempenhada por células denominadas fagócitos que envolvem, ou se alimentam de, patógenos ou partículas. Os fagócitos normalmente patrulham o corpo à procura de patógenos, mas podem ser chamados pelas citocinas a atuar em locais específicos.[7] Quando um patógeno é envolto por um fagócito, fica imobilizado dentro de uma vesícula intracelular denominada fagossoma, que depois se funde com outra vesícula denominada lisossoma para formar um fagolisossoma. O patógeno é morto através da atividade de enzimas digestivas ou na sequência de uma explosão oxidativa que liberta radicais livres para o fagolissoma.[24][25] A fagocitose é talvez a mais antiga forma de defesa imunitária, tendo sido identificados fagócitos tanto em vertebrados como invertebrados.[26] A fagocitose desenvolveu-se com o intuito de obter nutrientes, mas este papel nos fagócitos foi alargado de modo a incluir a absorção de patógenos enquanto mecanismo de defesa.[27]

Os neutrófilos e macrófagos são fagócitos que percorrem o corpo à procura de patógenos invasores.[28] Os neutrófilos encontram-se normalmente na corrente sanguínea e são o tipo mais abundante de fagócito, correspondente a entre 50% e 60% do total de leucócitos em circulação.[29] Durante a fase aguda das inflamações, sobretudo das que são o resultado de infecções bacterianas, os neutrófilos deslocam-se para o local da inflamação durante um processo denominado quimiotaxia, e são habitualmente as primeiras células a chegar ao local da infecção. Os macrófagos são células versáteis no interior dos tecidos que produzem um vasto leque de químicos, incluindo enzimas, proteínas complemento e factores reguladores como a interleucina 1.[30] Os macrófagos também actuam como necrófagos, eliminando do corpo células mortas e outros detritos, e como células apresentadora de antígeno que activam o sistema imune adquirido.[5]

As células dendríticas são fagócitos que se encontram em tecidos em contacto com o ambiente externo, sobretudo na pele, nariz, pulmões, estômago e intestinos.[31] São assim denominadas pela sua semelhança com os dendritos neuronais, embora as células dendríticas não tenham qualquer relação com o sistema nervoso. Estas células actuam como ligação entre os tecidos corporais e os sistemas inato e adquirido, pois atuam como Célula apresentadora de antígeno principalmente aos linfócitos T, um dos tipos essenciais de células do sistema imune adquirido.[31]

Os mastócitos estão alojados no tecido conjuntivo e nas mucosas, e são responsáveis pela regulação da resposta inflamatória.[32] São frequentemente associados às alergias e a anafilaxia.[29] Os basófilos e eosinófilos estão relacionados com os neutrófilos. Segregam mediadores químicos envolvidos na defesa contra parasitas e têm um papel activo nas reacções alérgicas como a asma.[33] As células NK são leucócitos que atacam e destroem células tumorais ou células infectadas por vírus.[34]

Para que células do sistema imune inato reconheçam os micro-organismo invasores de um hospedeiro é necessário que na superfície externa de suas membranas, ou no meio intracelular, contenham receptores capazes de diferenciar os padrões moleculares das células próprias (moléculas que fazem parte do organismo hospedeiro) dos padrões moleculares do micro-organismo e reagir contra estes no caso da identificação dessas moléculas estranhas os hospedeiro. Há três tipos de receptores característicos da resposta imune inata por não apresentarem especificidade, são eles:

  • Receptores Semelhantes a Toll (TLR): esses recenhecem Padrões Moleculares Associados a Patógenos (PAMPs)
  • Receptores Semelhantes a Nod (NLR): reconhecem PAMPs e Padrões Moleculares Associados a Danos (DAMPs)
  • Receptores Semelhantes a Rig (RLR): são sensores cotisólicos de RNA viral, respondem à ácido nucleico de vírus e induzem a produção de interferons antivirais do tipo I, que informa o sistema imune que a célula está contaminada.

moléculas PAMPs-que são padrões moleculares associados aos patógenos, ou capazes de reconhecer moléculas DAMPs- que são padrões moleculares associados à danos.

Resposta inflamatória editar

 Ver artigo principal: Inflamação

A inflamação é uma das primeiras respostas do sistema imunitário à infecção.[35] A inflamação manifesta-se através de vermelhidão, inchaço, sensação de calor e dor localizada, causadas pelo aumento da circulação sanguínea nos tecidos afectados. É o resultado da acção de eicosanoides e citocinas, libertadas pelas células danificadas ou infectadas. Entre os eicosanoides estão as prostaglandinas, que provocam febre e vasodilatação dos vasos sanguíneos associados à infecção, e os leucotrienos, que atraem determinados leucócitos (glóbulos brancos).[36][37] Entre as citocinas mais comuns estão as interleucinas, responsáveis pela comunicação entre os leucócitos; as quemoquinas, que promovem a quimiotaxia; e os interferões, que têm propriedades antivirais, como por exemplo paralisar a síntese proteica na célula anfitriã.[38] Podem também ser libertados factores de crescimento e factores citotóxicos. As citocinas, entre outros químicos, recrutam células imunes para o local da infecção e promovem a cura de qualquer tecido danificado posteriormente à remoção dos patógenos.[39]

Sistema imunitário adaptativo ou específico editar

Todo o sistema específico se concentra na capacidade das células imunitárias distinguirem proteínas produzidas pelas células do próprio corpo (antigénio "self" - ou seja do próprio organismo), e proteínas produzidas por invasores ou pelas células humanas sob o controlo de vírus (antigénio "non-self" - ou seja, que não é reconhecido como sendo do próprio organismo). Esta distinção é feita através de receptores, os TCR (T-cell receptors) ou BCR (B cell receptors que são anticorpos presos à membrana). Estes receptores, TCR ou BCR, para serem eficazes têm de ser produzidos com milhões de conformações. De outro modo não se ligariam a muitos tipos de proteínas de invasores, e não os reconheceriam. Esta diversidade de receptores não caberia no genoma da célula, e milhões de genes, cada um para cada receptor possível, não seria prático. O que acontece é que há algumas famílias de genes, tendo cada uma vários membros ligeiramente diferentes. Através de um processo especial e único nas células humanas, estes genes nos linfócitos recombinam-se, num único gene, de forma totalmente aleatória.

Assim, por exemplo, cada anticorpo ou BCR dos linfócitos B tem seis porções, e é criado de dois genes únicos desse linfócito, gerados pela recombinação (união) de um gene aleatório de cada família. Se houver seis famílias, com 50, 30, 9, 6, 40, 5 membros, o número possível total de anticorpos diferentes é de 50x30x6x9x40x5 = 16 milhões.

Além disso há outros processos muito complexos que aumentam a diversidade dos BCR ou TCR ainda mais, por mutação acelerada dos genes em causa. A variabilidade dos anticorpos é na prática ilimitada, e o sistema imunitário cria anticorpos contra qualquer molécula, e mesmo contra moléculas artificiais nunca existentes na natureza.

Muitos dos TCR e BCR assim gerados vão reagir com péptidos próprios. Uma das funções do Timo e Medula óssea é manter os jovens linfócitos sequestrados até que seja possível determinar quais reagem com moléculas do próprio organismo. Essa função é feita por células especializadas desses órgãos que apresentam aos linfócitos jovens moléculas produzidas por elas (e portanto próprias). Todos os linfócitos que reagem a elas são destruídos, e apenas aqueles indiferentes a própria (mais possivelmente reactivos a não-próprios) são largados na corrente sanguínea.

Os linfócitos que não reagem a própria são milhões, cada um com milhões de configurações possíveis de receptores e haverá inclusive vários, cada um com receptor para zonas diferentes de cada proteína microbiana possível. A esmagadora maioria dos linfócitos nunca encontra uma proteína para a qual o seu receptor seja específico. Aqueles poucos que a encontram, são estimulados e multiplicam-se. São geradas células efectoras com o receptor específico (produtoras de anticorpos ou citotóxicas, ou ainda coordenadoras) e células memória. As células de memória são quiescentes, têm vida longa e são capazes de reconhecer esse antigénio mesmo muito depois, multiplicando-se em maior número e respondendo mais rapidamente a infecções futuras.

O sistema imunitário especifico é controlado e efectuado largamente pelos linfócitos. Há vários tipos de linfócitos.

Linfócitos B e produção de anticorpos editar

 
Estrutura dos anticorpos, com duas regiões de ligação ao antígenio e uma região constante de interacção com leucócitos.

