Djalminha
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Djalma Feitosa Dias, mais conhecido como Djalminha (Santos, 9 de dezembro de 1970), é um ex-futebolista brasileiro que atuava como meio-campista. Atualmente é comentarista dos canais da ESPN Brasil, onde também participa do programa Resenha ESPN.
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Informações pessoais | |
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Nome completo | Djalma Feitosa Dias |
Data de nasc. | 9 de dezembro de 1970 (51 anos) |
Local de nasc. | Santos (SP), Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Altura | 1,76 m |
Pé | canhoto |
Apelido | Maestro |
Informações profissionais | |
Período em atividade | 1989–2004 (15 anos) |
Clube atual | Aposentado |
Posição | Ex-meia e ponta-esquerda |
Clubes de juventude | |
1976–1988 | Flamengo |
Clubes profissionais | |
Anos | Clubes |
1989–1993 1993–1994 1994 1994–1995 1996–1997 1997–2004 2002–2003 2004 |
Flamengo Guarani Shimizu S-Pulse Guarani Palmeiras Deportivo La Coruña → Austria Viena (emp.) América do México |
Seleção nacional | |
1996–2002 | Brasil |
Tinha como características principais de um meio-campista clássico: o domínio de bola preciso, além de dribles desconcertantes e passes/lançamentos milimétricos, demonstrando toda sua técnica e criatividade.[1] Djalminha iniciou no Flamengo, teve grande passagens por Guarani e Palmeiras, mas foi no La Coruña onde viveu o melhor momento da sua carreira.[2]
É filho de Djalma Dias, ex-jogador da Seleção Brasileira.
CarreiraEditar
FlamengoEditar
Formado nas divisões de base do Flamengo, Djalminha fez seu primeiro jogo, entre os profissionais, em uma partida contra o América-RJ, válida pelo Campeonato Carioca de 1989.
No ano seguinte, fez parte do elenco vencedor da Copa do Brasil de 1990 juntamente com companheiros dos juniores vencedores da Copa São Paulo do mesmo ano.[3][4] Curiosamente sete campeões participaram dos jogos contra o Botafogo na final do Campeonato Brasileiro de 1992, que rendeu o penta brasileiro ao clube: Fabinho, Júnior Baiano, Piá, Nélio, Paulo Nunes, Marcelinho Carioca e Djalminha.
Em 1991, o time começou a jogar no formato tático que lhe daria o penta campeonato brasileiro no ano seguinte, com Gaúcho centralizado na área como referência no ataque e duas pontas: Marcelinho Carioca ou alternadamente Paulo Nunes pela ponta-direita, e Nélio ou alternadamente Djalminha pela ponta-esquerda.[5][6]
Guarani e Shimizu S-PulseEditar
Do Flamengo seguiu para um recomeço no Guarani em 1993, tendo permanecido duas temporadas no clube de Campinas, e sendo o grande armador do time, apesar de a equipe contar com outros bons jogadores como Zanata, Edu Marangon e seu companheiro de divisões de base rubro-negra, Fábio Augusto, antes de se transferir para o futebol japonês.[7]
Não se adaptando à vida no Japão, no mesmo ano em que saiu, retornou ao Guarani. Em seu retorno compôs um famoso trio na história do Bugre, jogando de meia, armando jogadas e fazendo gols juntamente com as então revelações do clube Amoroso e Luizão.
PalmeirasEditar
Em 1995, Djalminha foi contratado pela multinacional Parmalat para jogar no Palmeiras. Ganhou reconhecimento por brilhar ao armar jogadas com uma qualidade ímpar, roubando a cena em meio a um elenco que à época, repleto de grandes jogadores como Cafu, Júnior, Flávio Conceição, Rivaldo, Müller e Luizão.[8]
Com esse timaço, o Palmeiras venceu o Campeonato Paulista de 1996, quando seu ataque atingiu a histórica marca de 102 gols anotados.[9] Mais tarde, Djalminha chegaria a declarar que aquela fora a melhor equipe pela qual já havia atuado em toda sua carreira.
Seleção Brasileira e La CoruñaEditar
A carreira de Djalminha atingiu seu ápice em 1997, quando ele foi o meia da Seleção Brasileira que disputou e conquistou a Copa América. A partir deste seu sucesso na Seleção, o reconhecimento internacional acabou rendendo-lhe a passagem para a Europa, mais precisamente para a Espanha, onde veio a defender o La Coruña, de 1997 a 2002. Na Galiza tornou-se ídolo após a conquista inédita do Campeonato Espanhol de 1999–00.[10]
Austria VienaEditar
Entretanto, na temporada 2002, o temperamento de Djalminha tornou a atrapalhar sua carreira, visto que, durante um treino, ao desentender-se com seu treinador Javier Irureta, agrediu-o com uma cabeçada.[11][12] Naturalmente, foi afastado da equipe e negociado com um clube da liga austríaca, o Austria Viena.[13]
Seleção BrasileiraEditar
Porém, o pior de tudo foi que a notícia de seu ato indisciplinar também acabou repercutindo em seu futuro na Seleção Brasileira. Antes cotado para a disputa da Copa do Mundo de 2002, Djalminha acabou ficando de fora dos planos do técnico Luiz Felipe Scolari, dando lugar ao então novato Kaká na Seleção Brasileira. Seu ciclo na Seleção foi finalizado com apenas catorze jogos e cinco gols.