Os linfócitos B possuem um BCR, que é em tudo semelhante ao anticorpo, mas está preso na membrana. Os linfócitos B concentram-se nos gânglios linfáticos, onde filtram a linfa, à espera de uma molécula que não seja do próprio organismo, e assim, reaja especificamente com o seu receptor aleatório. Para cada molécula possível há vários linfócitos específicos. Logo assim que haja uma ligação específica antigénio-receptor e se o linfócito for estimulado simultaneamente por citocinas produzidas pelos linfócitos T CD4+ (reguladores,ou Helper), eles multiplicam-se e diferenciam-se em plasmócitos e em células-memória (Linfócito B de memória). Estas, se a infecção se repetir muitos anos depois, podem iniciar a reposta mais rapidamente. Os plasmócitos produzem então grandes quantidades BCR solúvel e não preso à membrana, ou seja, anticorpos específicos para aquela molécula.

Os anticorpos são assim proteínas receptoras livres no sangue, que são especificas e se ligam à molécula não-self e possivelmente invasora. Os anticorpos podem assim ligar-se a antígenos na superfície de bactérias, vírus ou parasitas. Eles os eliminam de várias formas. Podem neutralizar o invasor directamente (cobrindo a superfície de um vírus e impedindo-o de se ligar aos seus receptores nas células por exemplo); atrair fagócitos (que reconhecem e são estimulados por eles); activar o sistema complemento de forma a lisa-los; ou ainda estimular as células citotóxicas (assassinas) para destruírem as células identificadas pelo anticorpo.

Os linfócitos que produzem anticorpos algo eficazes (do tipo IgM) ainda sofrem novo processo de selecção nos folículos linfóides. Aí, multiplicam-se rodeadas de linfócitos T CD4+ que secretam citocinas, as quais induzem por mecanismos complexos altas taxas de mutação nos seus genes dos anticorpos. Depois destroem os linfócitos B que produzem anticorpos com menor afinidade para o antigénio e estimulam a divisão dos que têm maior afinidade (graças a mutações fortuitas), podendo esta no final ser muitas vezes superior nos sobreviventes.

Há vários tipos de anticorpos: IgM é sempre o primeiro tipo a ser produzido; IgG é o principal grupo de anticorpos sanguíneos e há vários subtipos, aparece mais tarde que IgMs, e têm maior afinidade após hipermutação; os IgAs são anticorpos secretados para as mucosas, como intestino, genitais e brônquios; as IgE têm funções de luta contra parasitoses; os IgD estimula o sistema imunitário.

Linfócito T8 e citotoxicidade editar

Os Linfócitos T CD8+ são os linfócitos citotóxicos ou também chamado de Killers. Naturais Killers (NK) não são a mesma coisa que Linfócito citotóxico CD8 pois não possuem TCR que é um dímero, mas também são linfócitos. Eles têm cada um, um tipo de receptor especifico nas suas membranas, gerado aleatoriamente numa fase de recombinação genética do seu desenvolvimento, denominado de TCR (T-cell receptor, semelhante aos anticorpos da célula B, mas de localização membranar). Esses receptores ligam-se a outros que todas as células humanas possuem (complexo MHC I), e que apresentam péptidos (fragmentos de proteínas) que elas estejam a produzir à superfície da célula. No caso que os complexos MHC I (Complexo de Histocompatibilidade) - péptido seja reconhecidos por uma célula T CD8+, esta última desencadeará a morte da célula que apresenta o péptido através de enzimas citolíticas chamadas de porinas que induzem a apoptose da célula alvo por desequilíbrio osmótico.

Todos os linfócitos T CD8+ que têm receptores que reagem a substâncias do próprio corpo morrem durante o seu "estágio" no timo. Quando o linfócito T CD8+ reconhece um antígeno não-self com o seu receptor numa molécula MHC classe I de uma célula do organismo, ele liberta substâncias (perforina) que criam um poro na membrana, lisando (rompendo osmoticamente) a célula, ou então libertam mediadores (granzima) que induzem a célula a iniciar a apoptose (morte celular programada). Há milhões de linfócitos CD8+ em circulação no organismo, cada um com receptores aleatórios para todos os péptidos possíveis não-self. Normalmente o linfócito T CD8+ naïve só mata as células se for estimulado por citocinas dos linfócitos T CD4+ (reguladores: ver mais à frente). Se um linfócito T CD8+ com determinado receptor for estimulado dessa forma, ele divide-se em mais células citotóxicas e um pequeno grupo de células quiescentes e de longa esperança de vida, as células memória Memory T cells (ver na wiki em Inglês), manter-se-ão em circulação (entre o sangue e os gânglios linfáticos). Estas células de memória podem ser activadas mais tarde de uma forma mais eficiente, mais rápida e independentemente da presença de citocinas produzidas pelos linfócitos CD4+, após reconhecimento do péptido para o qual são específicas apresentado por uma molécula de MHC classe I.

Fagócitos editar

Apesar de os fagócitos serem um mecanismo inato, já que respondem a qualquer corpo estranho, eles também são efectores de primeira linha das decisões dos linfócitos.

Os fagócitos, especialmente os macrófagos, respondem a citocinas geradas pelos linfócitos (IL-1). Os monócitos são os precursores dos macrófagos e eles transformam-se em macrófagos se estimulados por citocinas dos T4. Além disso são atraídos por outras citocinas e factores libertados de células em locais de infecção activa.

Se estimulados apropriadamente pelas citocinas libertadas de forma localizada e controlada pelos linfócitos T4, os macrófagos libertam suficientes quantidades de enzimas e radicais livres para destruir totalmente uma região localizada, matando ambos invasores e células humanas.

Além disso, sob controle dos linfócitos, os macrófagos são responsáveis por algumas reacções imunológicas especificas como o granuloma e o abcesso. O granuloma ocorre na invasão por microbactérias e fungos, sendo o exemplo mais célebre a tuberculose. É uma reacção ordenada por citocinas dos T4, quando há infecção intracelular dos próprios fagócitos. De forma a impedir a disseminação pelo sangue do invasor dentro dessas células móveis, os linfócitos T4 secretam citocinas que chamam mais macrófagos, e os tornam mais resistentes à infecção ("alerta de bactéria endocelular"). Além disso as citocinas provocam a adaptação pelos macrófagos de morfologia epitelial em volta do núcleo da invasão, com numerosas camadas de células imobilizadas ligadas por conexões impermeáveis, de forma a sequestrar o invasor. A micobactéria da tuberculose não se pode disseminar e permanece localizada. Hoje mil milhões de pessoas saudáveis têm micobactérias controladas dessa forma nos seus pulmões (visível nas radiografias). Só naqueles poucos que têm um episódio de grande debilidade imunitária é que o organismo escapa e se inicia a tuberculose propriamente dita. O abcesso é semelhante mas em redor de um cisto/quisto de pus. É importante para sequestrar bactérias piogénicas cuja toxicidade mata os fagócitos (formando o pus) e não permite a limpeza eficaz.

Linfócito T4 e supervisão da resposta editar

Os Linfócitos T4, ou helper, são os controladores de toda a resposta imunitária. São eles que "decidem" que reacções desenvolver a uma invasão, activando ou inibindo todas as outras células imunitárias através de citocinas (espécie de hormonas ou mediadores moleculares). Daí que na doença que ataca os próprios T4, a SIDA/AIDS, todo o sistema imunitário colapse.

Os linfócitos T4 conseguem decidir se há invasão ou não porque cada um deles contêm um receptor gerado aleatoriamente o TCR (T-cell receptor, semelhante aos anticorpos da célula B, mas membranar). Todos os fagócitos e ainda algumas outras células como as células dendriticas ou de Langerhans, depois de digerir as proteínas do invasor, apresentam péptidos (pedaços) delas numa proteína membranar, o MHC II (major histocompatibility complex). Os TCR dos T4 ligam-se a essas MHC2 com péptido e se a ligação for eficaz, libertam citocinas. Nenhum linfócito T4 tem receptores para proteínas do próprio corpo porque esses foram destruídos na sua fase de desenvolvimento no Timo. Se os niveis dessas citocinas forem suficientemente altos, e se outros factores menos bem conhecidos existirem no sangue, o T4 "decide" que há uma invasão e de que tipo é, dando origem a uma resposta imunitária especifica. Ele então produz outras citocinas estimulando todas as outras células para o tipo de resposta apropriado. Tal como todos os outros linfócitos, os T4 estimulados multiplicam-se e alguns servem de células-memória para mais rápida resposta ao mesmo invasor no futuro.