Áustria e a aventura no MéxicoEditar
Em 2003, após uma temporada inteira na Áustria conquistando a copa e a liga deste país na mesma temporada, apesar do desejo austríaco, não foi possível exercer o direito de compra de seu passe devido ao alto valor de seu salário que era irreal para realidade do futebol austríaco. Voltou então ao La Coruña, após especulações de um possível retorno ao Palmeiras, que então encontrava-se na Série B. Por fim, um ano mais tarde, encerrou sua carreira após se ver sem contrato e se dizer desestimulado com as propostas que surgiam, após uma passagem curta no América do México, aos 34 anos de idade.
CavadinhaEditar
Djalminha foi o jogador responsável por executar a primeira cobrança estilo cavadinha no Brasil, tornando-a conhecida do público brasileiro. Por esse motivo, muitos torcedores acreditam que o jogador tenha sido o inventor desse estilo de bater pênalti. Na verdade, a cavadinha foi criada ainda em 1976, pelo jogador tcheco Antonín Panenka, na final do Campeonato Europeu de 1976.
Djalminha executou a cavadinha pela primeira vez em um jogo do Guarani contra o Internacional de Porto Alegre, sendo o goleiro adversário, na ocasião, o argentino Sergio Goycochea, famoso por ser grande pegador de pênaltis. Seu estilo de cobrança foi depois adaptado por Marcelinho Carioca, e hoje é muito utilizado no futebol mundial, sendo executado inclusive em uma final de Copa do Mundo, pelo craque francês Zidane. No Brasil, o jogador que mais lançou mão desse recurso é o uruguaio Loco Abreu.
Pós-carreiraEditar
Após parar de jogar, profissionalmente, Djalminha passou a dedicar-se ao showbol, uma modalidade diferente de futebol de salão.
No Mundialito de Showbol de 2006, realizado na cidade de Jerez de la Frontera, na Espanha, Djalminha foi o artilheiro da competição, vencida pelo Brasil. De quebra, ainda foi eleito o melhor jogador daquele campeonato.
Em 2007, no primeiro Torneio Rio-São Paulo de Showbol, Djalminha jogou pelo Flamengo, ao lado de velhos companheiros dos tempos de juniores no rubro-negro.
Em julho de 2009, ele conquistou com o Flamengo o Campeonato Brasileiro de Showbol diante do Santos, com o placar de 11 a 8. No dia 30 de abril de 2010 voltou a conquistar o Campeonato Brasileiro de Showbol pelo Flamengo, derrotando o Corinthians por 9 a 7, e dando o bicampeonato ao clube carioca.
Em 2012 disputará o campeonato paulista de Showbol pelo Guarani, reeditando o trio Djalminha, Amoroso e Luizão.
No inicio de 2014, Djalminha exerceu a função de comentarista no programa Jogo Aberto, para o Rio de Janeiro, Distrito Federal e Amazonas, feito pela Band Rio ao lado de Larissa Erthal e Pedrinho.
Em 2015 Djalminha foi contratado pela ESPN como comentarista, além de fazer parte do novo programa da emissora, "Resenha ESPN".
CuriosidadesEditar
Parte da crítica e do público enquadra Djalminha em um grupo não muito feliz de craques ditos injustiçados com poucas chances na Seleção Brasileira tendo, inclusive, ficando fora de Copas do Mundo.[14] Além de Djalminha em 1994 e 1998, apontam Neto em 1990, Evair em 1994, Alex em 2002 e 2006, e Ronaldinho, Paulo Henrique Ganso e Neymar (todos em relação a Copa de 2010) nesse mesmo hall.[15][16]
Em entrevista ao programa Bem, Amigos!, o ex-lateral-direito Cafu, que jogou quatro Copas do Mundo pela Seleção Brasileira e com diversos craques tanto pelo país quanto por grandes clubes europeus, afirmou que Djalminha foi o jogador mais habilidoso que já viu jogar. Em suas palavras: "o que o Djalminha fazia com a bola era uma coisa impressionante. No dia-a-dia, nos treinamentos..." - dando a entender que era um gênio em tempo integral, não craque de momento.
Djalminha é grande fã da banda britânica The Smiths e de seu vocalista Morrissey.