Há basicamente dois tipos de células T4 helper, correspondendo a dois tipos de resposta. Não se sabe exactamente o que desencadeia um tipo ou o outro. A resposta TH1 caracteriza-se por produção de citocinas como IL-2, IFN-gama e TNF-beta. Há activação dos macrófagos e da fagocitose, e dos mecanismos citotóxicos (linfócitos T), levando a extensa destruição das zonas infectadas. É eficaz na eliminação dos patogénios intracelulares (vírus e bactérias intracelulares). Na resposta TH2 há secreção de IL-4 e IL-5. Caracteriza-se pelo estimulo da produção de anticorpos pelos linfócitos B. É eficaz contra organismos que circulem no sangue, como bactérias extracelulares e parasitas.

Que resposta, TH1 ou TH2, é produzida, tem importância para a progressão da infecção. Por exemplo na Lepra, uma infecção pela bactéria intracelular Mycobacterium leprae, a resposta TH1 é extremamente eficaz e os danos são mínimos (lepra tuberculoide); mas se for activada uma resposta TH2, ineficaz contra organismos intracelulares, surge a lepra comum, com danos profundos e desprendimento de pele (lepra lepromatosa).

Há ainda um terceiro tipo de linfócito T regulador, os linfócitos supressores, que limitam e suprimem a reacção imunitária, um mecanismo muito importante considerando a destruição extrema que o sistema imunitário pode produzir.

Outras células editar

  • Linfócitos Natural-Killer: os NK são linfócitos granulares que, tal como os T8 são citotóxicos, destroem células humanas tumorais ou infectadas por vírus. Aderem-se a célula-alvo infectada e induzem a sua morte. São importantes na destruição das células humanas com antígenos não-self (por infecção viral ou neoplasia) e que são atacadas por anticorpos específicos. Os NK possuem dois ligantes para a célula alvo, um ativador (B7) e um inibidor expresso pelo MHC. Caso o NK se ligue ao ativador e não encontre um MCH expressando um antígeno próprio, ele lisará a célula alvo através de porinas, caso ele encontre o ativador e o inibidor, se desligará da célula alvo sem lhe causar danos.

Complementando o que foi visto acima, os mastócitos são células do tecido conjuntivo, originadas a partir de células mesenquimatosas (células de grande potência de diferenciação que dão origem às células do tecido conjuntivo). Possuem citoplasma rico em grânulos basófilos (coram-se por corantes básicos). Sua principal função é armazenar potentes mediadores químicos da inflamação, como a histamina, heparina, ECF-A (fator quimiotáxico – de atração- dos eosinófilos) e fatores quimiotáxicos (de atração) dos neutrófilos. Elas participam de reações alérgicas (de hipersensibilidade), atraindo os leucócitos até o local e proporcionando uma vasodilatação.

A vasodilatação aumenta a temperatura no local inflamado, dificultando a proliferação de microrganismos e estimulando a migração de células de defesa. Algumas das substâncias liberadas no local da inflamação alcançam o centro termorregulador localizado no hipotálamo, originando a febre (elevação da temperatura corporal). Apesar do mal-estar e desconforto, a febre é um importante fator no combate às infecções, pois além de ser desfavorável para a sobrevivência dos microorganismos invasores, também estimula muitos dos mecanismos de defesa de nosso corpo.

Citocinas editar

 Ver artigo principal: citocina

As citocinas são hormónios do sistema imunitário que permitem às células comunicar entre si e com outras de outros órgãos. São um sistema incrivelmente complexo e inteligente ainda pouco conhecido. Algumas citocinas mais importantes:

  • IL-1: libertadas aquando de infecções. Produzem nos centros cerebrais regulatórios febre, tremores, calafrios e mal-estar; promovem a inflamação, estimulam os linfócitos T. A sua acção é responsável por estes sintomas comuns na maioria das doenças. No cérebro há libertação de prostaglandina E2, que estimula o centro da temperatura, aumentando a sua configuração. A aspirina inibe a formação da prostaglandina (bloqueia a enzima que a produz) e é por isso que diminui a febre e mal estar nas afecções virais.
  • IL-2: Estimula a multiplicação dos linfócitos T e B. Antes chamada de Fator de proliferação de Linfocitos
  • IL-3: Estimula o crescimento e a secreção de histamina.
  • IL-4: Estimula multiplicação dos linfócitos B; produção de anticorpos, resposta do tipo TH2.
  • IL-5: Estimula multiplicação e diferenciação de linfócitos B; produção de IgA e IgE, alergias.
  • IL-6: Estimula a secreção de anticorpos.
  • IL-7: Induz a diferenciação em células B e T progenitoras.
  • IL-8: Quimiocina: induz a adesão ao endotélio vascular e o extravasamento aos tecidos.
  • IFN-alfa: Interferon. Ativa as células em estado de "alerta viral". Produção diminuída de proteínas, aumento de enzimas antivirais (como as que digerem a dupla hélice de RNA típica dos vírus) e aumentam também a apresentação de péptidos internos nos MHC I aos linfócitos. Estimula os linfócitos NK e T8.
  • IFN-gama: Ativa os macrófagos, tornando-os mais eficientes e agressivos; promove a inflamação, e estimula a resposta TH1, inibindo a TH2.
  • TNF-alfa: Induz a secreção da citocina e é responsável pela perda extensiva de peso associada com inflamação crônica.
  • TNF-beta: Ativa os fagocitos. Estimula a resposta citotoxica (TH1).

Órgãos linfóides editar

  • A medula óssea é o local onde se situam as células estaminais, que dão origem a todas as células do sistema imune e ainda das plaquetas e eritrócitos. É ainda o local de maturação de todas estas células, com excepção dos linfócitos T.
  • O timo é o local de maturação dos linfócitos T.
  • Os gânglios linfáticos são órgãos pequenos com forma de feijão, situados em todo o corpo. Eles contêm linfócitos B e linfócitos T4 e T8, e são os locais de recolha de antigénios (filtração) da linfa. Aí se organizam e controlam as defesas e formam folículos linfóides onde os linfócitos B com receptores específicos para os antigénos se maturam em plasmócitos produtores de anticorpos. Aí também se maturam os linfócitos T8 específicos do antigeno em linfócitos citotóxicos. As células apresentadoras de antigénios como célula de Langerhans e os fagócitos afluem aos gânglios para apresentar antigénios recolhidos (ou fagocitados) da periferia aos linfócitos.
  • O baço possui 4 funções fisiológicas. Primeira: Armazenamento de Hemácias. Segundo: Destruição das hemácias velhas, alteradas, ou parasitadas. Terceira: Filtrar o sangue e reter microrganismo e outros corpos estranhos a serem fagocitados. Quarta: Colocar linfócitos B e linfócito T em contato com os antígenos.
  • O fígado é primariamente um órgão metabólico, mas também alberga muitos fagócitos e é ele que produz as proteínas imunitárias como o sistema complemento. Controla as invasões intestinais, já que filtra todo o sangue proveniente do intestino, pela veia porta.
  • O intestino e os brônquios são importantes órgãos imunitários. Contêm uma camada com folículos linfóides (o MALT -mucosa associated lymphoid tissue ou BALT), plenos de linfócitos, que reagem aos antigénios e outras reacções contra eles. Controlam também a flora normal de bactérias intestinais.
  • As tonsilas (amígdalas) são aglomerados de tecido linfoide em redor da entrada da faringe, controlando os invasores que entram pela boca. e órgão sistema imunológico humano

Transtornos da imunidade humana editar

O sistema imune é uma estrutura notável que incorpora especificidade, indutibilidade e adaptação. No entanto, ocorrem falhas na defesa, que são classificadas em três grupos genéricos: imunodeficiências, autoimunidade e hipersensibilidades.

Imunodeficiências editar

 Ver artigo principal: Imunodeficiência

As imunodeficiências ocorrem quando um ou mais dos componentes do sistema imunitário estão inactivos. A capacidade do sistema imunitário de resposta aos patógenos é menor nas camadas mais jovens e mais velhas da população. A resposta imunitária entra em declínio por volta dos 50 anos de idade devido à imunossenescência.[40][41] Em países desenvolvidos, a obesidade, o alcoolismo e o uso de drogas são as causas mais comuns da insuficiência imunitária.[41] No entanto, a má nutrição é a causa mais comum de imunodeficiência em países em desenvolvimento.[41] Uma dieta insuficiente em proteínas está associada com debilidades na imunidade mediada por células, actividade complementar, funcionamento dos fagócitos, concentrações de anticorpos IgA e na produção de citocina. Para além disso, a perda do timo em idade precoce através de mutação genética ou remoção cirúrgica está na origem de uma imunodeficiência severa e elevada susceptibilidade a infecções.[42]

As imunodeficiências também podem ser herdadas ou adquiridas.[7] Um exemplo de imunodeficiência congénita, ou herdada, é a doença granulomatosa crónica, na qual os fagócitos têm dificuldade em destruir os patógenos. A SIDA e alguns tipos de cancro estão na origem de imunodeficiência adquirida.[43][44]

Autoimunidade editar

 Ver artigo principal: Autoimunidade

No outro extremo das disfunções imunes estão as respostas imunes em excesso, sobretudo os transtornos autoimunes. Neste tipo de transtornos, o sistema imunitário não consegue distinguir as células externas das suas próprias células e ataca partes do seu próprio corpo. Em circunstâncias normais, muitos dos linfócitos T e anticorpos reagem com peptídeos próprios.[45] Existem células especializadas, localizadas no timo e na medula óssea, cuja função é apresentar aos novos linfócitos produzidos os antigénios produzidos pelo corpo e eliminar as células que são capazes de reconhecer os antígenos próprios, prevenindo assim a autoimunidade.[46]

Hipersensibilidade editar

 Ver artigo principal: Hipersensibilidade

A hipersensibilidade é uma resposta imunitária que danifica os tecidos do próprio corpo. Divide-se em quatro classes (tipos I a IV) com base nos mecanismos envolvidos e no intervalo de tempo da reacção hipersensível. A hipersensibilidade do tipo I é uma reacção anafilática, normalmente associada à alergia. Os sintomas variam entre algum desconforto e a morte. O tipo I é mediado pela imunoglobulina E, que espoleta a degranulação dos mastócitos e dos basófilos quando ligados por um antigénio.[47] A hipersensibilidade do tipo II ocorre quando os anticorpos se ligam a antigénios nas próprias células do indivíduo, marcando-as para destruição. Este tipo também é denominado hipersensibilidade citotóxica dependente de anticorpos, e é mediada pelos anticorpos IgG e IgM.[47] Os complexos imunes (agregados de antigénios, proteínas complemento e anticorpos IgG e IgM) depositados em vários tecidos desencadeiam reacções hipersensíveis do tipo III.[47] A hipersensibilidade do tipo IV (também conhecida por hipersensibilidade mediada por células) normalmente leva entre dois a três dias para se desenvolver. As reacções do tipo IV fazem parte de muitas doenças autoimunes e infecciosas, embora possam também estar associadas com a dermatite de contacto. Estas reacções são mediadas pelos linfócitos, monócitos e macrófagos.[47]

Outros mecanismos editar

É provável que o sistema imune adaptativo e multicomponente tenha surgido com os primeiros vertebrados, uma vez que os invertebrados não produzem linfócitos ou qualquer resposta imunitária humoral.[1] No entanto, muitas espécies utilizam mecanismos que aparentam ser precursores destes aspectos da imunidade em vertebrados. Os sistemas imunitários podem ser observados até mesmo nas formas de vida mais simples. As bactérias usam um mecanismo de defesa único, denominado sistema de restrição modificação como defesa em relação a patógenos virais, ou fagos.[48] Os procariontes também possuem imunidade adquirida através de um sistema que usa sequências CRISPR para conservar fragmentos do genoma de fagos com que tiveram contacto no passado, o que lhes permite bloquear a replicação dos vírus através da interferência de RNA.[49][50]

Os receptores de reconhecimento padrão são proteínas usadas por praticamente qualquer organismo para identificar moléculas associadas com os patógenos. As defensinas, peptídeos antimicrobianos, são um componente conservado durante a evolução presente em todos os animais e plantas, e representam a principal forma de imunidade sistémica dos invertebrados.[1] O sistema complemento e os fagócitos são também usados por maior parte das formas de vida invertebrada. A ribonuclease e o processo de interferência RNA estão presentes em todos os eukaryota, e pensa-se que tenham um papel na resposta imunitária contra vírus.[51]

Ao contrário dos animais, as plantas não têm células fagócitas, mas grande parte das respostas imunitárias nas plantas envolvem sinalização química sistémica enviada através do seu organismo.[52] Cada célula nas plantas responde de forma individual a moléculas associadas a patógenos conhecidas como padrão molecular associado a patógenos.[53] Quando parte da planta é infectada, a planta produz uma resposta hipersensível localizada, durante a qual as células no local da infecção sofrem uma apoptose extremamente rápida de modo a evitar a propagação a outras partes da planta. A Resistência sistémica adquirida é um tipo de resposta defensiva usada por plantas que torna toda a planta resistente a determinado agente infeccioso.[52] Os mecanismos de silenciamento de RNA são particularmente importantes para esta resposta sistémica, uma vez que são capazes de impedir a replicação de vírus.[54]

Imunologia dos tumores editar

 
Macrófagos identificam uma célula cancerígena. Antes de se fundirem com a célula (a massa maior), os macrófagos (as pequenas células brancas) injectam toxinas que matam a célula tumoral. A imunoterapia para o tratamento do cancro é uma das mais activas áreas de investigação médica.[55]

Outro papel importante do sistema imunitário é a identificação e a eliminação de tumores. As células modificadas dos tumores expressam antigénios que não estão presentes em células normais. O sistema imunitário interpreta este antigénios como exteriores e a sua presença leva a que as células imunitárias ataquem as células do tumor. Os antigénios expressos por tumores podem ter várias origens.[56] Alguns são derivados de vírus cercinogénicos, como o vírus do papiloma humano que provoca o cancro do colo do útero,[57] enquanto que outros têm origem nas próprias proteínas do organismo, tendo pouca intensidade em células normais mas atingindo valores elevados nas células dos tumores. Um exemplo é a tirosinase que, quando expressa em níveis elevados, transforma determinadas células da pele (melanócitos) em tumores denominados melanomas.[58][59] Uma terceira fonte para os antígenos tumorais são as proteínas normalmente importantes para a regulação do crescimento celular, que de forma frequente sofrem mutação para molécula indutoras do cancro denominadas oncogenes.[56][60][61]

A principal resposta do sistema imunitário aos tumores é a destruição das células anormais com recurso a linfócitos T citotóxicos, por vezes com a assistência de linfócitos T auxiliares.[59][62] Os antígenos tumorais são apresentados em moléculas MHC Classe I de forma semelhante aos antígenos virais. Isto permite aos linfócitos T citotóxicos reconhecer como anormal a célula do tumor.[63] As células NK também eliminam células tumorais da mesma forma, sobretudo se as células do tumor tiverem menos moléculas MHC Classe I na sua superfície do que o normal; fenómeno comum entre tumores.[64] Por vezes são gerados anticorpos contra células tumorais, permitindo sua destruição pelo sistema complemento.[60]

Alguns tumores conseguem evadir o sistema imunitário e evoluem até se tornarem cancros.[65] As células dos tumores têm muitas vezes poucas moléculas MHC Classe I na superfície, evitando assim a sua detecção pelos linfócitos T citotóxicos.[63]Algumas das células dos tumores também libertam substâncias que inibem a resposta imunitária; por exemplo, através da segregação da citocina TGF-β, que impede a acção dos macrófagos e os linfócitos.[66] Para além disso, pode-se desenvolver tolerância imunológica em relação aos antígenos dos tumores, o que faz com que o sistema imunitário deixe de atacar as células tumorais.[65]Paradoxalmente, os macrófagos podem promover o crescimento dos tumores.[67]

Regulação fisiológica editar

As hormonas podem actuar como imunomoduladores, alterando a sensibilidade do sistema imunitário. Por exemplo, as hormonas sexuais femininas são imunoestimulantes, tanto da resposta do sistema adquirido[68] como do inato.[69][70][71] Algumas doenças autoimunes, como o lupus eritematoso, têm maior prevalência no sexo feminino e o seu aparecimento muitas vezes coincide com a puberdade. Pelo contrário, as hormonas sexuais masculinas como a testosterona aparentam ser imunossupressoras.[72] Há outras hormonas que também aparentam regular o sistema imunitário, particularmente a prolactina, a hormona do crescimento e a vitamina D.[73][74]