Números da carreiraEditar
Ano | Clube | Jogos | Gols | Média de gols x jogo |
---|---|---|---|---|
1989 | Flamengo | 2 | 0 | 0 |
1990 | Flamengo | 41 | 7 | 0.17 |
1991 | Flamengo | 26 | 3 | 0.12 |
1992 | Flamengo | 28 | 7 | 0.25 |
1993 | Flamengo | 32 | 11 | 0.34 |
1993 | Guarani | 20 | 7 | 0.35 |
1994 | Guarani | 31 | 21 | 0.68 |
1994 | Shimizu S-Pulse | 11 | 4 | 0.37 |
1995 | Guarani | 45 | 19 | 0.42 |
1996 | Palmeiras | 60 | 32 | 0.53 |
1997 | Palmeiras | 35 | 13 | 0.37 |
1997 | La Coruña | 26 | 8 | 0.31 |
1998 | La Coruña | 34 | 8 | 0.24 |
1999 | La Coruña | 33 | 10 | 0.33 |
2000 | La Coruña | 30 | 12 | 0.40 |
2001 | La Coruña | 31 | 1 | 0.03 |
2002 | Austria Viena | 12 | 3 | 0.25 |
2003 | La Coruña | 20 | 2 | 0.10 |
2004 | América do México | 10 | 1 | 0.10 |
Total de jogos | Total de gols | média gols x jogo |
---|---|---|
528 | 170 | 0,32 |
- Obs: as estatísticas dos clubes contabilizam todas as competições (de clubes), inclusive amistosos pelo Deportivo La Coruña.
- Gols pela Seleção Brasileira
Data | Adversário | Gols |
---|---|---|
13 de novembro de 1996 | Camarões | 1 |
13 de maio 1997 | Noruega | 1 |
13 de junho de 1997 | Costa Rica | 2 |
26 de junho de 1997 | Peru | 1 |
06 de fevereiro de 2002 | Arábia Saudita | 1 |
TítulosEditar
- Flamengo
- Taça Guanabara: 1989
- Copa do Brasil: 1990
- Campeonato Carioca: 1991
- Taça Rio: 1991
- Copa Rio: 1991
- Campeonato Brasileiro: 1992
- Palmeiras
- Seleção Brasileira
- La Coruña
- Troféu Ramón de Carranza: 1998
- La Liga: 1999–00
- Supercopa da Espanha: 2000, 2002
- Copa do Rei: 2002
- Austria Viena
- Campeonato Austríaco: 2003
- Copa da Áustria: 2003
- Supercopa da Áustria: 2003
- América do México
- Supercopa do México: 2004–05
- Flamengo em Showbol
- Campeonato Brasileiro de Showbol: 2009, 2010, 2012, 2013
- Campeonato Carioca de Showbol: 2010, 2011, 2012
- Torneio Rio-São Paulo de Showbol: 2010, 2012
PrêmiosEditar
- Bola de Ouro da Revista Placar: 1996
- Bola de Prata da Revista Placar: 1993 e 1996
Referências
- ↑ «Djalminha». Acervo da Bola. 9 de dezembro de 2015. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ «Djalminha - Que fim levou?». Terceiro Tempo. Consultado em 22 de agosto de 2019
- ↑ «Curtinha: Fla vai homenagear os campeões da Copa SP de 1990». GloboEsporte.com. 29 de janeiro de 2015. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ Emmanuel do Valle (31 de janeiro de 2020). «Há 30 anos, um timaço do Flamengo conquistava a Copinha fazendo história». Trivela. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ Guilherme Diniz (16 de outubro de 2019). «Esquadrão Imortal - Flamengo 1990-1992». Imortais do Futebol. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ André Rocha (15 de maio de 2009). «Flamengo/92: da Copinha ao Brasileirão». Olheiros. Consultado em 25 de junho de 2020. Arquivado do original em 8 de julho de 2010
- ↑ Marcello De Vico e Vanderlei Lima (5 de abril de 2020). «"Jogávamos mais bonito do que o Palmeiras", lamenta meia do Guarani de 94». UOL Esporte. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ «Esquadrão Inesquecível - PALMEIRAS 1996». Futebol de Todos os Tempos. 20 de agosto de 2010. Consultado em 22 de agosto de 2019
- ↑ «Esquadrão Imortal – Palmeiras 1996». Imortais do Futebol. 9 de agosto de 2018. Consultado em 7 de março de 2020
- ↑ «La Liga faz homenagem nos 47 anos do "mago" Djalminha». GloboEsporte.com. 9 de dezembro de 2017. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ Renan Prates (8 de agosto de 2013). «Djalminha diz que não se arrepende de cabeçada que o tirou da Copa-02». UOL Esporte. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ «Maestro genial, Djalminha ficou fora do penta após cabeçada em técnico». Fera. 19 de julho de 2017. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ «Wien capture Brazilian duo». UEFA.com. 31 de agosto de 2002. Consultado em 22 de agosto de 2019
- ↑ «Marcelinho Carioca, Alex, Cantona, Weah... craques que não jogaram Copa do Mundo». iG. 19 de abril de 2018. Consultado em 25 de junho de 2020
- ↑ Lubes Junior (8 de junho de 2010). «Craques brasileiros que pouco jogaram na seleção». Blog do Junnym. Consultado em 22 de agosto de 2019
- ↑ Luciano Dias (11 de maio de 2010). «Injustiçados!». Blog Acréscimos. Consultado em 22 de agosto de 2019
Ligações externasEditar
- «Djalminha». no Soccerway
- «Djalminha». no Sambafoot
- «Djalminha» (em inglês). no BDFutbol