Ao encontrar um patógeno externo, um linfócito T estende um receptor da vitamina D. Isto é essencialmente um dispositivo de sinalização que permite ao linfócito ligar-se à forma activa da vitamina D, a hormona esteroide calcitriol. Os linfócitos T apresentam uma relação simbiótica com a vitamina D. O linfócito não só estende o receptor, como também expressa o gene CYP27B1, responsável pela conversão da versão pré-hormona da vitamina D (calcidiol) na versão hormona esteroide (calcitriol). Só depois de se ligarem ao calcitriol é que os linfócitos podem desempenhar a sua função. Entre as células do sistema imunitário que se sabe expressarem o gene CYP27B1, activando assim o calcidiol, estão as células dendríticas, os queratinócitos e os macrófagos.[75][76]

Leventa-se a hipótese de que o declínio progressivo dos níveis hormonais com a idade seja parcialmente responsável pela diminuição da resposta imune em idosos.[77] Da mesma forma, algumas hormonas são também reguladas pelo sistema imunitário, sobretudo a actividade da hormona tiroideia.[78] O declínio da função imune provocado pela idade está também relacionado com a diminuição do nível de vitamina D em idosos. À medida que as pessoas envelhecem, verificam-se duas situações que afectam negativamente a quantidade de vitamina D; primeiro, como permanecem mais tempo dentro de casa estão menos expostas ao sol e produzem menos colecalciferol através de radiação UVB: segundo, a própria pele torna-se menos apta a produzir vitamina D.[79]

O sistema imunitário é afectado pela qualidade do sono e descanso,[80] e e privação de sono prejudica a função imune.[81] Os circuitos complexos de realimentação que envolvem citocinas também aparentam ter algum papel na regulação do sono REM.[82] Desta forma, a resposta imunitária à infecção pode ter como consequência alterações no ciclo do sono, entre as quais um aumento da fase sono de ondas lentas em relação às fases REM.[83]

Nutrição e dieta editar

A sobrenutrição está associada a doenças como a diabetes e obesidade, as quais se sabe afectarem a função imune. A malnutrição moderada, assim como determinadas deficiências em minerais e nutrientes, podem também comprometer a resposta imune.[84][85] O subdesenvolvimento do feto pode também ter como consequência deficiências imunitárias ao longo da vida.[86] Por outro lado, os alimentos ricos em determinados ácidos gordos podem promover um sistema imunitário saudável.[87]

Farmacologia e vacinas editar

 
Dexametasona, um fármaco imunossupressor.

A resposta imune pode ser manipulada para suprimir respostas indesejadas provocadas pela autoimunidade, alergias ou rejeição de transplantes, e para estimular respostas protectores conta patógenos que contornam o sistema imunitário. São usados fármacos imunossupressores para controlar transtornos ou inflamações autoimunes, quando se verifique danos excessivos nos tecidos, e para prevenir a rejeição de órgãos após o transplante.[20][88]

Os fármacos anti-inflamatórios são regularmente usados para controlar os efeitos da inflamação. Os glicocorticoides são os mais potentes, embora esta classe de fármacos possa ter vários efeitos secundários indesejáveis, como a obesidade abdominal, hiperglicemia ou osteoporose, pelo que o seu uso deve obedecer a critérios rígidos.[89] Muitas vezes são administradas doses reduzidas de anti-inflamatórios em conjunto com fármacos citotóxicos ou imunossupressores como o metotrexato ou a azatioprina. Os fármacos citotóxicos inibem a resposta imunitária ao matar as células durante o processo de divisão, como os linfócitos T activados. No entanto, a morte é indiscriminada e também são afectadas células em constante divisão, o que provoca efeitos adversos tóxicos.[88] Os fármacos imunossupressores como a ciclosporina impedem os linfócitos T de responder correctamente aos sinais através da inibição dos caminhos de transdução de sinal.[90]

Os fármacos maiores (<500 Da) podem provocar uma reposta imunitária neutralizadora, sobretudo se são administrados repetidamente ou em doses elevadas. Isto limita a eficácia das drogas baseados nos peptídeos maiores e nas proteínas [a] Nalguns casos, não é o próprio fármaco que é imunogénico, mas pode ser administrado em conjunto com um composto imunogénico, como acontece com o paclitaxel. Têm sido desenvolvidos modelos computacionais que tentam prever a imunogenicidade dos peptídeos e das proteínas, sendo úteis sobretudo no desenho de anticorpos terapêuticos, avaliando a probabilidade de virulência das mutações em partículas de revestimento virais, e na validação de novos tratamentos à base de peptídeos. As técnicas anteriores baseavam-se principalmente na observação de que os aminoácidos hidrófilos estão sobrerrepresentados nas regiões do epítopo em relação aos aminoácidos hidrófugos.[91] No entanto, os métodos atuais baseiam-se em técnicas de aprendizagem de máquina que recorrem a bases de dados de epítopos conhecidos, normalmente em vírus de proteínas amplamente estudados,[92] tendo sido implementada uma base de dados de acesso público para a catalogação dos epítopos a partir de patógenos que se saiba serem reconhecidos pelos linfócitos B.[93] A área emergente do estudo da imunogenicidade com base na bioinformática é designado por "imunoinformática".[94]

Manipulação pelos patógenos editar

O êxito de determinado patógeno depende da sua capacidade em iludir a resposta imune do hospedeiro, tendo para isso desenvolvido vários métodos ao longo da evolução.[95] As bactérias muito frequentemente superam as barreiras físicas ao segregar enzimas que destroem essas barreiras usando, por exemplo, um sistema secretor do tipo II.[96] Por outro lado, usando um sistema do tipo III são capazes de inserir um tubo oco na célula hospedeira, abrindo assim uma via de passagem direta para as proteínas do patógeno para o hospedeiro. Estas proteínas são depois usadas para desativar as suas defesas.[97]

Uma das estratégias evasivas usadas por vários patógenos para contornar o sistema imunitário é através da sua ocultação entre as células do hospedeiro (também designado por patogénese intracelular). Através deste recurso, o patógeno passa a maior parte do seu ciclo de vida no interior das células, onde está protegido do contacto direto com as células imunitárias, anticorpos e sistema complemento. Entre estes patógenos intracelulares estão os vírus, a Salmonella e os parasitas que provocam a malária. Outro tipo de bactérias, como a Mycobacterium tuberculosis, vivem no interior de uma cápsula protetora que impede a sua lise por parte do sistema complemento.[98] Muitos patógenos segregam compostos que diminuem ou desviam a resposta do sistema imune.[95] Algumas bactérias formam biofilmes para se protegerem do sistema imunitário, biofilmes esses que estão presentes em muitas infecções bem sucedidas, como a Pseudomonas aeruginosa crónica e a Burkholderia cenocepacia, características da fibrose cística.[99] Há outras bactérias que geram proteínas de superfície que se ligam aos anticorpos, tornando-os ineficazes, como a Streptococcus (proteína G), Staphylococcus aureus (proteína A), ou a Peptostreptococcus magnus (proteína L).[100]

Os mecanismos usados pelos patógenos para evadir o sistema imune adquirido são ainda mais complexos. A abordagem mais simples é alterar rapidamente os epítopos não essenciais (aminoácidos ou açúcares) na sua superfície, enquanto mantêm os epítopos essenciais resguardados. Isto designa-se por variação antigénica. Um exemplo é o VIH, cujas mutações rápidas levam a que as proteínas no seu envelope viral, essenciais para entrar na célula hospedeira, estejam em constante mudança. Estas alterações frequentes nos antígenos podem explicar a razão das falhas nas vacinas destinadas a este vírus.[101] O parasita Trypanosoma brucei recorre a uma técnica semelhante, alternando constantemente entre dois tipos de proteínas de superfície, permitindo-lhe manter-se um passo à frente da resposta imune.[102] Outra estratégia comum é disfarçar os antígenos com moléculas do hospedeiro. No VIH, o envelope que reveste o vírus é formado a partir da membrana exterior da célula hospedeira, tornando muito difícil a sua detecção como estruturas externas pelo sistema imune.[103]

Ver também editar

Notas

  1. As proteínas têm normalmente massa atómica superior a 6000 Da

Referências

  1. a b c Beck, Gregory; Gail S. Habicht (Novembro de 1996). «Immunity and the Invertebrates» (PDF). Scientific American. 275 (5): 60–66. doi:10.1038/scientificamerican1196-60. Consultado em 1 de janeiro de 2007 
  2. "Inflammatory Cells and Cancer", Lisa M. Coussens and Zena Werb, Journal of Experimental Medicine, March 19, 2001, vol. 193, no. 6, pages F23-26, Retrieved Aug 13, 2010
  3. "Chronic Immune Activation and Inflammation as the Cause of Malignancy", K.J. O'Byrne and A.G. Dalgleish, British Journal of Cancer, August 2001, vol. 85, no. 4, pages 473–483, Retrieved Aug 13, 2010
  4. a b Litman GW, Cannon JP, Dishaw LJ (novembro de 2005). «Reconstructing immune phylogeny: new perspectives». Nature Reviews. Immunology. 5 (11): 866–79. PMID 16261174. doi:10.1038/nri1712 
  5. a b c Mayer, Gene (2006). «Immunology — Chapter One: Innate (non-specific) Immunity». Microbiology and Immunology On-Line Textbook. USC School of Medicine. Consultado em 1 de janeiro de 2007 
  6. Smith A.D. (Ed) Oxford dictionary of biochemistry and molecular biology. (1997) Oxford University Press. ISBN 0-19-854768-4
  7. a b c d e f Alberts, Bruce; Alexander Johnson, Julian Lewis, Martin Raff, Keith Roberts, and Peter Walters (2002). Molecular Biology of the Cell; Fourth Edition. New York and London: Garland Science. ISBN 0-8153-3218-1 
  8. Boyton RJ, Openshaw PJ (2002). «Pulmonary defences to acute respiratory infection». British Medical Bulletin. 61 (1): 1–12. PMID 11997295. doi:10.1093/bmb/61.1.1 
  9. Agerberth B, Gudmundsson GH (2006). «Host antimicrobial defence peptides in human disease». Current Topics in Microbiology and Immunology. Current Topics in Microbiology and Immunology. 306: 67–90. ISBN 978-3-540-29915-8. PMID 16909918. doi:10.1007/3-540-29916-5_3 
  10. Moreau JM, Girgis DO, Hume EB, Dajcs JJ, Austin MS, O'Callaghan RJ (setembro de 2001). «Phospholipase A(2) in rabbit tears: a host defense against Staphylococcus aureus». Investigative Ophthalmology & Visual Science. 42 (10): 2347–54. PMID 11527949. Consultado em 2 de junho de 2013. Arquivado do original em 9 de setembro de 2012 
  11. Hankiewicz J, Swierczek E (dezembro de 1974). «Lysozyme in human body fluids». Clinica Chimica Acta. 57 (3): 205–9. PMID 4434640. doi:10.1016/0009-8981(74)90398-2 
  12. Fair WR, Couch J, Wehner N (fevereiro de 1976). «Prostatic antibacterial factor. Identity and significance». Urology. 7 (2): 169–77. PMID 54972. doi:10.1016/0090-4295(76)90305-8 
  13. Yenugu S, Hamil KG, Birse CE, Ruben SM, French FS, Hall SH (Junho de 2003). «Antibacterial properties of the sperm-binding proteins and peptides of human epididymis 2 (HE2) family; salt sensitivity, structural dependence and their interaction with outer and cytoplasmic membranes of Escherichia coli». The Biochemical Journal. 372 (Pt 2): 473–83. PMC 1223422 . PMID 12628001. doi:10.1042/BJ20030225 
  14. Gorbach SL (fevereiro de 1990). «Lactic acid bacteria and human health». Annals of Medicine. 22 (1): 37–41. PMID 2109988. doi:10.3109/07853899009147239 
  15. Hill LV, Embil JA (fevereiro de 1986). «Vaginitis: current microbiologic and clinical concepts». CMAJ. 134 (4): 321–31. PMC 1490817 . PMID 3510698 
  16. Medzhitov R (outubro de 2007). «Recognition of microorganisms and activation of the immune response». Nature. 449 (7164): 819–26. Bibcode:2007Natur.449..819M. PMID 17943118. doi:10.1038/nature06246 
  17. Matzinger P (abril de 2002). «The danger model: a renewed sense of self». Science. 296 (5566): 301–5. Bibcode:2002Sci...296..301M. PMID 11951032. doi:10.1126/science.1071059 
  18. a b Rus H, Cudrici C, Niculescu F (2005). «The role of the complement system in innate immunity». Immunologic Research. 33 (2): 103–12. PMID 16234578. doi:10.1385/IR:33:2:103 
  19. Mayer, Gene (2006). «Immunology — Chapter Two: Complement». Microbiology and Immunology On-Line Textbook. USC School of Medicine. Consultado em 1 de janeiro de 2007 
  20. a b Janeway CA, Jr.; et al. (2005). Immunobiology. 6th ed. [S.l.]: Garland Science. ISBN 0-443-07310-4 
  21. Liszewski MK, Farries TC, Lublin DM, Rooney IA, Atkinson JP (1996). «Control of the complement system». Advances in Immunology. Advances in Immunology. 61: 201–83. ISBN 978-0-12-022461-6. PMID 8834497. doi:10.1016/S0065-2776(08)60868-8 
  22. Sim RB, Tsiftsoglou SA (fevereiro de 2004). «Proteases of the complement system» (PDF). Biochemical Society Transactions. 32 (Pt 1): 21–7. PMID 14748705. doi:10.1042/BST0320021 
  23. Junqueira, L. C.; Carneiro, J., eds. (1986). «Histologie». doi:10.1007/978-3-662-07782-5 
  24. Ryter A (1985). «Relationship between ultrastructure and specific functions of macrophages». Comparative Immunology, Microbiology and Infectious Diseases. 8 (2): 119–33. PMID 3910340. doi:10.1016/0147-9571(85)90039-6 
  25. Langermans JA, Hazenbos WL, van Furth R (setembro de 1994). «Antimicrobial functions of mononuclear phagocytes». Journal of Immunological Methods. 174 (1–2): 185–94. PMID 8083520. doi:10.1016/0022-1759(94)90021-3 
  26. Salzet M, Tasiemski A, Cooper E (2006). «Innate immunity in lophotrochozoans: the annelids». Current Pharmaceutical Design. 12 (24): 3043–50. PMID 16918433. doi:10.2174/138161206777947551 
  27. May RC, Machesky LM (março de 2001). «Phagocytosis and the actin cytoskeleton». Journal of Cell Science. 114 (Pt 6): 1061–77. PMID 11228151 
  28. Zen K, Parkos CA (outubro de 2003). «Leukocyte-epithelial interactions». Current Opinion in Cell Biology. 15 (5): 557–64. PMID 14519390. doi:10.1016/S0955-0674(03)00103-0 
  29. a b Stvrtinová, Viera; Ján Jakubovský and Ivan Hulín (1995). Inflammation and Fever from Pathophysiology: Principles of Disease. Computing Centre, Slovak Academy of Sciences: Academic Electronic Press. Consultado em 1 de janeiro de 2007 
  30. Bowers, William (2006). «Immunology -Chapter Thirteen: Immunoregulation». Microbiology and Immunology On-Line Textbook. USC School of Medicine. Consultado em 4 de janeiro de 2007 
  31. a b Guermonprez P, Valladeau J, Zitvogel L, Théry C, Amigorena S (2002). «Antigen presentation and T cell stimulation by dendritic cells». Annual Review of Immunology. 20 (1): 621–67. PMID 11861614. doi:10.1146/annurev.immunol.20.100301.064828 
  32. Krishnaswamy G, Ajitawi O, Chi DS (2006). «The human mast cell: an overview». Methods in Molecular Biology. 315: 13–34. PMID 16110146 
  33. Kariyawasam HH, Robinson DS (abril de 2006). «The eosinophil: the cell and its weapons, the cytokines, its locations». Seminars in Respiratory and Critical Care Medicine. 27 (2): 117–27. PMID 16612762. doi:10.1055/s-2006-939514 
  34. Middleton D, Curran M, Maxwell L (agosto de 2002). «Natural killer cells and their receptors». Transplant Immunology. 10 (2–3): 147–64. PMID 12216946. doi:10.1016/S0966-3274(02)00062-X 
  35. Kawai T, Akira S (fevereiro de 2006). «Innate immune recognition of viral infection». Nature Immunology. 7 (2): 131–7. PMID 16424890. doi:10.1038/ni1303 
  36. Miller SB (agosto de 2006). «Prostaglandins in health and disease: an overview». Seminars in Arthritis and Rheumatism. 36 (1): 37–49. PMID 16887467. doi:10.1016/j.semarthrit.2006.03.005 
  37. Ogawa Y, Calhoun WJ (outubro de 2006). «The role of leukotrienes in airway inflammation». The Journal of Allergy and Clinical Immunology. 118 (4): 789–98; quiz 799–800. PMID 17030228. doi:10.1016/j.jaci.2006.08.009 
  38. Le Y, Zhou Y, Iribarren P, Wang J (abril de 2004). «Chemokines and chemokine receptors: their manifold roles in homeostasis and disease» (PDF). Cellular & Molecular Immunology. 1 (2): 95–104. PMID 16212895 
  39. Martin P, Leibovich SJ (novembro de 2005). «Inflammatory cells during wound repair: the good, the bad and the ugly». Trends in Cell Biology. 15 (11): 599–607. PMID 16202600. doi:10.1016/j.tcb.2005.09.002 
  40. Aw D, Silva AB, Palmer DB (abril de 2007). «Immunosenescence: emerging challenges for an ageing population». Immunology. 120 (4): 435–46. PMC 2265901 . PMID 17313487. doi:10.1111/j.1365-2567.2007.02555.x 
  41. a b c Chandra RK (agosto de 1997). «Nutrition and the immune system: an introduction». The American Journal of Clinical Nutrition. 66 (2): 460S–463S. PMID 9250133 
  42. Miller JF (julho de 2002). «The discovery of thymus function and of thymus-derived lymphocytes». Immunological Reviews. 185 (1): 7–14. PMID 12190917. doi:10.1034/j.1600-065X.2002.18502.x 
  43. Joos L, Tamm M (2005). «Breakdown of pulmonary host defense in the immunocompromised host: cancer chemotherapy». Proceedings of the American Thoracic Society. 2 (5): 445–8. PMID 16322598. doi:10.1513/pats.200508-097JS 
  44. Copeland KF, Heeney JL (dezembro de 1996). «T helper cell activation and human retroviral pathogenesis». Microbiological Reviews. 60 (4): 722–42. PMC 239461 . PMID 8987361 
  45. Miller JF (1993). «Self-nonself discrimination and tolerance in T and B lymphocytes». Immunologic Research. 12 (2): 115–30. PMID 8254222. doi:10.1007/BF02918299 
  46. Sproul TW, Cheng PC, Dykstra ML, Pierce SK (2000). «A role for MHC class II antigen processing in B cell development». International Reviews of Immunology. 19 (2–3): 139–55. PMID 10763706. doi:10.3109/08830180009088502 
  47. a b c d Ghaffar, Abdul (2006). «Immunology — Chapter Seventeen: Hypersensitivity Reactions». Microbiology and Immunology On-Line Textbook. USC School of Medicine. Consultado em 1 de janeiro de 2007 
  48. Bickle TA, Krüger DH (junho de 1993). «Biology of DNA restriction». Microbiological Reviews. 57 (2): 434–50. PMC 372918 . PMID 8336674 
  49. Barrangou R, Fremaux C, Deveau H; et al. (março de 2007). «CRISPR provides acquired resistance against viruses in prokaryotes». Science. 315 (5819): 1709–12. Bibcode:2007Sci...315.1709B. PMID 17379808. doi:10.1126/science.1138140 
  50. Brouns SJ, Jore MM, Lundgren M; et al. (agosto de 2008). «Small CRISPR RNAs guide antiviral defense in prokaryotes». Science. 321 (5891): 960–4. Bibcode:2008Sci...321..960B. PMID 18703739. doi:10.1126/science.1159689 
  51. Stram Y, Kuzntzova L (junho de 2006). «Inhibition of viruses by RNA interference». Virus Genes. 32 (3): 299–306. PMID 16732482. doi:10.1007/s11262-005-6914-0 
  52. a b Schneider, David (primavera de 2005). «Innate Immunity — Lecture 4: Plant immune responses» (PDF). Stanford University Department of Microbiology and Immunology. Consultado em 1 de janeiro de 2007 
  53. Jones DG, Dangl JL (2006). «The plant immune system». Nature. 444 (7117): 323–9. Bibcode:2006Natur.444..323J. PMID 17108957. doi:10.1038/nature05286 
  54. Baulcombe D (setembro de 2004). «RNA silencing in plants». Nature. 431 (7006): 356–63. Bibcode:2004Natur.431..356B. PMID 15372043. doi:10.1038/nature02874 
  55. Morgan RA, Dudley ME, Wunderlich JR; et al. (outubro de 2006). «Cancer Regression in Patients After Transfer of Genetically Engineered Lymphocytes». Science. 314 (5796): 126–9. Bibcode:2006Sci...314..126M. PMC 2267026 . PMID 16946036. doi:10.1126/science.1129003 
  56. a b Andersen MH, Schrama D, Thor Straten P, Becker JC (janeiro de 2006). «Cytotoxic T cells». The Journal of Investigative Dermatology. 126 (1): 32–41. PMID 16417215. doi:10.1038/sj.jid.5700001 
  57. Boon T, van der Bruggen P (março de 1996). «Human tumor antigens recognized by T lymphocytes». The Journal of Experimental Medicine. 183 (3): 725–9. PMC 2192342 . PMID 8642276. doi:10.1084/jem.183.3.725 
  58. Castelli C, Rivoltini L, Andreola G, Carrabba M, Renkvist N, Parmiani G (março de 2000). «T-cell recognition of melanoma-associated antigens». Journal of Cellular Physiology. 182 (3): 323–31. PMID 10653598. doi:10.1002/(SICI)1097-4652(200003)182:3<323::AID-JCP2>3.0.CO;2-# 
  59. a b Romero P, Cerottini JC, Speiser DE (2006). «The human T cell response to melanoma antigens». Advances in Immunology. Advances in Immunology. 92: 187–224. ISBN 978-0-12-373636-9. PMID 17145305. doi:10.1016/S0065-2776(06)92005-7 
  60. a b Guevara-Patiño JA, Turk MJ, Wolchok JD, Houghton AN (2003). «Immunity to cancer through immune recognition of altered self: studies with melanoma». Advances in Cancer Research. Advances in Cancer Research. 90: 157–77. ISBN 978-0-12-006690-2. PMID 14710950. doi:10.1016/S0065-230X(03)90005-4 
  61. Renkvist N, Castelli C, Robbins PF, Parmiani G (março de 2001). «A listing of human tumor antigens recognized by T cells». Cancer Immunology, Immunotherapy. 50 (1): 3–15. PMID 11315507. doi:10.1007/s002620000169 
  62. Gerloni M, Zanetti M (junho de 2005). «CD4 T cells in tumor immunity». Springer Seminars in Immunopathology. 27 (1): 37–48. PMID 15965712. doi:10.1007/s00281-004-0193-z 
  63. a b Seliger B, Ritz U, Ferrone S (janeiro de 2006). «Molecular mechanisms of HLA class I antigen abnormalities following viral infection and transformation». International Journal of Cancer. 118 (1): 129–38. PMID 16003759. doi:10.1002/ijc.21312 
  64. Hayakawa Y, Smyth MJ (2006). «Innate immune recognition and suppression of tumors». Advances in Cancer Research. 95: 293–322. PMID 16860661. doi:10.1016/S0065-230X(06)95008-8 
  65. a b Seliger B (2005). «Strategies of tumor immune evasion». BioDrugs. 19 (6): 347–54. PMID 16392887. doi:10.2165/00063030-200519060-00002 
  66. Frumento G, Piazza T, Di Carlo E, Ferrini S (setembro de 2006). «Targeting tumor-related immunosuppression for cancer immunotherapy». Endocrine, Metabolic & Immune Disorders Drug Targets. 6 (3): 233–7. PMID 17017974. doi:10.2174/187153006778250019 
  67. Stix, Gary (Julho de 2007). «A Malignant Flame» (PDF). Scientific American. 297 (1): 60–67. PMID 17695843. doi:10.1038/scientificamerican0707-60. Consultado em 1 de janeiro de 2007. Arquivado do original (PDF) em 16 de julho de 2011 
  68. Wira, CR; Crane-Godreau M, Grant K (2004). «Endocrine regulation of the mucosal immune system in the female reproductive tract». In: In: Ogra PL, Mestecky J, Lamm ME, Strober W, McGhee JR, Bienenstock J (eds.). Mucosal Immunology. San Francisco: Elsevier. ISBN 0-12-491543-4 
  69. Lang TJ (dezembro de 2004). «Estrogen as an immunomodulator». Clinical Immunology. 113 (3): 224–30. PMID 15507385. doi:10.1016/j.clim.2004.05.011 
  70. Moriyama A, Shimoya K, Ogata I; et al. (julho de 1999). «Secretory leukocyte protease inhibitor (SLPI) concentrations in cervical mucus of women with normal menstrual cycle». Molecular Human Reproduction. 5 (7): 656–61. PMID 10381821. doi:10.1093/molehr/5.7.656 
  71. Cutolo M, Sulli A, Capellino S; et al. (2004). «Sex hormones influence on the immune system: basic and clinical aspects in autoimmunity». Lupus. 13 (9): 635–8. PMID 15485092. doi:10.1191/0961203304lu1094oa 
    King AE, Critchley HO, Kelly RW (fevereiro de 2000). «Presence of secretory leukocyte protease inhibitor in human endometrium and first trimester decidua suggests an antibacterial protective role». Molecular Human Reproduction. 6 (2): 191–6. PMID 10655462. doi:10.1093/molehr/6.2.191 
  72. Fimmel S, Zouboulis CC (2005). «Influence of physiological androgen levels on wound healing and immune status in men». The Aging Male. 8 (3–4): 166–74. PMID 16390741. doi:10.1080/13685530500233847 
  73. Dorshkind K, Horseman ND (junho de 2000). «The roles of prolactin, growth hormone, insulin-like growth factor-I, and thyroid hormones in lymphocyte development and function: insights from genetic models of hormone and hormone receptor deficiency». Endocrine Reviews. 21 (3): 292–312. PMID 10857555. doi:10.1210/er.21.3.292 
  74. Nagpal S, Na S, Rathnachalam R (agosto de 2005). «Noncalcemic actions of vitamin D receptor ligands». Endocrine Reviews. 26 (5): 662–87. PMID 15798098. doi:10.1210/er.2004-0002 
  75. Marina Rode von Essen, Martin Kongsbak, Peter Schjerling, Klaus Olgaard, Niels Ødum & Carsten Geisler (2010). «Vitamin D controls T cell antigen receptor signaling and activation of human T cells». Nature Immunology. 11 (4): 344–349. PMID 20208539. doi:10.1038/ni.1851 
  76. Sigmundsdottir H, Pan J, Debes GF; et al. (março de 2007). «DCs metabolize sunlight-induced vitamin D3 to 'program' T cell attraction to the epidermal chemokine CCL27». Nat. Immunol. 8 (3): 285–93. PMID 17259988. doi:10.1038/ni1433 
  77. Hertoghe T (dezembro de 2005). «The 'multiple hormone deficiency' theory of aging: is human senescence caused mainly by multiple hormone deficiencies?». Annals of the New York Academy of Sciences. 1057 (1): 448–65. Bibcode:2005NYASA1057..448H. PMID 16399912. doi:10.1196/annals.1322.035 
  78. Klein JR (março de 2006). «The Immune System as a Regulator of Thyroid Hormone Activity». Experimental Biology and Medicine. 231 (3): 229–36. PMC 2768616 . PMID 16514168 
  79. Leif Mosekilde (2005). «Vitamin D and the elderly». Clinical Endocrinology. 62 (3): 265–281. PMID 15730407. doi:10.1111/j.1365-2265.2005.02226.x 
  80. Lange T, Perras B, Fehm HL, Born J (2003). «Sleep enhances the human antibody response to hepatitis A vaccination». Psychosomatic Medicine. 65 (5): 831–5. PMID 14508028. doi:10.1097/01.PSY.0000091382.61178.F1 
  81. Bryant PA, Trinder J, Curtis N (junho de 2004). «Sick and tired: Does sleep have a vital role in the immune system?». Nature Reviews. Immunology. 4 (6): 457–67. PMID 15173834. doi:10.1038/nri1369 
  82. Krueger JM, Majde JA (maio de 2003). «Humoral links between sleep and the immune system: research issues». Annals of the New York Academy of Sciences. 992 (1): 9–20. Bibcode:2003NYASA.992....9K. PMID 12794042. doi:10.1111/j.1749-6632.2003.tb03133.x 
  83. Majde JA, Krueger JM (dezembro de 2005). «Links between the innate immune system and sleep». The Journal of Allergy and Clinical Immunology. 116 (6): 1188–98. PMID 16337444. doi:10.1016/j.jaci.2005.08.005 
  84. R.M. Suskind, C.L. Lachney, J.N. Udall, Jr., "Malnutrition and the Immune Response", in: Dairy products in human health and nutrition, M. Serrano-Ríos, ed., CRC Press, 1994.
  85. DE, Fairnatural. «Immunsystem stärken». Fairnatural (em inglês). Consultado em 9 de maio de 2022 
  86. Langley-Evans SC, Carrington LJ (2006). «Diet and the developing immune system». Lupus. 15 (11): 746–52. PMID 17153845. doi:10.1177/0961203306070001 
  87. Pond CM (julho de 2005). «Adipose tissue and the immune system». Prostaglandins, Leukotrienes, and Essential Fatty Acids. 73 (1): 17–30. PMID 15946832. doi:10.1016/j.plefa.2005.04.005 
  88. a b Taylor AL, Watson CJ, Bradley JA (outubro de 2005). «Immunosuppressive agents in solid organ transplantation: Mechanisms of action and therapeutic efficacy». Critical Reviews in Oncology/hematology. 56 (1): 23–46. PMID 16039869. doi:10.1016/j.critrevonc.2005.03.012 
  89. Barnes PJ (março de 2006). «Corticosteroids: the drugs to beat». European Journal of Pharmacology. 533 (1–3): 2–14. PMID 16436275. doi:10.1016/j.ejphar.2005.12.052 
  90. Masri MA (julho de 2003). «The mosaic of immunosuppressive drugs». Molecular Immunology. 39 (17–18): 1073–7. PMID 12835079. doi:10.1016/S0161-5890(03)00075-0 
  91. Welling GW, Weijer WJ, van der Zee R, Welling-Wester S (setembro de 1985). «Prediction of sequential antigenic regions in proteins». FEBS Letters. 188 (2): 215–8. PMID 2411595. doi:10.1016/0014-5793(85)80374-4 
  92. Söllner J, Mayer B (2006). «Machine learning approaches for prediction of linear B-cell epitopes on proteins». Journal of Molecular Recognition. 19 (3): 200–8. PMID 16598694. doi:10.1002/jmr.771 
  93. Saha S, Bhasin M, Raghava GP (2005). «Bcipep: A database of B-cell epitopes». BMC Genomics. 6 (1). 79 páginas. PMC 1173103 . PMID 15921533. doi:10.1186/1471-2164-6-79 
  94. Flower DR, Doytchinova IA (2002). «Immunoinformatics and the prediction of immunogenicity». Applied Bioinformatics. 1 (4): 167–76. PMID 15130835 
  95. a b Finlay BB, McFadden G (fevereiro de 2006). «Anti-immunology: evasion of the host immune system by bacterial and viral pathogens». Cell. 124 (4): 767–82. PMID 16497587. doi:10.1016/j.cell.2006.01.034 
  96. Cianciotto NP (dezembro de 2005). «Type II secretion: a protein secretion system for all seasons». Trends in Microbiology. 13 (12): 581–8. PMID 16216510. doi:10.1016/j.tim.2005.09.005 
  97. Winstanley C, Hart CA (fevereiro de 2001). «Type III secretion systems and pathogenicity islands». J. Med. Microbiol. 50 (2): 116–26. PMID 11211218 
  98. Finlay BB, Falkow S (junho de 1997). «Common themes in microbial pathogenicity revisited». Microbiol. Mol. Biol. Rev. 61 (2): 136–69. PMC 232605 . PMID 9184008 
  99. Kobayashi H (2005). «Airway biofilms: implications for pathogenesis and therapy of respiratory tract infections». Treatments in Respiratory Medicine. 4 (4): 241–53. PMID 16086598. doi:10.2165/00151829-200504040-00003 
  100. Housden NG, Harrison S, Roberts SE; et al. (junho de 2003). «Immunoglobulin-binding domains: Protein L from Peptostreptococcus magnus». Biochemical Society Transactions. 31 (Pt 3): 716–8. PMID 12773190. doi:10.1042/BST0310716 
  101. Burton DR, Stanfield RL, Wilson IA (outubro de 2005). «Antibody vs. HIV in a clash of evolutionary titans». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. 102 (42): 14943–8. Bibcode:2005PNAS..10214943B. PMC 1257708 . PMID 16219699. doi:10.1073/pnas.0505126102 
  102. Taylor JE, Rudenko G (novembro de 2006). «Switching trypanosome coats: what's in the wardrobe?». Trends in Genetics. 22 (11): 614–20. PMID 16908087. doi:10.1016/j.tig.2006.08.003 
  103. Cantin R, Méthot S, Tremblay MJ (junho de 2005). «Plunder and Stowaways: Incorporation of Cellular Proteins by Enveloped Viruses». Journal of Virology. 79 (11): 6577–87. PMC 1112128 . PMID 15890896. doi:10.1128/JVI.79.11.6577-6587.2005